Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 3
Meu anjo me ataca


Notas iniciais do capítulo

Novamente obrigado pelos reviews ,
Espero que gostem



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Um anjo ela tinha me parecido, naquele momento eu não sabia, mas estava totalmente enganado.

-Oi Luke. –A voz de meu pai me trouxe de volta a Terra. Fechei a porta atrás de mim, e depois voltei minha atenção às três pessoas que estavam na sala, além de mim.

Sentado em um dos sofás estava meu pai, Gabriel, ele é tão alto quanto eu (até mesmo sentado dá para notar) com seus 1,85. Seu cabelo loiro é bem mais claro que o meu e também meio cacheado. Seus olhos são idênticos aos meus, ou vice versa se preferir. Ele estava usando um blusão azul claro e uma calça jeans escura.

Ao seu lado estava Eduarda. Ela era minha tia, não é mais. É que tipo, ela era casada com tio Lúcio, irmão do meu pai, mas eles se separam há dois anos. Ela continua morando aqui no prédio, no décimo segundo andar. Eduarda tem estatura mediana, cabelos loiros com mechas castanhas naturais e olhos que dependendo de como você olha são verdes ou castanhos. Estes estavam vermelhos, denunciando o fato de que ela tinha chorado muito. Ela usava um casaco com fecho lilás.

Sentada sozinha, no outro sofá, estava à garota que eu tinha visto ao abrir a porta. Ela aparentava ter minha idade, tinha a pele quase branca de tão pálida. Seus olhos eram de um tom incrível, nem azuis nem verdes, mas uma combinação fascinante dos dois. Mas estes estavam pareciam apenas demonstrar uma grande tristeza além de um cansaço como se ela não dormisse há dias. Abaixo deles leves olheiras se formavam. Caindo por seus ombros seu cabelo negro liso escorrido, em um corte uniforme. A garota usava uma jaqueta cinza escura e uma calça jeans e um all star vermelho. Mas também tinha um ar distante, como se nem tivesse se dando conta do que estava acontecendo a sua volta. E tinha outra coisa, que eu não consegui identificar muito bem, não era indiferença, era algo diferente...

-Oi pai, tia Eduarda. –Falei, para só depois me lembrar que ela não gosta que eu a chame de tia. Ela diz que isso a faz se sentir velha, que só tem vinte oito anos para ser chamada assim. Não discuto com ela, mas quase sempre me esqueço de parar de chamá-la assim.

Ela apenas acenou com a mão, nem disse nada sobre o "tia". Ela realmente parecia ma, franzi a testa.

-Lucas, está e Joanne Summer, a sobrinha de Eduarda. –Meu pai disse, após um instante de silêncio desconfortável. Então completou para a garota. –Joanne este é meu filho Lucas.

-Oi. –Falei animado, Joanne apenas levantou uma sobrancelha. Sentei-me no único lugar que estava livre, que era ao lado dela. Assim que o fiz a garota de encolheu mais para o outro lado, como se eu tivesse algum tipo de doença contagiosa. O que será que ela está fazendo aqui?

-Joanne se mudou para cá, vai morar com Eduarda. –Meu pai falou como se estivesse lendo meus pensamentos.

-Por quê? –Minha boca foi mais rápida que meu cérebro, me arrependi da minha pergunta um segundo depois de tê-las dito. Esse arrependimento só cresceu quando ouvi, pela primeira vez, a voz irritada da garota.

-Como se isto fosse da sua conta, pirralho. –Eu sabia que ela estava certa, que isto não era da minha conta. Mas o jeito que ela disse isso, e mais ainda, por ter me chamado de pirralho me deixou irritado. Quem ela estava pensando que era?

-Joanne, comporte-se. Lucas não teve a intenção de te ofender. –Eduarda falou em tom apaziguador, que pareceu não funcionar muito com Joanne.

-Joanne, comporte-se. –A garota repetiu, depois revirou os olhos. Se as circunstancias fossem outras eu teria achado isso muito engraçado. Mas neste contexto isto só me deixou mais irritado, quem lhe tinha dado o direito de tratar todo mundo deste jeito?

-Garota, sua mãe não lhe ensinou a ter respeito? –Perguntei indignado para ela. A sala ficou em um silêncio tenso, como se eu é que tivesse dito as palavras erradas.

-Nunca. Mais. Fale. Da. Minha. Mãe. Entendeu? –Joanne me perguntou falando pausado, dando ênfase a cada palavra. Ouvi no seu tom de voz uma raiva contida que não compreendi totalmente. Se tivesse me dado ao trabalho de prestar atenção teria notado que ela estava com os olhos marejados, a ponto de chorar. Mas, infelizmente, eu não reparei.

-Por que não? Foi ela que te mandou embora? –Perguntei em tom sínico.

Normalmente eu não sou assim, normalmente eu sou mais calmo. A não ser quando falam mal dos meus amigos, como hoje de manhã, quando dei um soco no Pedro. Mas dessa vez era diferente, eu nem conhecia esta garota. Eu não sei por que eu estava discutindo com ela. Era estranho, pois eu sabia que devia apenas deixar as coisas como estavam e não ficar retrucando a cada palavra dela. Tinha algo nesta garota, algo que eu não sabia o que era, mas que me tirava do sério.

Um brilho assassino tomou os olhos da garota, por um milésimo de segundo ela me encarou. Antes mesmo que eu pudesse dizer mais uma palavra que fosse Joanne voou para cima de mim, literalmente. Ela começou a me bater, não chegava a doer, pois ela era bem mais fraca e menor do que eu. Segurei-a pelos braços para que ela parasse de me bater. Tanto meu pai quanto Eduarda olhavam pasmados para a situação.


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Notas finais do capítulo

Reviews?