A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta


Capítulo 32
Climb


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Novo capítulo PARA NOOOOSSSA ALEGRIA! (#soquenao kkkk)
Lembrem do que eu disse. Preparem seus baldes e vamos lá.
Boa leitura!



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RONY

As lágrimas inundavam meu rosto á medida que eu desaparatava.

Meu coração estava completamente destruído, ressoando umas poucas batidas, tão patético quanto uma formiga que se debatia, esmagada, após ter sido pisoteada.

Eu não fazia a menor idéia de para onde ir. O que fazer... só tinha que fugir. Ficar longe dali...

Ficar longe de Hermione.

Encarei minhas mãos trêmulas, sentindo outra pancada em meu peito, lembrando do que elas haviam feito há poucas horas atrás.

Como eu havia sido idiota... tinha vontade de vomitar só de pensar no como eu podia ter causado desgraças ainda maiores.

Eu só tinha que protegê-la... defende-la de si mesma. E tudo que eu fiz foi feri-la.

A consciência de que eu finalmente havia machucado Hermione, de que havia sido capaz de causar aquilo... saber o quanto podia ser subjugada e ferida por mim...

Meu estômago não agüentou.

Assim que toquei o chão, procurei a lixeira mais próxima. Ainda suava frio assim que terminei, estremecendo.

Quantas vezes eu não havia visto, percebido, tido provas de que nunca fora digno o suficiente para Hermione? Que nunca seria o que ela realmente precisava e merecia? Depois de tantas vezes que eu a magoara, que eu a machucara, eu devia esperar que aquilo um dia acontecesse.

E eu havia sido um completo iludido, simplesmente permanecendo ao lado dela, alimentando esperanças de que tudo fosse dar certo. Que eu poderia fazê-la verdadeiramente feliz. Devia ter me afastado há muito tempo, para que ela nunca tivesse sequer precisado se envolver comigo.

Ter pedido-a em casamento agora parecia a maior idiotice. Uma tentativa infantil minha de lutar contra o Destino, que nunca havia tido planos para nós dois.

E eu sabia que nunca poderia suportar ficar ao lado dela enquanto isso provocasse sofrimento á Hermione. Ela nunca deixaria de sofrer se vivesse ao meu lado. Eu preferia mil vezes me afastar, fazendo-a sofrer de uma vez, antes que finalmente encontrasse uma pessoa melhor, do que pateticamente sonhar que nunca causaria mais nenhum dano á ela pelo resto de minha vida.

O tempo iria, um dia, curar as feridas de nossos corações.

Por hora, eu só precisava me afastar.

Mas para onde?

Eu nem tinha parado para pensar no que isso causaria á minha família. Como reagiriam quando soubessem que eu havia partido?

Eles também se conformarão um dia”, minha mente tentou me poupar.

Sim... eles poderiam também se acostumar com minha ausência. Até por que eu nunca fora bom nem mesmo para ser um filho ou um irmão. Não era preciso ser gênio para ver que eu nunca trouxera um real motivo de orgulho para minha família.

Ainda estava tão atordoado, que nem conseguia raciocinar. Eu precisava de um lugar para por as idéias em ordem, antes de qualquer coisa.

Por uma súbita inspiração, apalpei o bolso da calça jeans que usava. Havia sido a mesma roupa com que eu fora visitar Darel e Nyree, algumas semanas atrás.

Parei, pasmo.

Eles iriam entender. Eu podia conversar com eles... tentar acalmar minha mente confusa e angustiada.

Olhei ao redor. Havia aparatado perto da casa deles, apenas algumas quadras adiante.

Com o coração aos pulos, corri em direção á Rua Black Horse.

______________________O___________________

Darel não podia estar mais surpreso quando me recebeu á porta.

– Rony? – ele arfou, espantado – puxa...a que devo a visita?

– Eu... queria falar com vocês. É urgente.... – ofeguei, ainda arfante com a corrida até a casa de Darel.

– Ora essa.. – ele olhou para dentro, ansioso, quando ouviu o berro infantil que soou dos fundos – pode entrar. Venha...

Enquanto entrava, percebi que a atmosfera da casa já estava tensa antes mesmo de minha presença ali. Darel parecia perturbado, e eu ouvia, arrepiado, o choro premonitório de Tamahine.

– Ela... – murmurei, sem graça.

– Sim... vai fazer quase meia hora – Darel engoliu em seco – e o pior é que, como sempre, nem sabemos quanto tempo falta para o que quer que ela esteja prevendo.

Entramos na sala de estar, onde Nyree tentava, em vão, acalmar a filha.

– Rony – ela exclamou, surpresa.

– Cheguei em má hora, pelo visto – mordi o lábio, preocupado.

– Não, imagine – Nyree balançou a cabeça – acho que sua visita veio a calhar para desviar nossa atenção. – ela fechou os olhos, exausta.

Pobre Nyree... devia ficar arrasada toda vez que a bebê tinha suas crises de premonição. Nenhuma mãe deveria passar por aquilo.

Fui até Nyree, erguendo os braços.

Tamahine virou o rostinho para mim, as lágrimas ainda manchando suas bochechinhas. Ela parou de chorar subitamente, me encarando.

– Vem, Tama. Vem com o Rony...

Ela olhou de mim para a mãe, piscando, ainda angustiada e soluçante. Porém, virou-se na minha direção, erguendo o corpinho para que eu a pegasse.

Nyree só assistiu Tamahine se aninhar em meu colo, ainda me fitando, com os olhinhos azuis ainda espremidos de tensão.

– Tememos que tenha á ver com vocês – Darel disse, desanimado – viu como ela parou de chorar quando você apareceu?

Engoli em seco.

– Prefiro pensar que foi só coincidência, Darel. As coisas já não estão muito boas, mesmo sem a visão dela.

– O que aconteceu, Rony?

Suspirei.

– Espero que não me desprezem quando eu terminar – gemi, desanimadamente.

.- Claro que não, Rony – Darel vincou a testa – iremos ouvir sem julgar.

Olhei para aquelas três epssoas tão querida, sentindo meu peito se apertar num nó.

Então contei á eles tudo que havia acontecido depois da transfiguração de Hermione na casa dos Granger. Como Darel já deveria ter contado á família sobre a matéria que abafara o caso, eles já sabiam o que havia ocorrido.

Quando terminei, cabisbaixo, nenhum dos dois pareceu querer esboçar reação.

Porém, quando eu menos esperei, Nyree bufou, com convicção.

– Você vai voltar, Rony.

– O que? – grasnei – não vou não!

Ela se levantou, e, para meu assombro, Tamahine se encolheu, me olhando como se dissesse “não sabe com quem você está lidando, cara”.

– Ah, vai sim – Nyree levou as mão á cintura – escuta aqui, garoto. Você ama ela. Hermione ama você. Então não venha com essa história furada. Você não alimentou Hermione durante a vampirização por que não era digno de estar com ela. Não arrastou meu futuro marido por toda a Austrália em busca dos pais de Hermione por que não era digno de ser namorado dela.

– Mas Nyree...

– E – ela aumentou o tom, tácita – não noivou com essa garota, nem ajudou-a por cada segundo durante os treinamentos de Wicca, para vir até minha casa e dizer com toda a inocência e pureza que está abandonando minha amiga por um motivo tão besta. Nobre, claro. Lindo de tão românico. Mas inútil e miseravelmente besta.

Mesmo perplexo com a inusitada desinibição de Nyree, eu conseguira captar o que ela dissera.

Ela tinha razão. Se esse tempo todo eu sabia que nunca teria um futuro verdadeiro com Hermione, o que me levara á segui-la aonde quer que fosse? Por que não conseguira me afastar? Por que diabos eu teinha me deixado envolver?

Por que, agora, eu me sentia mal por querer me afastar?

– Hermione ama você, Rony – Nyree disse bondosamente – e você sente o mesmo por ela. Um vinculo desses... – ela sorriu- não se dissolve desse jeito. E Hermione tem razão... acidentes acontecem... – ela ergueu a prótese que eu sabia haver em seu braço – nem sempre vamos estar o tempo todo ao lado de quem amamos para evitar alguns problemas. Nem sempre vamos ficar ilesos... mas isso não significa que o amor não esteja lá...

– Nem significa que não vá perdurar.- Darel se aproximou da esposa, beijando sua testa.

Afaguei a cabecinha de Tamahine, que esboçara um pequeno sorriso para mim, deitada em meu ombro.

Olhei para meus amigos, sem graça.

Meu Deus... eles tinham toda a razão.

Mesmo que eu não fosse o suficiente par Hermione... se ela me amava, nunca conseguiria superar minha partida.

Não seria completamente feliz ao meu lado... mas tampouco seria feliz outra vez se eu deixasse de ficar.

Ainda assim, meu medo de feri-la – em qualquer sentido que fosse – ainda me assombrava.

– E se eu perder o controle, Nyree? E se eu for mais perigoso para ela do que qualquer outra pessoa? Com o Wicca...

Parei, engasgado.

– Exatamente, Rony – Nyree enfatizou – Hermione está apavorada. Enlutada. Precisa de você mais do que nunca... acha mesmo que ela conseguirá lidar com tudo... que ela terá alguma chance contra esse Wicca, sem você ao lado dela, mesmo que aó para fortalecê-la e apoiá-la?

Olhei para ela, cabisbaixo.

– O Ministério está ao lado dela. Com tantos bruxos competentes... eu posso acabar só atrapalhando.

– Ah, me poupe, Rony – Darel bufou – você vira dragão, cara! É um auror! Não venha discutir sua competência dentro de um novo confronto, por que não vai rolar, garoto. Você e Hermione já resolveram um problema destes sem dramas nem nada!

Meu coração quicava dewntro do peito.

Tudo que eles diziam fazia sentido...

Agora que eu parara para pensar... céus. O que eu avia feito...

Tinha deixado Hermione. De verdade. Com a sincera intenção de nunca mais voltar. De nunca mais ver seu rosto, ou seu sorriso. De nunca mais sentir seu corpo junto ao meu, sua respiração em minha pele. Nunca mais poder sentir seu coração contra meu peito.

Tinha dito coisas que, provavelmente, haviam aumentado ainda mais as feridas de seu coração já machucado.

O arrependimento me varreu, tão sufocante que quase extraiu todo o ar de meu corpo.

Eu realmente tinha achado que conseguiria fazer aquela loucura?

Por mais que fosse egoísmo de minha parte – mesmo depois da lição de moral dos Williams – eu sabia que nunca conseguiria ir embora. A saudade me mataria antes mesmo que eu cogitasse pegar um avião ou coisa parecida.

E, mesmo que trouxesse conseqüências terríveis, Nyree me havia aberto os olhos.

O meu lugar era ao lado de Hermione. Sofrendo ou não, correto ou não, era um fato.

Pelo menos, se eu quisesse meu coração ainda batendo no peito, teria de ser assim.

Por que não haveria uma vida para viver se eu não estivesse com ela.

Olhei para Tamahine, que começara a balbuciar, mais calma, em meu colo.

Assenti para Nyree, finalmente decidido.

– Eu vou voltar.

– Claro que vai – Darel riu – já deve estar se roendo de saudade – ele bateu de leve em meu braço – então vaza logo daqui, e vai encontrar Hermione na esquina... – Darel olhou o elogio em seu pulso – em uns cinco minutos.

– O que? – indaguei, confuso.

Nyree estava com uma expressão conspiradora.

–Vocês chamaram Hermione? - guinchei, abobado.

– Sim – Nyree assentiu, marota – assim que você entrou, vi que coisa boa não era. Mandei um patrono para Hermione... ah, eu te mostrei minha varinha nova? – ela gargalhou, erguendo-a na minha direção.

– Dane-se sua varinha nova – arfei, saltando do sofá e praticamente jogando Tamahine nos braços de Darel – droga, Nyree. Eu te odeio.

– Você vai me agradecer um dia, Rony – ela exclamou, risonha, enquanto eu disparava corredor afora – estamos só retribuindo seu serviço de cupido na Austrália!

Revirei os olhos quando ouvi Darel gargalhar, enquanto saía pela porta, agoniado.

Desci os degraus do batente, olhando num átimo para a rua deserta.

O único movimento nela era a de um carro preto de aspecto oficial virando a esquina e entrando na Black Horse.

Eu reconheci, ao mesmo tempo tenso e quase aliviado, o tipo de automóvel que os funcionários do Ministério da Magia usavam quando não queriam chamar a atenção em território trouxa.

E aquele ali, com uma placa reluzente, ladeada por um brasão, era sem dúvida o carro da Juíza.

Eu não me importei que tivesse dito e feito todas as coisas horríveis das últimas duas horas. Esqueci-me que provavelmente Hermione deveria estar magoada – e também furiosa. Esqueci até mesmo que o mundo tinha um eixo que não fosse o rosto inconfundível e adorável que se aproximava lentamente dentro do veículo que vinha em minha direção.

Nós íamos nos acertar. Sim, se fosse preciso, eu ajoelharia ali mesmo, disposto a fazer o possível e o impossível para que ela me perdoasse.

E, conhecendo-a como eu a conhecia, sendo o anjo que era, talvez não fosse tão difícil assim.

Mesmo que eu tivesse de suportar algum castigo, eu o faria.

Mesmo que Hermione quisesse fincar uma faca em meu peito. Eu apenas conseguiria sorrir, se isso pudesse compensar o estrago que eu tinha feito... não só agora, mas por todos aqueles últimos anos.

Simplesmente fiquei encarando o reluzente Porsche negro se preparando para estacionar.

Mal me atrevia a sorrir com a tensão que revirava meu estômago. Eu iria me jogar em sua direção assim que saísse do carro, abraçá-la e implorar para que me desculpasse. Eu precisava fazer aquilo, se quisesse que minha mente ficasse novamente em paz.

Foi quando senti um arrepio inusitado.

Algo estava errado.

O pequeno lampejo que rutilou atrás do carro não foi o suficiente para que eu soubesse o que estava por vir.

E eu nunca teria esperado ver a visão horrenda que se seguiu.

Só pude assistir, sentindo minhas estruturas caírem por terra, minha garganta gritar e meus olhos já mergulhados em lágrimas, uma explosão descomunal impulsionar o carro para cima, onde foi engolido pelas chamas que se espalharam rapidamente pela rua.

– HERMIONE!!!


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Notas finais do capítulo

(Desvia das pedras)
Ei. estou sofrendo também. TÁ?? rsrs
E aí... ameaças de morte, avadas, opinões?
Kissus e até o próximo!



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