Sos mi más bello error escrita por Giih Santiago


Capítulo 17
Answer is forgive


Notas iniciais do capítulo

reapareci hauahahuashdua amigos vai ser assim eu vou dar varias sumidas as vezes mas eu vou terminar a ficccc, já passou da metade já, tem 30 capítulos e pa, ta acabando, eu vou terminar, bjinhos



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– Pai, o que você está fazendo aí? - a voz de Violetta assustou German, que estava todo atrapalhado com um rodo, balde e a água sanitária em mãos. Ele estava lavando, ou pelo menos tentando, o banheiro.

– Não é óbvio? - o homem olhou para a filha, e sua voz soou um tanto rude. A menina ergueu as sobrancelhas. - Desculpe. É que a Olga está doente, sobrou para mim.

– Hum.. - Vilu assentiu, pensativa. - Quer ajuda? Desde quando você sabe lavar um banheiro?

– Ei! Eu sei muito bem, pra sua informação. - German exclamou indignado, voltando a atenção para o balde que segurava. - Angie me ensinou quando tínhamos que lavar o Studio...

– Ahá! - a garota desatou a rir. - Sabia que não tinha aprendido sozinho. Que gracinha. Angie é uma ótima influência pra você!

– Engraçadinha - ele soltou uma risada. - Angie é perfeita, na verdade.

– Aaaaah, como vocês são lindos! Eu quero tanto que namorem, se casem e tenham filhos de uma vez! Quero ser a melhor irmã-prima do mundo todo!

– Violetta, você pensa longe demais, sabia? - German mordeu os lábios. - Mas não seria uma má ideia, confesso.

– Sim!!!! Isso mesmo, pai! Você tem que conquistá-la mais.

– Aos poucos, filha - o homem sorriu. - Lembra que ela disse no telefone que não facilitaria as coisas pra mim? Ela não estava brincando.

– Hum... Sim, eu me lembro. Ela quer que você faça uma coisa antes de vocês começarem um relacionamento sério. - Violetta mordeu os lábios.

– Sim, ela quer! Mas ela acha que eu sou vidente pra descobrir o que é. - German bufou. - Eu já fiz de tudo. - ele deixou o rodo de lado.

– Você é tão lerdo, papai - Violetta riu divertida. - Exatamente por isso. Angie não quer que você traga a lua pra ela, ela quer uma coisinha bem pequenininha e simples.

– Você sabe o que é? - German arregalou os olhos para a filha. A menina sorriu.

– Ela não me disse, mas eu tenho um palpite. - ela cruzou os braços. - Não vou te dar a resposta de bandeja. Vou te fazer adivinhar.

– Estou ouvindo - ele sorriu esperançoso e voltou a atenção para o banheiro.

– Certo. Vamos seguir uma linha de raciocínio. Me responda, se uma pessoa desse mancada com você durante dois anos inteiros... o que você ia querer que ela fizesse quando se reaproximasse?

– Pedisse desculpa? - German murmurou como se fosse óbvio. Violetta sorriu.

– Mais rápido do que eu imaginava. Está aí sua resposta, garanhão. Agora é com você - a menina se retirou dali, suspirando satisfeita.

German encarou o chão por alguns instantes. Pedir desculpa. Uma coisa tão simples, mas que significa muito mais que qualquer outra coisa que ele pudesse fazer por ela. Pedir desculpa é como dizer que se arrepende dos últimos dois anos inteiros e querer de verdade recomeçar. Pedir desculpa é um ato de abaixar a cabeça e assumir nosso erro, nos colocando abaixo do outro. Não de forma ruim. Mas admitindo que não somos perfeitos. Pedir desculpa não é fácil. O orgulho enrosca nossas cordas vocais e nos engasga. Falar se torna difícil. Mas quando nos decidimos por pedir desculpas para alguém, é um sinal grande de que sim nos importamos. Se criamos força para vencer o orgulho, não é à toa. Talvez fosse mesmo isso. Talvez fosse isso que Angeles quisesse ter de German. Que ele renunciasse ao próprio orgulho para provar para ela que o seu amor era real. Afinal, um relacionamento não pode ser sustentado se o outro não assumir seus erros.

Talvez fosse isso. Talvez Violetta tivesse toda a razão. Talvez German tenha sido novamente um idiota por não ter pedido desculpas para Angie, e ter agido como se os últimos anos nunca tivessem acontecido. O homem bufou e socou a pia levemente. Ele precisava consertar essa pisada de bola. De novo.

XX

Já havia passado do horário do almoço. A mansão estava silenciosa. Olga estava de cama, Violetta tentava compor em seu quarto. German tinha se dado um dia de folga para cobrir os afazeres de Olga, afinal, a casa não podia ficar uma zona.

Eles haviam almoçado miojo, já que não tinha outra coisa para cozinhar. E agora, encarando os armários quase vazios da cozinha, German notou que ele deveria ir ao mercado urgentemente.

– Ai, Olga, foi pegar virose justo em dia de compras... - ele suspirou, pegando uma folha qualquer e uma caneta para fazer uma lista de compras. German ia começar a escrever, mas não sabia nem o que estava faltando na casa. Bufou. Pensou em ir ao quarto de Olga pedir ajuda, mas o silencio do local indicava que ela deveria estar dormindo.

Então, pensou em Angeles. Ela deveria saber como fazer aquele tipo de coisa. Sorriu. Adorava quando tinha uma desculpa para ligar para ela. Rapidamente, ele tirou o celular do bolso e discou os números que chamavam diretamente o celular da mulher. Angie atendeu rápido, como se esperasse por uma ligação dele.

– E aí, gatinha - German falou carinhoso. Era um apelido tão fútil quando era pronunciado por qualquer outro rapaz. Mas quando German a chamava assim, soava doce e sem nenhuma má intenção.

– Oi - ela respondeu sorridente. Estava angustiada, era quase três da tarde e o homem não havia lhe mandado mensagem ou sequer ligado ainda. Ela achou estranho, já que ele costumava sempre mandar um bom dia pela manhã. - Sumiu hoje... - Angeles tentou arrancar alguma coisa dele.

– Desculpa, Olga está doente e eu tive que virar um faxineiro hoje. Suas aulas de limpeza no Studio nunca foram tão úteis - German riu, e a loira o acompanhou, aliviada.

– Entendi - Angie respirou fundo - E por que ligou?

– Preciso da sua ajuda. - ele foi direto ao assunto, quase desesperado - Não tem nada nessa geladeira! Eu não sei fazer compras, a última vez que fiz isso foi quando eu ainda morava com minha mãe!

Angeles gargalhou alto do outro lado da linha - Você é um bobo, German. Vou começar a cobrar essas ajudas minhas aí.

– Eu pago com beijos, serve? - sorriu divertido.

– Não! - a loira corou. - Não quero beijo.

– Quer sim, lindinha. - ele deu um beijo no celular, para fazer barulho no ouvido de Angeles. A mulher riu tímida. - Você ama meus beijos.

– Amar é uma palavra muito forte! - ela mordeu os lábios. - Mas, de qualquer modo, estamos perdendo o foco do assunto.

– Que assunto?

– De que você precisa fazer compras, idiota! - Angeles soltou outra gargalhada. - Tô vendo que tá difícil aí. Vou dar uma passada na sua casa e então podemos ir no mercado juntos.

– Deixa que eu te pego aí, está chovendo - o homem respondeu carinhoso.

– Hum, tudo bem. Que horas?

– Agora! - ele riu. - To indo para aí.

– Ok, estarei esperando - ela desligou.

Pov Angie

Sorri feito idiota quando tirei o celular do ouvido. Eu podia passar horas apenas deitada escutando aquela voz conversar e rir comigo. Essa sensação de estar cada dia mais apaixonada estava consumindo toda a minha sanidade. Suspirei. Levantei do sofá e coloquei um vestido simples, com uma jaqueta jeans por cima. A chuva lá fora deixava o ambiente um tanto friozinho. Não passei nada no cabelo muito menos na cara, a preguiça era maior que eu naquele dia. Só aceitei ir ao mercado com German porque queria passar um tempo com ele, mas se eu pudesse ficar o dia todo deitada na cama com German assistindo qualquer coisa, eu preferiria.

Ele buzinou quando chegou. Corri rapidamente até o carro para não pegar chuva. Quando entrei, fui recebida por um sorriso encantador.

– Oi - recebi um beijo na bochecha e logo em seguida um no queixo. Eu já disse que amo essa mania de German me beijar ali?

– Oi. - sorri. Coloquei o cinto e o observei dar a partida. Ele estava com uma jaqueta preta e os cabelos molhados, como se tivesse acabado de sair do banho.

– Preciso arrumar mais desculpas pra te ver todo dia. - German mordeu os lábios. - Acho que vou dar umas férias pra Olga...

– German! - gargalhei. Não me cansava dos flertes dele nunca. - Não precisa... Eu dou um jeitinho de ir mais vezes na sua casa, ok? - sorri.

– Pode ser, aliás, você vai pra lá hoje depois que sairmos do mercado.

– Ah, é? Quem disse? - ri divertida.

– Eu, madame - German me olhou de relance, sorridente, e estacionou o carro.

– Quem sou eu pra contestar esse "convite" tão amoroso, não? - sorri divertida - Não tinha um lugar coberto não? - olhei ao redor. A chuva só aumentava. Um trovão se fez presente e ecoou por todo o local. Eu me assustei e dei um leve pulo no banco do carro. German soltou uma risada.

– Você tem que parar com esse medo, Angie! - ele me lançou um olhar carinhoso. - Vem, eu te seguro pra corrermos até lá dentro. O estacionamento coberto está com uma placa de lotado, não temos outra alternativa.

– Tudo bem. Vamos. - saímos do carro juntos. German me esperou dar a volta para eu me agarrar no braço dele e irmos correndo para dentro do mercado. Foi uma cena um tanto engraçada, com toda certeza. Quando entramos, soltei seu braço e ajeitei meu cabelo. Aquela chuva estava sendo muito inconveniente ali. Eram apenas três da tarde e o céu estava escuro como se estivesse anoitecendo.

– Ok, cadê a lista? - coloquei as mãos no bolso da jaqueta.

– Eu tentei fazer uma, mas.. - German tirou do bolso de seu jeans um papel amassado.

Desdobrei o papel e li apenas cinco coisas na lista. Ergui meu olhar pra German. - Ai, German - rolei os olhos, rindo. - Certo, vamos fazer outra lista, espere. - tirei uma caneta da minha bolsa e virei o papel para escrever no verso vazio. Me apoiei em uma pilha de caixas que havia por ali. - Vai falando.

– Ovos, papel higiênico, maçã, iogurte, leite... - o homem foi jogando elementos no ar.

– Ge! Não é assim - olhei para ele, o interrompendo. - Você tem que falar as coisas na ordem dos corredores - apontei com os corredores com a cabeça - Senão vamos ter que ficar indo e voltando várias vezes.

– Mas eu não sei a ordem! - ele exclamou.

– Você é um mimado, sabia? - falei rindo. Olga e Ramalho sempre fizeram tudo por German, que ele acabou esquecendo de como ser gente.

– Ow, doeu, viu? - o homem sorriu divertido e me abraçou por trás, apoiando o queixo em meu ombro e vendo as estrelinhas que eu rabiscava no papel amassado.

– Sou sincera - virei o rosto para ele e percebi que estávamos extremamente próximos, então virei-me novamente pra frente. German riu baixinho. - Se é assim, deixa que eu vou fazendo a ordem conforme o que você vai falando.

– Ok - German depositou um beijo em minha bochecha e me soltou. Assim que ele o fez, soltei o ar que eu nem sabia que estava prendendo.

German listou tudo o que se lembrava de precisar em sua casa e então eu concluí a lista seguindo a ordem dos corredores. Feito isso, pegamos um dos carrinhos de compras e seguimos pelos corredores juntos, colocando pelo carrinho tudo o que havíamos citado antes.

– Angie, o que tá escrito aqui? - German cerrava os olhos observando o papel em suas mãos, enquanto eu colocava um saco de açúcar no carrinho. Me aproximei dele e li onde seu dedo apontava.

– Requeijão, German - balancei a cabeça.

– Sua letra é estranha! Não consigo entender - ele bufou. Ergui as sobrancelhas e dei-lhe um tapa nos braços.

– Folgado! Não tenho culpa se você me fez escrever super rápido - cruzei os braços.

German riu - Whatever, vamos lá buscar o requeijão que está ficando tarde.

– Espera, não terminamos esse corredor - voltei novamente para as prateleiras para pegar o saco de farinha. Mas ele estava na última prateleira, onde eu não alcançava.

– Com licença - German se posicionou ao meu lado, ergueu os braços e pegou o saco. Olhei-o e sorri em agradecimento. - De nada - ele sorriu e deixou o saco no carrinho. - Angie, falta muita coisa - fez careta.

– Deixe eu ver - peguei o papel de suas mãos e observei. - Vamos fazer assim, nos separamos. Você vai daqui pra lá e eu vou de lá pra cá, assim conseguimos as coisas mais rápido.

– Por mim tudo bem, fico com a primeira metade do que falta e você fica com a segunda - ele assentiu.

– Tá, posso ficar com a lista? Tira foto dela pra você ter com você também - sugeri. German tirou seu celular do bolso, fotografou o papel e me deu-o em seguida.

– Nos encontramos já - sorriu e eu assenti. Fomos então para lados opostos.

Fiquei com a parte de geladeira enquanto German tinha ficado com os produtos de limpeza. Peguei outro carrinho, já que German havia ficado com o nosso. Então, despreocupada, fui pegando tudo o que continha na lista. Não demorou muito para que eu acabasse minha parte. Ia ligar para German para ver onde ele estava, mas me lembrei que havia deixado meu celular com ele. Bufei. Saí então andando pelos corredores, procurando-o.

– Ai, German, onde você se met..

– Bu! - levei um susto e olhei para o lado. German ria pra mim.

– Assustou, viu, seu idiota! - exclamei rindo junto e me aproximei dele e de seu carrinho.

– Foi intencional - ele me lançou uma piscadela divertida. Olhei para o seu carrinho. Além do que estava na lista, ele havia pegado coisas a mais como pacotes de bolacha, salgadinho e chocolates. Soltei uma risada.

– Você é uma criança num corpo de um adulto mesmo... - balancei a cabeça.

– Shiu, me deixa ser feliz - German abraçou suas guloseimas. Ergui os braços pra cima, como sinal de inocência.

– Não está mais aqui quem falou - sorri para ele. Virei-me para o meu carrinho antes que ele pudesse responder mais alguma coisa, e comecei a passar as coisas que peguei para o carrinho dele. Quando esvaziei o meu, deixei-o vazio de lado. German e eu seguimos juntos agora apenas com o carrinho inicial.

De repente, senti a mão de German tocar a minha e em seguida seus dedos entrelaçarem cuidadosamente com os meus. Ele apertou minha mão. Eu mordi os lábios, contendo o riso. Segurei sua mão como se nada estivesse acontecendo e continuamos andando em direção ao corredor de sucos. Ele levava o carrinho com uma única mão agora.

– Isso é sério? - eu acabei rindo, e o olhei. German sorriu pra mim.

– O quê? - ele pareceu não entender.

– A gente andando assim - ergui nossas mãos juntas para mostrar para ele, e depois as abaixei novamente. - Parecemos crianças de 10 anos quando arrumam um namoradinho.

German riu - Se não quer segurar minha mão não segura, ridícula! - ele exclamou divertido e soltou a minha mão.

– Ow! Eu não disse isso! - ergui as sobrancelhas. Eu queria que ele segurasse minha mão. Eu gostava.

– Hum, então quer dizer que você quer? - German me lançou um olhar divertido e espertinho. Eu entendi seu jogo. Ele queria que eu dissesse que estava gostando.

– Talvez. - respondi me fazendo de difícil.

– Talvez? Que pessoa indecisa você, hein! - aquele homem me fazia ter calafrios só em pronunciar aquelas palavras com sua voz tão firme e ao mesmo tempo baixa. German me seduzia mais do que uma sereia seduz os homens nos folclores.

– Para de ser trouxa - soltei uma risada e voltei a segurar sua mão.

– Olha, as cuecas estão na promoção! - German soltou a fala alta e saiu correndo para o suporte com várias cuecas jogadas por ali. E ele foi me puxando junto.

– German! - exclamei, achando a situação completamente estranha. - você pode comprar isso sozinho, tipo, eu não preciso saber...

– Pô, Angie! Estão na promoção! - ele soltou minha mão para remexer naqueles panos espalhados. Pegou uma e analisou-a.

– Você é milionário, não precisa de promoções. - bufei. German me encarou.

– É bom ser econômico de vez em quando, sabia? Aliás, eu estou precisando de cuecas. Imagina se na hora do sexo as mulheres me veem com um negócio todo rasgado e encardido!

Ok. Isso foi completamente desnecessário. Sexo. Mulheres. No plural. Respirei fundo, eu realmente queria relevar. Mas tudo o que pude fazer foi sair dali e voltar para onde deixamos o nosso carrinho. Quer dizer, o carrinho dele.

– Ei! - German puxou meu braço antes que eu me afastasse completamente. - Estou brincando.

– Uma brincadeira de muito mal gosto. - respondi seca. Mal o olhei.

– Tem um fundo de verdade. Não quero que uma donzela se decepcione achando que uso trapos. - German ergueu meu rosto, e me encostou levemente no suporte das cuecas.

– Então compra aí a cueca para as suas donzelas e me deixa voltar pra minha casa - resmunguei. Minha voz embargou. Não entendo por que sou tão sensível. Eu nem deveria esperar algo de German, não estamos nem juntos.

– Tem uma donzela só, pra sua informação. Aquela com quem fiz sexo pela última vez. - ele mordeu os lábios. Resolvi encará-lo. - Pena que ela não estava sóbria o suficiente para se lembrar.

Senti um arrepio nos pelos do meu braço. - Legal, bom pra ela.

– Psiu - German segurou minhas duas mãos e encostou nossas testas. Fechei os olhos quase automaticamente. - Você deixa eu comprar uma cueca pra eu ficar bonito pra ela?

Eu não tinha certeza se ele estava falando de mim. Mas acabei achando engraçado o jeito que ele falou.

– Depende, ela é legal? - fiz carinho em seu nariz, com o meu.

– Ela saiu do conforto da casa dela num dia chuvoso só pra me ajudar a fazer compras. Acho que ela é legal sim. - recebi um beijinho no canto da boca. Sorri.

– Eu te odeio tanto. - abri os olhos e comecei a rir. - Não é justo, deixa eu ficar brava com você em paz, por favor?

– Você não consegue - ele começou a rir junto comigo. - Eu sou um galã.

– Não fica se achando não, tá, bonitinho? Eu é quem sou fraca demais. Logo aprendo a lidar com isso e você vai ver.

– Vou é? Tá bom, acredito em você. Mas enquanto você não aprende, deixa eu ficar te seduzindo em paz, vai. - German me puxou pra perto novamente. Ele tentou me beijar. Desviei.

– Não sou tão fraca assim, está vendo? - sorri vitoriosa. - Meça suas palavras, se tivesse sido um pouco mais delicado talvez tivesse ganhado um beijinho.

German me olhou sair dali e ir em direção ao carrinho novamente. Balançou a cabeça, sorrindo bobo.

– Ow, anjinha - ele me seguiu. Jogou umas cuecas que escolhera no carrinho e me olhou. - Deixa eu provar uma camiseta também?

– Hum - sorri carinhosa - Vai lá, estou te esperando. - me apoiei no carrinho e o observei todo contente indo em direção ao provador, com uma camiseta verde musgo que pegou em uma arara de roupa qualquer.

Olhei o relógio e me assustei ao ver que já eram 17h. Estava quase anoitecendo, perdemos completamente a noção de tempo. Olhei em volta, mais distraída do que realmente observando, pensando no que eu jantaria esta noite. Foi quando avistei de longe, na parte de frutas, caixinhas de morangos grandes e bem vermelhos. Meus olhos brilharam, eu amo morango e não é sempre que está vendendo, afinal, não nasce em todas as épocas do ano. Não podia perder essa oportunidade. Corri rapidamente até as prateleiras de madeira e peguei as duas caixinhas que continham os maiores morangos. Sorri grande. Voltei ao carrinho toda contente ao mesmo tempo em que German saíra do provador para me mostrar como tinha ficado a camiseta.

– O que achou? - ele deu dois passos pra frente para me mostrar. Deixei os morangos no carrinho.

– Ahm... - analisei-o. Sorri. Ele estava maravilhoso. Dei mais dois passos pra frente assim como ele tinha feito, chegando bem pertinho. Levei minha mão ao seu rosto e o acarinhei. - Ficou... legal.

– Legal? - German riu e segurou minha cintura, colando nossos corpos. - Defina legal.

– Charmoso.

– Mas você nem está olhando pra camiseta, está olhando pro meu rosto! - o homem mordeu os lábios. Meu rosto provavelmente havia adquirido um tom rosado.

– Er.. - me afastei - Visão periférica, sabe como é - respondi sem graça. Não o olhei, mas percebi que ele sorrira.

– Sei, sei - German balançou a cabeça - Vou colocar minha roupa de volta, aguenta aí - ele se fechou no provador mais uma vez e eu o esperei se trocar. Quando saiu, me entregou a camiseta que havia provado.

– Vai levar?

– Vou sim - assentiu e então eu a coloquei no carrinho. German olhou os morangos que antes não estavam ali e franziu a testa. - Dá onde veio isso?

– Então.. - sorri tímida - Estavam tão bonitos, me deu vontade. Pensei que poderíamos preparar um morango com chocolate para comermos hoje à noite... - brinquei com meus dedos no carrinho.

– Hum, achei uma ótima ideia - ele voltou a segurar minha mão. - Só eu e você.

Olhei-o. Sorri. - Sim. Só nós dois.

Pov Off

German e Angeles terminaram as compras, foram ao caixa e finalmente voltaram ao carro com o carrinho cheio de sacolas. Por sorte já havia parado de chover, então puderam colocar as compras no porta-malas sem pressa. Minutos depois já estavam na mansão, levando com a ajuda de Violetta as compras para a cozinha.

– Eu preciso tomar um banho - German murmurou.

– Vai lá, eu e a Vilu guardamos as compras - Angeles abraçou a sobrinha.

– E aproveitamos para ter nossos papos de menininha - a garota riu, sendo esmagada pela tia.

German mostrou a língua para as duas - Volto já, suas chatas. - e então ele se retirou da cozinha.

– E aí, loira mais linda do mundo - Violetta soltou a tia e se dirigiu até as sacolas, tirando as coisas de dentro delas e colocando-as em seus devidos lugares. Angie logo se juntou à menina, fazendo a mesma coisa. - Como você está?

– Bem, muito bem - a loira mordeu os lábios, tentando sem sucesso esconder o sorriso.

– Nem vou perguntar o porquê, porque eu já sei - a garota riu, guardando o leite e outras caixas de suco na geladeira.

Angie suspirou - Ah, sei lá, Vilu... Parece estar tudo tão certo, mas eu ainda me sinto muito magoada pelo que aconteceu nos últimos anos. Ainda está engasgado aqui na garganta e isso me sufoca às vezes. Queria simplesmente poder esquecer e seguir em frente.

– Oh, Angie - Violetta respirou fundo, caminhou até o balcão e deu impulso para sentar-se em cima dele - Sabe, se eu estivesse nessa situação, você me diria que esquecer não é o melhor a se fazer. Porque senão você não daria tanto valor ao que tem agora. A dor é necessária, faz parte das histórias mais bonitas. - a menina sorriu sem jeito. Angie parou de fazer o que estava fazendo para olhá-la.

– Sim, você tem razão. Faz parte. Mas isso estando entalado na garganta me impede de dar um passo maior com seu pai... - balançou a cabeça e olhou para a sobrinha mais uma vez - Ah, meu Deus, eu nem acredito como você cresceu tanto, menina! Olha como estava falando, tão cheia de sabedoria e alegria e.. - a loira soltou o ar. - Eu amo você.

Vilu gargalhou. - Eu aprendi com a melhor - ela piscou para a tia - Eu também amo você. E sobre o papai, eu acho que o certo a se fazer é perdoar, não acha? É o perdão que vai dissolver toda essa mágoa que ainda é guardada em você... Papai se arrepende de tudo o que fez. Ele quer tentar de novo com você. Se você perdoá-lo, talvez...

Angeles se aproximou da sobrinha e acarinhou o rosto dela. - Vem cá - ela puxou a menina pra um abraço. Violetta não hesitou em corresponder. - Obrigada.

– Eu preciso subir agora. Tenho que terminar a bendita da música até amanhã - ela fez careta - Você bem que podia negociar com o Pablo para que ele me desse um prazo a mais...

A mais velha riu. - Nada disso! Prazo é prazo, mocinha, anda logo!

– Af, sabia que você diria isso - a garota gargalhou e desceu do balcão - Bem, então até mais tarde - ela mandou um beijo para a tia e saiu da cozinha, voltando para seu quarto.

Angie, agora sozinha, sentiu os olhos arderem e o choro descer de forma tranquila e despreocupada. Engoliu o soluço. Sentou-se no chão, no meio das sacolas já vazias e encostou a cabeça em seus joelhos dobrados. Perdoar. Pensou seriamente no que a sobrinha havia lhe dito. Ela amava German. E sentia que ele também a amava. Sim, ele errou. E feio. Mas todos erram. Então... por que ainda era tão difícil perdoá-lo?

No mesmo instante, no andar de cima da casa, German se jogou na sua cama, colocando a camiseta após um banho quente. Segurou a toalha e parou para encarar o nada por alguns segundos. Durante o banho, recordou-se de sua conversa com Violetta mais cedo. Pedir perdão. Ele precisava fazer isso. Ele precisava de Angeles sem receios só pra ele. Precisava que ela o perdoasse.

Assim, os minutos passaram. Um homem com os cabelos molhados, sentado em sua cama, encarava o chão e pensava em pedir perdão. E uma mulher loira, estirada no chão de uma cozinha, chorava pensando em perdoar.

XX

Quase meia hora depois, German apareceu novamente na cozinha. Angie já tinha se levantado e recolhido todas as sacolas do chão, deixando-as em uma gaveta própria para isso. Ela estava sentada na mesa, brincando com um tomate quando German entrou.

– Oi - ele sorriu carinhoso. Angie ergueu os olhos e sorriu de volta.

– Demorou. - ela suspirou.

– Perdi a noção do tempo - ele balançou a cabeça. - Vamos preparar os morangos?

– Claro - Angeles se levantou e abriu a geladeira para pegar a caixa com as frutas. German foi pegar o chocolate no armário.

– O que eu faço com isso? - ele indagou.

– Só lave os morangos, do chocolate eu cuido - Angie pegou as barras da mão dele e o empurrou para a pia.

O fizeram desta maneira. German lavava os morangos enquanto Angeles quebrava as barras em quadradinhos e jogava tudo em um pote de vidro, colocando no microondas com leite condensado junto, para que o chocolate derretesse. O silêncio com que faziam tudo indicava que ambos estavam receosos em falar um com o outro depois do momento de reflexão que tiveram. Quando os dois terminaram suas respectivas partes, Angie colocou os morangos em uma bandeja e despejou o chocolate neles, de forma que ficassem todos cobertos. German salivava vendo aquilo.

– Hmmmm esse cheiro de chocolate... - ele suspirou. A loira sorriu.

– Fica uma delícia. Agora é só deixar na geladeira rapidinho para o chocolate endurecer.

– Ah, não posso nem comer unzinho agora? - o homem fez bico.

– Não está pronto, bobão. Você aguenta esperar quinze minutinhos - Angie se apoiou no balcão e encarou-o por alguns segundos. German encarou-a de volta.

– Precisamos conversar. - ambos disseram juntos. E ao mesmo tempo. Então, riram. Aquilo havia sido estranho.

– Fala primeiro - Angie sorriu sem mostrar os dentes.

– Não, primeiro as damas. - German cruzou os braços.

– Argh, o meu não é importante! Falaaaaa - a mulher era extremamente curiosa. E nem sabia como falar o que queria. Era melhor que German fosse primeiro mesmo.

– Tem certeza? - ele ergueu uma sobrancelha e Angeles assentiu. - Olha, eu não sei como começar.

– Do começo - a loira ergueu os ombros.

– Ó, grande resposta - German deu uma risada fraca. - Mas seguindo sua linha de raciocínio, tudo começou há três anos. Eu te amei. E não fui corajoso o suficiente para seguir em frente com isso. Angie, eu sei que te fiz sofrer. Eu me sinto horrível por ter te feito chorar. Eu sei que fui um idiota nesses últimos dois anos, sei que mereço vários e vários tapas na cara depois de tudo o que fiz. E sei que mesmo que sejamos amigos você ainda não está completamente feliz comigo. Por causa disso tudo. - o homem tomou fôlego. - Eu quero pedir desculpa. Sei que é meio idiota também pedir desculpa assim do nada, mas eu estive pensativo e me coloquei no seu lugar. Sei que não deve ser fácil seguir em frente ignorando completamente o passado. Mas eu quero dizer que eu tenho pelo menos um pouco consciência sobre tudo o que você passou e quero que sigamos em frente sem receios. Por favor, perdoe o imbecil que eu tenho sido desde o dia que descobri que você era irmã de Maria...

Ele falou rápido demais. Angeles piscou os olhos fortemente, para ter certeza de que ela realmente estava ouvindo tudo aquilo. Depois, incrédula, soltou uma risada.

– Quê? - German a encarava confuso, com o olhar ansioso.

Angie balançou a cabeça - Nada. É que é engraçado, eu ia falar justamente sobre isso. Também estive pensando.

– E...?

– E realmente, não tem sido fácil aceitar sua mudança de atitude repentina fingindo que o que aconteceu não aconteceu. Eu fico feliz que tenha tocado no assunto e me pedido desculpas. - ela olhava para o chão. - E eu te amo tanto que te ouvir falando desse jeito é impossível não perdoar... - sussurrou para que ela mesma escutasse.

– Eu não ouvi, o que você disse? - ele ergueu o rosto dela. Ele realmente não tinha ouvido.

– Nada - Angeles riu - É que enquanto você falava eu senti um peso saindo de cima de mim. E uma sensação de conforto tremenda. Parece que tudo está resolvido agora, não é?

– Então quer dizer que você me perdoou? - os olhos do homem brilharam.

– Sim, eu te perdôo, meu idiota favorito - a loira abraçou-o com força. German correspondeu da mesma forma, se sentindo tão aliviado quanto ela. Angeles derrubou uma lágrima quando se afastaram.

– Não chora, princesa - German segurou o rosto da mulher. - Está tudo bem agora. Todo aquele pesadelo acabou. Eu prometo nunca mais te fazer mal de novo.

– Ai, eu te odeioooo - ela voltou a abraçá-lo, dessa vez escondendo o rosto em seu pescoço.

– Essa é sua forma orgulhosa de dizer que me ama? - o homem brincou. Angie ficou quieta.

– Talvez. Te amo. - ela finalmente admitiu em voz alta. Pela primeira vez, ela disse as três palavrinhas. Que nesse caso foram duas. Ele sorriu grande.

– Te amo mais. - German beijou o queixo da mulher, sentindo-se completamente envergonhado em admitir aquilo também.

– V-você o quê? - Angeles gaguejou, se afastando dele. Ela não acreditava no que tinha escutado. German arregalou os olhos e seu rosto corou.

– Nada, eu não disse nada - ele sorriu sem graça e virou-se para a geladeira, abrindo-a. - Olha, acho que os morangos estão prontos!

Angie balançou a cabeça, soltando uma risada. Sim. German tinha dito que a amava. Ela não precisaria ouvir de novo para ter certeza. Não o forçaria também. Já estava tudo perfeito daquele jeito. Então, se aproximou dele e pegou a bandeja com os morangos da geladeira. Sorriu e disse:

– Podemos comer!

XX

Angie e German estavam horas no sofá, apenas comendo os morangos cobertos com chocolate e conversando sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo. Riam, flertavam, faziam piadas. Nenhum dos dois gostaria de sair dali tão cedo.

– Sério, você nem imagina. Aquela louca quase me matou porque eu guardava um chaveiro seu! - German exclamou, se referindo a Priscilla.

– Mulher nojenta, por que estamos falando dela mesmo? - Angeles soltou uma risada.

– Não sei, você quem começou! - o homem mordeu mais um dos morangos. - Meu, você precisa me ensinar a fazer isso, é muito bom.

– É só derreter o chocolate, German! - a loira soltou uma gargalhada, indignada. - Acredite, não tem o que errar.

– Acredite você, eu na cozinha erro até pra ferver uma água.

– Oh, que exagerado... - a mulher balançou a cabeça, ainda rindo.

– Não é exagero! Teve uma vez que fui ferver a água para fazer café, deixei tempo demais e ela evaporou. - German mordeu os lábios.

– Ai, meu Deus, sério mesmo? - Angeles balançou a cabeça. Riu mais, e o moreno a acompanhou. - Só você, German, só você.

As risadas, que eram bobas, dessa vez cessaram de forma estranha. De uma forma rápida. German e Angie, então, se olharam. Se olharam profundamente e ambos sentiram um desejo que jamais sentiram antes. German foi o primeiro a tomar atitude, aproximou-se desesperadamente e capturou os lábios da loira com os seus. Angie sorriu. Ela segurou a camisa meio aberta dele, de forma que a ponta de seus dedos tocassem o peito meio descoberto. O beijo iniciou já carregado de paixão, mas antes que ele acabasse ou pudesse evoluir, foi interrompido por German. Ele olhou-a confuso, e ela da mesma forma. Queria ter certeza do que estavam fazendo. Angie tirou a mão que segurava a camisa dele, meio receosa com a interrupção repentina do beijo. Ele não queria?

Ah, mas como queria. German apenas quis se certificar de que Angie o permitiria. Vendo que sim, não hesitou em colocar a bandeja com morangos na mesinha da frente e puxar a loira para sentar-se quase em seu colo, logo beijando-a antes que ela pudesse falar qualquer coisa. Angie sentiu os pelos do braço arrepiarem quando ela se ajeitou sentada nas pernas do homem. O beijo evoluía muito rapidamente, desesperado por ambas as partes. Era forte, intenso, desejoso, ansioso. Os dois sabiam bem aonde parariam daquela forma.

Angeles, voltando a segurar a camisa do homem, desabotoou os dois primeiros botões para conseguir espalmar sua mão no peitoral dele. Acarinhou-o fortemente ali. Já German, mantinha suas mãos segurando o quadril da mulher, puxando-a o máximo que conseguia para si. Não aguentando mais esperar, o homem começou a deitar a mulher ali mesmo, no sofá.

– Aqui, German? - Angie sussurrou ofegante ao partir o beijo, sentindo a boca quente dele escorregar até seu pescoço e espalhar beijos molhados por lá. A loira gemeu baixinho.

– Por favor... ninguém vai aparecer. - o homem suplicou, colocando suas mãos por baixo do vestido de Angie. Segurou as duas coxas dela e as apertou.

– Oh, meu Deus, você quer me matar? - a mulher arfou, e então sentiu os beijos descerem para seu busto e se aproximarem de seus seios. Querendo provocá-lo também, levou suas mãos ao cós da calça dele e colocou sua mão por dentro dela. Se assustou ao sentir um membro grande por baixo da boxer. German quis gritar ao sentir mãos pequenas invadindo seu espaço. Angie repousou-as na virilha do homem e então o massageou ali.

– Ah... - German parou para soltar um gemido. - Você é boa nisso.

– Experiência. - Angeles sussurrou divertida, sem parar os movimentos. German ergueu o rosto para encará-la.

– Nunca mais repita isso. - ele bufou, arrancando gargalhadas da mulher. German revirou os olhos, pois imaginar Angie tendo esse tipo de relação com outro cara era de fato nojento. Afastou estes pensamentos e juntou novamente sua boca com a dela, iniciando mais um beijo fervoroso. German tirou uma das mãos de debaixo do vestido dela para segurar seu rosto. A partir dali, as coisas sairiam do controle dos dois, se não fosse por uma voz doce chamando Angeles no andar de cima.

– TIAAAAA - Violetta gritava de seu quarto. Angie, assustada com a possibilidade da menina aparecer ali e se deparar com aquela cena, empurrou German bruscamente para que ele saísse de cima de seu corpo. O homem respirou fundo.

– Erm.. - Angie tomou ar, nervosa. - QUE FOI, VILU? - gritou com a voz falhando.

– Vem aqui rapidinho! - ela continuou. - É importante!

A loira respirou fundo, tentando recuperar sua respiração normal. Olhou para German, como se pedisse desculpas.

– Eu preciso subir - ela mordeu os lábios.

– É, né - German olhou pra baixo, bufando ao ver o volume que o centro de sua calça havia adquirido. Angeles soltou outra gargalhada.

– Ai, meu Deus, desculpa - a loira escondeu o rosto nas próprias mãos, envergonhada. - Toma, aguenta aí que eu já venho - ela jogou uma almofada nele para cobrir o volume, e então ajeitou o vestido e o cabelo para subir ao quarto ta sobrinha. - Oi, meu amor - ela disse entrando no quarto.

– Angie! - Violetta correu para abraçá-la. A mulher só notou que a sobrinha estava chorando quando soltou-a do abraço.

– Você tá chorando! Oh, meu Deus, o que foi? - perguntou desesperada.

– Eu não consigo terminar essa música! Leon acabou de me ligar, brigamos, e agora eu que já estava sem inspiração estou pior ainda! Eu não consigo mais viver nessa pressão, o Pablo vai me matar...

– Oh, meu amor, você tá estressada, não vai conseguir fazer nada desse jeito mesmo. É melhor você ir descansar, não acha? – Angeles acarinhou a menina.

– Mas, Angie... e a música? – Violetta olhou para a tia sem saber o que fazer.

– Eu tenho uma ideia... – a loira suspirou. – Mas você tem que me prometer que isso vai ficar só entre a gente.

– O que é? – a mais nova encheu-se de esperança.

– Vai dormir, você precisa descansar, está sobrecarregada. Eu termino a música pra você. – a mulher respirou fundo. – Por favor, ninguém pode saber disso, ouviu? Eu, como professora, não posso fazer isso. Estou fazendo como Angeles, sua tia.

Violetta a encarou por alguns segundos e de repente a abraçou com toda a sua força. – Pode deixar. Muito obrigada, Angie! Não sei o que seria de mim sem você.

– Você sempre diz isso – ela riu, correspondendo ao abraço da sobrinha. Violetta lhe entregou a folha com meia música escrita, que a loira guardou no bolso para terminar mais tarde. Assim, a menina se arrumou para dormir e Angeles se retirou do quarto.

XX

Pov Angie

– Voltei - me joguei no sofá ao lado de German. Ele me olhou e sorriu.

– Sua folgada. - jogou em mim a almofada que antes eu tinha lhe dado. Eu não pude evitar rir.

– Sabe, que bom que não chegamos até o final. Agora pensando bem, pra mim não seria nada agradável fazer isso no mesmo sofá que você já deve ter feito com suas outras mulheres. - comentei divertida.

– Primeiro: eu nunca fiz isso com elas no sofá! Com elas não tinha muita emoção - German riu. - E segundo: mesmo que se eu tivesse feito, não fui eu que comentei sobre minhas relações passadas no meio do nosso momento! - ele se referiu ainda indignado sobre quando eu sussurrei "experiência" em seu ouvido.

Gargalhei novamente. - Ô, tadinho - Segurei suas bochechas e lhe tasquei um beijo no queixo. Então me ajeitei no sofá e peguei um morango na mesa. - Está uma delícia! - mordi.

– É? Pena que você não vai comer tudo - o homem tirou o pedaço de morango mordido da minha mão e recolocou-o na bandeja.

– Ei, você tá achando que é quem, mocinho? - ergui as sobrancelhas, fazendo pose de indignação.

– O cara que você deixou largado no sofá após uma quase transa! Se a senhorita está achando que as coisas vão ficar assim, está bem enganada - German me puxou para perto de si, abraçando-me por trás e aproximando nossos rostos. Sorri meigamente.

– Psiu - depositei um beijinho em seus lábios. - Agora com mais lucidez eu posso te dizer que estamos indo rápido demais. - mordi minha boca, receosa.

– Ah... Sério? - German me encarou. Eu não pude decifrar sua expressão. - Poxa, mas eu to com a cueca nova!

Sério mesmo que ele tinha dito isso? Soltei uma risada extremamente alta. - German!!! Você não existe, sabia?

Ele sorriu. - Eu sei. Eu sou demais. E tudo bem, eu entendo.

– Ah, Ge... - sorri sem graça, após parar de rir - Eu quero que a gente seja algo sério, sabe? - suspirei. - E coisas sérias começam com os pés no chão. Não assim.

German abriu um sorriso, mas sem mostrar os dentes. - Tudo bem, não discordo de você. Vamos respeitar nosso tempo.

– Sabia que compreenderia - sorri grande e o abracei com força.

– Eu te fiz uma promessa, Angie - ele me olhou carinhoso. Lembrei-me de quando estávamos na cozinha. Eu prometo nunca mais te fazer mal. - E eu vou cumpri-la.


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Notas finais do capítulo

comentem p eu saber se vcs ainda existem



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