Blondie and Cotton Candy escrita por Boo


Capítulo 14
Capítulo 13 — Bem-vindo, roomie


Notas iniciais do capítulo

MUITO, MUITO, MUITO OBRIGADA a minha querida leitora Mistress of Night, ou como ela mesma se denominou, Mi-sa. Não tenho palavras para explicar o quanto essa recomendação me deixou contente e inspirada a continuar, nossa! Sou muito grata a todos os leitores, principalmente aos que me incentivam com seus comentários, acompanhamentos e favoritos, mas também aos fantasminhas que, pelo simples fato de lerem e, suponho, gostarem. Quando dou uma espiada em quantas visualizações a BCC tem, sempre fico muitíssimo contente. Vocês fazem a mida vida melhor



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Capítulo 13 — Bem-vindo, roomie

Anteriormente:

Tudo certo, meu menino. No entanto, vou te preparar para uma notícia que talvez bagunce as estruturas que você tem. Sting vai precisar morar aí por um tempo.

— Sting, é? - repuxou o lábio. - Quanto tempo seria isso, mais ou menos?

Indefinido. Ele está a negócios, de acordo com seu tio. Sabe que todas essas coisas suspeitas e confusas não são amplamente do meu conhecimento, Natsu. [...] Ele chega às 3h da matina. Você vai buscá-lo no aeroporto. Seja hospitaleiro.

[...]

— E a propósito... Acho que amanhã vou ligar para o meu pai. Tentar conversar com ele e arranjar um encontro. Isso depende de como ele reagir à ligação. Farei o possível.

____x____

Lucy acordou com o som de pratos batendo, ao fundo o som de água corrente. Estava com o sono levíssimo, então provavelmente já estava para acordar, pouco depois do barulho. O gosto incômodo de quem acabara de acordar insistia em tomar seu palato, por isso não se demorou a levantar e a fazer a higiene matinal. Prendeu os cabelos, estes já batendo abaixo dos seios, e se espreguiçou, ainda com a sensação agradável de ter dormido contente.

Os olhos bateram no relógio, assustando-se ao perceber que eram 8h da manhã. Natsu não deveria estar acordado a essa hora, afinal voltara para casa às 4h e gostava de dormir. Curioso. Resolveu sair logo do quarto, para cumprimentá-lo e se alimentar, afinal a barriga roncava.

— Bom dia, Nats. - disse, os olhos baixos. - Você fez algo para o café? E por que levantou tão cedo? Deve estar cansa–

Aquele rapaz apenas de cueca não era Natsu. Não, (in)felizmente (?) conhecia o corpo de seu amigo. Dragneel não possuía fios extremamente loiros – ainda que claramente naturais – ou olhos profundamente azuis e penetrantes, levemente achatados por um par de pálpebras protuberantes. Ele não usava um brinco em formato de cristal na orelha esquerda, e muito menos uma cicatriz cortando sua sobrancelha direita e levemente sua testa. Não, aquele era um jovem devastadoramente bonito e desconhecido para ela. Ou... bem, era levemente familiar.

— Bom dia. - Ele sorriu, um sorriso certamente mais assanhado e cínico do que esperava, porém ainda assim charmoso. - Você deve ser a Lucy, certo?

— B-bom dia. Isso. Desculpa, mas você seria...?

— Esse desajuizado do Natsu não te falou nada? Bem a cara dele. Me chamo Sting, sou o–

— Primo do Natsu. Sim, ele falou. É que eu sou esquecida, mesmo. - deu um sorriso amarelo. - Desculpe mais uma vez. - O rapaz riu.

— Você é uma graça, loirinha. O primo não falou muito de você, mas estou ansioso para conhecê-la. Espero que tenhamos uma boa convivência.

— Nossa, você parece muito melhor do que ele faz parecer!

— Você ficaria surpresa. Nós dois temos uma relação profunda de amor e ódio. - riu mais uma vez. - E respondendo, foi mal, não fiz nada p’ra ninguém comer. Só comi um sanduíche e lavei meu prato.

— Tudo bem. Bem, eu vou preparar logo algo para mim, que a fome está absurda.

Só então o loiro percebeu que Lucy desviava o olhar constantemente, claramente constrangida. Ah, claro. Ele não estava vestido adequadamente para quem estava tendo a primeira conversa com a nova colega de casa. Revirou os olhos.

— Eu não estou vestido, né? Você deve estar super desconfortável, caramba. É, até mais, loirinha.

E sem esperar mais, o rapaz saiu da cozinha, tornando ao quarto do primo, um bocejo escapando dos lábios. Heartfilia não poderia estar mais confusa com os eventos anteriores. Talvez conviver com Sting fosse uma tarefa complicada.

[x]

Jude Heartfilia esfregava o rosto com as mãos. Alguém bateu na porta e não esperou por permissão, abrindo a mesma. O punho do magnata retumbou na mesa, a face de quem estava cansado e com muita, mas muita raiva.

— Quem se atreve?!

— Sr. Jude, - o homem que deveria estar trocando os lençóis de cama suava frio, com medo de irritar Jude - desculpe incomodar, contudo a senhorita Heartfilia está na linha com a Virgo.

— O quê?!

Heartfilia se levantou apressado, saindo da sala a passos largos. Ao ver Virgo com um olhar pesado, arrancou o telefone de suas mãos, bufando. O que estaria tramando aquela menina? Iria descobrir e agora.

— Alô?

Olá, papai. - A voz soou fria e cortante, entretanto ele a conhecia bem o bastante para perceber os tons trêmulos, que como sempre, demonstravam o quanto ela o temia.

Resolveu utilizar um tom suave na resposta, que ainda assim pudesse demonstrar sua raiva e o quanto ela estava encrencada. Sabia manipular sua filha direitinho, afinal, sempre soube. E passou o tempo em que se arrependia por isso. Fazia tudo pelo bem de seu nome e honra, que seguiriam também a filha. Esperava que ela entendesse isso.

— E então? O que está esperando para estar na minha frente, filha?

Não seja cínico, papai. Eu estou esperando que o senhor desista de fazer eu me casar com o inescrupuloso do Loke. Sabe que eu não mereço isso e não posso aceitar.

— Não é como se você tivesse escolha, é, querida? Você é a herdeira dos negócios Heartfilia.

E se eu não quiser ser? – Estava claramente temerosa.

— Não há essa possibilidade, Lucy. Você é. Agora, volte para casa.

Não, papai... Nós precisamos conversar seriamente sobre isso. Vamos nos encontrar em algum lugar para conversar, por favor.

— Qual a dificuldade em entender que não há conversa? - Jude suspirou, profundamente chateado. - Já te dei liberdade demais, Lucy, e você não soube usá-la. Se você não vier por bem, vou te achar na casa do teu namoradinho.

Ele não tem nada a ver com isso, para!

— Protegendo-se mutuamente, é? Que engraçado. Eu vou achar a casa dele, sabe disso, não é? Facilmente. Me empenharei de verdade nisso. E vou descobrir tudo sobre esse rapaz. Até mais, filhinha.

Espera, pai! O senhor é sempre tão injus

Não precisava escutar aquela garotinha falando baboseiras. Não precisava pensar em como ela falava exatamente igual a Layla quando se sentia injustiçada. Não precisava lidar com isso do jeito difícil e doloroso. Queria só que a dor se fosse. Mas ela nunca se foi.

[x]

A rede do escritório nunca pareceu tão desconfortável. Lucy se sentia com malditos onze anos de novo. Ainda diminuída por o homem que mais queria amar no mundo. Odiava isso. Odiava muito.

Um soluço escapou. Aquele detestável ser humano que tinha o desprazer de chamar de pai sempre fazia com que chorasse. Por que isso? Queria ser confortada. Quando brigava com o pai amado na infância, a mãe a confortava. Depois, quando se sentia mal, foi Jellal. Quando Layla morreu, só conseguiu desabafar com Virgo. Depois, com Levy e apenas com Levy, porque não queria preocupar mais ninguém. Ainda assim, sempre preferiu guardar as coisas para si. Talvez devesse falar com Natsu, porque era um assunto que dizia respeito a ele. Entretanto, contaria a ele mais tarde, quando estivesse sem essa cara de choro. Quando não adiantasse mais tentar ser consolada.

Sentia falta de Layla e de Virgo. Muita. Mais do que aguentava. Contudo, o que poderia fazer? Sua mãe estava morta. Assim como os pais de seu melhor amigo. Bem... Talvez pudesse conversar com ele mesmo com a cara de choro. Não. Ele estava com o primo, provavelmente se divertindo. Não iria atrapalhá-lo com seus problemas. Se fosse Virgo... Virgo nunca se sentiria incomodada. Mas a governanta estava longe e inalcançável.

Levantou-se, as lágrimas deixando rastros, e pegou seu caderninho na gaveta. Tornou a se acomodar na rede e se pôs a escrever, transformando a angústia em palavras, como sempre fez.

Não soube dizer em que momento o choro parou ou quanto tinha escrito até então, só sabia que quando Natsu bateu na porta já eram 17h. Sentiu a fome atacar, saindo de seu estado quase etéreo e aéreo, e pela primeira vez no dia, percebeu a pressão cair e a cabeça pesar.

— Merda...

— Luce? Posso entrar? - Natsu perguntou, claramente impaciente. Já teria entrado antes, se ela não tivesse ralhado com ele sobre invadir o quarto na noite anterior.

— Entra...

— Quê? Para de resmungar, se não eu vou é entrar.

Lucy tentou levantar e abrir a porta, por mais que a fraqueza a dominasse. O rapaz realmente fez o que falou, a boca já aberta para reclamar. Porém não o fez. Arregalou os olhos ao ver a falta de cor na face da menina, que se apoiava na escrivaninha. Os joelhos começaram a fraquejar e os olhos a perder o foco, no entanto Dragneel foi rápido e segurou-a.

— Caramba, você ‘tá muito gelada! Suando frio.

— Açú... - A loira tentou, sem sucesso.

— O quê? Lucy?

O corpo dela pareceu ficar mais leve e mole, e ela desfaleceu, apenas sustentada pelos braços do amigo perdido. Sting adentrou no quarto, confuso com a demora, e não levou um segundo para agir ao ver a cena. Pegou as pernas da menina e, junto ao primo, colocou-a na cama do quarto dele.

— Pega mel, ou alguma coisa doce com mais sustância.

— Como assim? - O rosado não entendeu.

— Não pergunta, só faz. Ela está com hipoglicemia, anda.

Dragneel saiu do quarto, ainda confuso, enquanto o loiro levantou as pernas da jovem e posicionou um travesseiro logo abaixo delas. Foi até o banheiro, molhou as mãos e passou-as no rosto de Lucy. Passados alguns minutos, Heartfilia acordou, tonta e confusa. A primeira pessoa que viu foi o primo de Natsu, fitando-a com preocupação. Ao seu lado, estava o próprio, segurando um prato com dois mini cinnamon roll e água.

— O que aconteceu? - O amigo tinha um olhar preocupado, para responder:

— Voc–

— Você nos deu um baita susto, loirinha. - Sting suspirou e sorriu. - Há quanto tempo você não come?

— Desde o café da manhã...

— Porra, Lucy! - Natsu quase rugiu, irado de preocupação. A loira se encolheu e, vendo isso, ele respirou fundo. - Você não pode fazer isso com você. Muito menos comigo. - Ela olhou para os próprios pés. - Toma, a abelha disse que você teve hipoglicemia por ficar sem comer e que deveria comer algo bem doce. Trouxe a água porque achei que seria bom.

— Abelha...? Obrigada, Nats. Desculpe te preocupar. - segurou a mão dele, carinhosamente. - E você também, Sting. - sorriu para o rapaz, agradecida, já pegando o copo d’água.

Maldito sorriso bonito. Natsu virou a face, chateado com o maldito sorriso. E o pior era que não fazia ideia do porquê.

[x]

— Você jura que vai me deixar sozinha com o pai?

Jellal suspirou, o olhar fixo em qualquer ponto que não fosse a pequena figura a sua frente. Wendy puxou sua blusa, as bochechas infladas. Ele sabia que ela estava absolutamente chateada. Normalmente ela não dava nem sinais de que se chateava com algo, mas sabia que estava sendo um péssimo irmão nesse momento. Olhou para ela.

— Desculpa, Dy. Eu sinto que preciso. Não queria te deixar com ele. Sei que ninguém aguenta muito.

— Nem Grandine aguentou, afinal.

Grandine era a mãe dos irmãos, porém ela abandou a família quando a pequena Wendy Marvell Fernandez completou cinco anos. Até então, a mulher era muito querida para sua filha, havia entre elas um amor incondicional. Amor que Wendy fez o possível para suprimir quando foi abandonada.

— Ela não era tão paciente assim, isso é história. - tentou desviar a chateação da menina.

— É, talvez.

— Não fica assim, desculpa.

A jovem de cabelos castanhos com diversas mechas azuis sentou no sofá, a expressão murchando. O rapaz sentou ao seu lado, sentindo-se horrível.

— Sabe... Você muitas vezes fica na casa da Ultear, ou está na faculdade, mas ainda mora aqui. Ainda nos vemos quase todos os dias. Você vai fazer muita falta, JJ.

— Eu sei. - Ela riu, em seu jeito tímido de dizer “convencido”. - Rindo de que? Eu sei que vou. - riu também, abraçando-a.

Abraçaram-se longamente.

— Eu amo você, Dydy.

— Também amo você, big bro¹. - Wendy sorriu para ele, com muito carinho. - Eu não vejo a Lucy já faz uns dois anos. Como será que ela está? Será que vamos conviver bem?

— Que há, menina? Sempre se deram bem, por que não daria certo agora? Vocês se gostam muito e, além do mais, ninguém consegue não lidar bem com um anjinho como você.

— Para com isso. - deu um riso envergonhado, logo ficando com uma feição de pura curiosidade. - E como será esse tal de Natsu?

— Um garanhão, estou de olho, hein, mocinha.

— Como você é bobo! Ele é legal?

— Você vai ver. Olha... acho que a Lucy vai ficar muito feliz se vocês se derem bem. - comentou, afagando a cabeça da irmã.

[x]

— Gajeel?

Esperou. Abriu a porta, esta destrancada como o prometido. Estava escuro. E por mais que costumasse ser uma moça corajosa e desejosa por aventuras, aquele era seu fraco. Não era obrigação do metaleiro saber aquilo, visto que se falavam há tão pouco tempo, mas precisava chamá-la para um espaço tão sem iluminação?

— Ei, você está aí? Gajeeeeel!

Nada. Já estava sentindo os pelos se eriçarem, quando ouviu risadas. Que diabos...? Fechou a porta, sentindo o pânico crescente ao se ver sem nem uma fresta de luz. Andou em direção às risadas, acalmando-se com a iluminação e ao ver Gajeel rindo abertamente, uma das mãos apoiando uma guitarra. Ele não ria dessa forma com ela e a cena fez com que a pequena sorrisse.

— Temos uma intrusa.

— Eh? - Levy se assustou ao perceber que todos olhavam para si. - Oh, não, fui descoberta. - cobriu a boca, debochada.

O moreno estava sobre um palco, assim como o rapaz de cabelos loiros ao seu lado, que tinha um violão preso ao pescoço e estava de frente a um microfone. Havia outro rapaz moreno ali, este também de pele, as mãos apoiadas em um teclado. Por fim, uma ruiva estava sentada em frente a bateria, um sorriso beirando ao cinismo brincando em seus lábios.

— E aí, tampinha? Foi tranquilo chegar? - Redfox sorriu para ela, porém o olhar não parecia fixar-se nela.

— Foi, sim. Então... o que eu estou fazendo aqui? Isso é um ensaio?

— É, essa é minha banda. Iron Sun’s Flames. Esse cara aqui no teclado é o Ren, o loiro ali é o Rufus. Quer ouvir alguma coisa?

— Já que eu estou aqui. - retribui o sorriso, incomodada ao ver o rapaz desviar o olhar. - Prazer, eu me chamo Levy. - Só então reparou que o rapaz não apresentara a baterista. - Oi, err...?

— Flare. O Gajeel não disse que tinha uma namorada. - Flare comentou, o riso escapando pelo nariz.

— Ela NÃO É minha namorada!

— E você parece muito chateado com isso. - Rufus zombou, dedilhando no violão.

O loiro piscou para Ren, que começou a tocas as notas de Breathe into me, da banda Red. Gajeel estalou a língua, desgostoso, e começou a tocar na guitarra.

— Vocês vão todos tomar no cu.

— Ui, ‘tá irritadinho. - A ruiva riu, posicionando-se enquanto esperava sua deixa. - Ela é bem bonita.

O moreno errou uma nota e virou-se para a companheira de banda, irritado. Flare gargalhou, mandando um beijinho para Levy, que não poderia estar mais confusa e envergonhada.

— Relaxa, ela é toda tua.

— Ignora eles, tampinha, ignora eles.

E Levy riu, apreciando a melodia que se iniciava.

[x]

— Hoje está bem fresco, não é? - Lucy perguntou, tomando um suco com canudo, sentada na rede do quarto de Natsu. A resposta veio do loiro, que se apoiava no batente da janela escancarada:

— O que você esperava? O verão está acabando, afinal. Logo entra o outono.

Natsu suspirou, a cabeça apoiada nas coxas da amiga. O gesto não passou despercebido, a garota logo olhou para baixo, curiosa. A expressão de Natsu parecia distante e ele estava claramente incomodado com algo.

— Está tudo bem, Natsu?

— O outono é uma estação importante pra ele, não é, primo? - Sting sorriu para o rosado, que na hora franziu o cenho e contraiu a boca.

— É? Por que isso?

— Esse cara só diz besteira. Ignora. - Dragneel bufou.

— Vocês são estranhos, hein.

— Coisa da família Dragneel. Ela é toda problemática.

E dizendo isso, Natsu levantou, indo para a sala, de onde gritou:

— Vou ver um filme, qualquer coisa apareçam lá.

— Você é um vagabundo, Natsu.

— Tenho que aproveitar, minhas aulas vão voltar. Eu estudo, diferente de um certo hóspede indesejado. - Ele retrucou, ao que o loiro riu.

— Amo a forma que você demonstra seu amor por mim.

— Amor, por você? Não seja hilário, Eucliffe.

— Ah! - Heartfilia exclamou, cortando a discussão.

Ambos os rapazes olharam para ela, confusos com o espanto súbito. Ela gritou “aha”, apontando para Sting. Isso só trouxe mais confusão. Natsu se aproximou, para logo em seguida rir da face da amiga.

— Que foi, Luce? Você tá fazendo uma cara engraçada.

— Agora eu sei de onde você me é familiar!

A confusão não se desfez. Os primos se encararam, enquanto a loira corria para o escritório. Voltou com duas fotos em mãos, as quais o rosado percebeu serem dos seus dois primeiros álbuns.

— Eu vi foto de vocês dois. Nessa aqui tem até escrito Eucliffe na porta da casa, agora tudo faz sentido. - mordeu a ponta da língua, risonha.

Em uma das fotos, com possíveis seis anos, eles enganchavam o pescoço um do outro em uma espécie de abraço, os largos sorrisos caninos a mostra. Na outra, com uns onze, tinham ambos marcas que provavam que haviam brigado logo antes, Sting trazia uma expressão emburrada, enquanto Natsu sorria abertamente, apesar do cansaço aparente. Lucy não pôde deixar de sorrir. Ele sempre fora assim, pelo visto.

— Parece que vocês sempre se deram muito bem.

— Só parece, mesmo. - Natsu alfinetou, o loiro fazendo uma careta, para logo depois sorrir.

— O Natsu sempre foi apaixonado por mim, sabe como é.

— Eu quem deveria dizer isso, maldito!

Tornaram a se implicar, arrancado sorrisos de Heartfilia. É verdade que ainda se sentia muito mal pela ligação com o pai feita naquela manhã, mas a presença dos dois tornava tudo mais suportável.

Não tinha jeito. Natsu seria para sempre seu melhor amigo.

— Loirinha? - Sting estalou os dedos a sua frente.

— Hã? Oi.

— Você está com um olhar perdido.

— Não é nada, não. Só estava pensando. - Lucy abriu um sorriso e o amigo se aproximou.

— Pensando em que?

— Em como eu amo você, Natsu Dragneel, e você é o melhor amigo do mundo. - abraçou-o e se afastou antes que ele pudesse responder.

A sensação de estranheza ao falar isso não sumira de todo, visto que esse amor era ainda mais intenso do que antes, quando Natsu era apenas Natsu. Ela foi para a sala, e aumentou o tom de voz:

— Vamos, lerdos, eu escolho o filme!

— Que bela amiga você tem. - Sting riu, indo para a sala, deixando para trás um Natsu abobalhado.

Essa loirinha...


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Notas finais do capítulo

Curtíssimo porque a folha onde eu tinha todas as minhas ideias anotadas sumiu D:
Reviews?
Boo.