Quando o amor acontece escrita por Burogan


Capítulo 14
Cap 14 - Beijo de papel!


Notas iniciais do capítulo

Eaí pessoal, como vocês estão? Como o próprio título já diz, parece que vão acontecer algumas coisas interessantes. Curiosos? Não deixem de ler.



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As luzes brilhavam, o dj era como um tocador de flautas magico que hipnotizava todos com sua música e adivinha quem é que estava ao lado da mesa de som? Sim, euzinha. Dançando e tomando a atenção de todos. Estava apenas sendo Paty Pannes, sendo a dona dos sorrisos, dos olhares, brindando todos com a minha beleza. Esse era um ponto em que eu e Bryan concordavamos, meu marketing pessoal é bem forte. Nunca tinha parado para pensar sobre isso, mas realmente, eu projetava em mim o que eu queria que as pessoas vissem. E hoje eu estava montada pro ataque - observei minha saia preta deixando a mostra a caveira mexicana.

Musica boa, tequila, cerveja gelada, gente bonita e alegre, o jogo de luzes, a fumaça, estava tudo muito perfeito, afinal fui eu que organizei - sorri de canto, mas por que eu não me sentia feliz? No fundo, bem naquela portinha negra trancada a sete chaves em meu coração, onde eu guardo os segredos que tento esconder até de mim mesma, eu sabia, o motivo da minha tristeza era bem obvio e tinha nome, cabelos cacheados e um óculos maior que a cabeça. Bryan Marralkcs! Eu estava dividida, confusa e pirando. Uma parte de mim dizia que eu tinha que ir atrás dele e a outra simplesmente queria que eu retomasse o rumo da minha vida e encarasse o Bryan como um momento tempestuoso que passei, algo que deveria ficar no passado.

— Paty, vem! O garçom acabou de trazer mais um baldinho. — Becah gritou assim que me viu aproximar da mesa.

— Amiga, sério. É melhor você ajudar a Becah a beber ou ela vai sair daqui voando. — Denise riu enquanto olha o baldinho de Budweiser.

— Com prazer! — Peguei uma garrafa.

— Paty que cor você acha que devo pintar meu cabelo? — Uma jovem de cabelos castanho havia se aproximado da mesa.

— Como se chama querida? — A olhei nos olhos.

— Ingridi! — A menina corou.

— Você tem uma pele tão bonita, por que não faz uma carliforniana? Aposto que você vai arrasar. — Sorri.

— É!É! É isso que vou fazer, obrigada. — A jovem explodiu em emoção, um sorriso largo se extendia em seu rosto.

— O que é isso? — Observei Denise tirar um binoculo da bolsa.

— Isso queridinha, é o meu detector de fofocas, bafões e de todas aquelas coisas que as pessoas fazem em festas e tentam esconder. — Denise bebericava um drink.

— As vezes eu esqueço que você é os olhos e os ouvidos da Paty na Arcati. — Becah abria outra Budweiser.

— Ho... My... Good! — A boca de Paty se abriu no formato de um "O".

— O QUE? — Minha voz soou junto com a de Becah.

— Vocês não vão acreditar no que eu estou vendo. — Denise sorriu.

— HAAA CRIATURA FALA LOGO O QUE É. — Becah reclamou.

— É o nerd, o de publicidade e propaganda que eu falei pra vocês. Ele está aqui. — Aquelas palavras estupraram meus ouvidos.

— O QUE? ME DA ISSO AQUI! — Tomei o binóculo das mãos de Denise.

Eu não queria acreditar, mas Denise estava certa, era o Bryan. Ele estava um pouco mais a frente, ele ria e conversava despreocupadamente com um rapaz alto e moreno, ve-lo ali fez meu coração desmanchar. Ele usava um blusa preta com um doende verde estampado, me perguntei de qual desenho era aquele personagem. Já fazia uma semana que não nos falavamos e como Bryan é do tipo que se isola eu também não via ele muito na faculdade. Tinha me esquecido o quanto o sorriso dele era gostoso. Observei duas meninas se aproximarem da mesa dele, uma era loira e magrela, já a outra era ruiva e tinha a metade da cabeça raspada, Tati - meu sangue ferveu assim que o nome veio a mente. Quando eu achava que não tinha como piorar aparece esse projeto de Monster Hig dando em cima do meu nerd.

Já tinha uma hora que Bryan tinha chegado e sinceramente? Eu estava péssima. Meu corpo podia estar ali, rindo, sorrindo e rejeitando os caras bebados, mas a minha mente estava nele. A Tati parecia uma sanguesuga, não desgrudava dele nem por um segundo. Ódio. Tudo bem, eu admito que o Bryan é estranho, diferente e tem gostos esquisitos, mas ele é meu. MEU NERD, MEU RETARDADO, MEU IDIOTA, MEU MONSTRINHO! Será que esse nerd é tão burro que ele não percebe que ela está quase devorando ele? Meu corpo inteiro fervia, senti a adrenalina tomando conta de mim. Bater! Eu precisava socar alguma coisa. Eu já estava do lado de fora quando mãos grossas seguraram firme meu pulso.

— Oi Paty. — A voz veio acompanhada de alcool.

— Thad? O que você quer? — Arqueei uma sobramcelha.

— Eu preciso falar com você. — Ele ainda segurava meu pulso.

— Já está falando. — Minha voz era seca.

— Ok, entendi. Eu te amo Paty, tive que te perder pra entender isso, mas agora eu sei. Eu amo você e te quero de volta. — Ele me olhava nos olhos.

— Mas não vai ter! — Minhas palavras sairam como tiro.

— Olha, eu sei que dei uma vacilada contigo, mas tenta entender vai, você nem queria transar comigo. Eu sou homem Paty, tenho necessidades. — Thad me encarava com um olhar pidão.

— Meu poupe das suas palavras vazias. — Ergui o braço me desvencilhando de sua mão.

— Espera! Tem outro na jogada né? — Ele segurou meu pulso novamente, dessa vez com mais força.

— E se tiver? Isso não é prbolema seu. Agora me solta! — Puxei o meu braço para trás.

— Negativo! — Thad me pressionou contra a parede.

— Me sol-ta! — Trinquei os dentes.

— Só me diz qem é ele, pra eu poder arrebentar a cara dele depois! — Seus labios estavam próximos dos meus.

— VOCÊ NÃO É LOUCO! — Empurrei ele pra longe de mim. — Se você encostar um dedo nele, eu mando seu nariz pra dentro do cerebro! — Thad me encarava assustado.


Merda! A dor que eu sentia era insuportavel. Becah me ligava insistentemente mas eu não queria antender, não era um boa hora pra socializar. Eu estava dentro do meu carro no estacionamento, depois do décimo soco na busina as lagrimas começaram a escorrer. Minhas mãos seguravam forte o meu peito. Por que eu e ele temos que ser tão diferentes? Por mais que eu admitisse que amo ele, seria uma bobagem acreditar que o Bryan se sentiria da mesma forma. Depois de tudo o que eu fiz, com certeza ele me vê como um monstro. É burrice acreditar que sou digna do amor dele.

— Srta. Pannes? — Um homem bateu no vidro.

— Sim? — Perguntei.

— Tudo bem? — Logo a luz iluminou seu rosto revelando a imagem a minha frente.

— Estou bem. O que faz aqui sr. Morales? — Sai do carro.

— Eu vim socorrer uma sobrinha minha que está nessa festa. — Ele encostou no capuz. — Você não me parece muito bem minha jovem, algum problema? — Sua voz era séria.

— Sim, inclusive é um problema que você me causou. — Bufei.

— Desculpe, mas eu não entendo. — Ele arqueou uma sobrancelha.

— Isso tudo é culpa sua. Se você não tivesse obrigado eu e o Bryan a nos entender as coisas não estariam como estão agora. — Trinquei os dentes.

— Então você admite que o ama! — Sr. Morales não segurou a risada alta.

— Ta, digamos que eu talvez goste dele, mas só um pouqinho. — Menti.

— Paty minha cara, você precisa ser mais sincera consigo mesma. — Ele acariciava a longa barba. — O Bryan foi até a minha sala e me explicou toda a situação, eu vou permitir que vocês troquem de dupla. — Se olhos me observavam atentamente.

— O que? Como assim? — Eu tinha entendido bem, só não queria acreditar. — Quem vai fazer dupla com o Bryan? — Eu praticamente cuspia as palavras.

— Tatiana Carlini. — Sua voz era calma.

— TA-TATI? UMA OVA QUE ELE VAI FAZER DUPLA COM ELA! — Senti minha garganta esquentar.

— E por que não? — Ele matinha o tom.

— POR QUE EU NÃO DEIXEI! EU SOU A DUPLA DELE, EU! — As palavras explodiam da minha boca.

— Então fale isso pra ele minha cara! — Ele desenscostou do capo do carro e saiu andando a passos lentos.

Eu era o ódio em pessoa! Já estava de volta na festa, meus olhos varriam o local a procura de vestigios de cabelos cacheados e um par de óculos. Nesse momento não tinha o controle sobre mim, tudo o que eu queria era encontra-lo. Vasculhei pessoa por pessoa, canto por canto, por fim eu encontrei. Juro que minhas intenções mais puras eram apenas de chegar naquele nerd discretamente e chama-lo pra conversar em algum lugar resarvado, mas todo meu plano de ação virou pó assim que avistei Tati beijando Bryan na buchecha. Normalmente eu evito combates, é por isso que canalizo minha raiva em um saco, pra não sair distribuindo soco nos outros. Sempre foi assim. Mas quando se trata do Bryan eu nunca sei como acaba, ele tem esse poder de simplesmente me tirar do sério e hoje não seria uma exceção.

Tirei minha anabela vermelha discretamente. A adrenalina tomava conta do meu corpo. Corri em direção a um cara que estava agachado amarrando os sapatos e saltei, assim que meu pé direito tocou suas costas impulsionei meu corpo pra fente arremessando meus pés contras as costelas de Tati. A voadora perfeita! Ela saiu derrubando mais outras duas meninas que estava na frente. Minhas costas foram de encontro com o chão. Foi tudo muito rápido. Antes que eu pudesse me levantar Tati veio cambaleando e desferiou um chute na minha costela. Aproveitei o contra ataque e prendi sua perna com os braços, na sequência chutei a perna que ela usava de apoio fazendo com que Tati caisse de costas no chão. Ela urrou de dor! Imediatamente escalei sobre ela, sentei em sua barriga e prendi minhas coxa em sua cintura, no mesmo instante dei uma sequência de três socos em seu rosto, no quarto uma mão grande segurou meu pulso.

— CALMA AÍ RONDA ROUSEY! — Bryan tinha os olhos arregalados.

Só então reparei que Tati estava desacordada. Foi o que bastou! Minha primeira reação foi agarrar o braço de Bryan com força e arrasta-lo para fora da festa antes que alguém notasse que era eu quem estava brigando. Ele não falava nada, talvez estivesse tentando entender toda aquela confusão. Droga! Fiz denovo. Quando eu comecei a treinar Muay Thai prometi para o meu pai nunca machucaria alguém denovo e aqui estou eu, passando de herdeira da familia para a desonra.

Meu corpo todo queimava, minhas mãos eram como pedras no volante. Bryan estava ao meu lado, estático. Ele me encarava com aqueles olhos de repreensão, como se quisesse falar alguma coisa, mas estivesse com medo de me deixar mais irritada. Eu queria chorar, mas eu não ia dar esse gostinho pra ele, não iria fazer isso na frente dele denovo. Observei Bryan se mover no banco do carona, ele procurava algo no bolso, até que por fim ele tirou um peqeuno papel todo dobrado. Aos poucos ele foi desamassando até que consegui ler o titulo: "Autorização para mudança de dupla do semestre interativo!". Pisei fundo no freio fazendo com que Bryan batesse a testa no porta luvas. Automaticamente peguei a autorização de suas mãos, abri a porta do carro e corri sem direção.

— Ai! Calma Paty, espera. Santo Goku! — Bryan saiu do carro, ele vinha em meu encalço.

A chuva começou a cair, eu não sabia a onde ia, apenas corria. Se aquele nerd acha que vai ser tão facil assim desfazer a dupla, ele está muito enganado. Meus cabelos grudavam na testa, na boca, nos braços, só então me dei conta que eu corria perta de uma praça que mais parecia um bosque. Minhas pernas tremiam, meu pulmão pedia mais oxigênio, mas eu não me importava, não ia dar o Bryan de bandeija para aquela sucubus devoradora de nerds. Como mágica fui tomada por uma força maior, braços longos e fortes envolveram minha cintura me jogando no chão.

— PEGUEI! — Nós rolamos pela grama.

— Me solta Bryan! — Eu tentava sair de baixo dele, mas era impossivel.

— Olha... aqui... sua doida... você fez... um... míopi... correr... na... na chuva! Isso.. é... pecado... — Bryan arfava.

— Ninguém mandou você ser cego. Me solta! — Eu tentava me desvencilhar dos braços dele, mas ele era mais forte do que eu pensei.

— Me dá a autorização. — Bryan tentava tira o papel da minha mão.

— Você não vai fazer dupla com a Tati. Olha o que eu faço com a sua autorização. — Coloquei o papel na boca e comecei a mastigar. Agora eu tinha certeza que o retardamento do Bryan era contagioso.

— Sua louca, por que você fez isso? — Ele arregalou os olhos. — Paty o que está acontecendo com você? — Bryan tentava entender.

— Meu problema é você seu nerd feioso. O meu mundo desabando e você faz dupla com a Tati? Lindo pra sua cara! — Dei um soco em seu braço, eu ainda engolia o papel.

— Mas... mas... eu convenci o sr. Morales a nos trocar de dupla, não era isso que você queria desde o começo? Acabou Paty! Meu estilo nerd não ameaça mais a sua reputação de rainha. — Bryan me olhava nos olhos. Os óculos embaçados e o cabelo grudado na testa.

— Mas eu não quero que acabe... — As lagrimas escorriam com força.

— E eu posso saber o por que? — Bryan arqueou a sobrancelha.

— POR QUE EU TE AMO SEU NERD IDIOTA! — Minha voz era uma mix de choro, raiva e desespero. Bryan segurava meus braços contra a grama, ele me olhava boquiaberto.

— Eu cansei Bryan! Não quero mais fingir meus sentimentos. A verdade é que eu estou apaixonada por você e não sei lidar com isso. Quando o assunto é você as minhas emoções tomam o controle e eu perco o poder sobre mim, aquilo que você viu hoje na festa fui eu tentando dizer que te amo. Eu me apaixonei por cada esquisitisse sua, eu não consigo explicar o que sinto por você, mas é tão forte que chega a doer! O que eu to tentando dizer... é que... eu tenho esse vazio enorme no fundo do meu peito, um vazio que eu costumava preencher com a atenção das pessoas, mas aí eu te conheci e aos poucos você preencheu esse vazio, eu... eu... eu simplesmente não consigo mais ficar sem você! — A chuva lavava meu rosto insistentemente enquanto as pesadas lagrimas caiam de meu rosto corregando toda a minha dor.

— Paty eu... — Antes que ele pudesse falar alguma coisa, eu libertei a minha mão de seus braços e tapei sua boca.

— Por favor, não diga nada! Eu sei que é estranho ouvir isso justo de mim, a menina que te atropelou, que jogou refrigerante em você, te humilhou na universidade e eu sinto muito por todos os problemas que te causei e...

— Paty, pelo amor de Deus cala essa boca. — Bryan havia me tomado num beijo quente e molhado.

Foi como mágica! Seus labios se moldaram ao meu enquanto nossas línguas se envolviam em uma dança sincronizada. Sua mão segurava firme minha cintura, eu bagunçava seu cabelo frenéticamente. Era ação e reação. Seus labios passeavam deliciosamente em meu pescoço e orelha, meus pelos da nuca se eriçaram como resposta. Desejo. Minhas coxas pressionavam firmemente contra sua cintura, mordi de leve sua orelha. Sua mão percorria a minha barriga e ia até a base dos seios. Eu estava em extase! Minha mente parecia ter varios fogos de atifício. O beijo misturado com a chuva, estavamos sujos de barro, mas eu não me importava. O calor do seu corpo era tão quente que afugentava qualquer frio que a água pudesse trazer. Sem que eu percebesse me entreguei as minhas necessidades básicas, eu estava no meu estado mais primitivo. Nunca um corpo foi tão convidativo. Eu desejava loucamente que ele não parece, que suas mãos continuassem a me tocar, a me descobrir. Bryan se afastou recuperando o ar, aqueles olhos pareciam me devorar. Ele se proximou lentamente do meu rosto e seus labios tocaram delicadamente a minha testa.

— Eu... eu amo você Paty Pannes! — Bryan tinha a voz mais doce.


A vida é uma caixinha de surpesas e o destino insiste em pregar uma peça em cada momento dela. Nunca imaginei que a pessoa que eu mais odiaria nesse mundo, seria a unica que me traria paz. Como um sol que surge em meio a tempestade, ele chegou trazendo a luz que eu precisava pra seguir. O calor que ele emanava me aqueceu do frio, me protegeu do medo. Sim, meu nerd, meu feioso, meu esquisito, meu mosntrinho e agora meu porto seguro.


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Notas finais do capítulo

Então é isso galera, espero que tenham gostado. E é claro, as peripécias desse casal não acabam por aí, na verdade, é só o começo!



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