A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta


Capítulo 36
Meetings - Part 2


Notas iniciais do capítulo

Oie, mini-Wiccas!
Desculpem o capítulo sem graça. Reação natural minha para chegar logo ao hot (oh, sim teremos MAIS hot em breve!).
Não, mentira. estava sem criatividade mesmo. Desculpem. Não hesitem em me apedrejar lá embaixo.
Boa leitura!



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RONY

Hermione estava absolutamente perplexa, enquanto encarava, nas mãos trêmulas, o pequeno objeto de cor negra.

– Isso é sério? – arfei, incrédulo – o cara pirou? Sabe o que alguns dariam para por a mão nisso aí?

Hermione engoliu em seco, me encarando.
Angustiou-me ver o como seu rosto tão adorável havia empalidecido e emagrecido com as últimas semanas.

– Ele sabe... – ela baixou o olhar para a Pedra – é por isso que confiou-a á mim. Provavelmente acha que estará segura comigo.

Suspirei, afagando suas mãos.

– E vai estar não é? Podemos devolvê-la quando terminarmos – franzi o cenho, pensativo – Harry está sugerindo que ressuscitemos Becky e Leopold, para extrairmos informações? E seu tio?

– Talvez... exceto meu tio... ele já é um fantasma de subconsciente, não pode ser ressuscitado com a Pedra – ela mordeu o lábio – mas, Rony... – seus olhos voltaram para mim, e estavam arregalados de medo – é errado. Fazer isso apenas para obter informações? Seria como violar o descanso deles! Não posso fazer isso? E se eles não se forem quando tudo acabar? Se continuarem aqui, sofrendo?

Abracei-a antes mesmo que a primeira lágrima caísse.

– Acho que eles iriam querer te ajudar, Hermione. E, se for do nosso desejo e do desejo deles, todos voltarão a desaparecer. Harry me contou que isso aconteceu na Floresta proibida, quando foi se entregar para Voldemort...

Hermione afagou a Pedra da Ressureição, hesitante, antes de assentir.

– Tem razão...mas temos que fazer isso em outro lugar.

– Vamos voltar para o quarto – abracei sua cintura, beijando sua testa.

Enquanto caminhávamos de votla para casa, porém, as palavras de Calíope, momentos atrás, voltaram a assombrar minha mente.

Há uma conspiração. Alguém em sua confiança irá lhe trair. O inimigo terá oportunidade de se redimir. O sangue da família será derramado. A criança amaldiçoada escolherá a luz ou as trevas. A Morte acompanha o Mal que a cerca. Sua alma será quebrantada. A Fênix será queimada”

Estremeci. O conteúdo da nova profecia era assustador.

E meu coração doía de forma insuportável só de imaginar que quase tudo que estava oculto sobre o enigma da profecia faria Hermione sofrer ainda mais.

Por que ela? Por que não eu, ou qualquer outro bruxo? Por que as piores coisas pareciam acontecer apenas com as melhores pessoas?

Eu tentava me consolar com o fato de que, talvez, minhas perguntas seriam respondidas pelos nossos falecidos amigos, assim que chegássemos á Toca.

_____________________O_________________________

Após eu garantir que todo o quarto estava fechado, sentei em uma cadeira, aguardando Hermione usar a Pedra da Ressurreição.

Mas ela ainda estava atônita, parecendo apavorada com a idéia de rever os amigos mortos.

– Não sei se consigo... – Hermione apertou a mão que lhe estendi quando em aproximei – é... é anormal... é...

– Apavorante. Eu sei – beijei sua bochecha – mas tente. Não vai ter que fazer isto nunca mais.

Hermione ergueu a Pedra nos dedos, parecendo finalmente decidida.

Assisti, calado, Hermione girá-la graciosamente três vezes na palma da mão.

Pulei na cama quando as luzes do quarto piscaram, enquanto uma nuvem densa e etérea de fumaça surgiu á nossa frente.

Vi Hermione empalidecer ainda mais quando a fumaça disforme tomou duas formas distintas. Uma aumentou de tamanho levemente, enquanto outra encolheu. A nuvem finalmente se separou, terminando de conjurar as duas figuras familiares diante de nós.

Ouvi Hermione guinchar, aflita, quando as formas sobrenaturais de Becky e Leopold surgiram no quarto.

Becky se encolheu, com os olhos saltados, aparentando pavor em ver-se novamente neste plano de existência.

Leopold, ao contrário, parecia quase conformado, pois abriu um sorriso satisfeito ao ver Hermione.

– Realmente genial – brincou Leopold. Ouvi-o rir, um eco aflitivo de sua forma viva – idéia de seu amigo Potter, não?

Hermione ergueu-se, as mãos cobrindo a boca para abarcar um soluço.

– Leopold – ela gemeu entre os dedos, os olhos brilhando.

– Não chore, minha menina – Leopold se aproximou, fazendo Hermione enrijecer – não tenha medo. Fico feliz que tenha feito isso... mal pudemos nos despedir.

A mão de Leopold se ergueu, opaca, na direção de Hermione.

Hermione levou os dedos á mão de Leopold, tentando tocá-la. Ela estremeceu quando seus dedos se tocaram.

Uma enchente de angústia me invadiu, quando percebi que ela não conseguiria segura-la.

– Eu... eu fiquei tão perdida, Leopold – Hermione soluçou de novo, as lágrimas finalmente invadindo seu rosto.

– Eu sei, meu anjo – Leopold suspirou, triste – queria ter podido te ajudar. Mas Rodrick me capturou antes que eu pudesse fazer qualquer coisa.

– A culpa foi minha! Devi-a ter te impedido... – Hermione abraçou o próprio corpo, e pareceu se descontrolar quando pousou o olhar em Becky – podia ter impedido que vocês morressem!

– Não, querida, não podia – Leopold me olhou de esguelha – havia vidas muito mais importantes do que a minha para você proteger. E todos nós sabíamos dos riscos.

Becky se aproximou, dando um sorriso para a dona.

– O senhor Leopold tem razão, menina Granger!

Hermione caiu de joelhos antes que eu pudesse abarcá-la.

Ela levantou a mão na direção da elfa, a tristeza invadindo sua expressão.

– Ah, Becky...

– Não fique triste não, menina Granger – Becky envergou a cabeça, tentando acalmá-la – Becky fica feliz que a dona dela não estava lá naquele dia! Podia ter se machucado! Becky nunca ia se perdoar se a menina Granger se machucasse por causa de Becky!

– Quem foi que fez isso com você, Becky? – a expressão de Hermione tomou um tom feroz – quem incendiou a casa de meus pais?

A elfa baixou o olhar, parecendo envergonhada.

– Ah, menina Granger. Becky não sabe. Becky só lembra que alguém entrou na casa e botou fogo em tudo. E Becky mandou os pais da menina Granger fugirem, e tentou descobrir quem era. Mas então... – Becky tremeu – Becky sentiu alguma coisa doer muito... bem aqui – ela apontou para o próprio peito, parecendo arrepiada - e tudo ficou escuro.

Hermione arquejou, horrorizada.

Becky pareceu perceber que estávamos agoniados, pois continuou.

– Mas valeu a pena! Por que os pais da menina Granger se salvaram! – ela baixou as orelhas, hesitante – estão bem, não estão?

– Sim... – Hermione pousou as mãos no chão – graças a você, Becky. E eu nunca vou poder retribuir...

Becky fez algo que ninguém esperava. Ela riu.

– Mas a menina Granger já fez isso! Foi uma dona maravilhosa para Becky! E se tornou a Wicca que Becky sempre quis que ela fosse!

– Ela tem razão, Lontrinha – Leopold balançou a cabeça, sorrindo – olhe só para você. Poderosa e fantástica como nunca imaginamos que seria. Estou orgulhoso da Wicca que você se tornou, Hermione.

Hermione baixou a cabeça.

– Porém, acho que não foi apenas por isso que vocês nos chamaram, não é? – Leopold me indagou, curioso.

– Não... – me adiantei, vendo que Hermione não estava em condições de falar – além de querermos saber quem... – estremeci – quem fez isso á Becky... precisamos de ajuda... – arfei, angustiado – Hermione recebeu outra profecia.

Isso pareceu surpreender Leopold.

– Outra? – ele pousou a mão na cabeça fantasmagórica de Becky... – qual o conteúdo dela?

Repeti as palavras de Calíope para Leopold, que pareceu ficar menos sereno quando concluí.

– Bom, já sabemos que alguém próximo irá trair Hermione, o que é um péssimo sinal – ele disse, sério – mas esta pessoa inimiga... seja lá quem for, provavelmente irá se redimir ajudando-a em algum momento.

– O sangue da família será derramado – estremeci novamente – quer dizer que alguém da família dela irá morrer?

– Talvez não – Leopold franziu a testa – pode estar se referindo á família Wicca. Talvez se refira á um parente consangüíneo, ou á uma família de sangue puro, até mesmo ao próprio Wicca Negro... as possibilidades são muito grandes. Qualquer um da linhagem dela pode ser a vítima.

– A criança amaldiçoada escolherá a luz ou as trevas – Becky recitou – a criança da maldição da Wicca, talvez. A menina Granger talvez terá que fazer outra escolha, outra vez! Ela foi a criança da outra profecia!

– Faz sentido – já estava ficando preocupado com a falta de reação de Hermione; ela só ouvia nossa conversa, com a expressão aflita - A Morte acompanha o Mal que a cerca. Sua alma será quebrantada. A Fênix será queimada.

– Essa última frase...

Todos se voltaram para Hermione, que finalmente voltara a falar.

– Também não sabemos o significado, Hermione – Leopold comentou - sua alma será quebrantada – ele arfou.

– Coisa boa não pode ser – Becky falou, penalizada.

– Essa parte já aconteceu, não foi? – Hermione disse, com a voz estrangulada – eu perdi vocês... – ela balançou a cabeça – e não vou suportar perder mais ninguém.

– E não vai – respondi, segurando-a e ajudando-a a levantar – vai ficar tudo bem, Hermione... – olhei em desespero para Leopold – não vai?

Leopold e Becky se entreolharam.

– Não acabou ainda, Rony. Vocês ainda vão ter que enfrentar algumas coisas... o defeito de todas as profecias é justamente não saber quando ocorrerão – Leopold disse em voz baixa, olhando bondosamente para Hermione – mas eu ficaria despreocupado, Hermione. Tenho absoluta fé em você. Sei que fará as escolhas certas.

– Por que confiam em mim? – Hermione ergueu a cabeça, se encolhendo em meus braços – eu... eu posso perder o controle... já aconteceu uma vez...

Balancei a cabeça, apertando-a em meu abraço. Não, ela não tinha que se punir por aquele dia. Fora um acidente... ela nunca teria machucado ninguém.

– Todos nós temos nossos dias ruins, Lontrinha – Leopold sorriu – não esperamos que seja perfeita em tudo que faz, ou que nunca cometa erros. Ninguém é perfeito, nem mesmo uma Wicca. É isso que nos torna humanos. É isso que te faz humana... e que te mantém assim.

– Minha senhorita vai conseguir! – Becky esganiçou, sorridente – Becky fica feliz por ter servido uma bruxa tão bondosa e poderosa quando a menina Granger!

Hermione finalmente esboçou um sorriso, levemente ofuscado pelos soluços que ainda a sacudiam.

– Eu... – ela pousou a testa na minha, parecendo insegura – obrigado, Leopold. Becky...

– É como você descobriu no ano passado, Hermione. As profecias são instáveis, de acordo com as decisões que a pessoa a quem elas se referem toma. Não se acate á ela. A única que poderá determinar seu Destino será você.

Hermione encarou a Pedra que ainda estava em sua mão, parecendo engolir em seco outra vez.

– Não quero que vocês voltem... – ela falou em voz baixa – mas sei que devem voltar.

Leopold sorriu.

– Você entende as pessoas de um modo que ninguém entende. Você vê detalhes que ninguém vê. Percebe o ponto onde pode avançar ou retroceder – ele vincou a testa – se você é o que chamam de bruxa nascida trouxa, precisamos de mais milhares como você neste mundo.

Ergui o olhar para Hermione, assentindo.

– Pelo menos vou poder me despedir desta vez.

– Claro que vai... – Becky ergueu a mãozinha translúcida, tocando, surpreendentemente, os dedos em riste de Hermione.

Hermione abriu um sorriso. Parecia, por um momento, finalmente sentir os dedinhos imateriais de sua adorada elfa.

– Adeus, Becky... minha pequena amiga... irmãzinha. Obrigada por tudo... á vocês dois.

– Adeus, menina Granger – Becky recuou, se juntando a Leopold.

Ele assentiu para Hermione, indicando a Pedra da Ressurreição.

Hermione aquiesceu, girando novamente a Pedra no sentido anti-horário, com um esgar de tristeza no rosto.

Antes que as formas de Becky e Leopold começassem a se dissipar, ainda pudemos ouvir a voz de nosso amigo em meio á fumaça.

– Nosso tempo aqui acabou, Hermione. Mas o de vocês não. Enfrente e vença por nós. Ame e viva por nós. Adeus, minha menina.

Senti meu coração galopar quando a nuvem se tornou mais espessa e engoliu Becky e Leopold.

Senti meu estômago pular por algum motivo desconhecido. Assim como a ardência estranha em meus olhos.

Assim que os dois desapareceram do quarto, Hermione estremeceu em meus braços.

– Tudo bem, Hermione – abaixei-me para que ela abraçasse meu pescoço e deitasse a cabeça em meu ombro – tudo bem.

Hermione aceitou de bom grado meu abraço, sufocando o choro em meu ombro.

Acalentei-a nos braços, esperando que se acalmasse.

Quando finalmente ergueu a cabeça, ainda com o rosto inchado de chorar, Hermione voltou o olhar para o ponto onde Becky e Leopold haviam desaparecido.

– Eles sabiam o que estavam dizendo, não é? – suspirei, aliviado, quando ela forçou um sorriso torto.

– Sim... agora acredita em mim? – acariciei seus cabelos – tudo vai dar certo, Hermione.

Hermione beijou minha testa de modo tão carinhoso que fez meu coração já acelerado disparar de ternura.

Ficamos ali o resto da tardinha, simplesmente fazendo companhia um para o outro.

O medo ainda me agitava o estômago, ao pensar na premonição de Calíope. Mas as inquietações e as psicoses em mim podiam ser ocultadas por ora.

Eu tinha que parar, assim como Leopold dissera para Hermione, de deixar de viver, pelo medo e pela angústia. Tinha que aproveitar cada momento com Hermione e minha família. E viver, quanto tempo me fosse permitido, apoiando-a, lutando com ela – e por ela - em tudo que viéssemos a enfrentar no futuro próximo.

Claro que, como sempre, eu não fazia idéia do quando uma floresta em chamas ainda poderia arder.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Coices? Patadas?
Até o próximo!



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