Te Encontrei escrita por Four
Notas iniciais do capítulo
Ta bom, eu disse que ia ser semana que vem, mas... Tava ansioso :3
Hoje eu terminei o segundo capítulo , então decidi postar porque sim :v
Finalmente! Cheguei no inferno, um lugar conhecido como "Colégio". E, como esperado, estou atrasado. Subo as escadas. Se é para ter tantos andares, era melhor ter um elevador. Minha sala fica no quinto e ultimo andar, ou seja, para que fazer academia quando se tem uma escola que faz você subir todos esses degraus até o quinto andar, toda a semana, durante mais ou menos um ano.
– Licença professora. - Digo assim que chego na porta da minha sala. A professora e todos os alunos olham para mim. Hoje virei espelho, não é possível.
– Um pouco atrasado não, Sr. Eric? - Essa é a minha professora de filosofia. Todos odeiam ela, e eu a entendo, afinal, todos me odeiam também.
Vai reclamar com o motorista, querida.– Eu sei, não vai acontecer novamente. - Minto. Lógico que vai acontecer novamente.
– Muito bem. Pode entrar. - E assim, eu finalmente entro na minha classe.
Bom... Na minha classe tem mais ou menos 30 alunos, e todos se dividem em grupos: O grupinho dos nerds; Os valentões que não vão ter futuro; Os descolados; As garotinhas mimimi; E os "normais" que não se encaixam em nenhum desses grupos citados. E eu, estou nesse grupo dos "normais".
Sento no meu lugar, que fica na primeira fileira a direita da sala. Abro meu caderno e cutucam meu ombro.
– Pensei que você não ia vir ao colégio hoje. - Essa é a Luana "A gata". Alta, com uma pele clara, com algumas mechas roxas em seu cabelo longo cor de chocolate. Considero ela a minha melhor amiga. Na verdade, ela é a única amiga que tenho na escola... E em qualquer outro lugar. Sim, durante todos esses anos estudando nesse colégio, só fiz amizade com uma pessoa, a Luana. Talvez fosse o fato de eu e a Luana sermos muito parecidos. Nós dois somos meio estranhos, quietos de mais, estudiosos de mais e, não somos muito bons em fazer amigos. A realidade é que nunca fui bom em fazer amizades, geralmente sou bom em fazer inimigos.
– E eu não ia vir mesmo, porem, meus pais não me deixam faltar sem motivo. - Respondi.
– Ainda bem, não ia aguentar ficar sozinha nessa prisão sem você. - Luana senta na segunda fileira ao meu lado desde o primeiro ano do ensino médio. Mas isso não quer dizer que foi amizade a primeira vista.
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Luana entrou na nossa classe na segunda semana de aula, no primeiro ano do ensino médio. Ela sentou na carteira ao lado(Que é o lugar dela, hoje em dia). Logo de cara, eu e Luana não se demos muito bem. Tipo, antipatia a primeira vista, sabe? Mesmo você mal conhecendo o outro... Enfim. Nós olhávamos um para o outro de canto de olho, mas não falávamos nada. Um certo dia, nossa professora de filosofia decidiu passar um trabalho em dupla, e acabou colocando eu e a Luana juntos. Luana pediu para fazermos o trabalho na casa dela, e fui. Ficamos sentados por mais ou menos uma hora, no chão do quarto dela, olhando para a cartolina em branco, em silêncio.
– Podíamos falar sobre Idealismo. - Dei minha opinião.
– Idealismo? - Disse ela, revirando os olhos. - Na atitude psicológica, ser é ser percebido, e na atitude lógica, ser é ser pensado e blablabla.
– Tem algo melhor em mente? - Perguntei, arrogantemente.
– Tudo bem, então. Vamos seguir a sua idéia. - Ela decidiu. Acabamos tirando cinco no trabalho e, a partir desse momento, não se falamos mais.
Luana começou a sentar distante, só para não ter que olhar para minha cara. E eu, estava agradecido. Luana era apenas uma de cem pessoas que não gostam de mim, não faria diferença alguma. E então, começamos a trocar olhares de repugnância durante as aulas e nos intervalos. Comecei a encontrar razões para odiá-la: Ela era uma pessoa arrogante, que só liga para si mesma e ignora a todos. Depois, descobri que estava me alto descrevendo. Sim, ela era exatamente como eu.
Um dia, um dos valentões, Drake, estava mexendo com Luana, durante a aula toda. Drake é um daqueles garotos que você se pergunta: Como essa pessoa conseguiu chegar até o ensino médio? Pois é. A aula acabou e todos saíram da sala. Drake e seus amigos seguiram Luana até a saída, provocando-a. Eu os segui, a distância, tentando não chamar a atenção. Luana cansou de ser seguida e começou a gritar com eles. Não sei o que ela disse, mas parece que Drake e os amigos não gostaram muito. Drake a agarrou pelos dois braços e a sacudiu duas vezes, olhando para ela.
– Me solta! - Disse ela. - Se você não me soltar eu...
– O que? O que vai fazer? - Drake riu secamente. - Ande, vamos. É só um beijo Luana. - Ele a acariciou seus cabelos.
– Me erra, garoto! Nem se me pagassem eu beijaria você!
– Magoou hein! - Disse Drake. - Mas se não quer me dar um beijo, vou roubá-lo. - Drake tentou beijá-la a força, mas Luana resistiu e chutou o saco de Drake. Ele caiu de joelhos no chão. Luana correu, mas não foi muito longe. Os amigos do Drake a pegaram-na pelos braços e cabelos.
– Me solta! Me deixem em paz! - Luana gritou.
– Deixem ela! - Tinha cansado de ficar observando.
– Ora, se não é o garoto invisível. - Drake disse, com um sorriso no rosto.
– Não sei se você sabe, mas agredir uma garota não é legal, Drake.
– Não me lembro de ter pedido a sua opinião. - Respondeu ele.
– Bom, estamos no século XXI, tenho o direito de falar o que eu penso. Mas, acho que você não deve saber disso porque me lembro de você ter faltado essa aula.
– Você se acha muito, não é? - Drake começou. - Você é um nada, moleque. Ninguém gosta de você, principalmente eu.
– Claro que não gosta de mim. Eu faço com que você se sentir inferior.
Luana sorriu e disse:
– Legal.
Drake veio para cima de mim, me empurrou, e eu cai.
– Não me sinto inferior a ninguém.
– Verdade? Porque geralmente, as pessoas se sentem ofendidas com algumas verdades, e acabam cometendo atos agressivos, como esse empurrão que você acabou de me dar, por exemplo. - Disse, me levantando.
– Você vai acabar ficando sem os dentes. - Drake ameaçou.
– Escovo os meus dentes três vezes por dia, estou livre de qualquer carie. Acho que isso não vai acontecer. - Disse, com um sorriso amargo no rosto. - Mas, obrigado por me avisar, amigo.
Drake me segurou pela gola da camisa.
– Eric!- Disse uma voz. Todos olharam. Meu pai estava no carro, com a cabeça para fora da janela - O que está acontecendo ai!?
– E então Drake? O que vai fazer? - Perguntei, sorrindo.
Drake me largou, e em seguida os amigos dele soltaram a Luana. Todos eles saíram correndo. Luana veio até mim.
– Cara, muito obrigada.
– Está tudo bem, não precisa agradecer. Drake mexe com qualquer garota bonita do colégio.
– Obrigada novamente. - Ela sorriu, e eu sorri também.
– E então, mora por aqui perto? Meu pai pode te dar uma carona até em casa.
E então, depois desse dia, nós começamos a nos sentar juntos. E agora, somos amigos inseparáveis.
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– Cara, ta sabendo da novidade? - Luana disse, guardando o material para irmos para casa.
– Que novidade? - Perguntei.
– No mural da escola.
– O que tem ele? - Perguntei novamente.
Luana finalmente guardou o material, e continuamos a conversa no corredor.
– O mural fica praticamente em frente a entrada do colégio, como assim você não viu o mural?!
– Desculpa se não tenho um pingo de interesse em saber o que se passa no mural do nosso colégio, Luana. É que, sabe, eu meio que cheguei atrasado hoje, não sei se você se lembra.
– É mesmo, tinha esquecido. Enfim, "Jogo entre as escolas", é o que ta lá no mural. Vai ter tipo um jogo de futebol semana que vem, uma competição entre times das seis escolas da região: o Colégio Ariann, Coates, Heisei, Matitano, Pedro III, e o nosso, Feliciano. Nosso colégio é que vai sediar esses jogos.
– Grande coisa. - Respondi.
– Os alunos não são obrigados a vir ao colégio nessa semana de jogos.
–Melhor noticia.
– A realidade é que, esse colégio vai estar cheia de alunos de outras escolas.
– Ta aí um motivo para eu não vir ao colégio nesse período.
– Sim. Mas essa não é a novidade. - Luana continuou. - Vai ter tipo uma festa em um salão aqui perto. Uma festa a fantasia. Para os alunos desses seis colégios.
– Ta, e daí? - Perguntei, descendo as escadas sem fim da minha escola.
– E daí que, eu tava pensando, por que não vamos?
Parei, olhei para a Luana e soltei uma gargalhada.
– Ta de brincadeira, né?
– Sério, cara. - Ela respondeu, sorrindo.
– E desde quando você gosta de festas?
– Tipo, vamos só para ir mesmo. Não tenho nada para fazer essa sexta. Nem você.
– Sim, mas eu odeio festas, principalmente a fantasia.
– E você acha que eu não sei? - Ela agarrou no meu braço. - Vamos, só para ver esses seres. E eu sempre tive vontade de ir a uma festa a fantasia. Prometo que, se a festa for chata, nós vamos embora.
– Não sei. - Respondi.
– Por favor. - Luana disse, olhando para mim.
Suspirei.
– Eu não acredito que vou dizer isso...- Continuei. - Tudo bem.
– Sério?
– Não força, se não eu mudo de idéia. - Disse, por fim.
– Legal! - Ela disse, sorrindo.
Caminhamos até o ponto juntos. Luana mora a dois quarteirões antes da minha casa. Antigamente meu pai nos buscava de carro, mas agora que crescemos, começamos a entender que papai ir buscar no colégio é criancice de mais para um garoto de 17 anos. Agora, eu e Luana pegamos um ônibus para irmos juntos para casa
– Agora, preciso comprar uma fantasia... - Luana disse. Estamos no ônibus lotado, mas a Luana não cala a boca. - E você também. Tenho uma idéia de uma fantasia fodasticamente foda para você.
– Se eu for, eu não vou de fantasia.
– Mas tem que ir fantasiado, Eric. O próprio nome já diz "Festa a fantasia"
– Sim, mas não quero. Entenda.
– Não. Você vai sim com fantasia. - Ela apertou o sinal para descer do ônibus. - Hoje, as 4h. Vou na sua casa te chamar. E, por favor, ajeita esse cabelo. - Ela sorriu. passando a mão em meu cabelo.
– Ta bom. - Disse, por fim, sorrindo. Luana desceu do ônibus. Eu continuei nele, esperando chegar ao meu destino: Lar doce Lar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ta ai mais um capítulo para vocês.
Espero que tenham gostado.
semana que vem tem mais.
o/