Quando o amor acontece escrita por Burogan


Capítulo 21
Cap 21 - Herói vs Rainha! Uma aposta perdida.


Notas iniciais do capítulo

Ollaaaaaaa galeraaaaaaaa! Tudo bem? Venho aqui postar o ultimo capitulo dessa comédia romântica que é o amor de Paty e Bryan. Sim meus queridos, hoje essa fic que venho postando a mais de um ano chega ao fim =/

Primeiramente, quero agradecer a todos que comentaram nessa fic, que leram, que favoritaram e recomendaram. Todos vocês foram muito importantes pra mim e para construção da história. Então é isso pessoal, um grande abraço. Espero que gostem da leitura. *----*



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— Ei... amor... acorda! — A voz doce de Paty cantou para os meus ouvidos, em seguida lábios quentes e molhados tocaram delicadamente minha bochecha.

— hmm...ohayo...! — Tentei balbuciar algo.

— Oha o que? Bryan, se você estiver me xingando eu te tiro dessa cama no chute! — O mau humor cresceu em sua voz.

— Nossa, que mulher brava gente! — Risos escaparam de minha boca.

— Imagina, eu sou uma lady. — Ela ironizou.

Abri os olhos lentamente, aos poucos a luz foi inundando o globo ocular e as imagens foram se formando. Paty estava sentada em cima da minha barriga, usava um blusão vermelho do Deadpool. Sim, ela tinha o habito de usar as minhas camisas pra dormir. O emaranhado ruivo praticamente se misturava com a cor da camisa. Parecia um sonho! A garota mais popular da Arcati estava sentada em cima de mim, aquele azul piscina parecia que iam me devorar.

— São raros os dias que você acorda primeiro. — Me sentei na cama.

— É por que hoje é um dia especial, estou super nervosa! — Paty se sentou de frente pra mim.

— O que... o que tem hoje? — Engoli em seco.

— A não Bryan! Não acredito que você não se lembra? — Ela fez cara de espanto.

— Gomenasai! — Sorri sem graça.

— O que? Não amor, hoje não é o dia do "Gomenasai!". É a entrega do projeto! — Ela tinha uma voz doce.

— O Semestre Interativo! Claro! — Bati a mão na testa. — Posso usar seu chuveiro? — Me levantei da cama.

— Claro! — Paty lançou um sorriso estranhamente maléfico.

Peguei uma toalha no armário dela e me encaminhei para o banheiro. Hoje realmente é um dia especial! Apesar de ser sábado, a Arcati ia estar aberta o dia todo por causa do Semestre Interativo, as duplas iam ficar nos standes apresentando seus projetos para qualquer um que se interessasse, seria um evento aberto ao publico. Esse trabalho significa tudo para mim e Paty, pois se não fosse por ele nada disso teria acontecido. Deixei a água quente percorrer o meu corpo, relaxando músculo por músculo. Numa fração de segundo as luzes se apagaram. Imaginei que havia acabado a energia, mas a água acabou desmascarando minha hipótese. Eu estava com shampoo na cabeça então não dava para abrir os olhos, mas pude ouvir a porta do boxe se abrindo.

— Quem está aí? — Minha voz era séria.

— Shhhhh.... caladinho herói! Agora... você... é meu... refém! — Paty foi falando pausadamente até seus lábios se encontrarem com os meus.

Já haviam se passado alguns dias desde que eu e Paty assumimos o relacionamento. Recebemos vários títulos depois disso, para a minha a mãe eramos o casal fofo, para Amanda a rainha e o herói, na Arcati o casal moderno e vários outros. Como o stand da nossa dupla só estaria disponível depois das duas da tarde, nos aproveitamos e fomos almoçar no Maresias. Era engraçado, a ultima vez que tinha vindo aqui a Paty havia me arrastado para as saídas de emergência e agora ela estava desfilando ao meu lado com um sorriso largo se estendendo em seu rosto, Paty estava totalmente a vontade.

— Espera um segundo! — Entrei em uma tabacaria e Paty veio em meu encalço.

— O que foi? — Sua a voz era calma.

— Quero dar uma olhada nos mangás. — Agachei pra ver os livrinho na prateleira de baixo.

— Ha! O tal do Charuto? — Sua voz soou sínica.

— Naruto! — Corrigi.

— Amor você precisa parar de ver esses desenhos pra criança. — Paty implicou! Era como se ela esperasse minha reação.

— Anime! Anime! E isso não desenho pra criança. — Senti uma veia saltar em minha testa.

Paty mergulhou em risos, a balconista nos olhava sem entender. Nesse quesito não mudou muita coisa, sim, ela adora me irritar e eu irritar ela. Fomos até a praça de alimentação, Paty já estava ficando cansada de tantos "ois" e "olas" que saiam de sua boca, absolutamente todos a cumprimentavam, trabalhadores, pessoas que passeavam e até os donos das lojas. Era dificil não nota-la, ela usava um vestidinho tomara que caia com barra balone, era curto o suficiente pra deixar amostra a caveira mexicana em sua perna. Seus pés eram enfeitados por uma par de saltos plataforma com detalhes azul e preto. Paty usou o estilo nerd apenas nas semanas em que eu estava em coma, ela queria sentir na pele o preconceito das pessoas em relação aos nerds, era uma forma de buscar redenção.

— Hum.... — Paty mordia um Subway. — Sendo bem franca! Na minha opinião, esses caras que escrevem essas histórias que você lê, os... como é mesmo? Manga...manga... — Paty estava pensativa.

— Mangaká? — Completei.

— É! Esses mesmo, não se ofenda, mas eles são muito preguiçosos. — Paty limpava a boca no guardanapo.

— Preguiçosos? Por que diz isso? — Eu tentava devorar um pedaço de hambúrguer.

— É só pegar um daqueles gibis, é tudo preto e branco! Sério, os caras não tem a capacidade de colorirem o que produzem? — Paty bebericava o suco de laranja.

— Não, esse é um estilo. Ser preto e branco é uma das principais características de um mangá, baka! — Comecei a rir.

— Ha não Bryan! Se você for xingar, pelo menos xingue igual gente. — Ela sorriu.

— Como sabe que eu xinguei? — A encarei surpreso.

— Um elogio é que não foi! — Ela pegou uma das minha batatas fritas e tacou em mim. — Vai me xinga! Pode me chamar de vaca, otária, eu deixo. — Ela começou a me encarar.

— O que? — Eu ri.

— É serio! Prometo que não vou te bater, mas xingue como alguém normal. — Ela tacou outra batata em mim.

— Para com isso, baka! — Joguei outra batata nela.

— Vamos lá amor! Não deve ser tão difícil assim. — Ela não se segurava em risos.

— Baka! Baka! Baka! Baka! — Ironizei.

— Desisto! — Sua boca se abriu num sorriso.

— Ha! Esqueci de te falar, hoje não vou pra sua casa. — Terminei de beber meu refrigerante.

— A onde e com que você vai? — Sua cara havia se fechou num instante, sua voz carregava um mau humor terrível.

— Hã? Como sabe que vou sair? — A encarei surpreso.

— Bryanzito meu amor, nesse negocio que você chama de namoro eu sou perita. — Seus olhos pareciam me devorar.

— Está rolando um festival do Japão na cidade, o Thomas e Amanda vão comigo. — Expliquei.

— E por que não me chamou? — Paty fez biquinho.

— Pensei que não gostava desse tipo coisa. — Arqueei a sobrancelha.

— Pra tudo tem uma primeira vez. — Ela me encarou.

— Paty Pannes em evento de anime? Essa eu quero ver. — Minha voz tinha um ar pensativo.

— Pois fique sabendo seu nerd feioso, que é perfeitamente normal eu ir em um evento desses, ok? — Ela me olhava com olhar de superioridade. — E tem mais! Aposto que consigo chamar mais atenção que você. — Ela tinha um sorriso provocativo.

— Como é que é tomatão alpha? Acha mesmo que pode me vencer no meu campo de batalha? Cuidado hein, esse herói não costuma perder.

— Ha qual é amor, um eventozinho desses? — Ela foi se inclinando até mim. — É...mo...le...! — Sua boca estava a poucos centímetros da minha.

— Fechado! — Sorri.

Durante a tarde foi tranquilo, fomos para a Arcati e ficamos apresentando nosso projeto, que inclusive acabou ganhando dez dos examinadores. Paty irradiava felicidade, observei aquela maquete pronta, as plantas em exposição, os banners e pensar que achei que seria impossível formar uma dupla com ela. No final me despedi de Paty e fui até o ponto de ônibus, ainda tinha que buscar Amanda. Fazia uns dez minutos que eu estava no ponto quando um carro preto parou, o vindo do carona se abriu e de lá voou uma bolinha de papel que me atingiu na testa. Mas que merda é essa? Antes que eu pudesse dizer algo, o carrou arrancou e virou na próxima esquina. Peguei a bolinha que havia caído no meu pé e comecei a desamassa-la, sorri com o que encontrei.

Era uma foto, provavelmente tirada de um celular. Nela estava um jovem de cabelos cacheados sentado no asfalto, a imagem registrava o exato momento em que uma mulher chutava a sua cara. A moça era ruiva e usava um vestido curto, em volta deles estava uma galera, no canto esquerdo estava parte da traseira de um veloster. Claramente aqueles dois se odiavam. No verso da frase estava escrito:

E quando o amor acontece, não existe religião ou ideologia. Quando o amor acontece, não existe classe social ou etnia. Quando o amor acontece não existe distância ou desculpas. Por que ele simplesmente acontece, sem hora ou lugar marcado, não avisa quando vai chegar e quem vai escolher.

Ass: Sr. Morales

P.S: Eu uni vocês dois, então espero um convite para padrinho!


Quando cheguei em casa Amanda já estava pronta, ela usava um vestido de lacinho e babado na saia, na cabeça ela tinha colocado orelhas de gatinho. Fui direto para o chuveiro. Como o evento me pegou de surpresa eu não tinha preparado nenhum cosplay, então ia apenas colocar minha calça preta e uma camisa do Tokyo Ghoul que eu havia pedido pela internet. Quando saí do banho Thomas já estava na sala, ele e Amanda conversavam sobre o que iriam comer quando chegasse. Perfume ok, cabelo bagunçado ok, óculos limpos ok, pronto. O herói estava pronto para a batalha, aquele demônio ruivo iria se arrepender por ter me desafiado.

— JOOOOWWWW! PARA DE SE EMBONECAR E VAMOS LOGO! — Thomas gritou impaciente.

— JA VAI! — Eu terminava de vestir a camisa.


O Thomas havia pego o banheirão emprestado novamente, por conta disso na metade do caminho o carro morreu. Adivinha só quem teve que empurra? Pois é, cheguei no evento cheirando a olho queimado e suor. Rezava para que Paty demorasse a chegar, assim eu teria tempo pra me secar. Aquele lugar era simplesmente magico! Tinha vários cosplays, tinha um grupo vestidos com uniformes de kendo, sem contar nas inúmeras barraquinhas de comida japonesa. Mais a frente tinha o palco onde acontecia as apresentações, era também onde eram realizados os concursos de melhor cosplay. O lugar era aberto e tinha varias tendas, algumas vendiam fantasias, outras vendiam colecionáveis de animes, hqs e séries, também tinha aquelas que ensinavam a desenhar mangá ou que vendia coisas relacionadas a cultura japonesa, como leques, yukatas, entre outros. Já faziam duas horas que eu estava lá, imaginei que Paty tivesse desistido, ou seja, o herói vence mais uma batalha!

— É... Bryan? — Uma voz feminina soou atrás de mim.

— Pois não? — Observei a moça a minha frente.

— Meu nome é Denise, sou amiga da Paty! — A voz dela era calma.

— Oi Denise! — Sorri.

— Preciso que venha comigo, rápido! — Ela pegou a minha mão e saiu puxando.

Denise me arrastou pelo evento cerca de cinco minutos, seus passos eram rápidos. Amanda e Thomas vinham logo atrás, até que ela começou a ir na direção de uma multidão. As pessoas gritavam loucamente, erguiam seus celulares e câmeras para cima, como se quisessem registrar algo. Nós começamos a nos enfiam naquela aglomeração de pessoas, até que finalmente chegamos ao meio. Se isso fosse um desenho animado, meu queixo teria batido no chão e voltado umas dez vezes. Era o cosplay mais lindo que já tinha visto em toda a minha jornada otaku. Era Erza Scarlet! Titania de Fairy Tail. Seus seios eram protegidos por bandagens que funcionavam como um top, ela tinha o simbolo da Fairy Tail pintado um pouco abaixo do seu ombro esquerdo, sua calça era folgada de uma cor vermelho sangue, nas barras estavam estampada chamas que iam subindo até a batata da perna. Seu cabelo ruivo estava amarrado em um rabo de cavalo, em suas mãos haviam uma katana. Apesar dos olhos de Erza serem negros, a moça que fazia o cosplay tinha olhos de cor clara. Um azul piscina inconfundível.

— Pa-Paty? — Perguntei quase não acreditando.

— Bryan! — Ela vinha em minha direção, ela parecia desconfortável.

— Paty, você ta linda! — Os olhinhos de Amanda brilhavam.

— Jow seu cagado! — Thomas tinha a boca em formato de um "o".

— Vamos embora daqui! — Paty parecia apreensiva.

— Por que? — Perguntei.

— As pessoas só tiram foto comigo, mesmo tendo outras pessoas fantasiadas, isso ta me cansando. — Ela me deu um selinho.

— Jow, já disse que você é um cagado? — Thomas ainda estava impressionado.

— Já. Vem, vamos dar o fora daqui. — Peguei ela pela mão e saímos da multidão.

— EIII, NÃO TIRAMOS FOTO COM ELA AINDA! — Algumas pessoas começaram a protestar.


Depois que comprei um suco pra Paty e um Charmander de pelúcia pra Amanda nós fomos para perto do palco. Onde quer que íamos a pessoas pediam para tirar foto com a Paty. A rainha da Arcati fazendo cosplay? Isso com certeza era uma cena épica. Ficamos ali observando o show, haviam varia apresentações. Denise e Thomas acabaram se dando muito bem, parece que os dois gostam de Charlie Brown Jr e isso fez os dois desandarem a falar. Fiquei observando a ruiva a minha frente, suas mãos se entrelaçavam em meu pescoço, nossas testas se encostavam. Aqueles azuis piscina me encaravam tão intensamente que era sentir o carinho que eles me transmitiam.

— Posso te fazer um pergunta. — Nossos olhos se encontravam.

— Pergunte herói! — Ela sorriu.

— Um cosplay leva tempo pra ser feito, como conseguiu uma fantasia em tão poucas horas? — Minha curiosidade foi maior que eu.

— Eu tive que rodar a cidade toda atrás de algum lugar que vendesse fantasias. Acho que no fim, eu só tive sorte por encontrar. — Ela enterrou sua cabeça em meu peito.

— Espera aí, está me dizendo que não faz ideia de quem é o personagem que você está fazendo? — Meus olhos arregalaram.

— Sim! — Ela sorriu.

— Santo Goku! — Nós rimos juntos.

— Ei vocês dois! Calem a boca, vão anunciar o cosplay vencedor. — Disse Denise.

— É! — Thomas e Amanda falaram em coro.

— JÁ FOI ESCOLHIDO O COSPLAY VENCEDOR GALERAA! QUEM SERA O REI OU RAINHA DOS COSPLAY? TCHAN TCHAN TCHAN TCHAAAAAAAN... E A ERZA SCARLET DE OLHOS CLAROS É A RAINHA DOS COSPLAYSS, UMA SALVA DE PALMAS! — O apresentador anunciou.

Imediatamente holofotes iluminaram eu e Paty, ela estava sem reação tudo o que ela conseguia fazer era apontar pra si mesma. Observei Thomas, Denise e Amanda, os três tinham os olhos arregalados e boca escancarada. Paty Pannes havia ganhado o concurso de cosplay? Não bastava ser rainha na Arcati, agora é rainha aqui também? Ha alguns meses atrás isso ia parecer loucura, mas era bem real. As pessoas aplaudiam e davam parabéns, Paty repetia incansáveis "obrigados".

— É herói, acho que você perdeu! — Ela tinha uma voz provocativa.

— Apelona! — A tomei num beijo quente e molhado.


Patrycia Arcati Pannes! A definição de poder e status, rainha da Arcati. Tem sérios problemas de agressividade, é chorona e insegura. A primeira vez que a vi pensei "Essa mulher é maluca!" e depois descobri, que na verdade maluco sou eu por me apaixonar por ela. Passei a mão no bolso e percebi que a fotografia que o sr. Morales me deu ainda estava lá. Aquela imagem é o exemplo claro de como o destino brinca com as pessoas, talvez se não fosse aquela pesada - digna da Ronda Rousey por sinal, o sr. Morales nunca teria me forçado a fazer dupla com ela e eu jamais teria tomado a iniciativa de fazer as pazes. Agradeci a Becah em silêncio, se não fosse por ela talvez eu nunca tivesse a oportunidade de conhecer a Paty realmente. E pensar que tudo começou com um acordo, ketchup e dedos colados. O amor é assim, bobo, estranho, faz a gente fazer loucuras por uma pessoa, mesmo ela sendo tão diferente. Não tem como prever a hora que ele vai chegar e quem ele vai escolher, ele... simplesmente acontece!


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Notas finais do capítulo

Eai pessoal? O que acharam do final? Deixem seus comentário =D



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