Love, Love, Love Three-Shot escrita por buckyonce


Capítulo 3
III - The Only Exception.


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada á todos que comentaram e favoritaram e acompanharam!
Essa foi a minha primeira fic Sterek e eu vou ser eternamente grata á todos que me aceitaram bem, mesmo sendo um fandom novo pra mim.
É o último capítulo e eu estou tentando não chorar aqui e tals, mas tá sendo um porre.
Enfim... Enjoy!



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When I was younger

I saw my daddy cry

And curse at the wind

He broke his own heart

And I watched

As he tried to reassemble it

Não havia sido nada fácil para Stiles crescer sem a mãe ao lado. Claudia Stilinski morreu ainda jovem, beirando os 30 anos. Ela e seu marido (e futuro xerife) John haviam tido o pequeno Stiles depois de longos cinco anos no meio de tentativas e erros. Quisera ele nunca ter vindo ao mundo, talvez assim sua mãe ainda estivesse viva. Ele gostava desse pensamento. Porém não gostava do “talvez” que causava uma angústia profunda em si mesmo.

Do quarto, ele ouviu. Porta abrindo, chaves caindo, alguns tropeços. Seu pai havia acabado de chegar e, como sempre, bêbado. Ele conseguia até imaginar a cena de seu pai entrando na cozinha e indo até o armário pegar a garrafa de vodca que ele jurava estar escondida (mesmo Stiles sabendo onde ela ficava) e dando um longo gole direto da boca da garrafa.

O garoto largou o lápis em cima da cama e levantou-se, derrubando alguns papéis no caminho. Ao abrir a porta do quarto, pôde ouvir com mais clareza. Seu pai estava falando sozinho, provavelmente com uma velha foto de sua mãe que a mostrava em seus melhores anos. Ele já tinha ouvido falar que era muito parecido com a mãe (diziam que tinham os mesmos olhos, a mesma boca, as mesmas pintinhas e a mesma dose exagerada de sarcasmo) e ele sabia que essa incrível semelhança só causava mais dor ao seu pai.

Respirando fundo, ele deu alguns passos até o primeiro degrau da escada mas parou quando prestou atenção no que o pai dizia.

“Sinto sua falta, Claudia. Céus, como eu sinto sua falta. Sinto falta do seu cheiro, do seu sorriso, até das suas caretas. Você não faz ideia do quanto eu me sinto vazio sem você ao meu lado. Eu queria ter te ajudado quando ainda tinha chances, mas você era tão teimosa. Disse que podia cuidar de tudo sozinha... E eu acreditei. Eu realmente achei que podia se virar e acabei esquecendo de você. Quando finalmente me dei conta, já era muito tarde. Nada mais podia ser feito. E, apesar de você ter me dito no leito de morte que a culpa era inteiramente sua, tanto eu quanto você sabíamos que não era bem assim.”

O garoto encostou-se na parede e deixou-se escorregar até sentar-se no carpete gasto. Lágrimas começaram a brotar de seus olhos pois ele sabia que o pai estava falando de si. É claro que estava. Se não fosse Stiles, Claudia estaria viva. Curada, até. Sorrindo e dançando como antigamente. Ele abraçou as pernas e começou á embalar-se, ainda ouvindo a voz do pai ao fundo.

“Stiles está tão grande. Ele é bem mais alto do que eu. Não, ele não parece comigo. É mais uma cópia exata de você. E toda vez que olho para ele, dói. Ah, como dói. Mas ele é meu filho... Nosso filho. Então eu deixo pra lá e tento fazer o melhor papel de pai possível. Ele herdou sua mão boa para cozinhar e seu sarcasmo. Não há um dia em que eu não ria das piadinhas dele.” Houve uma pausa e um suspiro e Stiles prendeu a respiração junto com o pai. “Eu preciso te agradecer. Por ter me deixado ele. Eu sei que ele pensa que a culpa é dele e sei que pensa que sua semelhança com você é um dos motivos de eu quase nunca estar em casa, mas não é verdade. Eu amo muito aquele garoto. E tenho certeza que, se não fosse por ele, eu teria ficado louco. Obrigado por ter me dado o único motivo capaz de me fazer continuar.”

Tarde da noite, quando Stiles já estava em sua cama, coberto até a cabeça, seu pai veio dar sua habitual “checada” e murmurou um baixo “Eu te amo” depois de passar a mão nos cabelos do garoto. Antes de fechar a porta, o xerife ouviu um baixo “Também te amo” e não conseguiu segurar o pequeno sorriso que se formava em seu rosto.

And my momma swore that

She would never let herself forget

And that was the day that I promised

I'd never sing of love

If it does not exist

Era fim de tarde em Beacon Hills. Havia neve nas ruas e alguns piscas-piscas espalhados no telhado do hospital. Era Natal. O pequeno Stiles olhava tudo da enorme janela do quarto de sua mãe, mas seus grandes olhos castanhos não brilhavam.

Scott estava ao seu lado. Usava um gorro verde grande demais na cabeça, casaco e luvas vermelhas. Stiles estava do mesmo jeito, porém seu gorro era azul e suas luvas pretas. O nariz de Scott estava vermelho e ele não parava de espirrar, porém ele não queria sair dali, mesmo com os pedidos de sua mãe. Ele sabia que tinha que ficar. Por Stiles.

–- Tia Melissa. – O mais novo chamou, depois de uma pequena discussão entre mãe e filho. – Nada ainda?

Melissa fechou os olhos e suspirou. Ela não conseguia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Stiles era muito novo e John era apaixonado demais pela mulher para passar por essa situação. Mais uma vez, a médica respirou fundo e tentou dar um sorriso (falso) á Stiles.

–- Não se preocupe, querido. Sua mãe chega daqui á pouco. – Ela disse e o menor apenas assentiu, voltando á observar a rua deserta e branca. Luzes vermelhas e azuis começaram á piscar da esquina e ele já sabia que era seu pai chegando. Ao descer do carro, o (mais novo) xerife deu uma rápida olhada pela janela e acenou para seu filho. O garoto continuou na mesma posição, intacto. John engoliu em seco e subiu para o quarto da mulher, dando de cara com Melissa na porta.

–- Como ela está, Melissa?

–- Nesse momento, ela está tendo mais uma sessão de quimioterapia. Porém, John... Eu preciso avisar. As chances d’ela sobreviver são...

Ela não precisava terminar a frase porque ele já sabia o resto. Sua esposa iria morrer. Bem na sua frente e ele não podia fazer absolutamente nada. Logo ele, que era responsável pela proteção das pessoas, não havia conseguido proteger quem mais precisava.

Do lado de dentro da sala, Scott dormia enquanto Stiles estava encostado na porta. Ele havia ouvido tudo. E, mesmo sendo pequeno demais para entender certas coisas, ele conseguia entender o que aquela pausa de Melissa havia significado. Sua mãe estava indo embora e nunca mais iria voltar. O garoto abriu um pouco a porta e o que viu fez seu coração ficar mais apertado: seu pai chorava, compulsivamente, nos braços de Melissa.

Naquele momento, o garoto desejou nunca mais ser quebrado daquele maneira. Ele jurou nunca mais amar.

But darling

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

Os braços fortes e reconfortantes de Derek rodeavam sua cintura quando Stiles acordou. O menor abriu os olhos e deu de cara com os lindos olhos claros do lobisomem, acompanhados de um pequeno sorriso. O maior apertou mais a pele alva do menor, deixando algumas marcas, e o puxou para mais perto.

O sorriso sacana no rosto de Derek em nada combinava com a carranca azeda que ele mostrava á todos, mas Stiles sabia que era porque ele guardava aquele sorriso exclusivamente para ele. O maior aproximou-se, depositando beijos nas bochechas e no pescoço do namorado, e o menor encolheu-se com as cócegas produzidas.

–- Como você consegue? – Derek perguntou, ainda com o rosto afundado na curva do pescoço do outro.

–- Consigo o quê? – Stiles respondeu com uma pergunta, já que não tinha a mínima noção do que o lobo falava.

–- Como consegue me enlouquecer assim. – O maior soltou e apoiou-se nos cotovelos, olhando de cima para o menor. – Como consegue me deixar tão encantado com você, mesmo com tudo que eu já passei. Eu não entendo.

–- Você gosta disso?

–- Mais do que deveria.

–- Então... Tente aproveitar. Do mesmo jeito que estou fazendo.

–- Quer que eu me aproveite de você?

–- Não, seu lobo bobo. Quero que se aproveite da situação. Nunca fomos felizes e estamos vivenciando algo bem perto disso nesse momento. Então, por que correr?

–- Você tem certeza? – Derek perguntou, relutante como sempre.

–- Absoluta. – Stiles respondeu, com convicção suficiente para fazer o maior mudar de ideia e voltar aos braços dele.

Maybe I know, somewhere

Deep in my soul

That love never lasts

And we've got to find other ways

To make it alone

Or keep a straight face

And I've always lived like this

Keeping a comfortable, distance

And up until now

I had sworn to myself that I'm content

With loneliness

Todo relacionamento tem seus altos e baixos. E Stiles sabia que o dele com Derek não poderia ser diferente, já que os dois sofreram por um breve período de ódio mútuo antes de sentimentos diferentes tomarem de conta. Não foi surpresa quando um mês depois da cena do quarto, os dois estavam aos berros no loft. O menor gesticulava toda hora com os braços enquanto o maior rosnava quando algo era jogado em sua direção.

–- JÁ CHEGA! EU VOU EMBORA DAQUI! – Stiles esbravejou depois de Derek ter tentado agarrar seus braços para que parasse de jogar as coisas. Com a cabeça quente e a respiração pesada, ele saiu batendo os pés do loft, parando apenas para pegar sua mochila perto da porta.

Ao entrar no Jeep, ele não conseguiu controlar toda a raiva e ela apareceu como lágrimas. Pequenos filetes de água contínuos que escapavam pelos cantos de seus olhos e embaçavam sua visão. Suas mãos tremiam e ele sabia que não tinha condições de sair daquele lugar naquele estado, mas não iria pôr os pés de volta lá para pedir ajuda á Derek. Não. Isso estava fora de questão.

Stiles limpou as lágrimas, respirou fundo cinco vezes e deu a partida. O motor roncou, alto, e ele acelerou, pegando a estrada em seguida. As lágrimas continuavam á descer, teimosas, e ele sentia um gosto amargo na boca. O gosto da decepção. Ele já sabia que estava tudo acabado entre os dois. Não era possível Derek ainda querer Stiles depois de toda aquela ceninha de ciúmes. Mas o maior não era ele. E ele não sentia o que Stiles sentia. Ele não tinha culpa de ver tudo em vermelho quando notou a nova professora dando em cima do seu namorado, na maior cara de pau. E ele não havia sentido remorso algum quando começou á quebrar os primeiros móveis que Derek havia comprado para seu loft.

Aquilo era ciúmes. Não precisava ser explicado nem entendido. E Stiles tinha razões para ter ciúmes do namorado, talvez uns mil. E ele podia citar todos se não estivesse ocupado demais estacionando na porta de sua casa e correndo para dentro da mesma. Assim que tirou as chaves da maçaneta e o casaco do corpo, um barulho vindo de cima foi ouvido e ele agarrou seu taco de beisebol, subindo em seguida.

Ele olhou de relance no banheiro e no quarto do pai e, quando abriu a porta do seu quarto, teve um leve susto ao ver Derek sentado em sua cama, brincando com algo em suas mãos. Ele largou o taco que segurava (que caiu com um baque surdo no chão do corredor) e soltou uma respiração que nem sabia que estava segurando.

–- O que está fazendo aqui? – Ele perguntou, mesmo não querendo saber o real motivo.

–- Vim te dar uma coisa. – O maior respondeu e levantou-se, vindo até ele e pondo em sua mão o que antes segurava. Era um pequeno lobo de pelúcia que Stiles havia comprado pra ele no Natal passado e que ele havia batizado de “Sourwolf” em homenagem ao lobo azedo.

–- Por quê está me devolvendo o Sourwolf?

–- Eu não estou te devolvendo. Eu estou te dando.

Stiles abaixou a cabeça e virou-se, irritado com o rubor que já cercava suas bochechas. Ele já sabia que Derek iria terminar, ali e agora, só não imaginava que seria tão doloroso e que ele iria devolver-lhe o pobre e inocente Sourwolf, que nada tinha á ver com a história.

–- Eu não preciso de explicações, Derek. Se quiser ir, a porta está aberta. Apenas vá, por favor.

De repente, o mundo pareceu girar e ele estava sendo apertado pelos bíceps de Derek, que estavam circundando seu corpo.

–- O que está... Espera. Acha que vim aqui para terminar com você?

–- E não é óbvio? – Ele respondeu, o sarcasmo nítido na frase. – Eu só não achava que seria tão baixo a ponto de vir aqui e ainda me fazer passar por uma humilhação como essa. Se queria me ver chorar, parabéns. Você conseguiu.

–- Stiles, olha pra mim. – Derek pediu e puxou o rosto do menor com as duas mãos. – Por que acha que eu vou terminar com você?

–- Porque você não me quer. Porque você não quer um adolescente verborrágico e ciumento na sua cola.

Derek encostou sua testa com a de Stiles e suspirou, fazendo sua respiração quente e com cheiro de menta atingir em cheio o canal nasal do menor.

–- Eu não quero me separar de você. Céus, eu vim aqui pra fazer justamente o contrário. – Ele pegou o lobo e abriu o zíper da parte de baixo, tirando de lá um pequeno saquinho preto. – Abra.

–- Derek, eu...

–- Apenas abra, Stiles. Por favor.

O menor nada disse e abriu o saquinho, pondo-o de cabeça pra baixo para pegar o que estava dentro dele. Era um anel.

–- Mas... Como... Por quê...

O maior ajoelhou-se no chão e pegou o anel da mão de Stiles, agarrando sua outra mão.

–- Eu sei que isso vai parecer precipitado. Bem precipitado. E sei que vamos acabar nos arrependendo disso amanhã de manhã, logo após o maravilhoso sexo de reconciliação que iremos ter, mas eu preciso fazer isso agora antes que algo aconteça ou eu perca a coragem. Stiles, eu te amo. Muito. E não quero te perder. Nunca. A briga que acabamos de ter fez eu enxergar isso. Acredite se quiser, mas eu te entendo. Eu morro de ciúmes quando Scott te abraça ou quando o cheiro dele está impregnado em suas roupas e eu sei que eu não posso sentir isso, já que ele é apenas o seu melhor amigo, mas é que eu te amo demais e a hipótese de te perder chega á ser demais para mim. Por isso, quando você me arrastou de volta ao loft e fez toda aquela cena, eu não fiquei zangado. Eu fiquei alegre. Porque ali eu finalmente pude perceber o quanto me amava. E quando eu ia te fazer parar para me escutar, você foi embora. – Ele parou para recuperar o fôlego e focou seus olhos nos castanhos de Stiles. – Promete pra mim que vai ser meu pra sempre. Promete.

Ajoelhando-se diante dele, o menor recusou a joia e jogou os braços ao redor do pescoço de Derek, fazendo uma escolha silenciosa com tal gesto.

–- Eu prometo.

Because none of it was ever worth the risk, but

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

I've got a tight grip on reality

But I can't

Let go of what's in front of me here

I know you're leaving

In the morning, when you wake up

Leave me with some kind of proof it’s not a dream

Ohh

Ele não queria acreditar que aquilo tudo era real. A festa, os convidados, o terno caro que estava usando. Ele achava que era tudo um sonho ou uma piada de muito mau gosto. Ele não queria acreditar nas palavras encorajadoras de Scott, ou nos tapinhas amigáveis de seu pai, ou nas reclamações de Lydia.

Era tudo uma mentira.

Mas ao ver a joia cintilante no seu dedo anelar da mão direita, ele descobriu que era verdade. Ele iria se casar. Com Derek. Seu Derek. O homem que o tirou da solidão e o fez amar de novo. O único capaz de muda-lo completamente.

E quando seu pai apareceu na porta e disse que estava na hora, Stiles foi com ele. Sem hesitar.

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

You are the only exception

“Minhas palavras serão poucas. Eu não sei bem o que dizer, na verdade. Minha inspiração veio de uma música e ela expressa bem a minha vida. Por isso, decidi fazer meus votos ao redor de seu tema. Eu só tenho uma coisa á dizer, Derek, e eu quero que preste bem atenção: Você é a exceção. A única exceção. E para sempre será. E eu posso te dizer o motivo. Porque eu te amo e porque, sem você, eu não teria aprendido a amar. Obrigado, meu amor. Por me amar e me deixar te amar. Obrigado por tudo.”

And I'm on my way to believing

Oh, and I'm on my way to believing

FIM.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim, pessoal!
Muito obrigada MESMO pelo apoio.
P.S: A ideia do casamento surgiu na hora, juro.
Qualquer coisa, comentem ou me procurem no twitter: @baddiewolfie.
Amo vocês, bjos!



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