Blondie and Cotton Candy escrita por Boo


Capítulo 15
Capítulo 14 — Knock knock


Notas iniciais do capítulo

OIZÃO
Notas finais.
Aproveitem a leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/585047/chapter/15

Capítulo 14 — Knock knock

Anteriormente:

— B-bom dia. Isso. Desculpa, mas você seria...? [...] Primo do Natsu. Sim, ele falou. É que eu sou esquecida, mesmo. - deu um sorriso amarelo. - Desculpe mais uma vez. - O rapaz riu.

— Você é uma graça, loirinha. O primo não falou muito de você, mas estou ansioso para conhecê-la. Espero que tenhamos uma boa convivência.

[...]

Você é a herdeira dos negócios Heartfilia.

— E se eu não quiser ser?– Estava claramente temerosa.

Não há essa possibilidade, Lucy. Você é. Agora, volte para casa. [...] Qual a dificuldade em entender que não há conversa? - Jude suspirou, profundamente chateado. - Já te dei liberdade demais, Lucy, e você não soube usá-la. Se você não vier por bem, vou te achar na casa do teu namoradinho. [...] Eu vou achar a casa dele, sabe disso, não é? Facilmente. Me empenharei de verdade nisso. E vou descobrir tudo sobre esse rapaz. Até mais, filhinha.

[...]

Hm, você sabe que ontem eu fui ver meu amigo. Ele está com uns problemas e sair do país um pouco. – Ele abriu a boca. – Não se preocupe, juro que não é nada ilegal! E, bem, ele pediu para eu cuidar da irmãzinha dele. O pai é negligente e tudo o mais. Então ele queria que eu pudesse leva-la a escola, busca-la e passar um tempo com ela. Preparasse as refeições quando pudesse e levasse para ela e, se possível, ela ficasse todo final de semana aqui.

— Serão só quatro finais de semana até minha tia chegar, então acho que tudo bem. Depois disso, veremos.

____x____

Aeroporto de Magnólia, 7h55 da manhã.

— Vou sentir muito a sua falta.

A frase partiu da jovem Wendy Marvell Fernandez, levemente abafada, pois sua face estava pressionada contra o peito do irmão mais velho, enquanto se abraçavam. A feição do rapaz era um pouco triste e um suspiro partiu dele.

— Eu também, Dy. Muito.

— E eu também. Já digo logo que se você demorar, vou te alcançar na faculdade, hein, seu trancador de matrículas. - E dessa vez, foi Lucy quem pronunciou essas palavras afiadas, mas recheadas de saudades, um sorriso entristecido brincando em seus lábios.

— Vem cá, Lucci.

E os três se mantiveram em um abraço de mais de cinco minutos, enquanto o vôo de Jellal era anunciado e seus passageiros, convocados. Lucy sorriu novamente. Sentia-se em família.

Havia ali mais uma pessoa, correndo em direção a eles. O nome dela era Levy McGarden e o suor deixava claro sua pressa. Ela abraçou o azulado pelas costas, com uma força não condizente com seu tamanho.

— Então você veio, pequena.

— Geez, seu idiota. Eu não me perdoaria se não viesse. - resmungou, chateada. - Você não me dá atenção, eu nem deveria. Vê se não demora e, quando voltar, trate de ser mais presente para mim, ouviu bem?

Wendy sorriu timidamente, separando-se do abraço.

— Viu, JJ? Você tem suas irmãzinhas esperando por você. Estamos aqui, e estaremos quando você voltar, está bem? Agora eu realmente acho que você deveria ir, estão chamando.

— Sim, senhorita! Amo vocês. - O azulado acenou e se foi.

— Oi, Wendy. - Levy cumprimentou a menina que tinha aproximadamente a mesma altura que ela mesma, para logo em seguida abraçar a melhor amiga.

— Oi, Levy. Quanto tempo!

— Sim, você está grandona! - riu.

— Eu disse a mesma coisa a ela. Só que eu posso, né?

Após Heartfilia dizer isso, as mais baixas começaram a reclamar, para logo em seguida rirem. Era bom estarem juntas depois de tanto tempo.

— Bem, estou morta de sono. - Levy concluiu. - Mas já que estamos aqui, sugiro um DIA DAS MENINAS!

E assim se iniciou aquele sábado.

[x]

Sting expirou fumaça, o cigarro logo em seguida sendo levado a boca de novo. Encarava fixamente o homem a sua frente, esse de terno, assim como ele próprio. O homem tremia nervosamente e precisou parar de fumar seu charuto, tamanha a intensidade do olhar.

— Desculpe, senhor Eucliffe... Não sei se compreendi muito bem.

— Acredito que me fiz bastante claro, senhor Roberts. - O canto direito dos lábios do loiro subiu, formando um sorriso cínico, enquanto seus olhos se apertavam levemente.

Uma gota de suor frio escorreu pela nuca do tal senhor Roberts.

— D-desculpe. Creio que eu não possa ajudá-lo.

— Insinua que está inclinado a recusar minha oferta? - Por que a pergunta parecia carregada de uma ameaça? - Parece que você está tremendo, algo errado?

— Não, senhor. Eu não queria...

Uma pausa. O olhar do fumante parecia devorar as entranhas do homem trêmulo a sua frente, mostrando que era capaz de destruí-lo lentamente se assim desejasse. E desejaria. Era o olhar de quem está por cima no mundo perigoso dos homens de negócio. O olhar de homens cruéis.

— Esqueça, fecharei esse acordo com você.

Sting sorriu, com razão. Mentalmente, o homem com quem fazia negócios chegou a conclusão de que os boatos eram verdadeiros: os dragões gêmeos eram perigosos e eficazes. E Sting Eucliffe era justamente um deles.

— Bom dia, Roberts. - A voz grave partiu de um homem que passava pela dupla.

— Bom dia, senhor Heartfilia. - percebeu que ainda estava sobre o efeito assustador do loiro e se corrigiu. - Digo, Jude.

O sobrenome não poderia ter chamado mais atenção de Eucliffe, que observou Jude atentamente. Definitivamente, queria saber mais sobre aquela loirinha.

[x]

— Eu acho que vou visitar o Natsu hoje.

— É sério? - Mirajane se surpreendeu. - Posso ir com você?

— Desculpa, Mira. Hoje não. Quero tentar conversar com ele. Se você estiver lá, ele não vai ser sincero. Vai querer te agradar.

— Tudo bem. Você está certa. Bem... Boa sorte, maninha. - deu um beijo na testa da outra albina.

Lisanna mandou uma mensagem para Loke, dizendo que já estava a caminho da casa do antigo do melhor amigo. Ele possivelmente estaria dormindo a essa hora, já que ainda eram quinze para as 10h e ele deveria estar agarrado a alguma menina que teria seduzido na noite anterior. Ainda assim, iria naquele mesmo instante.

O caminho parecia que se dividia entre ser percorrido com uma velocidade que daria inveja a luz e com uma que daria inveja a um jabuti, brincando com sua mente já atolada de pensamentos. Lisanna sentia-se injustiçada por Natsu. Ele a julgou por algo que hoje fazia muito e não tornou a falar com ela mesmo depois disso. Por quê? Ele a trocara por aquela... aquela riquinha mimada. Podia ao menos ter tentado ver seu lado, não? E ao mesmo tempo que queria reclamar disso tudo, queria pedir desculpas e voltar a tê-lo como melhor amigo. Por isso mesmo sempre tentara pedir seu perdão.

Sem resultados.

Os olhos marejaram. Não importava quanto tempo passasse, Natsu nunca deixaria de representar a única luz de parte de sua vida. E ele não deveria fugir ao menos de saber disso. Não deixaria que ele se escondesse atrás de Lucy, quando tanto ela quanto Loke estavam se sentindo horríveis. Eram culpados por algumas coisas, sim, contudo a situação parecia injusta e boa demais para aqueles dois.

Boa demais, pensara? Se repreendeu, estava falando de Natsu. Ele havia passado por muita coisa, não era fácil assim.

Ao chegar, bateu na porta, já desanimada. Não havia ninguém, ou estava dormindo. Chamou algumas vezes no decorrer de longos e pesados dez minutos. Dirigiu o olhar para o céu, cansada e frustrada, quando ouviu passo firmes se aproximando. Olhou ao redor, no lugar semi desértico, e os olhos arregalaram-se ao fitarem Dragneel se aproximando, a expressão cansada e dura. E desgostosa. A insatisfação de vê-la ali era quase palpável.

— Bom dia, Nat.

— Strauss. - cumprimentou, sem parar, chegando perto da porta, um envelope em mão.

— Que curioso, você já de pé e na rua. - Lisanna deu uma risadinha, tentando não trair seus batimentos acelerados. - Será que eu poderia entrar?

— Você sabe que não.

E entrou, fechando a porta. Strauss não poderia parecer mais chocada e magoada. O rapaz respirou pesadamente, ainda encostado a porta. E por isso sentiu nas costas as batidas pesadas e carregadas de certo desespero que foram dadas repetidas vezes na madeira.

— Por favor... Eu quero, ao menos uma vez, conversar de verdade com você. Já se passaram dois anos, Natsu... me ouça, finalmente. Por favor.

Silêncio.

Soluços.

Um suspiro escapou dos lábios másculos, enquanto os olhos umedeciam-se de leve. Se Lucy estivesse ali, teria conseguido resistir. Mesmo que ela lhe dissesse que talvez valesse a pena ouvir a albina. Ele teria conseguido resistir.

Porém Lucy não estava ali.

A porta se abriu, revelando uma Lisanna encolhida, os olhos lacrimejando, os dentes apertando o lábio inferior. Ela levantou a cabeça, os olhos brilhando de esperança. E então Natsu deixou que entrasse, prestes a ouvir abertamente, pela primeira vez, o que sua antiga melhor amiga tinha a dizer sobre o passado.

[x]

O ruivo bloqueou a tela de seu celular, assim que terminou de ler a mensagem da amante. Estava na hora de ter uma conversinha com Jude Heartfilia.

— Ei, ruivo.

Uma mão com longas unhas pintadas de rosa agarrou o celular e o tacou na outra extremidade da cama. Fios loiros como os dela caíram em sua face a medida que um corpo feminino fez peso sobre o seu, encaixando-se de maneira sensual.

— Você vai mesmo me trocar por esse celular?

Loke observou os olhos azuis, frustrado pela coloração desses, e puxou levemente os cabelos da garota para trás. Pegou uma venda e pôs na face dela, de forma que não precisasse ver que aquele olhar não pertencia a sua amada e perdida Lucy.

— Ao invés de responder, vende a garota. Sim, é claro, isso faz total sentido. - resmungou a mulher, que calou-se quando ele acariciou o vale dos seus seios.

— Jenny... eu pedi para ficar quieta, não foi?

— I-isso não é justo.

— Eu não disse que era para ser. - E jogou-a na cama, distribuindo beijos molhados em seu pescoço.

E amou aquele corpo como se fosse dela.

[x]

— Então vocês vão daqui para a casa do Natsu? - inquiriu Levy, lambendo seu sorvete de pistache.

— Sim! E aí, Wendy, acha que vai se divertir?

— Eu estou ansiosa, para ser sincera. - murmurou a mais nova, o sorvete de flocos preenchendo sua boca em seguida. - Fiquei muito feliz de te ver de novo, Lucy, no entanto... Como será o Natsu?

— Um belo de um babaca.

Wendy arregalou os olhos, enquanto Lucy deu um impulso maior no balanço. Já terminara seu sorvete, enquanto as amigas tomavam os seus com calma e se balançavam levemente. Um pequeno sorriso, este sincero, escapou dos lábios da loira, fazendo com que Fernandez se acalmasse.

— Porém o melhor amigo que eu poderia pedir. Ele é carinhoso, tenho certeza de que te tratará muito bem. Natsu é gentil, apesar de muito implicante e um pouco mau humorado, e bem risonho. Ele é mulherengo, digo logo! – Lucy riu. – Mas não se preocupe, ele não vai tentar nada com você, não faça essa cara.

Wendy riu, sem graça, mas satisfeita com a explicação da loira. Levy mordeu o final da casquinha, querendo se balançar com maior velocidade logo. Era absolutamente libertador fazer isso, afinal.

— Lu, você não explicou isso do primo dele estar lá.

— Ah, verdade! O primo dele se chama Sting–

— Como o cantor! - A menor cortou, sorrindo. - Desculpe.

— Tudo bem! É verdade. - sorriu. - Ele vai ficar conosco por tempo indeterminado... Bem, eu também estou fazendo o mesmo, e a casa nem é minha para eu falar conosco. Eu o conheço muito pouco, mas ele é legal. Acho que vai ser tranquilo para você, Wen. – A azulada maior perguntou, curiosa:

— Sting Dragneel, é?

— Dragneel Eucliffe.

— Sting Eucliffe... Esse nome soa estranhamente familiar. - E terminou o sorvete, começando a ganhar impulso.

— Estranho. Ele mora nos States.

— Estranho, mesmo. Deve ser só impressão. Agora anda, Wendy, você vai ficar para trás!

Continuaram se balançando. Entretanto, sentindo o vento acariciar sua face e brincar com seus cabelos, as dúvidas que rondavam aquela família tornaram a assolar Lucy. Era tudo estranho, precisava admitir. Como Levy poderia conhecer Sting? E as coisas que o loiro falara na noite anterior...

Seu melhor amigo era uma pessoa suspeita. Convenhamos que ela não gostava muito disso.

[x]

— E então...? Imagino que você não tenha vindo aqui só para me fazer perder tempo, não é?

— Por que... por que você se afastou?

Uma gargalhada, claramente forçada, eclodiu na sala. E com ela uma lágrima escorreu de um dos olhos de Natsu. Se era de riso ou de tristeza, não se soube.

— Que pergunta estúpida. Próxima.

— Eu falo sério, Natsu. - A expressão de Lisanna comprovava isso.

— Você me magoou. E decepcionou. Eu me senti traído. É preciso dizer mais alguma coisa?

— Desculpa, é sim. Por que você se sentiu traído? Decepcionado, eu entendo–

— Por quê?! - Natsu não pôde impedir de altear a voz. - Você era a pessoa que eu mais amava. A pessoa que mais significava algo p’ra mim.

Assim como não pôde impedir a dor se apossar de si, a humilhação de estar se expondo para alguém que não merecia.

— A pessoa que me mantinha vivo, Lisanna. Vivo. E então, depois de me prometer algo que significou muito... foi e abriu as pernas p’rum filho duma puta, um cafajeste escroto de merda! Você dizia que não gostava de fazer isso, mas que te ajudava depois de um tempo. Se tinha como ter parado, você tinha a mim, caralho! Não precisava sair dando p’ra qualquer um, não. Ou então falasse: eu gosto de dar. - Naquele instante, as palavras “sua piranha” quase escaparam de sua garganta. Ele as engoliu. - Talvez fosse menos chocante. Não só isso, até porque você pode dar p’ra quem quiser se você gosta de fazer isso. Eu não dou a foda. Mas eu não só ‘tava lá por você, p’ra te ajudar, como eu precisava de você naquele dia. Você sabia disso. Justo naquele dia...

As lágrimas rolavam pela face de pele leitosa. Lisanna limpou algumas delas, tentando engolir o choro. Gaguejou um pouco, contudo conseguiu falar:

— Isso explica a decepção. E muito. Mas não a traição.

— Eu te amava! Eu te amava tanto... E você beijou outro ao invés de me ajudar. - cuspiu aquela sentença, fazendo o fluxo das lágrimas da garota aumentar.

— A gente não tinha nada, Natsu! Eu te amava muito, também. Eu tinha medo de me envolver, também. Você está sendo egoísta em não pensar no meu lado! Eu tinha uma vida de merda. Não sabia lidar com esse tipo de sentimento. Eu tinha medo de te machucar, porque você também não estava na melhor das situações. Por isso eu não me comprometi com você. Não te beijei, para nenhum de nós ter esperança. Eu. Não. Te. Traí.

— Traiu, sim. - O rosado olhou para cima, tentando segurar o choro.

— Não faz isso comigo, Natsu... Não faz isso, por favor.

A albina escondeu o rosto nas mãos, um choro compulsivo balançando seu corpo. Como doía. Demais. O rapaz mordeu o lábio inferior com uma tremenda força, este tremendo, ainda olhando para o alto. Merda. Merda, maldita hora em que deixei ela entrar, se culpou. Não queria enxergar que talvez afastá-la tivesse sido ruim. Que talvez devesse ter continuado a vida com Lisanna.

Desviou o olhar para o sofá onde estava sentado. Nele, estava o envelope que continha fotos com Lucy. Se tivesse continuado, nunca teria se tornado esse desgraçado. Consequentemente, nunca teria encontrado ela. Nunca teria essa amizade que prezava tanto.

Aquela garota precisava sair dali, ou enlouqueceria.

— Vai embora, Lisanna.

— Não. Eu preciso que você entenda. Eu preciso que você me perdoe.

Ele se levantou, de súbito, e se aproximou.

— Vai. Embora! - vociferou.

Ela se encolheu mais, soluçando. Por que ele era teimoso? Por que estava fazendo isso? Por que tanto egoísmo?

— Sai daqui... Você não percebe que sua presença ‘tá me destruindo?! Eu preciso de ar. Ficar sozinho. Eu não te quero aqui.

— Por quê?! Será que é porque eu estou fazendo você repensar tudo isso? Será que é porque você sabe que pode me perdoar?

— Cala a boca! - Dragneel gritou, e Strauss levantou.

— Não calo, não! Não vou te impedir de pensar, Natsu!

Ele a empurrou novamente sobre a poltrona, com um pouco de força, de forma que ela se assustou e gritou. O barulho acordou Happy, que se aproximou, eriçado. Ele se aproximou da albina, pulando em seu colo para receber carinho.

Lisanna chorou mais.

E Natsu também.

— Olha, eu já tenho muita coisa p’ra lidar. Você vai ser só mais um problema.

Natsu se odiava. Como pudera empurrar Lisanna dessa forma?

— É isso que eu sou? - questionou, acariciando Happy com uma mão trêmula. - Um problema? Você não olhar para essa casa e pensa em bons momentos comigo? Essa casa era a nossa alegria, não era?

— Não mais. Eu finalmente estava superando você, porra, por que você apareceu?

— Me superando? ‘Tá falando da Heartfilia? Você simplesmente vai me trocar assim?

— Te trocar? Do quê você ‘tá falando?! - Ele perguntou, andando nervosamente. - A gente já ‘tava distante. Eu só arranjei alguém que me faz bem e que eu também faço bem. Uma melhor amiga.

— É isso que tem nesse envelope que você ficou olhando? Uma nova melhor amiga?

— Já era tempo, né?

As alfinetadas só estavam machucando mais. Em um movimento rápido, ela puxou o envelope. As fotos caíram no chão. Eram 9 ou 10 fotos do casal de amigos. Uma delas era apenas de Lucy. Lisanna virou a face.

— Então o problema agora é ela, não é? Se ela se afastar, você vai me deixar entrar na sua vida de novo... Sim, você vai.

— Nem pense nisso, Strauss. – Natsu apertou o braço da garota. – Eu não quero você perto da Lucy.

— Eu posso dizer o mesmo. Eu te amo, Natsu. E não vou te deixar escapar de novo.

Strauss deu um beijo na bochecha do rapaz e se soltou, saindo rapidamente da casa, o coração batendo acelerado. Estava fazendo ele pensar. Isso era bom. Não era...?

E realmente estava. O garoto permaneceu de olhos arregalados, assustado com a reação dela, uma das mãos com algumas das fotos e a outra ainda da forma que ficara quando ela libertou seu braço. O que caralhos acabou de acontecer aqui?.

[x]

A campainha da mansão Heartfilia tocou. Instantes depois, Loke Regulus estava sentado em uma cadeira, de frente para o magnata que possuía aquela casa. Ambos estavam sérios, quando o mais velho começou a falar.

— Não demoro a achar onde ele mora. Vou arrastá-la para cá, não se preocupe com esse rapaz.

— Obrigado, senhor Jude. Eu amo muito tua filha e sei que é do teu interesse a nossa união, por isso estou a teu serviço. - O homem sorriu.

— Eu sei que está, rapaz. Mais algum motivo para vir aqui?

— Eu estou... desestabilizando o Dragneel. Uma pessoa querida dele está tentando contatá-lo e tenho certeza de que será muitíssimo eficaz.

— Ah, é? Interessante, muito interessante.

[x]

— Estou em casa.

O aviso de Sting soou, sem resposta. Acreditou estar sozinho, para logo em seguida negar a possibilidade. A porta estava destrancada, afinal. Tomou uma ducha rápida no quarto de Natsu. Quando se encaminhou para a cozinha, percebeu que o primo estava no escritório. Ele estava jogado na rede, algumas fotos em mãos, várias outras espalhadas pela própria rede.

Essas fotos traziam ele e uma menina de cabelos claríssimos, em várias faixas etárias diferentes. A expressão do rapaz não era nada agradável, os olhos estavam inchados e parecia letárgico.

— E aí, foguinho?

Natsu olhou para ele, parecendo sair de um transe. Um sorriso aberto se formou em seu rosto.

— Fala, Sting. Chegou agora?

— Há um tempo. - comentou com displicência, ainda que preocupado. - Vou comer. Quer alguma coisa?

— Não, valeu.

Foram poucos minutos de paz, até que a porta da sala se fechou e trouxe consigo o som de vozes femininas. É mesmo. Lucy vinha com a nova constante da casa. Era só o que faltava, forçar sorrisos para mais gente.

— Natsu? Chegamos, venha conhecer a Wendy!

O rapaz tratou de jogar as fotos no armário antes de se aproximar, um sorriso gentil no rosto. Acariciou os fios castanhos e azulados na garota baixa, antes de estender uma das mãos para ela.

— Oi. Wendy, né? É um prazer. Vai ser divertido tê-la aqui.

— É um prazer. - A garota respondeu, timidamente.

As vozes chamaram a atenção de Sting, que saiu do quarto com uma expressão de dúvida e confusão.

— Como assim “tê-la aqui”? Oi, loirinha. Quem seria a menina?

— Meu nome é Wendy. - A expressão não foi das melhores. Wendy claramente não simpatizou com o rapaz.

— Eu não te contei, né? Então...

Natsu se pôs a explicar a situação para Sting. Ninguém percebeu a seriedade de Lucy. É bem verdade que se não fosse por isso, não teria notado. Natsu sabia disfarçar e muito bem. Mas conhecia olhos inchados de choro melhor do que ninguém.

Algo havia acontecido ali.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mil perdões pelo atraso. Semana de provas + vida cheia de problemas, acabei não conseguindo escrever.
Desculpa de verdade.
E ainda por cima o cap está fraquinho :