A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta


Capítulo 38
Raptures


Notas iniciais do capítulo

Oe, pessoas!
Novo capítulo para vocês!
Olha, quem tiver coragem, favor dizer o que achou do hot... rsrs
Pra mim, saiu uma bodega. mas vocês é quem sabem se está bom ou não. Estou sentindo que não está a mesma coisa desde que terminei a Maldição da Wicca :( kkk
Boa leitura!



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RONY

Eu tinha que admitir. Ver os olhos de Hermione se turvarem de medo e expectativa chegava a ser deliciosamente satisfatório.

Eu tinha que refrear o sorriso de admiração que queria dar, ao sentir seu peso suave em meus braços, seu rosto tenso e curioso á meros centímetros do meu, a cabeça encostada em meu ombro como uma criança sonolenta.

Quase podia sentir, novamente, a reação natural dela á aquilo. Podia quase ouvir seu coração batendo vigorosamente, ansioso, na mesma velocidade que o meu.

Podia também perceber a leve latência em sua pele, gerada pelos elementos que provavelmente inundavam seu corpo agora, em reação ao que eu estava fazendo. Admirava o quanto Hermione os regia de modo magistral, como se fossem apenas mais um órgão de seu corpo, pairando inofensivamente dentro dela.

Eu ainda me maravilhava com cada reação daquela garota fantástica á mim, e ficava espantado com o quanto ela ainda podia ser humana, quando sua forma Wicca tornava-a tão inumana e fascinante.

– No que está pensando? –ela perguntou timidamente, percebendo que eu a olhava.

Senti minhas orelhas comicharem.

Ela já fizera aquela pergunta outras vezes. E na primeira, tudo saíra de um jeito que nenhum de nós havia planejado.

– Queria entender como consegue ser tão delicadinha ás vezes – brinquei.

Hermione riu, enrijecendo repentinamente quando terminamos de subir a escada.

– Não sou delicada – Hermione murmurou – você que me faz ficar palerma desse jeito.

– Eu te boto fora do seu estado normal, então? – perguntei, humorado.

Admiti que senti um arrepio quando Hermione me encarou séria, tocando levemente meu queixo.

– Não faz a menor idéia do como consegue, Ronald.

A afirmação dela quase fez minhas pernas bambearem de carinho e vergonha.

E me odiava por gostar tanto daquela sensação.

Mas eu não ia deixar que ela me afetasse daquele jeito.

Não ali.

Estava mais do que disposto a dar o troco pela sua última vingança. Foi a primeira coisa que veio á minha mente, assim que me conformei com a idéia de minha família partindo para a Romênia.

Afinal, nada melhor do que estarmos completamente a sós.

Hermione parecia saber disso, pois ficou anormalmente amuada até que chegamos ao quarto.

Pelo menos, até perceber que quarto era.

Vi-a se boquiabrir, ainda segurando-se em mim.

– Rony... ficou maluco?

– Sim – ergui a sobrancelha – meio hipócrita de sua parte... ficar envergonhada de ficarmos no quarto dos meus pais, quando você me jogou no quarto dos seus.

Ela saltou de meu colo, dando a volta na cama em um movimento rápido, e se debruçando de leve no colchão, os olhos saltados, como um bicho acuado e arisco.

– Ah, não. Você não vai.

– Duvida? – ri, gesticulando num átimo com a varinha que apanhei do bolso – Incarcerous!

– Ah, não! – Hermione correu, rindo, mas não conseguiu escapar a tempo do feitiço, que amarrou seus pulsos e a fez escorregar para o chão, contorcendo-se como uma fera enclausurada.

Com um sorriso maldoso, me aproximei dela. Hermione franziu o cenho, fingindo irritação, o peito subindo e descendo com a inesperada corrida.

– Você é mau – choramingou – Rony, você é um cara realmente cruel.

– Ah, vá – guinchei-a do piso de madeira, deitando-a na cama – a culpa não é minha que certas pessoas me tiram do sério.

– Safado – ela choramingou.

Eu não podia estar mais satisfeito pela escolha de camisola de Hermione. Ia facilitar para que eu não tivesse que desamarrá-la.

– Gostei dela – afaguei o tecido. Hermione mordeu o lábio, reprimindo uma risada nervosa – você está linda.

– Obrigada, perversão – ela revirou os olhos, finalmente soltando uma risadinha.

– Mas acho – me debrucei sobre ela, levando meus dedos ao fecho das alças – que vai ficar ainda mais linda sem ela.

Hermione se debateu no colchão, fungando humoradamente, quando puxei a camisola para baixo, tirando o tecido delicado de seu corpo.

Hermione só faltou ter uma epilepsia de tanto rir quando passei a camisola contra minha bochecha, antes de jogá-la no criado-mudo.

Ela dobrou as pernas, numa tentativa fraca de me afastar.

– Sai, seu doido.

Acariciei seu ventre nu, me deliciando com a suavidade de sua pele. Ela uma sensação indescritível.

Hermione guinchou baixinho, parando de se contorcer.

Estimulado, continuei afagando sua pele, deslizando minhas mãos por seus braços.

– Hum... – ela mordeu o lábio, abrindo os olhos e me encarando humorada – o que é isso?

– Se chama massagem, gracinha – sorri, continuando a massagear seus pulsos – está tensa demais estes dias. Achei que ajudaria.

– Acertou – Hermione fechou os olhos, ainda sorrindo, suspirando enquanto eu continuava.

Sem tirar os olhos de Hermione, desci minhas mãos por suas pernas, acalentando seus tornozelos. Voltei para cima, acariciando delicadamente as angustiantes cicatrizes em forma de garras que haviam ficado em sua pele, conseqüência da última tarefa do Torneio Tribruxo do ano anterior.

Hermione pareceu notar meu semblante penalizado, pois ergueu a perna para afagar minha cintura com o joelho, de modo tranqüilizador.

– Tudo bem, Rony – ela murmurou, me encarando de modo tácito, antes de desmanchar a expressão séria com um sorriso malicioso – achei que, dada sua reação lá embaixo, íamos fazer algo mais empolgante.

Ergui uma sobrancelha, surpreso.

– Você quer mais empolgação? – outro sorriso maldoso cortou meu rosto.

Hermione corou delicadamente, fazendo um meneio descoordenado em direção á porta.

– Não seja por isso – comentei, me erguendo e indo em direção ao gaveteiro.

Vi Hermione se encolher e seus olhos se arregalarem quando retirei, de uma das gavetas, o chicote de três pontas que ela comprara na Victoria’s.

– Quando foi que você colocou isso aí? – ela grasnou, boquiaberta.

– Assim que você foi tomar banho – falei inocentemente.

Quase ri quando sua testa se franziu de modo petulante.

– Pensou em tudo dessa vez, não foi?

Sorrindo de modo perverso, voltei a subir na cama.

– Sim, eu pensei, Granger... de costas.

– O que?

– Você ouviu. Pode se virar.

Era impressão minha, ou Hermione parecia estar tão ansiosa com aquilo quanto eu?

Ela se virou, apoiando-se nos cotovelos e deitando a cabeça no travesseiro, fazendo uma expressão de agonia que eu sabia ser falsa.

Hum... – vamos ver... aonde eu começo?

– Como assim? – ouvi-a bufar – não vai ser num lugar só?

– Claro que não – funguei – não quero você vermelha como naquele dia.

– Não tem problema – mal acreditei quando Hermione murmurou.

OK. Agora eu não estava entendendo mais nada. Ela queria que eu a deixasse com vergões? Era maluca?

– Estou falando sobre a localização – ela acrescentou num tom de voz brincalhão.

Reprimi a risada que ia dar. Não queria que Hermione percebesse meu humor. Estava mais que disposto a botar um pouco de medo nela.

Pesei um pouco a haste do chicote em minha mão. Era bem diferente do chicote de montaria que eu usara da última vez.

Eu e minha maldita indecisão de quanta força usar. Machucá-la estava fora de questão.

Apenas como um teste, experimentei impulsioná-lo uma vez nas costas dela.

Hermione pulou embaixo de mim, como um animal eletrocutado.

– Ai!

Ela estremeceu, retorcendo os braços.

– Hermione?

Hermione ficou anormalmente rígida, ofegando, e não me respondeu.

Céus... será que eu a havia machucado?

Preocupado, soltei o chicote no chão e desamarrei seus pulsos. Sacudi seu braço, com o coração disparado.

Foi exatamente naquele momento que eu percebi o que era.

Mas já era tarde demais.

Porque foi aí que Hermione se virou, com a velocidade de um raio, e prendeu-se á minha cintura, impulsionando o corpo e ficando por cima de mim.

A corda que, momentos antes, esteve amarrada em Hermione, prendeu-se aos meus pulsos com um simples gesto de sua mão.

Mas que maldita!

– Hermione! – arfei, indignado – uma armadinha, sério? Achei que tinha se machucado, desgraça!

Hermione gargalhou, os olhos brilhando de malícia.

– Ah, não, Rony. Foi mal, mas eu não ia deixar você me dar o troco agora.

– Caramba, Hermione! – bufei, quase magoado. Qual é, aquilo tinha sido golpe baixo.

– Desculpa – ela se inclinou para me beijar, acariciando meu rosto enquanto colava os lábios nos meus.

– Desculpo não – respondi quando se afastou. Fiz uma expressão chateada.

Ela deu de ombros, erguendo os braços e suspirando.

Vi, já de estômago contraído, seus olhos ficarem prateados.

– Problema o seu, Rony. Problema o seu.

Pensei que ia morrer quando Hermione pousou a mão em minha barriga e disparou aquele arrepio do quinto elemento dentro de mim, fazendo todos os meus músculos se contraírem em alerta.

Como se eu já não estivesse atordoado, Hermione deslizou o corpo sobre o meu, e, antes que eu tivesse tempo para me preparar, cravou novamente a boca na minha.

O sangue parecia voar em minhas veias, meu coração já acelerado quase saindo do peito, meu corpo todo afetado pelos toques e beijos de Hermione. Sentir aquilo em sua forma normal já era extraordinário, mas aquela desorientadora satisfação que ela me infringia chegava a ser cruel.

Se era aquilo que eu provocava nela também, agora entendia por que Hermione ficava tão agoniada.

Derrotado, decidi aguardar que ela terminasse aquela lenta e deliciosa tortura.

Mas Hermione não parou.

Em vez disso, após um bom tempo trilhando beijos em minha pele, subiu ainda mais, as pernas arqueadas sobre minha barriga, o corpo erguido diante de mim, de onde eu podia ver toda a beleza de seu estonteante corpo.

E, na forma Wicca, ela não parecia nada menos do que uma deusa encarnada, os cabelos negros esvoaçando sem vento algum, e me encarando com uma crueldade delirante, através da prata em seus olhos

Peguei-me pensando, com um nó de ternura e arrebatamento na garganta, no como aquilo tudo podia ser meu.

Eu realmente não merecia ter aquele prazer maravilhoso da companhia de Hermione.

– O que está pensando, Rony? – ela deitou-se sobre mim, cruzando os braços sobre o meu peito.

Ainda com a taquicardia provocada pelo quinto elemento, franzi o cenho para ela, arfante.

– No como você consegue ser... tudo isso – balancei a cabeça, rindo – como consegue ser perfeita em tudo que você é e em tudo que faz.

Hermione piscou, parecendo surpresa.

E, para minha perplexidade, vi seu rosto contrair-se de choque, e seu rosto voltar á forma normal.

– Rony... –Hermione balançou a cabeça, debruçando o rosto sobre o meu e me dando um inesperado e carinhoso beijo na testa – quando vai entender? Não sou ninguém... sou igual a qualquer outra pessoa. Não tenho nada dessa perfeição que você diz – ela baixou o olhar e acrescentou, séria - pare de me tratar como alguém superior, por que eu não sou.

Num movimento gracioso, Hermione soltou as cordas que me prendiam, suspirando.

Ela pareceu temer que eu voltasse á prende-la, já que recuou alguns centímetros no colchão, as mãos pousadas na cama e o olhar tenso, ainda que interessado.

Naturalmente, me passou pela cabeça fazer exatamente isso.

Porém, apenas me aproximei e ofereci o colo á ela.

Hermione aceitou, ainda desconfiada, esgueirando-se para cima de minhas pernas e deitando a cabeça em meu ombro.

Funguei, divertido.

– Ah, Hermione... só você para fazer um abraço ser tão bom quanto umas chicotadas – brinquei.

Ela sorriu, beijando meu rosto.

– Desculpa estragar sua vingançazinha macabra.

– Tudo bem... acho que mereci essa lambada sua. Quem sabe na próxima.

Hermione riu, me abraçando ainda mais forte.

– Não vou aprontar mais nada. Invocar-me só por brincadeira acaba comigo – Hermione sacudiu o corpo, suspirando.

– Bom, então é melhor nossa poderosa Wicca descansar – beijei seus cabelos, afagando sua bochecha.

Hermione concordou, assentindo animada e me fazendo rir, antes de deitar na cama e me puxar consigo.

Abracei-a, também deitado, acarinhando seu braço.

Eu não sabia quem eu amava mais... se era a Hermione confiante, medonha e adoravelmente sedutora, ou a Hermione tímida, carinhosa e sensível.

Por via das dúvidas, eu ia ficar com as duas.

Hermione se encaixou em mim como um gatinho, me olhando de modo risonho.

Ficamos ali por um tempo, abraçados, até que ouvi, minutos depois, um leve e suave ressonar ao meu lado.

Com o carinho varrendo meu corpo, afaguei os cabelos de minha noiva, admirando a beleza natural e delicada de seu rosto adormecido.

Meu coração voltou á disparar quando pensei que, em breve, aquela garota maravilhosa passaria o resto da vida ao meu lado.

E não podia deixar de me sentir o cara mais sortudo da face da Terra.

Durante aqueles últimos três anos, vira personalidades dela que haviam tanto me maravilhado quanto amedrontado. Eu a vira se tornar a vampirizada controlada, a menina ansiosa em busca dos pais, a maior bruxa dos últimos séculos, a mulher impetuosa e sensual, a garota meiga e amorosa.

E podia dizer com toda a certeza que amara cada uma delas, como não podia deixar de ser.

Apesar de tudo, ainda estávamos juntos. E assim iríamos permanecer.

Ainda havia toda a ameaça que pairava ao nosso redor, naturalmente.

Mas de uma coisa eu sabia.

Aquele cordão com o qual minha vida se amarrara a de Hermione podia se esticar. Podia se enrolar ou até se emaranhar.

Mas, com certeza, jamais voltaria a se romper.

Sentindo uma paz de espírito que há tempos não me invadia, adormeci aos poucos, ainda pensando no que o futuro poderia em breve nos reservar.


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Notas finais do capítulo

Então? Comentários? Dicas de hots, que eu estou MUITO necessitada?. Protestos?
Beijinhos e até o próximo!



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