Uma Segunda Chance escrita por Sapphire


Capítulo 21
Capítulo 21




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JANTAR

Eu estava brava, irritada, nervosa, com ódio e só gostaria de atacar a cara de Susan com as minhas unhas e arranha-la inteira como um gato. Mal conseguira dormir a tarde e ainda por cima comecei a enjoar. Eu estava muito bem, mas com ar poluído por aquela velha, era de se esperar que eu estivesse passando mal.

— Está tudo bem, Paola? - Liam segurou em meu braço, quando percebeu que eu estava perdida em meus pensamentos e não o ouvi me chamando.

— Estou! – Respondi com gosto amargo na boca encarando minha querida sogrinha que também mal tocava na comida. Eu já não sentia nenhum pouco de fome e sim ânsia.

Ok. Mentira. Estava com fome sim, com mistura de repulsa da cara de maracujá dela. Tudo bem que ela não era tão velha, mas vou continuar falando que ela parecia uma ameixa seca.

— Será que eu já posso ir para o meu quarto, papai? – Meu pestinha bocejou com sono e esfregando os olhinhos. Depois de dormir a viagem inteira, cheguei a pensar que Ryan fosse ficar acordado a noite inteira e fosse dar trabalho para dormir. Mas os Brachos cansam qualquer um. Meu pequeno não seria diferente.

Liam levantou da cadeira de cabeceira e esticou os braços para o Ryan vir para o seu colo.

— Eu vou por ele na cama e já volto – avisou desaparecendo pelo corredor.

Agora estava somente eu e ela. Ambas se encarando e o clima estranho pairando no ar.

— Agora que estamos só nós duas, Paola. – Susan falava calmamente cortando o seu peixe. – Diga-me.... Qual sua real intenção com meu filho? Porque o pobrezinho coitado, acho que está cego por você ser uma moça jovem e bonita. Que chama bastante atenção. Porém não deve passar de mais uma interesseira. Que espera cruzar com um jovem bilionário e atrair para sua rede com a sua isca.

Tirando o atrevimento da velha, eu adorei os elogios. Jovem e bonita que chama muita atenção. Eu dei um sorriso de lado para ela, para não rir na cara. Era o elogio perfeito que eu gostava de escutar de ambos os sexos.

— Tenho certeza de que surda a senhora não é. – Tomei um gole do suco na taça. – Me parece jovem demais para começar a caducar. Então lembra muito bem que estou com o Liam porque nós dois queremos estar na companhia um do outro, eu disse isso 5 minutos atrás e você ouviu da boca do seu filho também. Digamos que esse novo neto veio como um bônus.

— Mentirosa! Você é só mais uma golpista, que engravida para poder segurar o homem. Caso não dê certo, você sabe que receberá uma pensão gorda e maltratar essa criança.

Quem ela achava quem era ali? Porque ser mãe do Liam não a segurará de ouvir umas boas verdades da minha boca. Ela que não ouse se colocar em meu caminho.

— Escuta aqui sua velha abusada! Não é só porque você é mãe do Liam que eu vou deixar você falar o que bem entender de mim e do meu filho. Mesmo que Liam não fique comigo, eu levaria meu filho comigo e ele ficaria muito melhor em minhas mãos do que nas suas garras afiadas de bruxa. Só para lembrar que o Liam é um homem e não um menino. Então melhor se acostumar e deixar ele fazer a vida dele com quem ele quiser. Você goste OU NÃO. – Levantei da mesa em grande velocidade.

Peguei meu prato e meu suco. Claro que eu não ia ficar sem meu jantar. Meu filho e eu precisávamos de alimentação. Subi para meu quarto e me tranquei ali comendo. A cada garfada eu resmungava amaldiçoando a velha.

Parecia um castigo atrás do outro. Quando penso que minha vida pode caminhar para o rumo da perfeição, tem sempre uma velha insuportável para atrapalhar. Com os Brachos tinha a Piedade e agora essa imbecil. É difícil ser boazinha quando as pessoas conspiram contra você e te obriga voltar a ser cruel.

Meu gênio já é difícil de controlar, e há quem não colabora.

LIAM

Após pôr o Ryan na cama desci as escadas direto a sala de jantar para evitar que minha mãe ficasse muito tempo sozinha com a Paola. Sabendo que ela poderia estar de fato gravida - O que eu já praticamente acho que esteja – e uma gravida deve evitar o máximo de estresse.

Assim que cheguei encontrei somente minha mãe sentada ereta, bebendo seu vinho.

— Onde está Paola? – Estava nítido minha preocupação pela entonação da voz. Tinha medo que ela tivesse falado o que não deveria.

— Não faço ideia, ela saiu daqui igual uma louca. Olha meu filho. Essa mulher não é ideal para você. Ela...

Ela não podia parar nem por um minuto. Era incrível como tinha que ser inconveniente.

— MÃE JÁ CHEGA! Para de ser tão paranoica. Paola não é igual a mãe do Ryan, tem que parar de fazer comparações que todas as mulheres do mundo sejam tão frívolas e sem escrúpulos. Que não, não é assim! E eu a amo.

— Eu faço isso porque EU te amo e penso o melhor para meu neto também. Mas se você quer quebrar a cara pela segunda vez, esteja bem à vontade. – Ela se levantou me deixando sozinho.

Se tratando da minha mãe era bem difícil mesmo conseguir ter um diálogo. Eu até compreendo por tudo que eu e Ryan passamos. Mas as coisas eram diferentes. Paola é outra mulher uma outra pessoa. E pessoas são diferentes uma da outra.

Suspirei e voltei para o meu quarto e encontrei Paola sentada na varanda jantando sozinha. Abri a porta de vidro e sentei de frente para ela.

— O que a minha mãe falou para você? – Perguntei.

— Me chamou de golpista. – Ela me encarou - Eu já estou me abusando dela. E você sabe como sou estourada. Ela é ridícula. E te trata como um bebezão.

— Minha mãe tem um bom motivo para agir dessa forma. Não é que sou filhinho da mamãe ou coisa do tipo. Digamos que eu não tenho um bom histórico com mulheres. – Confessei.

— O que você quer dizer com isso? – Seu garfo parou no meio do caminho em direção sua boca. Agora ela me olhava com atenção.

— A mãe do Ryan.... Ela... – Olhei para ela suspirando e dei um sorriso – Esqueça.

Talvez não fosse uma boa hora para começar aquele tipo de conversa. Uma outra hora quem sabe eu poderia explicar-lhe com mais calma.

— Não! Começou agora fala. – Ela insistiu.

— Esquece. Sério. Eu marquei médico para amanhã de manhã enquanto dormia essa tarde. Você fará exames Paola para confirmamos a gravidez. Embora... – olhei para ela comer – Não precise de confirmação – Eu ri vendo a sua linda face de anjo se formar em uma carranca.

— Mesmo com esse comentário que eu odiei, devo concordar com você que eu já tenho a certeza que realmente estou. Estava tão obvio e eu mal pude reparar. Paulina bem que tentou me alertar e eu nem dei ouvidos

— Eu deveria desconfiar.

— Se for falar do meu peso... – Sentia uma possível ameaça em sua frase.

Mulheres... Sempre tão inseguras sobre seu peso e sempre prontas a nos ameaçarem com medo de ouvir uma esculhambação. Ri internamente para não a enfurecer ainda mais.

— Ei. Calma. Eu não ia comentar sobre seu peso. Eu ia dizer sobre seus seios estarem deliciosamente apetitosos. – Sorri malicioso.

Acho que havia marcado um ponto pelo sorriso orgulhoso e malicioso que se formou em seus lábios carnudos e vermelhos.

— Você sabe usar as palavras certas. Mas não vai ter nada comigo até a sua mãe ir embora!

— Paola ela é a minha mãe. Eu não posso simplesmente expulsa-la daqui. E o Ryan gosta da presença da avó dele. Seja paciente, ela ficará pouco tempo e logo voltará para casa dela. Espero que esse pouco tempo de estadia vocês duas possam se darem bem e conhecer mais uma da outra. É apenas um mal-entendido nisso tudo. Eu vou tentar falar com ela para pedir desculpas a você. Agora você deveria se alimentar e ir descansar após a janta. Faço companhia para você.

— E o Ryan?

— Dormindo feito uma pedra. Nem precisa se preocupar. – A tranquilizei.

— Você não jantou direito.

— Eu vou na cozinha e pego alguma coisa para comer depois.  – Dei de ombros. – Não fique se preocupando com isto. Ficarei aqui até a hora que comer tudo e for dormir.

Ela sorriu.

Paola não era uma mulher fácil de lidar. Mas valia a pena arrancar cada sorriso seu quando me esforçava em falar o que ela queria ouvir ou os mimos que gostava de ganhar.

E percebia sua genuína preocupação comigo ou com meu filho que ela adotou. Ela podia possuir duas personalidades na qual podia ser a má e a boazinha e conseguia amar a mistura que essas duas faziam com ela e comigo.

Eu só precisava fazer minha mãe enxergar o que eu enxergava. Uma Paola incrível, sincera, forte e amorosa. Talvez um tanto mimada e explosiva. Mas justamente por não aceitar que pisassem nela. E talvez seja isso que eu estava procurando a vida toda. Uma mulher que me completasse e fosse forte para a nossa família.


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