Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 4
Quarta da família, sorvete na cabeça e irmã hiperativa


Notas iniciais do capítulo

Oi, estava aqui pensando... O que vocês acham de um grupo no whats pra história? Seria legal e vocês poderiam conversar sobre um monte de coisas e eu avisaria vocês quando os capítulos vão sair. Se quiserem, me mandem mensagens privadas (não coloquem nos comentários, é perigoso!), vou ser totalmente cuidadosa. Se quiserem já sabem. Vejo vocês nos comentários.



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Eu estava escrevendo sobre filmes de ação, Pietro estava falando do seu filme favorito que era Esquadrão Classe A. Pietro era tão fofinho que eu estava fazendo muita força pra não largar a redação de mão e ficar encarando sua beleza. Depois de um tempo já tínhamos terminado a redação.

–Você tem namorado? –ele me perguntou. O olhei e sorri. Isso queria dizer que ele estava interessado em mim, não é?

–Não. –eu sorri.

–Estranho. –ele deu os ombros. –Uma menina tão linda assim sem namorado.

Ai. Meu. Deus! Ele me chamou de linda! Me chamou de linda.

L-I-N-D-A!

LIN-DA!

–Acho que os garotos daqui não pensam assim. –respondi rindo.

–Já vi que os garotos daqui são tontos. –ele me encarou. Ai meu Jesus Cristinho das baixinhas, eu tô derretendo.

–E você namora? –perguntei. A dica da Jenni pra não tentar soar tão interessada não dava certo pra mim.

–Não. –ele riu. –Meu último namoro não deu muito certo. –ele suspirou. Por quê? Minha curiosidade estava a mil.

–Hm, mas você deve ter gostado muito dela, né? –tentei ser sutil.

–Eu gostei. –ele me encarou. Santo Deus que olhos são aqueles? –Mas, não posso dizer o mesmo dela.

–Hm. –assenti. –Você morava aonde antes de vir pra cá?

–Rio de Janeiro. –ele respondeu. -Eu já morei aqui antes, mas por causa da empresa do meu pai nos mudamos pro Rio e agora por causa da empresa dele voltamos pra cá novamente.

O que dizer das empresas do pai dele que mal conheço e considero pacas?

–Ah. –balancei a cabeça. –Deve ter sido difícil se mudar e perder todos os seus amigos da outra cidade.

Ele balançou a cabeça e arrumou os cabelos loiros. Aposto que deviam ser bem cheirosos, meu Deus! Estou ficando psicótica.

–Nem tanto, eu não tinha muitos amigos no Rio. –ele me olhou. –Não posso dizer o mesmo do meu irmão, ele ainda não aceitou muito bem a mudança.

Argh, a menção do irmão dele me fez estremecer, aquele insuportável era tão diferente do Pietro. Pietro era dócil e fácil de lidar e o Arthur parecia um pitt bull raivoso.

–Imagino. –sorri. Meu celular vibrou e vi que era uma mensagem do Tadeu.

“Sô, sei que hoje é meu dia de buscar a Isa no ballet, mas estou super ocupado com uns trabalhos da facul, será que não pode quebrar esse galho pra mim e ir busca-la? Prometo que depois eu te recompenso.”

Franzi o cenho, que raiva! Teria que ir buscar a Isadora no ballet hoje e nem era meu dia de busca-la.

–Algum problema? –Pietro perguntou.

–Nenhum, é só que vou ter que ir buscar minha irmã no ballet. –olhei no relógio e vi que já estava atrasada. –Tenho que ir. –me levantei.

–Já? –ele se levantou.

–Pois é, tenho que ir. –peguei minha bolsa. –Foi um prazer, Pietro.

–Prazer foi todo meu, Sofia. –ele sorriu e me abraçou. ELE ME ABRAÇOU.

A-B-R-A-Ç-O-U.

ABRA-ÇOU.

–Tchau. –me soltei dele e sai da biblioteca. Eu estava pirando. Fui buscar a Isadora sorrindo pros ventos. Até dei tchauzinhos pros babacas da minha sala e ajudei uma velinha atravessar a rua. Ele aumentou meu nível de bondade, ele era um mágico!

Cheguei à escola onde a Isadora fazia ballet e ela já estava na porta me esperando e estava com a Mille e sua mãe bonitona.

–Sofi? –Dora me olhou confusa. -Pensei que hoje era o dia do Tedy me buscar. –Dora disse me dando sua mochila. Hoje ela estava de tutu verde e a Mille também.

–Bem, ele teve uns imprevistos e eu vim no lugar dele. –eu respondi. –Oi dona Clarice e Mille. –eu saudei as duas.

–Oi. –Mille sorriu pra mim.

–Oi linda. –dona Clarice sorriu pra mim. –Sem o dona, por favor, me faz sentir velha.

Velha seria a última coisa que ela deveria se sentir.

–Sofi, será que a Isadora poderia ir lanchar lá em casa sábado? –Mille perguntou.

–É! Eu posso? –Isadora me pediu.

–Por mim tudo bem, mas tenho que pedir pra dona mamãe. –eu respondi.

–Faz ela deixar. –Dora puxou minha mão.

–Vamos pedir pra ela hoje e ai amanhã você dá a resposta pra Mille. –eu disse.

–Ótimo! –as duas gritaram juntas e se abraçaram.

–Bem, vamos meu amor? –Clarice puxou a mão da Mille.

–Tchau Isa. –Mille deu tchauzinhos com as mãos. –Tchau Sofia.

–Tchau. –respondemos juntas.

Levei a Dora pra casa e eu estava tão contente que até comprei um sonho com bastante doce de leite pra ela, posso me arrepender disso mais tarde, mas quem liga? Estou tão feliz que nem ligo pra glicose alta da minha irmã mais nova.

–Quem é você? E o que fez com a Sofi? –ela me perguntou assim que dei o sonho pra ela.

–Boba. –ri. –Só estou feliz!

–Algum namoradinho? –ela perguntou dando uma grande mordida no sonho e sujando a boca de doce de leite.

–Você está parecendo à tia Lú. –eu disse. –Come esse sonho calada. –eu segurei sua mão pra atravessarmos a rua.

–Xabe pra onde a mamãe vai levar axenti hoje? –ela perguntou com a boca cheia.

–Dora não fala de boca cheia. –briguei com ela.

–Desculpa. –ela engoliu. –Sabe pra onde a mamãe vai levar a gente hoje?

–Não faço a mínima ideia. –eu respondi. –Só espero que não seja pra comer peixe.

–Peixe não. –ela terminou de comer o sonho e estava com bigode de doce de leite eu o limpei.

–Pois é, peixe não. –respondi abrindo a porta de casa. Eram seis e meia da tarde e eu mandei a Dora ir tomar banho e ficar pronta pra quando a mamãe chegasse. Tomei meu banho e me arrumei um tempo depois o Tadeu chegou e foi tomar banho. Resolvi ligar pra Jenni e pro Markus no Skype, queria contar as novidades.

–Cara, ele tá tão na sua. –Jenni gritou assim que eu contei tudo que o Pietro disse.

–Ele é bem direto. –Markus disse. A imagem dele estava travando. –Gosto assim.

–Ele disse que não sabia por que uma garota bonita como estava solteira. –eu suspirei.

–Tá te querendo. –Jenni ajeitou os fones que estava usando. –Ele é bem gatinho, eu apoio.

–O que você acha Markus? –perguntei.

–O que acho? –ele arqueou as sobrancelhas. –Se joga Sofi. –ele gritou.

–Bobos. –eu ri.

–Sofi, mamãe está te chamando e ela disse que se você não descer agora ela vai vir aqui e... –Tadeu entrou no meu quarto e se calou quando viu a Jenni e o Markus no Skype.

–Oi Tadeu. –Markus acenou. –Já vou, beijos Sofi e Jenni.

Markus encerrou a chamada e só ficou a Jenni e ela estava sorrindo abobada.

–Oi Tadeu. –ela arrumou a franja.

–Oi Jenni. –ele sorriu bobo.

–Ei, eu estou aqui. –eu disse.

–Sofi, a mamãe tá chamando. –Tadeu voltou a prestar atenção.

–Tenho que ir, tchau Jenni. –eu dei tchauzinhos pra ela. –Nos vemos amanhã.

–Tchau Sofi e tchau Tadeu. –ela nos deu tchauzinhos e encerrou a chamada. Tadeu estava encarando a tela do computador com um rosto feliz.

–Ei! Vamos. –eu o puxei e descemos as escadas. Mamãe, Brand e Dora já estavam prontos e sentados na sala.

–Vamos família. –mamãe levantou

–Pra onde vamos? –Brand perguntou.

–Parque de diversões que chegou hoje na cidade. –minha mãe sorriu.

–Oba! Parque! –Isadora gritou e começou a correr em círculos. Acho que esse é o efeito do sonho.

–Vamos logo. –minha mãe nos chamou na porta. Brand saiu e nos fomos atrás. O parque era no centro da cidade e estava lotado até demais pra uma quarta feira. Assim que o Brand estacionou o carro a Isadora saiu correndo gritando.

–Algum de vocês deu sonho pra ela? –minha mãe perguntou pro Tadeu e pra mim. Tadeu negou e eu fiquei encarando as minhas unhas. –Sofia?

–Ai mãe, foi só um. –eu me defendi. –Tinha meses que ela não comia.

–Você sabe que ela tem a glicose alta e quando come sonho ela fica hiperativa. –minha mãe me olhou feio.

–Desculpa. –pedi me encolhendo.

–Vai atrás dela. –minha mãe mandou. Olhei ao redor e nada da Isadora.

–Manhê. –eu gemi.

–Você deu o sonho. Você arque com as consequências. –minha mãe deu a mão pro Brand. –Vamos esperar vocês duas na barraquinha de pastel. –ela apontou pra barraca. –Vai logo antes que sua irmã se perca.

Bufei e vi o Tadeu rir de mim, chutei a canela dele e sai correndo atrás da Isadora, eu vi um vulto pequeno de cabelos pretos correndo no meio da multidão. Ai que droga, aquela menina corria como uma corsa. Maldita hora que dei sonho pra ela. Ela estava indo na direção dos balanços.

–Agora eu te pego, Isadora. –murmurei correndo. Sem querer tropecei numa pedra e cai em algo, algo não, uma pessoa. Senti algo gelado e grudento em minhas mãos. Olhei e vi que a blusa da pessoa estava toda suja de sorvete. –Ai meu Jesus Cristinho! Desculpa. –eu comecei a passar minhas mãos desesperadamente na blusa da pessoa. –Eu não queria, é que a minha irmã estava correndo e ai...

–Além de ser desastrada quer colocar a culpa na irmã, é? –a pessoa falou, olhei para o rosto da pessoa e ela era ninguém mais, ninguém menos que o Arthur. Mais conhecido como o idiota que me derrubou.

–Ah é você. –tirei minhas mãos da blusa dele.

–Sim, sou eu. –ele respondeu. –a pessoa que você atropelou e derrubou o sorvete.

–Olha, eu já disse que foi sem querer. –eu o olhei brava.

–Você sempre tem desculpa. –ele olhou pra própria blusa suja de sorvete. –Por que não assume logo que é uma destrambelhada sem causa.

O que? Ele me chamou de destrambelhada sem causa? Quem ele pensa que é?

–Não sou uma destrambelhada sem causa. –eu passei as minhas mãos no short. –Não tenho culpa de você sempre estar no meu caminho, queridinho.

–Ah, a culpa é minha agora? –ele franziu a testa.

–É. –respondi. -Agora vê se me dá licença, que tenho mais o que fazer. –comecei a sair.

–Onde pensa que vai? –ele perguntou.

–Isso não é da sua... –ele quebrou a casquinha do sorvete (com um pouco de sorvete) na minha cabeça. Nos meus lindos e cheirosos cabelos. –VOCÊ TÁ FICANDO LOUCO?

–Não. –ele deu os ombros. –Aqui se faz aqui se paga. –ele saiu.

–IDIOTA. –gritei e voltei a procurar a Isadora. A achei sentada no balanço e rodando freneticamente. Nunca mais vou dar sonho pra ela.

–Sofi, olha como eu giro. –ela começou a girar o balanço e colocou as mãos pra cima. –Uhhhhhhh.

–Isadora, vamos. –eu a chamei. –Mamãe está te chamando.

–Vamos. –ela desceu do balanço, e por mais incrível que pareça não estava tonta. –O que é isso na sua cabeça?

Coloquei a mão nos meus cabelos e tirei uma casquinha grudenta deles.

–Encontrei com um idiota no caminho. –eu murmurei. –Isso não teria acontecido se você não tivesse dado a louca e saído correndo.

–A culpa é minha? –ela franziu a testa.

–É. Vamos logo. –a puxei e voltamos pra barraca do pastel. Minha mãe ficou me perguntando quem tinha feito àquilo comigo, disse que foi um idiota e fiquei com a cara feia o resto da noite. Voltamos pra casa umas onze horas.

–A quarta feira da família não foi boa? –minha mãe perguntou.

–Não. –respondi e fui bufando pro meu quarto. Tomei banho e tirei aquela casquinha do meu cabelo. –Menino idiota, você me paga. –murmurei antes de dormir. Pelo menos ele não estragou meus sonhos.


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