Quando o amor acontece escrita por Burogan


Capítulo 3
Aquilo não é uma rainha, é uma bruxa!


Notas iniciais do capítulo

Esta ai mais um capitulo meus amados, espero que gostem. Estou tentando não deixar os capítulos muito longos pra não ficar cansativo. Uma boa leitura e se deliciem um pouco mais com as esquisitices do Bryan ^^



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— Me... me desculpa, eu não tive a intensão. – Estendi a mão para a ruiva sentada no chão.

— Me poupe das suas desculpas esfarrapadas. – Ela deu um tapa na minha mão, negando ajuda.

— Olha, me desculpe está bem? Foi sem querer, eu estava distraído ai você surge do nada. – Meu Deus! Que menina escandalosa.

— Não, não está nada bem. Olha pra isso aqui seu estrupício. – A menina esbravejava enquanto apontava para o vestido, que no momento estava cheio de sorvete.

— Eu vou pagar! – Essa menina estava começando a me irritar.

— Há! Essa foi a melhor piada que já ouvi até hoje. Escuta aqui ô moleque, o seu salário não paga nem o lanche que eu como, quem dirá minhas roupas. – Ela estava realmente irritada, e eu mais ainda.

— Escuta aqui Pat... – Eu ia dizer umas poucas e boas, mas ela se adiantou.

— Escuta aqui você ô nerd escroto, não ouse chegar perto de mim, não se atreva a dizer o meu nome. --- Aquela menina estava me fazendo tremer de raiva.

— Não precisa nem dizer, demônio dos infernos! – Fiz questão de destacar bem as ultimas palavras, só pra ela sentir o meu veneno.

— COMO É QUE É? – Se não fosse pelas suas amigas, Paty Pannes teria voado pra cima de mim.

AQUILO NÃO É UMA RAINHA, É UMA BRUXA! Eu já estava em sala de aula e bufando. Será que todos sabem que ela é assim? E mesmo assim admiram ela? Eu não acredito. Aquilo de Rias-chan só tem a aparência mesmo, por que a alma daquela Paty é podre. Minha Rias-chan é linda, meiga, delicada e super gentil, e aquilo lá é um... um.... um ogro! Haaaaaaa eu precisava ver anime, só assim pra me acalmar. Pra que tanto ódio? Por que tanta raiva? Aquela garota é uma mimada fútil.

— Bryan, o que aconteceu? – André perguntou eufórico.

— Não aconteceu nada. – Respirei fundo e falei calmamente.

— Como não? Está o maior tititi lá fora. Estão dizendo que um nerd de publicidade e propaganda discutiu com a rainha, e o mais nerd aqui é você. – Tati também se juntou a conversa.

— Bem, digamos que a gente se esbarrou. – Aos poucos eu estava recuperando a minha paz.

— Cara, ninguém questiona a rainha. – André falava baixo pra que os outros não escutassem.

— Eu posso saber por quê?. – Esse papo estava começando a me irritar.— Por que ela é linda, todos querem se dar bem com ela, por isso a mimam. Sem contar que andar com Paty Pannes é status, é cortesias para festas, é fazer compras em lugares caros e bonitos e claro ter atenção dos caras mais gatos da facu. – Tati falava suavemente.

— É como a Tati disse, ela pode ser um cocô, mas ser amigo dela traz vários benefícios. – André completou.

— Eu não estou nem aí, tudo que a amizade dela pode oferecer não me interessa. Eu gosto de animes e jogos e tenho certeza que disso ela não gosta. Somos incompatíveis, então não tem por que eu mima-la. – Fiz questão de ser bem claro.

Agora a aula é de Comunicação e Discurso, o professor havia pedido pra fazer uma redação sobre assessoria de imprensa, mas acabou que eu fiz uma redação sobre como exorcizar demônios ruivos, o anime Ao no Exorcist me ajudou com a inspiração, o problema é que quando eu me dei conta faltava dez minutos para o intervalo e tive que fazer o texto de assessoria em cinco. Conclusão, tirei dez. Por incrível que pareça, eu estava entendendo bem a matéria.

Assim que fomos liberados, tratei de pegar a minha mochila e ir correndo pra o meu santuário, agora é uma hora sagrada. Paz! Era tudo o que eu precisava. O silêncio aqui no canteiro de obras é absurdo, ninguém passava por aqui. Talvez tivessem medo. Liguei o tablet e comecei a assistir. Dessa vez o anime escolhido foi freezing. Apesar dele ter tido varias criticas, eu gostava do amor que rolava entre Kazuya e a Rainha Intocável, era intenso e forte e ao mesmo tempo inocente e sincero. Não demorou muito pra acabar, sai do santuário faltando 15 minutos pra voltarmos do intervalo. Apesar do clima na cidade ser quente, o ar aqui estava agradável, talvez fosse por que aqui tinha algumas arvores. Era gostoso sentir o vento brincar com os meus cachos. Mas não demorou muito pra aquele momento de paz acabar.

— Ei Nerd! Não fique no meu caminho. – A rainha demônio estava em pé na minha frente.

É agora que aquela maldita me pagava. Pensei num jeito mais sacana de zoar ela, até que veio uma ideia. Dei alguns passos pra perto dela e fiz alguns selos que aprendi vendo Naruto.

— Akuma! Demônio ruivo. Eu lhe ordeno. Volte para o inferno! – A palmas da minha mão tocavam sua testa.

—“Aku” o que? – Paty me encarou furiosa.

— Não toca nela Nerd! – Um dos amiguinhos fortões dela havia me empurrado.

— Seu... seu... seu nojento! Bobo, feio. Horroroso! – Paty cuspia as palavras.

— Ata, falou a menina que tem a cabeça de tomate. – Esbravejei.

— Mais uma palavra e você fica banguela ô estranho! – Um armário loiro de olho verde tinha suas mãos cravadas na gola da minha camisa.

— Calma Thad! Não vai bater nele por causa disso né? – Paty agora tinha uma voz estranhamente fofa. Ela fazia biquinho.

— Você está preocupada com ele gatinha? – Ele ainda tinha as mãos em minha camisa.

— Não, De forma alguma estou preocupada com essa coisa. É que a nerdice dele pode ser contagiosa, vai que você pega. – O ódio era claro em sua voz.

Thad não pensou duas vezes em me soltar e logo foi seguindo Paty em direção ao bloco F. Só depois que eu percebi a plateia que nos assistia, fiquei impressionado com o quanto que aquela ruiva conseguia chamar a atenção. Ódio. Raiva. Desprezo. Toda aquela mistura de sentimentos fazia meu corpo tremer. Animes! Preciso ver animes, eles sempre me acalmam, mas estávamos voltando do intervalo e não dava pra ir ao santuário. Esse herói teria que esperar pra se purificar em casa – sorri comigo mesmo.

Na sala André e Tati me olhavam fixamente, eu podia perceber a pressão que faziam. Isso estava tirando toda a minha concentração, era como se eles estivessem esperando eu contar o que tinha acontecido lá no pátio. Eu ia contar, mas estava me preparando mentalmente para o interrogatório, pois só fato de falar sobre ela me tirava do sério. Eu consegui ficar mais uns trinta minutos prestando atenção na aula, depois eu não resisti a pressão e desisti.

— Vai, podem perguntar. O que querem saber? – Minha voz não tinha expressão.

— Queremos saber tu-do. – Tati tinha empolgação na voz.

— Cara você é louco? Esta querendo ser linchado pelos seguidores da Paty antes que o semestre acabe? – André estava preocupado

— Eu não posso fazer nada, é ela que começa. – Dei de ombros.

— O Thad ia te dar uma surra. Ela foi boazinha em pedir pra ele te soltar Bryan. – André riu.

— Eu não ia brigar com ele, ainda mais por mulher. É mais fácil eu brigar por um mangá que está faltando na minha coleção. – Eu estava sério.

— Por um mangá? Bem a sua cara mesmo. – Nós três rimos com o comentário de André.

— Affs, aquele Thad é muito sortudo. Namorar a Paty deve ser muito bom, tenho inveja dele. – André suspirou.

— Eu tenho dó. – Respondi logo em seguida.

— Por que? – Tati perguntou segurando o riso.

— Sério, do jeito que ela é um pé no saco, namora-la deve ser uma punição dos deuses. – Eu realmente odiava aquele demônio ruivo.

— Ai, você é uma comédia. – Tati segurava a barriga de tanto rir.

Finalmente a aula chegou ao fim. Me despedi de André, foi quando Tati me deu um beijo no rosto e colocou um bilhetinho no meu bolso, sussurrando algo como “Leia em casa.”. Por um instante eu fiquei curioso pra saber o que era, mas provavelmente ela estava querendo cola pro exercício que o professor havia passado, então nem me preocupei. Já na saída o perigo estava à espreita, invoquei minhas habilidades de Assassin’s Creed e fui me esgueirando de parede em parede, arvore em arvore, sombra em sombra. Desta vez eu queria ter certeza que não ia me esbarrar com aquela besta quadrada. Se alguém me visse agora, poderia dizer que sou um assassino contratado.

Eu já estava no ponto, que estava incrivelmente silencioso, quase ninguém pega ônibus as dez da noite. As vezes eu gostava da solidão, me dava oportunidade pra pensar nas coisas, nos problemas. Então a buzina de um carro ecoa no meio da rua fazendo meu coração quase sair pela boca. Tentei enxergar quem era o ser que dirigia aquele Veloster branco, mas tudo o que vi foi uma ruiva que tinha um sorriso maléfico e o dedo do meio levantado apontando em direção a mim. Em seguida o Veloster saiu. SERIO, ESSA MENINA SÓ PODE SER DOENTE! Calma Bryan, conte até dez. Respire fundo. Existe muitos demônios no mundo, ela é só mais um que veio perturbar a sua dignidade de herói.

Quando cheguei em casa minha mãe e irmã já estavam dormindo. Amanda é minha irmãzinha caçula, ela é uma boa menina, dormindo é claro. Depois de ter tomado uma ducha fui para o meu quarto, eu estava exausto. Liguei o not e fui direto para o site de animes online, era hora da purificação e o momento mais esperado.

Depois de ver alguns animes eu já estava mais calmo, foi quando peguei minha calça e dela caiu um papelzinho. Verdade! Tinha me esquecido da Tati.

Oi Bryan. Eu estava te dando varias indiretas, mas do jeito que você é nerd nem percebeu, então resolvi tomar a iniciativa. Olha, eu estava pensando, o final de semana é está chegando então... me encontre sábado as 13hrs no shopping Maresias. Bjs Tati Linda =)

Por essa eu não esperava. A Tati quer sair comigo? Eu como um herói não podia fazer descaso com essa jovem dama. Honrarei o compromisso. No verso do papel tinha um número de telefone anotado, provavelmente era dela. Tirei minha camisa ficando só de samba canção e mergulhei na cama. Hoje o dia tinha sido irritante, mas amanhã começava outro e muita coisa boa poderia acontecer.


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Notas finais do capítulo

Nosso herói é convidado para ir ao shopping. Quais são as reais intenções de Tati? Não deixe de conferir o encontro do geek mais otaku de todos os tempos.



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