Eu Estou Aqui escrita por SenhoraDiAngelo


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Esse é o primeiro capítulo da fanfic (ah, jura?), como a postagem da fic no SS já chegou ao capítulo 17 no momento(aliás, aqui o link: http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-os-herois-do-olimpo-eu-estou-aqui-1740462 ), vou postar semanalmente - toda quarta-feira (sim, eu sei que hoje é quinta :v), e juro que vou responder todos os comentários ^^
Divirtam-se!



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"Walking down to the waters edge

Asking why I'm here instead of home

Now I stand alone"

- My Fault, Imagine Dragons

Jason corria furiosamente, enquanto a poeira ao seu redor ficava cada vez mais densa. O que antes fora a Colina Meio-Sangue, agora era um amontoado de terra rodopiando em um redemoinho. Em diversos lugares ele poderia distinguir uma forma humana; uma mulher, especificamente, vestindo um vestido negro como o céu durante a noite, com um véu cobrindo seus olhos, os cabelos balançando suavemente. A forma reluzia e piscava, como a imagem de um filme antigo, e quando a mulher levantou a cabeça, ele se sobressaltou com a figura do rosto dela; seus olhos já não estavam fechados, e exibiam um sorriso completamente louco, com olhos arregalados e a boca repuxada para o alto.

“Tarde demais, filho de Júpiter”, ria a voz de Gaia em sua mente. “Por mais que gregos e romanos tenham se juntado, não conseguirão me derrotar. Estou renascendo, Jason Grace, neste exato momento enquanto você corre pateticamente rumo ao vazio. Não vê, Jason Grace? Você falharam.”

Jason fechou os olhos e posicionou os braços na frente do rosto numa tentativa frustrada de proteger seus olhos dos torrões de terra que os atingiam, fazendo-os lacrimejar. Não conseguia ver nada ao redor, só um grande redemoinho de terra e grama destruindo tudo à sua volta. Estava perdido.

— Piper! –gritou. – Percy! Leo! Frank! Annabeth! – continuou, andando às cegas. – Hazel! Nico!

Não obteve resposta.

— Qualquer um... – sussurrou para si mesmo. Tentou controlar os ventos para que pudesse voar, mas o poder de Gaia era mais forte. Não estava desperta, não completamente, mas em alguns segundos...

“Patético”, gargalhou a Mãe Terra. “Chegou em um mau momento, filho do Trovão. Não sabia? Não preciso do sangue de dois semideuses derramado para despertar. Apenas um basta. Pense, Jason Grace, não é um dos sete. Sempre sozinho, a mente cheia, problemas demais para um só semideus aguentar. Receoso, atendo-se ao passado... sofrimento e dor... você conhece alguém assim, Jason Grace?”

Uma faísca de compreensão se acendeu na mente de Jason.

— Nico... – disse a si mesmo. Gaia riu em confirmação. – Não! Você... não pode fazer isso! Nico não tem nada...

O semideus se interrompeu ao ouvir um grito. Era uma voz masculina conhecida... ele gritava seu nome, o nome de Hazel e do resto dos sete, falando o dele, Hazel e Percy mais do que o dos outros. Parecia sentir muita dor. E o pior era que... era a voz de Nico.

— Nico! – ele berrou.

— Jason! – berrou Nico em resposta. Era um grito sufocado e atormentado.

Jason correu o mais rápido que pode em direção ao local de onde vinha a voz de Nico. Correu como se sua vida estivesse em jogo. Não era exatamente o caso, mas era quase o mesmo. Ele não poderia se perdoar se qualquer tripulante do Argo || fosse morto porque ele não fora rápido o bastante. A voz de Gaia começou a gargalhar fria e cruelmente, cada vez mais alto. Logo, a voz não estava mais na mente de Jason, mas no mundo real, ecoando ao redor da ilha. Isso DEFINITIVAMENTE não era bom. Jason parou de correr ao ver uma forma escura estirada no chão há alguns metros de distância. Arregalou os olhos: um líquido vermelho escorria incessante sob o corpo à sua frente. Jason começou a se mover o mais rápido que podia em direção ao semideus no chão. Nico.

A pele de Nico assumia um tom mais pálido que o normal, o que não era pouco. Suas olheiras ficavam cada vez mais nítidas e seus olhos estavam apertados. Ele respirava ruidosamente e com dificuldade, e seu rosto mostrava pura dor, enquanto ele se contorcia no chão. Suas roupas escuras estavam molhadas com sague, que escorria diretamente de um ferimento fundo que ia de sua clavícula até o umbigo. Jason se ajoelhou ao seu lado.

— Nico... – sussurrou, desesperado. Nico virou a cabeça lentamente e entreabriu os olhos.

— Jason, eu... – começou, mas se interrompeu por causa da imensa dor que sentia. Jogou a cabeça para trás e abriu a boca para dar um grito, mas sem forças suficientes para isso, trincou os dentes

“Tarde demais Jason Grace.” Disse Gaia. “Quando a vida de Nico di Angelo se esvair completamente, eu despertarei.”

A raiva se apoderou do corpo de Jason. Ondas de poder percorriam seu corpo em forma de eletricidade. Ele deu um grito desafiador.

Jason acordou sobressaltado, suando e ofegante. Olhou ao redor. Estava em seu chalé no Acampamento Meio-Sangue. Não havia Gaia. Não havia Nico à beira da morte. Não mais. Enterrou o rosto nas mãos e respirou fundo, repetindo que era um sonho até se acalmar. Deitou-se novamente, mas sem coragem de voltar a dormir, ficou encarando o teto. Era sempre o mesmo sonho, desde que haviam derrotado Gaia. Sempre o último momento, sempre aquela específica parte onde andava às cegas no redemoinho de poeira e terra. Sempre o momento que o corpo de Nico se estendia à sua frente, sua vida se esvaindo, e ele sem pode fazer nada para ajudar. O que acontecera depois daquilo era um borrão em sua mente. Só o que sabia era que haviam derrotado Gaia, e ele havia ajudado. Pelo menos sabia que não havia sido um inútil, jogado no chão com uma ferida na cabeça enquanto os outros lutavam, como já havia acontecido antes.*

Eles não haviam perdido Nico. Mesmo que por um fio, di Angelo ainda estava vivo. Mesmo assim, Jason se sentia um fracasso. Se ele tivesse sido mais rápido, Nico não estaria na enfermaria desacordado há aproximadamente três semanas. Mas ele estava, e não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso.

Jason olhou seu relógio. Sete e meia. O café da manhã começaria em aproximadamente meia hora, mais do que suficiente para que ele pudesse tomar um banho quente e mudar de roupa. E, mais uma vez, rezou para que os deuses permitissem que Nico e os outros feridos sobrevivessem. A última coisa que o filho de Hades merecia era morrer, depois de todo o sofrimento pelo qual havia passado em toda sua vida.

*************** Mais Tarde ***************

Jason sentou-se em sua mesa. Teoricamente ele poderia sentar-se em qualquer mesa, pois o Acampamento estava uma bagunça: todo o território do mesmo estava a ser expandido para que pudessem receber os romanos. Pois é: depois dessa guerra, decidiram que transformariam os acampamentos Meio-Sangue e Júpiter em um só, mas com duas sedes: uma onde o Acampamento Meio-Sangue é e outra em Nova Roma. O nome ainda não havia sido definido. Mesmo assim, as obras já estavam em andamento, lideradas pelos filhos de Atena (claro que o posto de arquiteto-chefe havia ficado para Annabeth, e qualquer que tentasse tirá-la de lá não acabaria muito bem). E, como sempre, eles estavam fazendo um ótimo trabalho.

Seria uma ótima mudança, Jason pensava. Ele, mais que qualquer um, podia entender por que a paz entre acampamentos (mais importante ainda: gregos e romanos) era tão importante, já que ele havia praticamente mudado de Romano para Grego. Nico se assemelhava um pouco. Era grego, porém considerava Hazel, que era filha da forma romana de seu pai uma irmã, e já havia vivido por um pequeno período de tempo em ambos acampamentos. A diferença, porém, era que Jason sentia que pertencia em ambos Júpiter e Meio-Sangue. Nico, porém, sentia exatamente o contrario, que não pertencia a nenhum deles.

Jason pegou-se pensando nos olhos penetrantes de Nico, em como sua pele branca contrastava com seus cabelos longos e negros que lhe caíam perfeitamente bem, modelando seu rosto de tal forma que...

Espera, que?! pensou Jason. No que diabos eu estou pensando? Em Nico?! Calma, deve se só porque ele está machucado na enfermaria. Coitado, não deve ter ninguém lá... ele deve estar sozinho, machucado e indefeso, e...

Alguém sentou ao seu lado, distraindo-o de seus pensamentos. Era Piper. Ela havia amarrado os cabelos castanho-escuros em duas tranças e usava seus habituais acessórios de penas e outras coisas penduradas no cabelo. Seus olhos mudavam de cor conforme a luz, e o fitavam com intensidade. Ela vestia uma camisa do Acampamento Meio-Sangue, shorts jeans rasgados e um all-star.

— Ei, Jason. – ela disse, segurando a mão do loiro. – Por que não veio sentar com a gente?

Jason deu de ombros.

— Vamos lá! Anime-se! O acampamento... os acampamentos estão em festa. Nós vencemos.

— Eu... – Jason suspirou e desviou seus olhos dos dela.

— É sobre o Nico? – Jason a encarou. Ela tinha lindo seus pensamentos, por acaso? – Eu já te disse, Jason. Não foi culpa sua. Você fez o que deveria ter feito. Não se lembra que foi você quem chamou o treinador Hedge com o navio para levar Nico? Se você não tivesse feito isso, ele com certeza teria morrido. E ele está vivo e bem. Aposto que vai acordar daqui algum tempo, então.. tente relaxar, ok?

Ele deu-a um pequeno sorriso e beijou-a no topo da cabeça. Depois disso, se moveu para a mesa de Poseidon/Netuno, onde Percy ria descontroladamente de Tyson, que enfiava aproximadamente 30 ovos na boca ao mesmo tempo. Annabeth estava ao lado deles, com a mão cobrindo os olhos, com uma cara de “meus deuses, alguém me tire daqui”, enquanto Hazel os observava dando risada, com Frank ao seu lado. Num banco um pouco distante, Leo e Calipso se beijavam. Isso mesmo, Calipso. Depois que a guerra havia acabado, Leo exigira que os deuses cumprissem sua promessa, e eles o fizeram. Calipso havia chegado 3 dias atrás. Jason deu um sorriso e pegou alguns ovos antes que o ciclope acabasse com todos.

Do nada, ouviu-se uma explosão. Todos os campistas interromperam suas conversas e se viraram para ver o que estava acontecendo. Uma estátua mecânica de Vulcano veio correndo da floresta, passou pelos campistas (não sem antes jogar algumas mesas para o alto) e continuou seu caminho rumo aos campos de morangos. Alguns segundos depois, filhos de Hefesto e de Vulcano passaram correndo atrás da estátua. Leo veio correndo, perguntando o que estava acontecendo.

— A estátua! – disse um romano, sacudindo as mãos freneticamente. – Aquele seu plano, de estátuas romanas que viravam gregas e tal, pra por nos chalés... nós tentamos, mas deu errado!

— O que?! – gritou Leo. Jason não se surpreenderia se fumaça começasse a sair de suas orelhas. – Eu não falei que era pra esperarem eu chegar antes de...

— Você estava muito ocupado se agarrando com a moça da ilha!

E os dois se afastaram, discutindo aos berros.

— Essa não! – gritou Annabeth, tapando a boca. – A estátua está indo para a enfermaria! Eles não chegarão a tempo!

Jason não pensou, apenas correu. Só conseguia pensar em uma coisa: Nico iria morrer. Ele não poderia se dar o luxo de chegar tarde demais novamente.

Aos poucos, foi pegando velocidade e voou. Assim, foi mais rápido que a estátua, que andava em passos pesados, grandes e lentos. Chegou ao local alguns segundos antes do enorme Vulcano – que agora tinha mudado para Hefesto – de metal chegar destruindo a parede. Jason se sentiu tentado a informar Hefesto de que havia uma porta bem ao lado dele, porém não o fez.

Enfiou a mão no bolso, pegou a moeda e a jogou para o alto, fazendo-a se transformar em espada. Jason olhou para o lado: Nico continuava deitado com os olhos fechados, mas agora parecia estar dormindo. A estátua se aproximava depressa: sabia que não podia lutar com ela sem machucar di Angelo. Aflito, Jason segurou Nico pela cintura. Ele abriu os olhos um pouco e disse:

— O que diabos...

Jason voou um segundo antes de ser atingindo pelo enorme martelo na mão massiva de ferro do deus, que o olhou com uma expressão triste como se dissesse ué, você já vai? Quem eu vou esmagar com meu martelo agora?. Ouviu o grito de Nico em seu ouvido. O semideus tinha os olhos arregalados e esperneava, tentando desesperadamente se soltar.

— Jason! Me ponha no chão! – ele gritava.

— Seu idiota! – Jason murmurou. – Assim você vai cair!

— Grace, me ponha no chão! Agora! – Gritou Nico de novo, ignorando-o.

Jason estava começando a achar aquilo divertido. Mesmo que já pudesse pousar e deixar di Angelo no chão, não fez. Começou a voar mais alto.

— Não, não, não! – Nico berrava. – Grace, é sério! Isso não é necessário! Me ponha no ch... – Jason disparou para baixo, fazendo o filho de Hades gritar mais ainda e se agarrar à camisa de Jason inconscientemente para não cair.

— Calma, cabeça-quente. Pronto. – disse Jason, pousando no chão serenamente. Agora ele segurava Nico no colo como se fosse um bebê, mas ele logo se soltou e pulou para o chão, o olhando com ódio.

— Vá se foder, Grace! Mil vezes, vá se foder! Se você fizer isso outra vez, eu juro que...

Jason riu e, sem pensar, abraçou o filho de Hades. Ele pode sentir o corpo dele ficar tenso e paralisado. As bochechas de Nico ficaram coradas. Ele não estava acostumado com essa proximidade. Quando percebeu o que estava acontecendo, Jason soltou Nico imediatamente, seu rosto esquentando.

— Desculpe, eu só... – Jason começou, gaguejando. Nico desviou seus olhos para o chão, o rosto ainda corado. – Você está vivo! Vivo e bem!

— Estou vivo e bem o suficiente para dar um soco nessa sua cara se você me segurar daquele jeito de novo. – murmurou ele. – Bom... acho que... tenho que te agradecer por... você sabe.

Jason o olhou sem entender.

— Ter... hum... salvo minha vida... aquele dia. E agora pouco. Então... o... bri... gado. – ele falou pausadamente, inseguro. Jason deu um sorriso. Nico recuperou a pose emburrada. – Nem me venha me cobrar depois!

— Certo, certo! – disse Jason, em sinal de rendição. – É bom te ver de novo.

Nico não respondeu e saiu andando em rumo ao refeitório.


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Notas finais do capítulo

Ok. Esse capítulo foi meio bosta. Reli a fanfic inteira e percebi que os capítulos mais recentes têm ficado melhores do que os primeiros, então... não percam a esperança, please.
Se alguém quiser deixar um comentário... eu acharia legal.
Lembrando que eu não vou nunca fazer coisas do tipo "Só posto o próximo com cinco comentários" e tal... mas um comentáriozinho, mesmo que curto, já seria ótimo.
Só dizendo :v



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