Killian narrando.

— Droga! - gritei assim que ela saiu da delegacia.

— Killian, você não vai atrás dela? - perguntou Robin

— Vou!

Peguei minha arma e ia correndo até a porta mas David me segurou.

— Cara, você ouviu ela, se for atrás dela só vai atrapalhar, espera!

— David, Emma pode estar...

— Fica quieto Robin. - gritou David

— Ele tem razão Nolan, eu preciso ir atrás dela.

— Não, não precisa! Você precisa se acalmar.

Ele me sentou na cadeira e ficou de frente pra mim, com os braços cruzados.

Uma hora depois e nada de noticias, eu estava mais aflito e David não me deixava sair. Eu tinha vontade de quebrar a cara dele por isso, mas sabia que estava fazendo isso pelo meu bem.

— Cara, já faz uma hora. - falei desesperado

— Tá, vamos atrás dela. - suspirou - Tem noção de onde ela esteja?

— No Granny's, a vovó deve ter alugado um quarto pra ele. - falei

Pegamos o carro e fomos o mais rápido que podíamos para o Granny's, Leroy estava lá.

— Um amigo da Emma estava na cidade, ele me fez umas perguntas... - disse ele - Ele até quis saber do Henry, deve ser um...

— Idiota! - gritei da porta - Seu grande idiota.

— Xerife. - falou assustado - O que eu fiz?

— Disse pro Neal onde Henry estava! Como você é idiota.

Eu corri em sua direção mas Ruby e David me seguraram.

— Calma Killian. - disse Ruby - Ele não sabia!

— Jones, você precisa ficar calmo!

— Calmo? Como quer que eu fique calmo se a cada vez que vejo esse filho da puta ele faz uma merda diferente?

— Eu não sabia. - resmungou Leroy

— Claro que não sabia. - falei irônico - Me soltem!

— O que está acontecendo aqui? - perguntou a vovó

— Esse infeliz contou ao Neal onde o Henry estava e graças a ele, o Neal pegou o bebê e agora está com a Emma. - respondi

— Leroy!

— Ele não sabia. - falou David

— O que ele fez com ela será? Onde eles estão?

— Precisamos de respostas agora. - me respondeu Leroy

— Talvez eu não precise de respostas, talvez eu precise te dar um soco!

— Hey, Killian. - advertiu Ruby

— Em que quarto ele está? - perguntou David a vovó

— Eu não...

— Ok, agora eu estou falando como xerife, em que quarto ele está? - perguntei

— 15, quarto 15. - respondeu ela

Ruby nos acompanhou até lá e David fez sinal para ficarmos quietos.

— Você não entende não é loirinha?

— O que você quer?

— Você! Eu não me arrependo de ter te mandado pra cadeia no meu lugar, me arrependo desse fedelho ser meu filho, mas se ele te faz feliz, posso superar.

— Não falei assim do meu filho.

— Nosso filho! Ele não pode crescer sem pai.

— Ele tem um pai, e não é você.

— Só se for o vento. Emma, você vai voltar para Nova Yorque comigo, você querendo ou não.

— Neal, não precisa ser assim.

— Você escolheu assim.

— Não... você disse que viria pra cá por causa do Henry...

— Eu menti! Você vai voltar comigo e ponto final.

David puxou meu braço assim que toquei na maçaneta e saímos de lá.

— Eu preciso tirar a Emma de lá.

— Eu sei, mas não pode ser agora, ele pode machucar Henry e ela, tenha calma.

Voltamos pro restaurante onde Leroy resmungava para Granny qualquer coisa insignificante.

— Leroy. - chamei assim que me aproximei

— Sim, senhor? - perguntou se virando para mim

Dei um soco em seu rosto com toda a força que eu tinha, David me segurou e me sentou no banco mais afastado de Leroy.

— Isso é pra aprender a ficar com a bosta da boca fechada. - gritei

— Ruby, fique aqui com Killian, vou levar Leroy no hospital e ver se o nariz dele não está quebrado.

Ruby sentou-se comigo na mesa e pegou em minhas mãos.

— Killian, você precisa se acalmar, desse jeito nunca vai conseguir a Emma de volta.

— Sabe o que ela falou pra mim Ruby? "Chega de brincar de familia feliz, essa é a realidade." Sabe o quão dificil foi ouvir isso? Eu já perdi tantas pessoas, perdi o Liam, meu pai, minha mulher e meu filho e quando eu finalmente tenho minha segunda chance... eu não vou desistir, eu não vou deixar aquele filho da mãe machucar Emma nem Henry, porque eu os amo tanto.

— Eu sei que sim, mas você precisa manter a calma. - disse acariciando minhas mãos e depois me fitou e lançou-me um leve sorriso - Só tenha calma.

O seu sorriso era doce e sincero, me acalmava. Eu nunca tinha reparado no sorriso de Ruby, ela tinha me hipnotizado com aquele sorriso e me acalmado. Eu sorri de volta beijei sua mão. Sussurrei um leve 'obrigado' e ela sorriu novamente.

Ruby era uma boa amiga, me ajudou muito quando perdi minha família e até hoje ajuda. Pra mim ela é como uma irmã. Ela era misteriosa e tão perfeita ao mesmo tempo. Whale tinha sorte por tê-la.

— Você fez tanto por mim Ruby, que eu não tenho como te agradecer.

— Talvez tenha. - falou piscando

— Como assim? - perguntei confuso

— Salve a sua segunda chance que tudo estará agradecido, Emma merece ser feliz e eu sei disso muito bem, porque somos amigas. Ela gosta de você e acredite, ela só falou aquilo porque estava nervosa.

David entrou na lanchonete meia hora depois, já estava cheio o lugar e Ruby precisou ajudar a vovó no restaurante.

— Adivinha, eu passei na delegacia e descobri que Neal é um foragido! Ele nunca pagou por seus crimes e podemos usar isso para prende-lo.

— Podemos avisar ao pessoal de Nova Yorque e eles nos ajudariam. - falei - E eu poderia recuperar a Emma e o Henry.

Neal chegou no restaurante e pediu uma lasanha e um hamburguer, sentou-se no balcão para esperar e começou a mexer no celular.

— Hey, vamos falar com a Emma. - falou David

Fomos até o quarto, estava trancado, mas Emma sabia abrir ela e então o fez.

— Emma, é o Killian, abra a porta.

— O que está fazendo aqui?

— Eu prometi que não ia deixar ele te machucar e é isso que vou fazer.

— Não posso sair daqui agora.

— Eu sei, só vou te dizer meu plano de te tirar dai, abra.

Ela abriu a porta e assim que viu seu rosto vermelho eu a abracei e a beijei.

— Vou ficar no corredor, se ele vier eu o destraio.

— Ok.

— Eu falei pra não vir atrás de mim. - falou brincando

— Você sabe que eu não iria obedecer. - sorri e a beijei novamente

— Eu to com medo.

— Então vamos sair daqui, agora...

— Não, ele vai machucar meu filho, não vou a lugar nenhum até eu saber que Henry estará a salvo.

— Mas Emma, eu posso proteger vocês.

— Eu sei que pode, mas Neal é perigoso, ele quer me levar para Nova Yorque...

— Eu sei. - a interrompi

Contei rapidamente a ela tudo o que David me disse sobre o que descobriu e o plano que tínhamos para prende-lo.

— Cadê Henry?

— Está ali. - apontou para um canto do quarto

Fui até ele e o peguei.

— Papai. - ele me abraçou

— Oi filho, eu vou te proteger viu? Ele não vai te machucar, eu prometo.

Dei um abraço nele e um beijo em sua testa.

— Neal, eu estava esperando você, posso trocar uma palavrinha com você?

— Agora?

— É, sobre o Killian, ele se alterou mais cedo. Queria saber como foi...

— Tudo bem. Mas pode...

— Tem que ser agora!

Ouvimos eles e então eu fui para a porta, abracei a Emma e a beijei novamente.

— Ainda dá tempo de vir.

— Eu o conheço, seria capaz de tudo.

— Tem certeza? Eu não quero deixa-la aqui.

— Eu não quero ficar aqui, mas ele machucaria meu filho.

— Tudo bem, eu vou, mas eu volto para te buscar.

— Vá, vá...

Dei outro beijo nela e senti o coração apertado quando ela trancou a porta. Eu queria leva-la, mas ela não queria vir, quando a isso me senti um idiota de não poder convence-la a vir comigo.

Me escondi em um dos banheiros de fora e Neal bateu a porta do quarto. Voltei pro restaurante e David estava sentado na mesa onde estavamos.

— Emma não quis vir...

— Droga!

— Ela disse que ele seria capaz de qualquer coisa e já sabe, eu não consegui convence-la.

— Vamos tirar ela das mãos desse babaca.