Mamãe? Mamãe - Odeio quando minha mãe não me responde. Logo a visto, e como de costume arrumava minha irmã. Depois de muito aguarda uma resposta ela se vira e me responde.

-Filha. Nossa que linda está. Com certeza irá ganhar. - Fala me animando, e claro que consegue.

- Então vou terminar de me arrumar sozinha. - Minha irmã exclama, nunca entendi o motivo dela ter tanto ciúmes, papai e mamãe amam mais ela. Não que eu reclame pois não ligo para isso.

- Eu to pronta. - Aviso minha mãe.

- Você vai arrasar. Quero logo te ver com a coroa e o buque de flores em mão. Você é perfeita filha, você sairá deste fim de mundo e conquistara tudo que lhe pertence. Pois és perfeita. - Fala com animação.

- Obrigado mamãe. Mais não sou perfeita, sou humana e contenho falhas. - Falo a ela, que balança a cabeça negativamente como se não concordasse comigo.

- Marina apura. - Ouço meu pai apurando minha irmã. - Mais olha o que vejo aqui? - Sorri para mim, pega em minha mão me fazendo dar uma volta. - Filha esta deslumbrante, mais um concurso para você ganhar. - Sorri para mim. - Agora me diga, como eu e sua mãe lhe fizemos? Para ter saido tão perfeita? A receita jogamos fora só pode. - Ele e minha mãe riem. Menos eu! Afinal minha irmã era linda também, até mais que eu.

- Já cansaram de elogiar Maria? Se já cansaram podemos ir? - Marina fala irritada. Coisas de adolescentes.

- Concordo com você Marina, podemos ir papai e mamãe? - Pergunto, já sem graça.

Entramos no carro e vamos rumo ao desfile.

Lá tinha varias moças, mais ou menos na minha idade a maioria, todas lindas. Mais nenhuma me aparentava feliz, a maioria estressada e incomodada comigo. Acho que era porque desde que comecei a participar dos concursos eu tinha os ganhado. Logo vou ao camarim. Onde me preparo de vez para o desfile, junto as demais meninas.

Do nada comecei a sentir-me meia tonta, mais ignoro e continuo a me arrumar, e quando vejo a dor já havia passado.

POV... Estevão...

Mais um concurso que Maria iria ganhar. Minha amada Maria. Pena que nem sabe de minha existência, apesar de termos estudado juntos. Mais também, ela sempre foi dos populares. Também a mais linda não só da escola como de nossa pacata cidade. Todos adoravam-a pelo simples de ser a mais simpatia e linda mulher, ela sim podia se dizer linda por dentro e por fora.

Logo vejo uma movimentação, já havia começado o desfile, Maria era a primeira a desfilar. Mal consigo a ver, estou muito atrás daquela multidão. Mais sabia que ela estava linda, ela sempre esta linda.

Depois de mais alguns minutos. Com todas já haviam desfilado. Só faltava dar o nome da grande vencedora. Mesmo já achando achando que fosse Maria, estava torcendo por ela, afinal sempre é bom torce.

- Muitos ansiosos para saber a nossa mais nova miss simpatia. - Fala o apresentador. - Mais será que a nossa vencedora será nova neste cargo? - RI e olha para Maria. - Creio que não. Maria você que esteve a tanto tempo com está faixa, está coroa e os buques acho que não durarão. - fala rindo, para animar a todos. E todos riem, até eu com aquele imbecil la em cima do palco. - Então Maria. Tenho que lhe informa, que neste ano! Você terá mais uma faixa, e mais uma coroa junto a suas coleções.

Maria põe a mão no peito, como em todos os anos. Acho que ela já aguardava ser a vencedora. Ela tinha se saido a melhor nas outras provas, e também todo ano ganhando, seria surpresa se não ganhasse.

POV... Maria....

Estava tão feliz. As meninas atrás de mim, faziam uma cara de quem comeu e não gostou, aquilo era tão infantil e bobo da parte delas. E uma atrás teve capacidade de dizer que aquilo já era marmelada. Aquilo me deixou triste e chegou até mesmo magoa.

Mais olho para frente e sorriu, como se não tivesse ouvido nada. Quando começo a sentir uma dor tremenda em meu peito. E tudo indo se escurecendo. Espera quem era aquele homem, aquele que está correndo em minha direção? Então eu....

POV... Estevão...

Vida Maria passando mal. Eu sabia disto antes mesmo que todos, pois meu pai é médico legista, e me ensinou tudo que era necessário. E sabia que Maria estava tendo um ataque no coração. Mais como? Ela é tão nova, isso era impossível.

Quando me vejo, já estava em cima do palco, junto a Maria que estava no chão. Maria já não respirava mais. A culpa era minha.

- Minha filha, não. - Era o pai de Maria, senhor Methiz. O ouvia gritar por varias e varias vezes o nome da filha.

- O que você fez? - Era a senhora Methiz. Ela apontava para mim.

Eu não conseguia desenvolver a idéia de que Maria já não respirava mais, que já não pertencia ao meu mundo. Ela estava com sua expressão angelical de sempre. Culpa minha minha. Estava abraçado ao corpo dela, não conseguia parar de chorar. E a platéia como as outras concorrentes ou melhor, todos estavam chocados, não conseguiam falar nada.