Na fuga se reencontrou; Na mentira, sobreviveu. escrita por Costa


Capítulo 7
Capitulo 7




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Lety queria fugir naquele momento, mas suas pernas não a obedeciam. Dona Márcia se aproximava. Letícia suava frio, não sabia o que fazer. Agora já não daria mais para fugir. Márcia havia lhe dirigido a palavra.

–Por favor, senhora. A senhora sabe se acharam alguém ferido ou algum corpo. Até mesmo se esse homem apareceu por aqui. -Indaga Márcia mostrando para Lety uma foto de Fernando.

–Não, dona. Não vi. - Responde Lety ainda paralisada pelo medo.

Márcia agradece e vai embora. Lety não podia acreditar, havia passado pela prova de fogo, nem dona Márcia, nem seu Fernando a haviam reconhecido. Letícia ainda tremia por dentro, mas estava feliz. Talvez agora, com sua nova aparência, pudesse por fim sair na rua sem o medo de virar uma feiosa piada.

Fernando não queria ser encontrado. A vontade de se matar tinha passado, mas não queria encarar naquele momento a Márcia ou os seus pais, não queria ver ninguém. Pensou em mudar de país, mas já não tinha dinheiro para isso. Não poderia usar um caixa rápido porque podia ser rastreado. Teria que arrumar um emprego onde ninguém o conhecesse, mas o que faria? Sempre foi filhinho de papai, conquistava todas suas vontades. Teria que pensar em algo.

Perto dali, Atílio tentava arrumar o barco para compensar o dia de trabalho perdido. Lety o vê e pede se pode ir com ele. Atílio a deixa ir. Uma mão a mais será bem vinda.

Já no mar, ela e seu Atílio conversavam sobre o que aconteceu. Lety contou a ele que nem Fernando nem Márcia a reconheceram e que ela mentiu para Fernando ao dizer que se chamava Aurora.

–Não o conheço, Letícia, mas parece que ele estava sofrendo tanto quanto você. -comenta Atílio.

–Claro que estava. Ele corre o risco de perder a empresa, decepcionou os pais e a noiva já sabe de tudo... - Queixa-se Lety.

–Acho que não é só por isso. Sua dor parece muito grande pra ser só isso. Talvez ele esteja com remorso achando que você morreu.

–Até acredito. Eu era o coelho da sorte dele. Era eu quem sempre maqueava suas falcatruas... -Ironizou Lety.

Fernando ainda estava na casa conversando com Maria.

–O que pretende fazer, Fernando? - Questionou Maria.

–Não sei. O único que sei é que não quero voltar agora. Magoei muita gente boa. Por minha culpa, a coisa que eu mais amava nesse mundo já não verei nunca mais. Se pudesse, daria minha vida para voltar no tempo e fazer tudo diferente. -Lamentou Fernando.

–Onde pretende ficar hoje? Digo, já tem algum lugar em mente.

–Não, dona Maria. Estou sem dinheiro, sem roupas, não tenho a quem recorrer e isso, realmente não me importa. Posso dormir até na rua, mas não quero e nem posso pedir ajuda agora a meus amigos. -disse Fernando com sinceridade.

Maria sentiu enorme pena dele. Não sabia se era falsidade, mas viu lágrimas nos olhos de Fernando. Sentia por Letícia, mas ela não permitiria que Fernando ficasse sozinho vagando pelas ruas. Assim como Lety, Fernando necessitava de ajuda. Já havia tentado se matar uma vez e Maria temia que ele tentasse a segunda, caso ninguém o ajudasse.

A noite, ao chegar em casa junto a Atílio, tamanho foi o espanto de Letícia ao saber que Fernando passaria uns dias com eles.

Continua.


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