Lety ainda estava conversando com Carolina quando Fernando chegou com Omar.

–Oi! -Omar cumprimenta a Carol.

–Oi, Omar. -Carol o cumprimenta.

–Amor, me ajuda a dar banho nos pequenos? -Lety pergunta já arrastando a Fernando.

–Lety! -Carolina a chama, mas lety apenas dá uma piscadela para ela.

Assim que Fernando e Lety se retiram para o quarto de cima, Carol e Omar começam a ficarem sem graça.

–Surpresa te encontrar por aqui. -Omar comenta tentando quebrar o silêncio torturante que havia se formado.

–Não sabia que viria até aqui.

–Vim ver o Marcelo e a Marina. Fernando me convidou.

–Eu também aproveitei para visita-los. Já estava com saudade dos pequenos.

–Eu também me afeiçoei muito a eles. Pode-se dizer que eu sou quase um tio já que Fernando é meu mano de criação.

O silêncio novamente se instala no ar por alguns minutos.

–Acho que já vou. Se despede da Lety e do Fernando por mim, por favor. -Carolina diz já se retirando.

–Se é por minha presença, por favor, fique. Você chegou primeiro. -Omar diz a segurando pelo braço.

O simples toque de Omar em seu braço fez Carol se remoer com a lembrança da noite que passaram.

–Tchau, Carol. Sei que estou incomodando. Dê um beijo nos pequenos por mim. -Omar diz já se encaminhando para a porta.

–Omar, espera. Não podemos continuar assim nos evitando e fingindo que nada aconteceu. Isso não está certo. -Carol fala.

–Eu queria poder esquecer o que se passou, mas a verdade é que não consigo. -Omar diz ainda de costas para Carolina.

–Foi um erro que cometemos e, se aceitarmos, talvez possamos continuar amigos. -Carol diz com lágrimas nos olhos.

–Depois do que passamos, não consigo te ver apenas como amiga. Esse foi o erro mais feliz que cometi. -Omar disse se virando.

–Não torne isso difícil, Omar.

–Não estou tornando. Acho que você foi a única que realmente mexeu comigo. Se cuida, Carolina. Se precisar de algo, basta falar, eu sempre estarei disposto a lhe ajudar. -Omar diz com lágrimas nos olhos e começa a caminhar para a porta.

Carolina não estava acreditando do que achou que tivesse visto, ela achou ter visto uma lágrima cair. Ela precisava saber se era verdade. Correu até o Omar e se colocou em sua frente.

–Você está chorando? -Ela perguntou enquanto lhe secava uma lágrima com a mão.

–Acho que pela primeira vez na minha vida. Mas você também está. -Omar diz enquanto também seca algumas lágrimas dela com as mãos.

–O que há conosco? Estamos nos tratando como dois estranhos. -Carol pergunta se afastando um pouco.

–Começamos um jogo onde não há volta. Parece que eu fui o perdedor. -Omar responde sem graça. -Já não consigo pensar em outra que não seja você, Carolina. -Ele confessa.

– Está falando sério, Omar? Isso não é mais uma de suas brincadeiras?

–Nunca falei tão sério em minha vida. Mas sei que não presto e que merece algo melhor. Tchau, Carol. -Omar diz lhe dando um suave beijo na bochecha.

Assim como Omar virou o rosto da outra vez, Carol faz o mesmo e o inocente beijo se transforma em um ardente e apaixonado beijo que os deixa sem fôlego.

–Esse beijo não pode ter sido fingimento. -Carol diz.

–Mas como? -Omar pergunta ainda surpreso pelo que acabou de acontecer.

–Eu te amo, Omar.

–Me ama? Como me ama se me largou sozinho no meu apartamento?

–Eu não quis acordar e passar pela humilhação de ter que te encarar. Achei que eu seria apenas mais uma de suas conquistas.

–Você não é mais uma, você é troféu máximo. Você é a única mulher com a qual eu poderia me tornar um pai. Não sabe o vazio que senti ao acordar e não te ver lá.

Carolina não acreditava no que estava acontecendo, Omar Carvajal havia se rendido? Ele havia dito que sentia sua falta e, o mais importante, ele havia dito que ela seria a única mulher com a qual ele queria ter um filho. Aquela frase dava a certeza de que Omar era o homem que ela amava.

–Não me abandone mais, Carol. -Omar diz a beijando.

Lety e Fernando, que haviam descido há poucos minutos, observavam tudo incrédulos.

Continua.