Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 25
Fim da linha!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo! E feliz aniversário mais uma vez Mingau! Espero que seu dia seja muiiiiiiiiiiiiiiiito especial



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Dor é isso que eu estou sentindo. A minha vida... Isso que estou vivendo não se parece em nada com a minha vida. Eu... Eu me sinto um lixo, uma coisa descartável. Então é isso que é ter o coração partido? Eu estou desesperada, quero conversar com o Markus, quero me explicar, mas ele não atende os meus telefonemas. No facebook está cheios de comentários maldosos sobre ele e também sobre mim. Tudo está ruindo... Eu me sinto tão idiota! Me entreguei de bandeja para o Pietro e de brinde entreguei a confiança dos meus amigos também, se isso não for idiotice eu juro que não sei o que é. Estou sentada na minha cama encarando o notebook, esperando o Markus ficar online em qualquer rede social, pego o meu celular e tento ligar pra ele mais uma vez e nada, mando mensagem no WhatsApp e ele nem visualiza. Estou péssima. Quando é que isso vai passar? Quando é que vou voltar a me sentir bem com a minha vida novamente?

Isadora está no ballet e hoje é o meu dia de busca-la, eu sinceramente não quero por os pés fora da minha casa, mas eu preciso. Quando sair do ballet eu vou passar na sorveteria que o Markus trabalha e ele vai ter que conversar comigo, querendo ou não. Eu preciso desesperadamente me explicar. Levanto da cama e vou até o banheiro, o espelho reflete aquilo que eu não quero ver. Eu estou horrível, cheia de olheiras, com as bochechas inchadas e os olhos vermelhos, os meus cabelos estão pedindo socorro. Tomo um banho e depois tento passar alguma coisa no rosto pra amenizar o meu estado de feiura. Deve ter sido por isso que o Pietro me largou, porque sou feia. Pensar no Pietro faz as lágrimas quererem descer, por quê? Por que ele fez isso tudo comigo? Por que além de ter me chutado da pior maneira possível ele ainda teve que espalhar o segredo do Markus? Eu não entendo, ele sempre foi tão bom... O que raios aconteceu com ele?

Saio de casa e vou andando tranquilamente até a escola de ballet da Isadora e pela primeira vez em anos eu chego muito antes da aula terminar, sento nas cadeiras que ficam do lado de fora da portaria e encaro os carros passando. Pela primeira vez em toda minha vida eu me sinto completamente infeliz e eu queria ser qualquer um, menos eu mesma. Sinto que alguém sentou do meu lado, mas eu não me viro para olhar, continuo olhando os carros passarem.

–Você tá melhor? –perguntam. Olho e vejo que o mesmo garoto japonês que sempre está com o Arthur. Eu não faço a menor ideia de quem ele seja e qual o seu nome e pra falar a verdade nem me importo.

–Quem é você? –pergunto.

–Ah, nem me apresentei. –ele dá uma risadinha. –Sou o Guilherme, filho da Yummi e do Bernardo e melhor amigo do Arthur.

O olho de cima abaixo, como esse menino é filho da Yummi e do Bernardo? Ele é japonês e a Yummi e o Bernardo não são japoneses.

–Você é japonês. –digo simplesmente.

–É... Acho que sim. –ele dá os ombros. –Tem algo contra rapazes japoneses? Por que tiver é melhor eu me retirar.

–Não. –respondo rápido. –É só que a Yummi e o Bernardo não são japoneses e você é filho deles, achei estranho.

–Ah. –ele sorri e mostra uma covinha, igual a do Bernardo. –Eu sou adotado.

–Ah sim. –eu balanço a cabeça.

–Quer saber a minha linda história de adoção? –ele pergunta. Franzo a testa, eu não quero saber, quero que ele me deixe ficar sozinha pensando na minha amargura sozinha, tenho que aproveitar momentos de silêncio, porque quando a Isadora sair do ballet não vai parar de falar.

–Na verdade não quero não. –digo sendo sincera e isso provoca uma risada nele.

–Bem que o Arthur falou que você é bruta, mas eu não me importo com isso. Garotas brutas são as mais legais.

–Que bom pra você. –respondo. Tinha que ser amigo do Arthur pra ser tão irritante quanto ele. –O que está fazendo aqui? –pergunto.

–Thur tinha aula pra dar hoje e ia se atrasar pra buscar a Mille, então ele me pediu pra busca-la pra ele.

–Hm. –respondo e volto a olhar pros carros.

–O que o Pietro fez com você foi muito idiota. –ele diz.

–O que você disse? –pergunto olhando pra ele.

–Ele foi muito babaca com você. –ele me olha. –Primeiro dorme contigo e depois te da um fora e depois conta o segredo do seu melhor amigo pra escola toda.

–Quem te contou isso? –pergunto, levantando do banco. Estou tão nervosa por ele saber que o Pietro só terminou comigo depois que eu dei pra ele... Quem contou pra ele?

–Calma. –ele se levanta também.

–Calma nada. –reclamo. –Quem te contou isso tudo?

–Tá todo mundo sabendo disso, Sofia.

–Todo mundo... Sabendo?

–Sim, o Pietro fez questão de contar pra todo mundo, menos o segredo do seu amigo, esse ele fez questão de culpar você.

Quem era esse monstro? Quem era essa pessoa que um dia eu chamei de namorado? Eu sentia que ia desabar novamente, eu precisava ir embora, precisava deitar na minha cama e lá ficar, queria que tudo isso fosse um pesadelo e que eu acordasse e minha vida estivesse perfeitamente normal, do jeitinho que ela devia estar. Isadora saiu no exato momento em que eu ia surtar ver minha irmãzinha feliz da vida vindo em minha direção e me dar o maior abraço que ela pode me acalmou.

–Sofi, pensei que você não ia vir hoje. –ela me abraça forte, o mais forte que o seu corpinho magrelo de dez anos pode aguentar.

–É o meu dia, até parece que eu ia deixar a minha maninha aqui sozinha. –tento sorrir, mas o sorriso sai falso. –Vamos pra casa?

–Vamos. –ela assente. –Tchau Mille e tchau Gui. –ela dá um abraço enorme no Guilherme e ele sorri.

–Tchau princesa.

–Tchau Isa. –Mille dá um tchauzinhos. –Tchau Sofi.

–Tchau pra vocês. –digo rapidamente e saio andando rápido segurando a mão da Isadora. Estou com tanta vontade de chegar em casa que até esqueço de passar no Markus, resolvo que amanhã eu conversarei com ele.

–Você está melhor? –Dora pergunta.

–Sim. –minto, não gosto de mentir, mas não quero que a Dora fique pilhada comigo e conte isso pra mamãe.

–Que bom! Eu fiquei muito nervosa quando te vi no hospital, pensei que você ia morrer. –ela diz baixinho.

–Eu só passei mal. –tento sorrir pra ela. –Não precisa ficar preocupada comigo.

–Eu fico Sofi. –ela sorri tristemente. –Eu te amo.

–Eu também te amo, Dorinha. –respondo.

Depois que chegamos em casa a Isadora foi fazer os deveres, eu tentei mais uma vez ligar pro Markus, mas ele novamente não atendeu, a Jenni disse que ele pediu pra eu não ligar mais pra ele e isso doeu. Tentei dormir, mas eu só tive pesadelos ruins. No outro dia eu acordei com um pressentimento péssimo, mas mesmo assim me levantei e fui pra escola.

–Você também me odeia? –perguntei pra Jenni.

–Não. –ela me olha. –Eu só fiquei chateada com suas atitudes, o que você fez não tem desculpa, Sofia. Você contou o segredo do Markus para o idiota do Pietro. Um segredo que nem eu sabia.

–Eu sei que vacilei. –respondo baixinho.

–Agora toda a escola sabe disso. –ela suspira. –Mas o que está feito não se pode mudar, precisamos enfrentar isso com o queixo erguido.

–Eu só quero que o Markus me perdoe. –digo.

–Ele vai. –Jenni tenta sorrir, sei que ela está mentindo. Fomos o resto do caminho da escola em silêncio. Quando coloco os pés dentro da escola o meu coração aperta, e eu sinto uma vontade imensa de sair correndo e voltar pra minha casa.

–Ora, ora. –Madalena da o ar da sua desgraça. Ela está sorrindo friamente pra mim. –A nossa pequena estrela deu o ar da graça.

–Do que você está falando? –Jenni pergunta. –Se for dos boatos, você está muito atrasada.

Madalena ri e as suas amiguinhas a acompanham em coro de risadas histéricas. Estou tão nervosa e sem paciência pra qualquer interação humana (ou madahienesca) que eu simplesmente reviro os olhos e tento ignorar.

–Ainda não viram o vídeo? –ela pergunta.

–Que vídeo? –Jenni e eu perguntamos juntas.

–O seu vídeo Sofia. –ela ri. –Vai dizer que não sabe que é a maior estrela de filmes quentes do momento.

Do que essa maluca está falando? Que filmes quentes? Olho para a Jenni e ela já está com o seu celular na mão, seus olhos se arregalam e ela grita um “não”.

–O que é? –pergunto tentando tomar o celular da mão dela.

–Melhor não. –ela me olha com receio.

–Eu quero ver. –digo.

–Deixa a nossa estrela ver o filminho dela. –Madalena diz sorrindo, ela vai embora com as amiguinhas.

–Deixa eu ver. –repito, estendendo a mão.

–Não. –ela me olha.

–Deixa eu ver, agora! –exijo. Ela hesita muito e enfim entrega o celular pra mim. E é exatamente ai que o meu barquinho afunda de vez.

“Veja a GRANDE fofoqueira sendo uma vadia completa. Sofia cansou de ser uma menina medíocre e resolveu ser a nova Bruna Surfistinha do ano”. Eu cliquei e então o vídeo se abriu, e nesse vídeo estava eu... Tendo a minha primeira vez, tendo a minha primeira vez sendo exposta pra todos que quisessem ver. Com montagens horrorosas. Deixo o celular da Jenni cair e saio correndo, eu tenho que estar sonhando. Isso... Isso não pode ser verdade, isso não pode ser verdade. Eu não acredito que ele fez isso comigo. Não.

–Sofia espera. –Jenni grita, mas eu não espero. Tudo que eu mais quero é morrer. É sumir, não quero que ninguém me veja. Quero sofrer por ter sido tão ingênua e burra assim sozinha. Eu me odeio, eu odeio o Pietro, odeio minha vida e pela primeira vez na minha vida eu quero morrer.


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Notas finais do capítulo

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