Na fuga se reencontrou; Na mentira, sobreviveu. escrita por Costa


Capítulo 16
Capitulo 16




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Fernando estava confuso com seus sentimentos. Estava começando a sentir algo por Aurora. Não era amor, mas também não estava longe de ser. O Aldo também o irritava de uma estranha forma.

Mais tarde, após o jantar, Aldo anuncia que queria passar uns dias com seus pais, se fosse possível.

–Ficar uns dias aqui? -Questionou Atílio.

–É pai. A construção do restaurante só vai começar semana que vem. Queria passar essa semana com vocês. -Responde Aldo.

–Até pode, só temos que ver onde você dormirá. A Aurora está no seu antigo quarto e Fernando no sofá. -Explicou Atílio.

–Eu não me importo de sair do quarto, posso até dormir no chão. -Aurora manifestou-se.

–Que tipo de cavalheiro acha que eu sou, Aurora? Eu nunca permitiria que uma dama dormisse no chão por minha causa. Você fica no quarto. -Ordenou Aldo.

–Você se importaria de dormir num colchonete, Fernando? Se não se importar, o Aldo pode ficar no sofá. -Perguntou Maria.

–Claro que não, dona Maria. Posso dormir até na rede na varanda. -Respondeu Fernando rindo um pouco sem graça.

Foi o que aconteceu. Mais tarde, Aldo dormiu no sofá e Fernando na rede do lado de fora. Lá Fernando falava sozinho.

–Eu não permitiria que uma dama dormisse no chão por mim...que cavalheiro eu sou? Tenha dó. Eu posso dormir aqui fora, cheio de mosquitos pra me atacar. Me sinto como um cão vira latas quando a família arruma um gato e o pobre cachorro é posto pra fora pra não atacar o gatinho, ou melhor, o Aldinho. -Fernando resmunga enquanto se ajeita e deita na rede.

No dia seguinte, Fernando é o primeiro a levantar. Ele havia dormido muito mal na rede. Tinha caido uma vez durante a noite e agora estava todo dolorido.

Fernando já estava estranhando, o seu Atílio não demorava para sair e ele já estava atrasado. Resolveu entrar e ver o que estava acontecendo. Lá encontrou seu Atílio conversando com o Aldo.

–Fernando! Esqueci de te avisar, hoje não vamos pescar. Vou tirar o dia para conversar com meu filho. -Atílio diz ao avistar Fernando.

–Tudo bem seu Atílio. Se precisar de mim estarei lá fora. -Responde Fernando já saindo.

–Poxa pai, estava com saudades de quando saiamos para pescar. Será que mais tarde podemos fazer isso? -Indaga Aldo.

–Podemos ir agora se quiser. -Responde Atílio.

–Quero sim, pai!

Os dois saem e ao passarem por Fernando, Atílio pede que ele avise Aurora e Maria que saíram. Ele concorda.

Fernando estava irritado demais para voltar a dormir. Queria procurar algo para fazer. Decidiu que iria reconstruir o velho galinheiro. Maria vivia pedindo a Atílio para conserta-lo, mas ele nunca conseguia. Fernando começou cedo, queria fazer uma surpresa para Maria.

Ao longo da manhã Fernando trabalhou duro, conseguiu com um pouco de esforços e algumas marteladas no dedo colocar o velho galinheiro de pé. Só faltavam as galinhas. Ele tinha alguns trocados que ganhou vendendo peixes com Atílio. Como a ilha era pequena, não seria difícil encontrar galinhas a venda.

Mais tarde, Maria e Lety acordaram e não viram ninguém. Acharam que tinha ido pescar, não deram muita importância. Decidiram sair de casa e viram um belo galinheiro armado já com algumas galinhas. Ao lado dele, Fernando descansava sentado no chão.

–Fernando, o que é isso? -indaga Maria.

–É aquele galinheiro que a senhora tanto queria. Seu Atílio saiu cedo com seu filho e já que eu estava sem ter o que fazer, resolvi tentar montar o galinheiro. Não está muito bom, mas as galinhas não irão fugir. -Respondeu Fernando rindo.

As atitudes de Fernando realmente desconcertavam Lety. Havia momentos em que ele era um cafajeste, momentos em que ela o odiava, mas também havia momentos em que ele era o homem com que ela sempre sonhara, aquele homem bom, prestativo. Ela já não sabia se o amava ou se o odiava.

Continua.


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