Na fuga se reencontrou; Na mentira, sobreviveu. escrita por Costa


Capítulo 10
Capitulo 10




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/584736/chapter/10

Fernando passou uma noite tranquila, Lety nem tanto, relembrar dele ainda era muito doloroso para ela.

Atílio sempre era o primeiro a se levantar, antes mesmo do dia clarear, ele já estava de pé e pronto para iniciar sua pescaria. Ao passar pela sala, ele, sem querer, acaba acordando Fernando.

–Seu Atílio, está tudo bem? -indaga Fernando.

–Está sim. Volte a dormir rapaz. Eu vou trabalhar.

–Mas já? Ainda é muito cedo.

–A vida aqui começa cedo. Tenho que preparar tudo antes de sair ao mar.

–Permita-me ajudá-lo. Não quero ser um estorvo para vocês.

–Tem certeza? A vida no mar não é fácil.

–Tenho sim. Nada me daria mais alegria que contribuir em algo.

–Vamos de uma vez então.

Os dois saem.

Lety acaba acordando primeiro que Maria. Ela nota que Fernando não está no sofá e acredita que ele tenha ido embora. Ela sente um misto de alegria e tristeza. Não queria ver seu Fernando, mas também não conseguiria ficar longe dele. Ao mesmo tempo que o odiava, o amava com todas as suas forças. Não conseguia compreender como podia sentir dois sentimentos tão distintos ao mesmo tempo por uma pessoa.

Ali perto, Fernando e Atílio já haviam embarcado e partido no mar. Atílio pediu que Fernando limpasse um pouco o barco, especialmente o local que jogava os peixes. Fernando prontamente foi, apesar do fétido odor de peixe.

–O que eu tenho que fazer, seu Atílio? -Questionou Fernando.

–basta jogar um pouco de água e esfregar com esse Escovão. Responde Atílio jogando para ele uma escova parecida com aquelas de lavar roupa.

–Onde o senhor guarda as luvas?

–Luvas?

–É, de plástico, sabe, para limpeza.

Atílio RI.

–Aqui fazemos tudo de cara limpa, Fernando. Não usamos nenhum acessório desses aí. Aqui, nossas mãos ficam fedidas a peixes, nossa roupa fica cheia de escamas e nós suamos como porcos. A vida no mar é difícil. Mas, se não aguentar, deixa que eu faço.

–Não, seu Atílio, preciso aprender.

Fernando realmente queria ajudar, mas desejou, naquele momento que as pessoas que o salvaram tivessem uma profissão menos fedida. O cheiro de peixe já estava deixando ele enjoado.

Na casa, Lety, por dentro chorava. Apesar do que aconteceu, ainda amava Fernando e temia que ele tentasse fazer outra besteira. Nesse momento, Maria acorda e começa a conversar com ela.

–Cade o Fernando? -Indaga Maria.

–Não sei, acho que ele foi embora e não falou nada.

–Ele me preocupa, ainda não está bem.

–Também me preocupa, dona Maria. Não quero que nada de ruim lhe aconteça.

–Talvez fosse melhor sair e procura-lo. Não deve estar longe, Lety.

Lety já tinha pensado em procurar por Fernando, mas seu orgulho gritava para deixá-lo ir, mesmo que isso fosse sua ruína. Lety estava dividida, parte dela queria que ele fosse, outra parte temia pela segurança dele. Naquele momento Letícia não sabia o que fazer.

Continua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!