A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta


Capítulo 1
The Beginning of a New Life


Notas iniciais do capítulo

OÊ, PESSOAS! Voltei PARA NOOOOOSSA ALEGRIA!!! (#sóquenãoBia)Como prometido, nova temporada, novas tretas, novos hots, novos tudo...Avisando que, talvez, só vou poder postar de uma a duas vezes por semana...Boa leitura, minha gente!



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HERMIONE

Ouvi, arrepiada, o som do prato se quebrando na cozinha, seguido do grito

– Ah, não!

Desci as escadas, ainda de camisola, querendo presenciar o piripaque de desculpas que já ia acontecer em seguida.

– Desculpa, senhora Granger! Desculpe, perdão, perdão...

Quando cheguei, ri baixinho quando finalmente pousei meus olhos na cena.

Mamãe parecia morder a língua para segurar o riso, com uma expressão mista de pena e humor. O prato jazia quebrado em vários pedaços no chão agora ensopado, e uma coisinha pequena e chorosa, inclinada para nós, apertava as mãos uma na outra, trêmula e com os olhos saltados.

– Ora, querida, não foi nada..

– Bom dia... – falei, atraindo a atenção das duas para mim.

Vi as orelhas de morcego de Becky se erguerem no alto, como um cachorrinho que foi pego em flagrante.

– Menina Granger... eu a acordei?

– Não, já estava acordada...

– Bom dia, filha... – mamãe sorriu, fazendo menção de se inclinar para o chão, em direção aos cacos.

Becky deu um gritinho de dar nós nos rins e encarou minha mãe, quase com raiva.

– Não, não e não, senhora Granger! Becky vai recolher tudinho! Becky fez bagunça e Becky vai limpar! Por favor, tire as mãos do chão!

O autocontrole de mamãe finalmente pareceu acabar. Ela se retirou da cozinha, deixando a elfa atônita arrumando a bagunça, e, por fim, desabou no batente da porta, rachando o bico.

– Hermione... – ela balançou a cabeça – eu sabia o como ia ser estranho daqui em diante depois que você trouxe a elfa... – mamãe curvou a cabeça, rindo – mas fico desconcertada quando ela faz isso...

– Só você, não é? – brinquei, acotovelando-a de leve.

Aquilo era só um efeito colateral da conversa que eu tive com meus pais quando finalmente voltei a Londres, ao fim do último ano letivo.

Explicar toda a história dos Wiccas, sobre a profecia e a batalha em Beauxbatons, ocorrida no ano anterior, não foi nada fácil. Papai simplesmente parecia ficar cada vez mais horrorizado com tudo que eu lhes contava. Meu velho quase teve um ataque do coração quando citei meu confronto com Rodrick Carrow... coitado – do meu pai, não de Rodrick.

Mas, para meu alívio, como sempre, eles não haviam feito mais questionamentos – exceto minha mãe, quase indignada com a idéia de uma coisinha tão fofa e boazinha como Becky trabalhar de empregada para nós. Porém, tudo foi acertado aos poucos, e a única reivindicação deles com relação á todos os assuntos foi de me fazer prometer que iria á entrevista de emprego no Ministério da Magia – o cargo que Oliviene me oferecera.

– É uma chance de ouro, Hermione! – papai me dissera – você tem que aceitar!

E eu ia. Merda, eu ia sim. E já ia imaginando as cagadas que faria. Julgar pessoas? Julgar pessoas? Quem fora o animal que inventara aquele emprego?

A única coisa que eu ainda não falara para eles era sobre algo que, em breve, meus pais teriam de saber.

Meu futuro.

Ou melhor... o futuro de nós dois.

Cassete... papai ia ter um AVC.

Eu quase tivera um treco digno de incendiar a linha telefônica com as mãos quando atendi a ligação na noite anterior, sentindo meus joelhos tremerem quando reconheci a voz familiar, brincalhona e carinhosa do outro lado da linha.

– Alô? Da casa dos Granger?

– Ainda não sabe usar o telefone, Rony? – funguei, rindo – quase me ensurdece aqui...

– Hum... – droga, eu odiava quando ele murmurava daquele jeito... fazia uma quentura nada decente correr dentro de mim – desculpa ligar tão tarde... só consegui achar um tefelone á uns cinco quilômetros da Toca...

– Telefone, criatura – corrigi – fala logo o que você quer, mané...

– Malcriadinha hoje, hein... – a voz do outro lado da linha baixou, ficando completamente perigosa, mas ainda humorada – ah, se eu estivesse aí...

Ah, se ele estivesse ali... minha nossa. Impressão minha, ou o quarto havia ficado absurdamente quente?

Eu já estava escorrendo toda no criado-mudo, dependurada no gancho, agarrando o fone como se pudesse puxar Rony de dentro dele.

– Você faria o quê? – provoquei-o.

Senti meu estômago despencar de carinho quando ele respondeu, ligeiramente tímido.

– O que você quisesse. Qualquer coisa.

Fiquei sem graça com o tom suplicante e submisso dele... puxa... aquela situação de noivos era mesmo estranha.

– Estou com saudade – guinchei, sentindo meus olhos arderem bobamente.

– Eu também, Hermione... dói muito sem você aqui...

– Vem me visitar – pedi.

– Era sobre isso mesmo que eu queria falar – Rony pareceu repentinamente inseguro – acho que está na hora de contar aos seus pais sobre... hum... nossos planos.

Ah, sim. O casamento.

Papai realmente ia ter um AVC.

– Rony...

– Não estou dizendo que vamos planejar tudo agora – ele acrescentou, ansioso – mas acho que devíamos deixá-los cientes do que vamos fazer.

– Sim...

– Amanhã.

Epa.

– Oi?

– Vou ir até aí amanhã.

Ele devia ter pirado.

–Ficou doido? Papai vai te fritar com farofa...

– Não é má idéia. Assim eu fico mais gostoso.

Ele realmente tinha pirado.

Tive que enfiar a mão no rosto para sufocar o riso.

– Você não vale nada, Rony – gargalhei entre os dedos.

Ouvi-o rir do outro lado da linha.

– Senti tanta falta da sua risada... – ele suspirou – vou matar essa saudade logo... estou louco pra gente se ver de novo...

Arfei baixinho, me sentindo arrepiada. Como ele ainda conseguia me fazer sentir aquilo?

– Amanhã... – sorri – o mais cedo possível.

– Já estou aí – ele brincou – boa noite.

– Boa noite – murmurei.

Senti uma umidade tola nos olhos quando ouvi a linha desligar.

Meu Deus... quanta saudade...

Becky apareceu do nada no quarto.

– Becky! – levantei da cama, assustada – não é possível... você faz isso pra me assustar mesmo, né?

Becky baixou a cabeça, mordendo o lábio.

– Na verdade... – ela ciciou – Becky fez por travessura sim, menina Granger... fiz mal?

Minha expressão brava se desmanchou, substituída pelo riso.

– Você é muito fofa pra eu ficar zangada com você... – ergui os braços para Becky, que veio até mim, tímida – pode me assustar a hora que quiser...

Becky riu, dando um rápido abraço em mim e se sentando ao meu lado na cama.

– Então... o menino Weasley vai vir para cá?

–Vai... – olhei para a elfazinha careca de olhos azuis, sentindo minha tripas darem um nó – meu pai vai matar ele... não, vai matar nós dois...

– A senhorita é Wicca... ele não ia conseguir – Becky grasnou, com o cenho franzido, me fazendo rir ainda mais.

– Papai tem coisa pior do que os cinco elementos... – gemi, apertando o colchão.

Nem gostava de me lembrar da pistola que papai comprara alguns anos atrás por segurança, guardada lá no quarto deles. Quanto mais imaginar uma bala dela fazendo um delicadíssimo corte de cabelo em Rony.

– Eles vão ficar felizes, senhorita... são seus pais. Só querem seu bem... – Becky comentou – e o menino Weasley é seu maior bem. Vai ser o bem deles também.

Não fazia sentido algum... e, ainda assim, tinha lógica. Elfa maluca...

– Espero que assim seja, Becky... – pisquei, me reclinando de volta no travesseiro – espero que tenha razão...

E agora, no dia seguinte, estava ansiosa, alterada com qualquer som, esperando ouvir, agoniada, o som da campainha se espalhando na soleira da porta de casa.

Becky ainda estava enxugando o chão, olhando de soslaio para mamãe, como se esperasse que minha mãe tramasse para terminar de limpar a bagunça na cozinha pelas costas dela. Mamãe era só risos, enquanto eu observava, satisfeita, sua expressão admirada. Becky já havia conquistado os dois, como havia feito com todos nós.

Fui até a pia, puxando outro prato para tomar o café.

Foi quando, finalmente, ouvi a campainha tocar.

– Ah! – pulei.

E lá se foi outro prato para o chão.

– Mais um! – guinchou Becky, com as mãos na cabeça – puxa vida!

– A campainha! – bufei, dando um peteleco na cabeça dela entes que viesse até mim para recolher o prato do piso – ande, Becky!

Enquanto a elfa corria para a porta, eu limpava o chão novamente coalhado de cacos, sem tirar os olhos da entrada.

– O que foi, filha? – mamãe se ajoelhou, me ajudando a recolher os vidros.

– Papai acordou de bom humor hoje?

– Acho que sim – ela respondeu, confusa – por que?

Encarei-a, sem dizer nada.

Becky abriu a porta, com o olhar arregalado.

– Bom dia, menino Weasley.

E lá estava ele, a fonte de minha ansiedade e atordoamento eternos.

Rony sorriu, limpando os pés no tapete da soleira. Segurava algo que lembrava uma caixa de presente em uma das mãos.

– Bom dia... ah... – ele olhou para a cozinha bagunçada, a elfa arfante e – novidade – para minha camisola rosa – cheguei em má hora?

O mesmo sorriso confuso. O mesmo olhar contemplativo. A mesma expressão de carinho.

Meu coração saltou, saudoso e aliviado.

Jesus... como eu aguentara aqueles dois meses sem ele?

– Não, não – tagarelei, ansiosa – só me deixe subir para trocar de roupa e já volto...

Corri de volta para o quarto, mas não sem antes ouvir mamãe e Rony conversarem...

– E qual é o motivo de uma visita tão animada, querido?

Estava já no topo quando ouvi Rony murmurar, tenso.

– Melhor esperar seu marido, sra. Weasley. Ele vai querer ouvir isso.

Resignado, conformado, mas apavorado, como um prisioneiro de guerra que presenciaria em breve seu fuzilamento.


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Notas finais do capítulo

E aí... o que acharam? A quarta temporada rende ou eu excluo? huashuasBeijinhos e até o próximo!



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