Wide Awake - The Twins escrita por KindestHuntress
Os olhos castanhos estavam concentrados em sua leitura, ela umedeceu o dedo na língua e virou a página da revista. Parou, então fitou o dedo que tenha umedecido e lembrou de uma cena do filme “Anjos e Demônios”.
– Ugh. - fez.
Ouviu a porta da sala da reitora abrir e sua irmã sair de lá, levantou em um pulo.
– E aí? - perguntou
– Bom, enquanto estamos sem aula e só começamos na semana que vem, ela disse que podíamos andar por aí, mas para termos juízo e não deixarmos os genes do papai falarem mais alto. - respondeu Allexandra.
Ruby deu um olhar surpreso.
– Ela disse quem é o papai? - perguntou a primeira.
– Não, quando eu perguntei ela desconversou. - disse Allex, segurando uma mão com a outra e fingindo frustração, olhando dramaticamente para o chão.
Aquilo fez Ruby sorrir, após alguns pensamentos travessos, o sorriso alargou.
– Ruby,... - começou Allexandra. - Tenho medo desse sorriso. O que está pensando?
– Onde fica a sala do tio Jimmy?
xxx
Wilson estava concentrado em sua papelada, quando ouviu alguns ruídos vindo de fora da sua sala, ele parou o que fazia, fitou a porta, esperando. Não demorou até que a porta fosse aberta e as duas gêmeas entrassem.
Ele notou um pouco de giz nas mãos de Ruby, poeira de giz e um sorriso super travesso, enquanto Allex escondia (ou tentava esconder) um sorriso gigante de diversão.
A primeira sentou em uma das cadeiras na frente da mesa do oncologista.
– O que estavam aprontando? - ele perguntou
Ruby pareceu um pouco surpresa e Allexandra engoliu o sorriso, tensionando.
– Nós... Nada. - disse a de olhos escuros.
Wilson apertou os olhos, desconfiado.
– Meninas, eu já vi muitas travessuras para reconhecer um travesso. - ele disse, dando uma chance para elas falarem.
Allexandra, abriu a boca, mas foi cortada pela irmã.
– Nada. - disse Ruby.
Allexandra fechou a boca.
– E aí? O que tem de bom para hoje? - perguntou Ruby.
– Papelada, mas não vieram aqui por isso, não é? - ele argumentou.
–... Sério que não nos conhece? - comentou Ruby.
– Nós estamos curiosas. - confessou Allex.
– Sobre...? - disse Wilson.
– Bom, encontramos nossa mãe ontem, mas, não sabemos nada sobre o nosso pai, não estava na ficha do hospital. - explicou Allexandra, arrumando os óculos no rosto, sujando a lente com um pouco de giz, ela os tirou e começou a limpar na blusa.
– O que quer dizer que, ou ele não se interessou ou que não soube de nós. - continuou Ruby, assistindo o que a irmã fazia, então, voltando a fitar o oncologista.
O jeito delas começava a intrigar o oncologista. Sim, Cuddy contara a ele quem era o suspeito de ser o pai delas, mas disse que não falaria nada, nem antes e nem depois de ter certeza. Aquilo a médica queria que fosse confidencial.
O oncologista foi acordado de seus pensamentos quando Ruby o cutucou com sua bota preta.
– Wilson! - ela imitou o filme “Náufrago”.
Allexandra riu e colocou os óculos, então, encarando o tio.
– Você devia ser nosso padrinho, adoro você. - ela comentou. Wilson corou.
– Awn… Que graça, ele ficou rosa. - zoou Ruby com um enorme sorriso, sentindo uma imensa vontade de jogar pó de giz no “padrinho”. - Mas ela tem razão, adoramos a sua pessoa, por algum motivo que a humanidade desconhece.
– Obrigado.
– A menos que esteja interessado na Dra. Cuddy. - retomou a menina dos olhos escuros lançando um olhar curioso e desafiador para ele.
Allexandra encarou a irmã, então, Wilson. Ela franziu o cenho com algo que parecia… Rejeição, rejeição a ideia.
– Você parece bonzinho demais. - disse a menina dos olhos claros.
Ruby riu levemente.
A porta foi aberta dramaticamente e o trio avistou um homem loiro lá, ele portava uma bengala; entrou e sua expressão passou de certeza para confusão ao ver as gêmeas. Ele fitou Wilson, apontou para as duas com a bengala.
– Suas pacientes estão ficando cada vez mais novas. - ele disse.
As gêmeas se entreolharam, Allexandra pareceu confusa e Ruby descrente, sua expressão era de como quem diz: “Está de zoa comigo, né? Quem é esse cara?”
Antes que a primeira pudesse dizer algo, Allexandra voltou a fitar House.
– AH! Eu sei quem você é! - ela disse, pulando na frente de House. - Você é Gregory House, o chefe do departamento de diagnósticos. Saiu até um documentário com você sobre o menino com a falha no rosto.
Ruby começou a rir.
– Ou, cara, te zoaram bonito naquele documentário, não foi? - ela falou rindo.
– Achei um profundo desrespeito, eles deviam mostrar a verdade. - retrucou Allexandra, sua mão estendida para cumprimentar o médico. - No entanto, saiu melhor para a imagem do hospital.
Ruby fitou a irmã, tentando entender onde aquela filosofia ia dar.
House observava as duas com um misto de diversão e confusão.
Wilson passou a mão pelos cabelos, um sorriso divertido nos lábios ao lembrar do documentário.
– Se derem sorte, a Cuddy ainda tem a fita. - falou o oncologista.
House lançou ao amigo um olhar acusador, Ruby sorriu largamente, Allexandra mostrou-se interessada.
– Boa, preciso ver aquilo de novo. - falou a de olhos escuros levantando.
– Eu preciso ligar para um advogado, temos que arrumar essa indecência de documentário... - disse Allexandra.
– Isso. - disse House, rapidamente, apontando para Allex.
– Ou não, a imagem do hospital... - ela continuou.
– Hey, hey, hey. Cale a boca, a vá logo pegar aquela fita. - cortou House empurrando a menina para fora.
Ruby seguiu atrás da irmã, dizendo:
– Hey, vamos ligar para os meninos de Frankly and Bash, vai que eles pegam o nosso caso.
House fechou a porta quando as duas saíram.
– O que diabos foi isso? - perguntou ele a Wilson.
– Apenas as filhas de uma amiga, elas querem que eu seja padrinho delas. - respondeu Wilson sem dar muitas pistas, voltando o olhar para a papelada.
– A maluquinha tem olhos interessantes, acho que já vi em algum lugar. - comentou House, vendo se conseguia algo do oncologista.
– Deve ser só impressão. - despistou Wilson. - E o nome dela é Allexandra.
– Que diferença faz? Não é como se elas fossem passar o dia no hospital. - Wilson nada disse. -... Elas vão?
– Na verdade, sim.
– E você está de babá?
– Talvez.
House suspirou chateado como uma criança tola.
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As gêmeas entraram na sala de Cuddy, a sala estava vazia, a médica, provavelmente, estava em alguma reunião.
Ruby foi direto até a mesa da mãe, começando a procurar pela fita nas gavetas, enquanto Allexandra se aproximou da estante para ver o que tinha lá.
– Sabe o que estive pensando? - perguntou Allexandra, estudando a estante.
Ruby parou e fitou a irmã.
– Não me lembro de ler mentes, Allex. - aproveitou a de olhos escuros. A outra revirou os olhos, então viu a irmã voltar a olhar para a gaveta. -... O que você estava pensando?
– Agora temos um sobrenome de verdade, ou teremos.
A de olhos azuis virou para a irmã, dando alguns passos para perto da mesa.
– Somos Cuddys agora. - completou a menina.
Ruby não respondeu, então puxou um papel de dentro da gaveta.
– E parece que não íamos ser as únicas. - falou, mostrando o papel para a irmã.
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