Sos mi más bello error escrita por Giih Santiago


Capítulo 12
Guided by wishes


Notas iniciais do capítulo

ok gente sei que já passa de meia noite mas conta como domingo ta?kkkjdskjdksj VOCES VAO AMAR ESSE, LEIAM LOGO



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/584748/chapter/12

Uma sequência de fatos começou a fazer sentido de um instante para o outro na cabeça de German. Agora tudo estava claro. O homem, impulsionado pelo sentimento, se levantou do sofá correndo até a porta. Precisava dela, naquele momento. Como deixou-a ir assim? Como pode ser tão lerdo? A estrada certa... era ela o tempo todo.

– ANGELES - German saiu da mansão quase que desesperado, mas suspirou derrotado vendo o carro de Pablo se afastar lentamente da casa, onde a mulher estava junto. - Ah - ele bufou e voltou para dentro. Mais cedo ou mais tarde falaria com ela. - Não pode ser, não pode ser, não pode ser...

– O que não pode ser? - Ramalho estranhou o amigo, que andava de um lado para o outro na sala repetindo aquela mesma frase.

– A Angie - German olhou para o homem a sua frente - Ela.. gosta de mim? Me ama? Foi isso que ela quis dizer? É isso o que ela carrega consigo todo esse tempo?

Ramalho só conseguiu rir. - German, a sua falta de esperteza às vezes me assusta. Até o cupim que mora nessa porta já havia notado. - ele bateu levemente na porta do escritório e entrou no cômodo, rindo e deixando German mais uma vez sozinho. Ele rolou os olhos, o amigo sempre vinha com essas imaginações sem sentido para cima dele.

Certo, não podia se precipitar. Talvez ele tenha enxergado ilusões, quando na realidade Angeles não quis dizer nada disto. Mas, ele estava disposto a descobrir. Ia tentar. Ia se aproximar. Mais. Ia ver no que ia dar. Afinal, não tinha nada a perder.

Pov German

Passei o resto do dia confuso, pensativo com tudo o que Angie me disse. Ela falava com tanta convicção, sobre o amor, sobre o caminho certo... que parecia tanto conhecer, de fato, aquilo. Foram incontáveis as vezes em que peguei o celular e quase liguei para ela, mas eu simplesmente não conseguia. Não funcionava assim. Se aquilo realmente fosse verdade, eu não podia simplesmente chegar e fazer o que quiser. Se ela realmente me amasse, não posso nem imaginar o quanto sofreu com meu casamento com Priscilla. E agora eu não podia simplesmente correr para os seus braços como se nada tivesse acontecido.

Eu podia ser um trouxa quantas vezes fosse, mas se eu quisesse mudar as coisas, tinha que começar pela base de tudo. Estava na hora de achar o retorno da estrada errada, e acertar a entrada na estrada certa. Minha amizade com a Angie já havia tomado um rumo diferente, bastava continuar. Sem fazer mais merda. Como ela mesma disse, me falta paciência. Tudo tem seu tempo. Vou seguir seu conselho. Não ia forçar nada. Ia deixar as próprias situações se guiarem. Talvez este fosse meu primeiro passo na nova estrada. E eu estava preparado. Se não fui nessa onda antes, é porque me deixei assustar pelas dificuldades. Mas dessa vez, o que importava era apenas uma coisa. O local em que queria chegar. O destino. Não seriam algumas pedras no caminho que atrapalhariam.

Deitei-me na cama após um banho. Um banho de quase quarenta minutos, mas que serviu muito para pensar. Abracei o travesseiro, feliz de certa forma. O que havia acontecido comigo e com Angie, afinal? Nós tínhamos nos apaixonado. Nós tínhamos algo diferente de tudo. E, o que eu sinto hoje quando olho aquele sorriso, é o que me dá a certeza de que nada daquilo passou. Sinto um pedacinho do que ainda há guardado em mim. Suspirei. Olhar para trás agora me deixa angustiado. Eu sempre agi guiado pelos medos, e cheguei onde estou. Uma mudança drástica seria assustadora. Mas agora não era mais pelo medo que eu ia tomar decisões. Estava na vez de deixar outra coisa no comando. Estava na vez de ser guiado pelos desejos.

XX

Pov Off

Ninguém nasce com uma alma gêmea determinada. Mas, conforme se vai vivendo, você cria a sua própria. German e Angeles se conheceram, e isso despertara algo nos dois que ninguém pode despertar antes. Era mais do que amor. Você pode amar qualquer um, mas existe sempre uma intensidade especial que pertence a uma única pessoa. German e Angeles encontraram essa intensidade um no outro. E a partir deste momento, suas almas adquiriram uma ligação especial. Nenhuma outra pessoa conseguiria saciar os desejos de nenhum deles.

Na manhã do dia seguinte, uma sexta-feira, German chegou um tanto cedo no Studio, e já encontrou Angeles por lá, que chegara antes demais ansiosa para voltar a dar aulas. Os quinze dias de recuperação foram torturantes, tirando os momentos em que German aparecia para mimá-la.

– Mas já por aqui? - o homem aproximou-se dela, que nem havia notado sua presença, e que estava sentada em um pufe na sala de canto. Lia uma revista em que uma matéria sobre Studio havia sido escrita. Ele jogou-se ao lado dela, e pegou o café que a mulher tomava para dar um gole.

– Você anda muito folgado, sabia? - Angie ria, pegando sua xícara de volta. German sorriu, depositando um beijo de bom dia no queixo da mulher. Ele gostava de beijá-la em lugares inesperados. Ela sempre lhe lançava um sorriso, e desta vez não foi diferente. Angie sorriu não só por isso, mas aliviada porque o homem não havia mudado. Pensara que, depois que tudo aquilo do sequestro acabasse, ele deixaria de mimá-la daquela maneira. - Não posso esperar para dar aula. Como senti falta disso, você nem tem ideia.

– Eu imagino - German riu, lendo o título da matéria que ocupava a página inteira da revista - Fábrica de artistas? Criativo. - comentou.

– Né? Falaram super bem da gente - a loira mordeu os lábios - Se o show der mesmo certo, vai bombar.

– Isso é ótimo. Tudo o que precisamos. Tá vendo como valeu a pena demitir os funcionários da limpeza? - ele riu, e a mulher balançou a cabeça.

– Nem me lembre disso. Sorte que o Pablo arrumou uns amigos dele para fazer isso de graça pra gente até que consigamos mais dinheiro, porque sinceramente, eu não aguentava mais fazer faxina. - Angeles desabafou, arrancando risadas do homem.

– Ah, qual é, era legal - ele dizia sorridente. - Sinto até falta.

– Eu não! - Angie olhou-o.

– Obrigado pela parte que me toca, docinho - ele apertou o nariz da mulher, fazendo-a sorrir.

– Ah, bobão, de me divertir com você eu até que sinto falta - a loira riu, quando German teve uma ideia.

– Já sei! - ele exclamou, se ajeitando no pufe. - Por que não fazemos algo divertido hoje à noite? - olhou-a nos olhos.

– O que, por exemplo? - ela sorriu, correspondendo o olhar profundo que ele a lançava.

– Não sei, podemos ir à locadora juntos e alugar vários filmes, aí fazemos uma maratona. - deu a ideia. Na verdade o que fariam não importava muito, desde que fosse com ela.

– Hummm - Angie fez cara de pensativa - Gostei. Topo.

German abriu um grande sorriso - Passo às oito na sua casa para irmos à locadora.

– Fechado.

XX

Mais tarde tiveram uma reunião. Pablo, Angeles, German, Gregório e Beto. Discutindo o show e suas particularidades. Haviam conseguido agendar no teatro, por um preço até que bom. Tinham sorte do dono gostar tanto do Studio. Agora, precisavam decidir com cuidado os preços dos convites e procurar gastar o mínimo. Angie estava animada, feliz e esperançosa. Tinham pouco tempo para ensaiar, mas ela confiava em seus alunos. A partir daquele dia, teriam longos dias de ensaio. Gregório estava se preocupando a chamar patrocinadores, mas, sem falar a ninguém, German também preparara uma coisa. Convidaria um amigo. Amigo este que poderia ser o homem que mudaria o rumo do Studio.

– Certo. Vamos conseguir um patrocinador, galera – Beto exclamou se levantando. Gregório bufava, balançando a cabeça.

– Esse show vai ser um desastre, não temos um centavo – ele estava quase desesperado. – A conta de luz está atrasada de novo, aliás! Vocês têm noção?

Angeles respirou fundo. – Gregório, o show é justamente para isso. Se conseguirmos um patrocinador, vamos conseguir o dinheiro para pagar até o último centavo da última conta que faltar, está bem?

Se conseguirmos um patrocinador – ele rolou os olhos. German respirou fundo para não se estressar.

– Vamos conseguir. Onde está a sua confiança? – o homem disse a Gregório, fazendo Angie sorrir levemente para ele. – É isso que vocês falam tanto para os alunos. Confie em si mesmo, confie em si mesmo! Mas na hora da batalha, não confia neles? Eles são extraordinários, Gregório, surpreendem todos.

Gregório suspirou. Tinha medo. Mas German tinha razão. A confiança era o mais importante. Porém, orgulhoso como sempre foi, o diretor do Studio nada disse.

– Antes que comecemos a discutir por isso de novo, vamos embora, vai, fim de reunião. – Pablo se levantou da mesa e foi pegar um café. Angie caminhou até German.

– Animadinha, hein – ele sorriu, vendo o sorriso gigante estampado no meio do rosto da mulher.

– Claro, o Studio está quase se reerguendo! Graças a quem? – ela mordeu os lábios e levantou as sobrancelhas, esperando a resposta de German.

– A todos vocês – o homem sorriu carinhoso. Angie balançou a cabeça.

– Se não fosse você eu não sei o que seria da gente. – a loira o olhava – Posso te perguntar uma coisa? O que você está escondendo, hein? Parece todo misterioso com isso de show...

– Surpresa – ele piscou, saindo da sala deixando um ar de mistério. Angie balançou a cabeça, rindo e voltando a fazer as suas coisas antes de ir para casa.

XX

20:11 da noite, sexta-feira.

Angeles escutou a buzina desesperada e saiu da casa rapidamente, aos risos. Já estava pronta, esperando no sofá. Entrou no carro de German e mordeu os lábios sorridente, divertida pelo fato da rua inteira ter se assustado com o barulho exagerado que o homem fez com a buzina.

– Você é louco, exagerado, idiota - Angie ria e colocava o cinto de segurança. German beijou o rosto dela carinhosamente.

– Bom te ver também, gata - ele falou rindo enquanto dava a partida. A loira apoiou a cabeça no vidro, e o observou. Camiseta polo verde escura, calça jeans e os cabelos bagunçados. E um detalhe bem importante: cheiroso. Ela ama vê-lo assim, fora do traje social que está acostumada todos os dias. - Locadora?

– Locadora. - ela piscou. Observou-o mais um pouco, discretamente, enquanto ele estava atento ao trânsito. Mordeu os lábios e respirou fundo, perdida nos pensamentos que envolviam German e o quanto o achava lindo. - Chegamos. - ele estacionou o carro em frente à locadora. Virou-se para a mulher e notou seu olhar em cima de si. - Quê?

– Nada - Angeles balançou a cabeça sorrindo - Você está bonito. - ela comentou tentando parecer natural. German sorriu.

– Foi proposital, só pra você - o homem deu uma piscadela para a loira, brincalhão, arrancando-lhe gargalhadas.

– Eu mereço - Angeles ria e saiu do carro, acompanhada de German. Ele abraçou-a pelos ombros e assim, ambos adentraram a locadora. - Seção de romanceeeee!!! – a mulher puxou o homem pela mão correndo até o canto da locadora que ela tanto conhecia.

– Ah, não! – German balançava a cabeça, sendo puxado. – Sério mesmo? Você não vai me obrigar a assistir isso, né?

Angie ria – Ah, eu vou. Por favoooooor – ela juntou as mãos, fazendo bico.

– Não faz essa cara! – o homem fechou os olhos para não ver aquele rostinho meigo em sua frente. Angeles acabou rindo. – Espera – abriu os olhos – Se você pegar um de romance, vou pegar um que eu queira também.

– Ah – ela bufou – Está bem, né, justiça é justiça. – voltou a escolher os filmes. Retirou da prateleira Cartas para Julieta, que tanto gostava. – Tcharã!

German foi até a outra prateleira e voltou para perto de Angeles com Batman: o cavaleiro das trevas ressurge, Star Wars, Velozes e Furiosos 6, e X-men em mãos. Estendeu os filmes para a loira e ela arregalou os olhos.

– Não, não, não e não! – Angie ia apontando para os DVDs enquanto falava.

– Não pra esse também – o homem disse risonho, apontando para o que ela tinha em mãos.

– Ah, mas esse lembra tanto a g.. – a mulher ia perceber o que ia dizendo e se interrompeu – Lembra tanto um casal de amigos meus, que se apaixonaram mas não queriam admitir o sentimento...

– Você já viu o filme! Pra que quer alugar de novo? – German, por sorte, não percebeu o que ela ia dizer.

– Porque é legal – Angie bufou – Homens não entendem nada mesmo...

– Você fica uma gracinha com essa cara de brava – ele a olhava, sorrindo. Angeles sentiu o mesmo arrepio de sempre e quis se matar naquele exato instante. Estava demorando para que os flertes dele começassem. Ele parecia fazer de propósito.

– Hum, eu acho que devíamos alugar um de desenho animado – a loira ignorou completamente o homem e saiu andando para a seção infantil. – A pequena sereia! – os olhos verdes brilharam enquanto ela pegava o DVD.

– Angie... – German começou.

– Tá, então Madagascar! – Angeles pegou outro DVD – Ah, eu amo esses pinguins..

– Angie – ele virou-a para ela de repente, fazendo-a se assustar. – Por que você ignorou o que eu disse?

A mulher olhou-o por alguns segundos antes de tentar balbuciar algo. – Ahm... Não foi nada, German, eu só achei que tinha sido um elogio retórico... – ela se atrapalhou para falar, fazendo-o sorrir.

– Vamos levar o Cartas para Julieta, vai – mudou de assunto, quando teve o que queria, que era vê-la sem graça por um elogio seu. Era bom saber que ainda se atingia. German pegou-a pela mão e andou com ela de volta ao corredor em que estavam.

Demoraram quase meia hora para decidir todos os filmes. Pegaram alguns que já tinham visto e outros que leram a sinopse e se interessaram, mas a demora mesmo foi pela discórdia entre eles em alguns tipos de filme. Acabaram saindo de lá com Cartas para Julieta, X-Men, O impossível, Como perder um homem em dez dias, Jogos Vorazes e mais um de terror que German insistira como uma criança para levarem.

– Eu vou pagar! – Angeles exclamou vendo-o tirar o cartão de crédito da carteira.

– Ah, não vai não – o homem rira, pegando a maquininha do caixa para passar o cartão. Angie rapidamente arrancou a maquininha das mãos de German e tentou enfiar o seu cartão rapidamente. – Ei! – ele deu-lhe um leve empurrão, pegando o objeto de volta enquanto eles caíam na risada. A atendente do caixa olhava-os com um sorriso no rosto.

– Você é chatooooo – Angie deu a língua para o homem, batendo nos braços dele enquanto ele finalmente pagava.

– Não sou, princesa – abraçou-a de lado, fazendo-a encostar seu corpo no dele. A loira repousou um braço rodeando o corpo dele por trás e a outra mão apoiou no peito do homem. Ela ficou bem quietinha ali, não querendo soltá-lo. De um dia para o outro sentiu seu relacionamento com German se tornar algo tão possível aos seus olhos.

Quando ele pegou a sacolinha com os filmes, não soltou-a. Andaram naquela mesma posição até o carro, sem dizerem nada. Voltaram para a casa da mulher em silêncio.

– Qual vamos ver primeiro? – German quebrou o clima desconfortável que estava se formando aos poucos. Ele havia estacionado o carro em frente a casa dela. Ambos saíram e entraram.

– Escolhe aí, eu vou fazer a pipoca – ela sorriu e se dirigiu à cozinha. German mordeu os lábios e retirou os DVDs da sacola. Analisou-os. Gostaria muito de assistir X-men primeiro, mas, para agradar a loira, colocou Como perder um homem em dez dias para carregar.

Ele sentou-se no sofá e pegou um cobertor quentinho que estava ali ao lado, colocando sobre si. Minutos depois Angie voltou com um balde de pipoca, coca-cola e três barras de chocolate.

– Wow! – German arregalou os olhos vendo a quantidade de coisas. A mulher riu, deixando os chocolates e a coca na mesa de centro, e sentando ao lado de German em seguida, cobrindo-se também.

– Quer? – estendeu o balde de pipoca para ele. O homem colocou a mão no balde, enchendo-a com o salgado. Enfiou tudo na boca. – Nossa, faminto. – Angie riu, olhando para a TV. – Qual você colocou primeiro?

– Aquele lá de nome gigante que você escolheu. Eu sou cavalheiro, pode dizer – ele a olhou rindo. Ela mordeu os lábios, sorridente, e balançou a cabeça.

– Você é incrível – respondeu baixinho, com a intenção de que ele não ouvisse. Com vergonha, não o olhou, e fixou os olhos na TV esperando o filme começar. Mas ele tinha sim ouvido, e vendo-a sem graça abriu um sorriso ainda maior, se aproximando e beijando carinhosamente a bochecha dela.

O filme logo começou, e ambos pararam de conversar para prestar atenção. Comiam pipoca e bebiam refrigerante, enquanto riam de algumas cenas e comentavam outras.

– A mulher é louca! Uma samambaia do amor? – German ria, se divertindo mais que Angeles. Ela olhou-o brevemente, mordendo os lábios enquanto sorria. Esticou o braço na mesa para pegar a barra de chocolate e abri-la. – Eu quero! – ele a olhou.

– Toma – ela deu-lhe um pedaço na boca. German sorriu e voltou a prestar atenção no filme.

Mais um tempo se passou. Ambos estavam bem próximos um do outro no sofá, suas mãos batiam uma na outra na hora de pegar a pipoca no balde, e eles faziam com as mãos uma guerrinha entre si para ver quem pegava mais pipoca. A loira tinha o coração realizado, mal podia acreditar que aquela noite estava sendo real. E mal podia imaginar o quão longe chegariam.

O filme já estava no final quando a pipoca acabou.

– Ah, Angie – o homem bufou, olhando-a.

– Quê? – ela riu – Não tenho culpa! – encarou-o de volta.

– Tem sim, sua gorda, ninguém mandou comer demais – ele sorriu divertido.

– Comer demais? Você que está todo entretido aí no filme e nem notou o quanto comeu! – Angeles exclamou rindo – Aliás, pra quem não queria que eu alugasse este, até que você gostou demais para o meu gosto, hein?

– Shhh, eu não disse que gostei – ele deu a língua, ainda encarando-a. Olhou de relance para TV e arregalou os olhos – Olha, ele está indo atrás dela!

Angie soltou uma gargalhada alta e voltou assistir ao final do filme.

– VAMOS, BEN! – a loira gritou incentivando o personagem, como se ele pudesse escutá-la. German olhou-a, rindo.

– VAI, BEN, VOCÊ CONSEGUE! A ANDIE É TODA SUA! – o homem entrou na brincadeira, fazendo-a rir alto. – Olha lá, ele chegou no táxi dela!

– Siiiiiiiim! Bendie! Eu shippo! – a mulher gritou sem parar de rir.

– Bendie, cara? – German olhou rapidamente para a loira, caindo na gargalhada junto com ela. – Vamos lá, team Bendie!

– Vamos, Ben! Uhuuuu – Angie mordeu os lábios vendo as personagens se reencontrando.

– Puts, ele vai beijá-la! – o homem apertou a mão de Angeles por debaixo do cobertor. Ela apertou junto. – Beija, beija, beija e... Beijoooou!

A risada da mulher era descontrolada.

– Meu Deus, German! – a loira o olhava.

– Nosso shipper ficou junto, Angie! – ele comemorava e ela não parava de rir.

– Como somos idiotas... – balançava a cabeça, se recuperando. German, brincalhão, fez cócegas na perna dela por debaixo do cobertor, fazendo-a voltar a rir. – PARA, BABACA! – berrou quase sem ar.

– BABACA? – German dizia alto, rindo junto com ela – FALA DIREITO QUE EU PARO! – ele continuou e ela tentava se desvencilhar, sem sucesso.

– PARA, COISA MAIS LINDA DESSE MUNDO – Angeles gritou alto, dizendo aquilo para que ele parasse, por mais que tivesse um fundo de verdade nas suas palavras. O homem soltou-a, fazendo-a parar de rir aos poucos e recuperar o fôlego.

– Agora sim – ele parou para respirar, rindo junto.

– Você é um babaca mesmo sendo lindo – Angeles se levantou rindo e ia em direção à cozinha. – Vou fazer mais pipoca, coloca o X-men aí.

– Pode deixar!

Angie abriu a geladeira para pegar suco enquanto a pipoca estava no microondas, e então avistou garrafas de whisky e vodka fechadas.

– Ô, German – a mulher gritou da cozinha.

– Quê? – ele gritou em resposta.

– O que acha que de umas bebidas um pouco mais fortes? – ela mordeu os lábios, rindo. Pegou as garrafas e mostrou-as da porta da cozinha. O homem, que estava ajoelhado em frente ao aparelho de DVD, trocando os filmes, olhou-a. Viu as bebidas e abriu um grande sorriso.

– Eu topo.

Então assim foram, com tudo, assumindo todos os riscos que tinham em beber juntos. Estava sendo divertido, afinal. Uns goles ali, outros aqui. Uma conversa boba em alguma parte chata do filme. E, aos pouquinhos, foram se alterando, gole por gole, ficando zonzos, tontos, até não chegarem a raciocinar direito o que estavam falando ou fazendo.

XX

Pov Angie

A claridade invadia a sala, eu havia me esquecido de fechar as cortinas. Eu não abri os olhos, tentei me localizar. Estava deitada em um lugar duro e gelado, mas sentia uma mão quente me rodeando. Coloquei meu braço na frente do rosto para conseguir abrir os olhos, e a primeira imagem de vi foi o resto do meu corpo. Me assustei. Eu estava apenas de calcinha e sutiã. O que raios havia acontecido com minhas roupas? Pisquei algumas vezes. Uma dor de cabeça de repente me atingiu como uma pancada. Soltei um leve murmúrio e olhei para os lados. Dessa vez, eu gritei. German estava deitado ao meu lado, num sono profundo, vestindo apenas uma boxer, que em seu centro possuía um grande relevo.

– German! - falei alto e ele acordou assustado. Estávamos ambos no chão da minha sala.

– O quê? - ele me olhou sonolento e quando me viu daquela maneira arregalou os olhos. Em seguida olhou pra si mesmo e se assustou ainda mais. - MAS QUÊ? - ele exclamou e se encolheu.

– Meu Deus. Me diz que você se lembra de alguma coisa. - peguei uma almofada e escondi meu corpo. Eu devia estar completamente roxa.

– Eu.. não me lembro de nada, Angie - seus olhos me encararam com certo desespero.

– Me diz que nós não.. - engoli em seco.

– Eu não sei - German passou as mãos pelos cabelos e soltou um longo suspiro. - E agora?

– E agora que temos um problema. Ai, minha cabeça - cerrei os olhos com dor.

– Isso se chama ressaca. - German se levantou e foi difícil tirar os olhos do volume naquela cueca. Aquilo havia estado mesmo dentro de mim? Ele caminhou até a cozinha e voltou com um copo d'água. Me puxou pra cima e me entregou-o.

– Estou com vergonha. - tomei a água e me encolhi. Busquei minhas roupas pelo local.

– Belos seios. - German falou divertido.

– Fica quieto! - atirei-o uma latinha de coca-cola.

– É a verdade - ele se jogou no sofá - Se tiver acontecido, eu queria me lembrar.

Pov Off

– German!!! - Angeles se aproximou para socá-lo, e quando ele segurou seus pulsos ela acabou caindo sob seu colo.

– Era brincadeira - ele disse nervoso pelo fato dela estar semi-nua sentada em cima dele. Seus olhos pairaram nos seios quase escapando do sutiã de renda da mulher. - Mas aproveitando a situação...

– Seu tarado! - Angie exclamou e mordeu os lábios, se levantando do colo do homem. – Meu Deus, eu juro que não acredito. Que merda a gente fez?

Ela havia se enrolado no cobertor e agora buscava sua blusa pela sala. German jogou-lhe sua camiseta verde escura para a mulher, para que ela a vestisse.

– Põe logo isso daí – ele disse enquanto colocava sua calça.

– E você vai vestir o quê? – ela o olhou. Ele sorriu divertido. – Nada, né? Ai, German – a loira engoliu em seco olhando o abdômen dele de fora, e logo em seguida vestindo sua camisa, que chegava até a metade de suas coxas.

– Certo. A última coisa de que me lembro é da gente gritando feito doidos para que o Ben e a Andie ficassem juntos no filme. – o homem a ajudou a catar a sujeira e levar para a cozinha.

– Eu me lembro de oferecer bebida – ela suspirou, pegando a garrafa de vodka do chão. – Por que raios eu fiz isso mesmo?

– Eu acho que a Violetta deve estar preocupada por eu não ter voltado para casa. – German cerrou os olhos com a cabeça latejando.

– German, esquece isso rapidinho, dá pra você pensar comigo? Nós transamos? – a loira continuava chocada. Ele a olhou, se aproximando.

– Calma – segurou o rosto dela. – Acho que sim. – engoliu em seco, tentando imaginar. Ela estava sem reação. – Fica tranquila. Você não vai engravidar ou algo do tipo...

– Nós. Transamos.

– Sim. – German estava nervoso no fundo. Como ele e Angie haviam chegado àquele ponto? Não fazia o menor sentido. Como ele não se lembrava? Olhou por acaso no relógio da parede e se assustou com o horário. – Já é uma da tarde?!

– Quê? – Angeles se assustou. – Ai, meu Deus. Você come miojo?

German riu – Claro que como.

– Ótimo, porque este vai ser o almoço. – a mulher prendeu o cabelo em um rabo e colocou água pra ferver. German sentou-se na mesa da cozinha, observando-a caminhar com sua camisa até o armário e pegar dois pacotes de miojo. Pensou um pouco. Ele havia dado um passo maior do que o esperado na sua relação com ela. E não se lembrar era, de fato, angustiante.

Angeles estava envergonhada. Nada disse enquanto preparava a comida, mas podia sentir o olhar do homem em cima dela. Ele a achava tão linda daquela maneira, desajeitada por ter acabado de acordar, com a sua camiseta e o cabelo emaranhado em um rabo, enquanto improvisava um almoço para eles. German estava aos poucos deixando o sentimento por ela voltar, mas aquilo tudo estava acontecendo mais rápido do que imaginava.

– Não vai falar nada? – ele questionou. Angie estava de costas, e respirou fundo.

– Eu não sei o que dizer. – suspirou. O homem se levantou da cadeira e a abraçou por trás, beijando seu pescoço.

– Isto não tem que mudar nossa amizade, Angie. – ele falou cuidadosamente. Ela engoliu o choro. – Me desculpe.

– Eu só estou... sei lá, eu não esperava acordar com essa bomba na minha cara. – ela se virou para ele. Estavam próximos. German deu-lhe um selinho. – Ei, só porque transamos isso não te dá o direito – a mulher soltou uma risadinha. German sorriu.

– Não estou nem aí – ele tascou-lhe outro selinho e a soltou.

Sua cabeça doeu novamente, e de repente, o breve beijo que deu nela trouxe-o flashes. Da noite anterior. German lembrou-se de algumas coisas.

– Você é virgem? – ele perguntou à Angie no meio do filme, enquanto brincava com seus dedos na perna da mulher. Ela riu sem graça.

– Não. – respondeu olhando-o. Ele olhou-a como uma cara de quem queria saber mais. Angeles rolou os olhos. – Eu estava no último ano da escola. Tinha um namorado. E ele tirou minha virgindade. Não tem mais nada a dizer – ela riu, meio bêbada.

– E você fez quantas vezes até hoje? – ele, com certeza, estava mais bêbado que ela.

– German! Presta atenção no filme, vai – a loira virou-se para a TV, mas ele a puxou de volta. – Olha, eu num sei, não fiquei contando quantas vezes fiz. – respondeu brava e ele continuou encarando-a, como se não acreditasse. – Ah, ok, ok, três vezes, seu chato.

– Obrigado – ele riu. De repente, um trovão barulhento percorreu toda a cidade. Angeles deu um berro, pois tinha medo, e pulou no colo do homem.

– Ah, não, era só o que me faltava. – escondeu o rosto nos ombros de German, que a abraçou carinhosamente.

– Calma, Angie, ó, eu estou aqui com você – ele ergueu o rosto dela, fazendo-a olhá-lo. – É só um barulho. – acarinhou-a, enquanto ela continuava sentada de frente para ele em suas pernas. Angeles assentiu levemente com a cabeça. Por impulso, o homem aproximou-se e beijou-lhe levemente no queixo.

A mulher sorriu, já se esquecendo do barulho ali fora. Uma chuva forte começava. German continuou dando beijinhos, até chegar perto dos lábios e ele começar a contorná-los com beijos igual fez uma vez com ela quando estava em repouso.

– Você faz de sacanagem, né – Angie murmurou sorrindo, enquanto ele distribuía os beijinhos. German riu abafado.

– O quê? – ele mordeu o lábio inferior da mulher, docemente.

– Ah, não brinca, German – ela respirou fundo e juntou seus lábios com os dele no mesmo instante, não aguentava mais tantas provocações. Tinha desejo dele. Sede.

É claro que uma Angeles sóbria jamais faria isso.

Começaram a se beijar intensamente, e bem forte. Ela se ajeitou com uma perna de cada lado no colo do homem, e ia mexendo o quadril conforme o beijo aumentava de profundidade. German apertou a cintura dela, enlaçando suas línguas. Aquilo passava de carinhoso para feroz. Outro trovão foi escutado, fazendo a loira partir o beijo de repente.

– É só um barulho, Angie. – ele encheu-a de selinhos. – Você foi rápida, hein – se referiu ao fato dela ter beijado-o sem receio algum. Ela o olhou.

– E você me enrola demais, German! – a loira murmurou rindo, e logo voltou a beijá-lo. Não importava as consequências. Ambos precisavam daquilo mais que nunca.

German começou lentamente a subir a blusa da mulher e jogá-la para cima. A blusa foi parar no ventilador de teto, que estava desligado. A mulher sorriu, e arrancou a camiseta dele no mesmo instante que o homem passou os beijos para o pescoço da loira, descendo para o busto e logo chegando aos seios.

Deitou-a no sofá. Arrancou seu sutiã. E os restos de suas roupas. Dane-se o filme. Danem-se os trovões. Dane-se tudo. Dizem que um bêbado sempre faz o que quer fazer sóbrio mas não tem coragem. E era exatamente isto o que estava se realizando ali. Dois amantes, deixando-se guiar pelos desejos, deixando o medo de lado para conseguirem se amar por pelo menos alguns minutos, sem pesar na consciência.

German respirou fundo. Lembrou-se de detalhe por detalhe.

– Ei? – a mulher passou as mãos na frente do rosto do homem, que estava paralisado encarando o nada. – Está tudo bem?

Ele a olhou, meio ofegante só de lembrar.

– Está sim – assentiu, pensativo. Lançou-lhe um sorriso em seguida. German andou até a porta da cozinha, e olhou para o teto da sala. Na verdade, para o ventilador. – Aliás - ele riu - acho que encontrei a sua blusa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

comentem, recomendem, favoritem e etc