À Prova de Balas escrita por Bella Black


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

É bem curtinho mesmo. Só pra vocês conhecerem o Edu e introduzirem-os na história. Espero que gostem s2



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Eu estava ensandecida com as coisas em minha cabeça, corria tão rápido que a única coisa visível eram borrões e vultos que me atravessavam freneticamente a cada passada.

Então eu tropecei.

Abri os olhos atordoada e, caída no chão, levei a mão para a testa que latejava e senti o líquido viscoso encharcá-la, ao passo que, um rapaz de feição preocupada, provavelmente uns três anos mais velho e olhos amendoados estendeu uma mão a minha frente.

— Só quero ajudar. – Ele insistiu quando eu hesitei antes de assentir. Ele tirou um lenço do bolso (quem tem um lenço no bolso?, eu me perguntei) e limpou o sangue do pequeno corte próximo a sobrancelha, acrescentando: – Eu vi você correndo, parecia meio, hm... desesperada... Está tudo bem?

— Que importa?

— Só quero ajudar. – Repetiu.

Balancei a cabeça e dei um meio sorriso antes de ir embora sem mais satisfações, não que eu fosse ríspida – e talvez eu fosse mesmo –, mas definitivamente não era da conta dele. Caminhava agora um pouco mais devagar, sem um real destino; olhei para trás e claro que ele não estava mais lá. Amedrontada, abaixei a cabeça enxugando os olhos. De súbito, corri novamente, apesar de saber que não estava sendo seguida.

Meu coração descompassou agitado, obrigando-me a parar alguns quarteirões depois, ofegante, num posto de gasolina com uma loja de mantimentos atrás, enquanto praguejava algo sobre estar com fome.

Entrei despretensiosa, sabia que não tinha dinheiro, contudo, ficar dando sopa na rua não era minha opção favorita. Andava pelo estabelecimento de cabeça baixa quando alguém esbarrou em mim.

— Desculpe... – Entoei erguendo a cabeça. 

Ora, ora. – Se não era rapaz do lenço mais cedo.

Ele comentou algo que preferi ignorar e o deixei, indo na direção dos salgadinhos, sentindo meu estômago contorcer-se faminto. O loiro aproximou-se novamente e analisou-me com uma atenção desconfortante.

— Está sem dinheiro, suponho? – Respirei fundo, fingindo que não era comigo, mesmo que só estivéssemos eu e ele ali. – Deixe eu te ajudar. – Teve a petulância de pedir.

— Não. Enche. – Torci a boca saindo daquela seção.

— Pela terceira vez: Eu só quero ajudar!— Rebateu impaciente, entretanto ainda calmo, atrás de mim, como uma sombra.

— Deuses! Você está me seguindo? – Franzi o cenho irritada.

Ele riu. Ele abriu a boca e riu.

— O que houve mais cedo, gatinha? – Questionou, aparentemente preocupado.

— Porque eu diria a você? – Refutei, mais rude do que gostaria, bloqueando meus pensamentos de retornarem aos acontecimentos.

— Porque eu me preocupo.

Dessa vez quem riu foi eu. De uma forma quase doentia, eu dei uma gargalhada.

— Vai se foder. – Resmunguei entre dentes, dando-lhe as costas: outra vez.

— Olha a boca. – Repreendeu. Assim, seguindo-me até a porta, ele gritou, antes que eu sumisse na noite: – Eduardo! Meu nome é Eduardo!

Desapareci pelas ruas, vagando por elas. Não que seja a melhor coisa a se fazer quando tudo dá errado, mas não se pode exigir muito de alguém faminto que acabou de passar por uma experiência (extremamente) traumática.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que esse prólogo não é nada explicativo. É apenas algo para anteceder o que está por vir. Próximo capítulo tem ação e você meio que vão saber o que aconteceu com o pai dela (ou não). Dependendo da aceitação, eu posto o primeiro cap ainda essa semana. (beijos)



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