Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 22
Coração Estraçalhado.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo está tensooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



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Ficar naquela despensa fria, apertada e escura com o Arthur estava me deixando angustiada, ele não falava comigo e o único barulho que eu escutava era o das nossas respirações. Esses cinco minutos não iam acabar nunca?! Jenni era muito filha da mãe, tantas coisas e ela nos manda fazer logo isso?

–Estão livres. –Markus abriu a porta e eu fui a primeira a sair.

–Aleluia. –digo.

–Fizeram algo de interessante ai? –Markus pergunta, rindo maliciosamente. Esse idiota, isso só nos deixou mais constrangidos.

–Não. –Arthur e eu respondemos juntos.

–Esse jogo pra mim já deu. –Arthur diz. –Vou ficar com as meninas.

Ele sai e Markus me olha com a sobrancelha arqueada.

–Vocês brigaram? –ele pergunta.

–O que acha? –ironizo.

–Ele me contou umas coisas sobre você. –ele diz rindo. Eu sabia que ele estava me provocando, atiçando a minha curiosidade, querendo que eu implorasse pra saber. Mas que droga! O que ele tinha dito sobre mim?

–Não quero saber. –digo balançando a cabeça. No fundo estou me roendo de curiosidade.

–Tudo bem. –ele dá os ombros indo em direção à cozinha. –Ainda bem que você não quer saber, melhor pra mim.

Reviro os olhos, Markus Vinicius sabe muito bem como provocar uma garota curiosa, esse maldito.

–Não quero mesmo. –abro a geladeira e pego um iogurte.

–Ainda bem que você não quer saber, ele disse que você... –ele para e come um biscoito. –Ah deixa para lá, você não quer saber. –ele ri e ajeita os óculos com a outra mão.

–Eu vou voltar pra sala. –digo.

–O jogo já acabou, Jenni e Tadeu foram de pegar no jardim e seu namorado foi dormir. –ele responde.

–Então somos só nós? –pergunto.

–Sim senhora. –ele assente.

–Me conta o que ele disse? –peço, praticamente implorando.

–Não. –ele sorri. –Você me conhece muito bem e sabe que eu nunca. NUNCA conto um segredo e não importa de quem seja.

–Eu sei. –bufo com a cara fechada.

–Vem vamos ficar ali na sala conversando sobre grupos de K-pop. –ele sorri me puxando para o sofá.

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O feriado acabou e já estamos nas nossas atividades normais, Jenni me contou que teve sua primeira vez, e que foi a coisa mais perfeita que ela já fez, disse que meu irmão foi carinhoso e que a todo momento perguntava se ela estava bem e se queria parar, fico feliz por ela, mas a minha cabeça está ocupada com outras coisas, tipo a culpa que me corrói a cada dia e eu já decidi que de hoje não passa. Vou contar tudo pro Pietro, vou contar que... Que beijei o irmão dele. Vai ser uma catástrofe. Eu já estou até vendo.

–O que está acontecendo com você? Está com cara de quem comeu limão e não gostou desde cedo. –Pietro comenta. Estamos no quarto dele, minhas mãos estão suando, preciso contar a verdade agora.

–Tenho que te contar uma coisa. –digo baixinho.

–Conta uai. –ele se ajeita na cama e eu me levanto.

–Bom... Sabe quando estávamos lá na casa da Nona? –pergunto e ele assente, mostrando que se lembra. –Lembra do dia que brigamos?

–Lembro. –ele responde. –Aonde quer chegar com tudo isso Sofi?

–Depois que eu sai do seu quarto, eu fui pro jardim... O Arthur estava lá e a gente... A gente se beijou. –digo rápido.

–Vocês o que? –ele se levanta.

–Pietro, eu juro que foi no impulso. Juro. –digo indo até ele, mas o próprio vira as costas pra mim.

–Eu não estou acreditando que você fez isso. –ele coloca as mãos nos cabelos loiros. –Como você pode fazer isso comigo Sofia? E ainda com o meu próprio irmão! Meu irmão! Você é horrível.

Aquelas eram as palavras que eu mais temia ouvir. As lágrimas começaram a rolar sem permissão, eu não queria... Não queria que o Pietro me odiasse.

–Amor. –toco suas costas e ele se vira e fica de frente pra mim, seu rosto está com uma careta e ele está com as bochechas e o pescoço vermelho. –Foi por impulso, eu fiquei com raiva de você por não esperar meu tempo... Eu estava com raiva e agi por impulso.

–Então quer dizer que a culpa foi minha? –ele se sobressaltou.

–Não. –eu toquei sua bochecha, mas ele tirou minha mão bruscamente do seu rosto. –Eu só fiz merda, por favor, me perdoa.

–Não. Não sei se posso esquecer isso tão facilmente. –ele responde.

–Eu faço tudo. Faço tudo que você quiser para que me perdoe. –digo.

Um pequeno sorriso ilumina seu rosto.

–Qualquer coisa? –ele pergunta.

–Qualquer coisa. –concordo. Ele me empurra contra a parede, me olha e sussurra:

–Dorme comigo?

Eu o olhei, se isso resultasse no perdão dele, eu o faria sem questionar, mesmo que não estivesse pronta.

–Durmo. –assinto.

–Resposta que eu queria ouvir. –ele me beija ferozmente. –Escolheu muito bem Sofia. –ele me empurrou com brutalidade na cama, aquilo doeu, mas eu relevei. Ele continuou me beijando com força e brutalidade, suas mãos me apalpavam em lugares que ele nunca tinha tocado, e foi ai que ele puxou a minha camiseta e a retirou. Eu estava nervosa. Ele soltou meus lábios e tirou à camisa dele, ele encarou meu sutiã e em nenhum momento sequer ele olhava para os meus olhos. Ele retirou meu sutiã, um arrepio estranho estava percorrendo meu corpo, eu queria estar em qualquer outro lugar... Em qualquer lugar menos aqui. Fecho os olhos e começo a contar, tenso me aliviar, sinto de longe as mãos do Pietro me tocando, sinto ele me morder, sinto ele me machucar, isso não está sendo prazeroso, isso está sendo... Ele sai de cima de mim.

–Vou colocar a camisinha. –ele diz, mas eu não abro os olhos, não quero ver... Só quero que isso acabe logo, quero ir embora daqui logo. Depois de uns dez minutos ele volta e retira meu shorts, em nenhum momento eu escuto palavras fofas ou recebo gestos de carinho, minha cabeça repente as palavras da Jenni “Quando ele me tocava eu me sentia nas nuvens, ele a todo momento estava preocupado comigo e foi simplesmente perfeito.” Eu não queria comparar, mas fazia isso mesmo sem querer. Pietro entrou, e doeu, doeu muito. Gritei de dor e em nenhum momento isso aliviou, meu coração doía e as lágrimas saiam sem querer, aquilo não estava prazeroso, nem perfeito. Estava horrível, doloroso e eu queria que acabasse logo. Ele ia e voltava e a dor oscilava a todos os momentos. Cadê o prazer intenso que todos falam? Depois de alguns minutos (que pra mim pareceram horas) ele saiu de cima de mim e suspirou pesadamente.

–Foi uma bosta. –ele diz. E eu abro meus olhos e o encaro.

–Que? –pergunto limpando as lágrimas.

–Foi uma bosta. –ele diz se levantando e vestindo o short. –Você literalmente foi a pior transa de toda a minha vida, ultrapassou até a namorada puta do Arthur. –ele diz. Eu não estava entendo onde ele estava querendo chegar com aquilo, meu corpo ainda doía, e minha cabeça estava confusa.

–Do que você tá falando? –pergunto me levantando, não estava nem ai se estava pelada.

–Foi uma grande porcaria Sofia. –ele sorri. –E agora eu quero que você vista sua roupa e saia da minha casa.

–Pietro... Eu não estou entendendo. –digo. Eu estava ouvindo bem?

–Além de tudo é idiota e surda? –ele sorri. –Eu estou te dando um fora, vista sua roupinha e saia da minha casa, nunca mais me procure e nem pense mais em mim, eu já consegui tudo o que eu queria de você e agora estou te mandando embora.

Ele estava falando sério? Meu coração estava parado e a minha boca aberta. Ele não podia... Não podia fazer isso comigo.

–Não pode fazer isso comigo. –digo chorando novamente.

–Não? Ops... Já fiz. –ele joga o meu sutiã em mim. –Sai logo daqui coisinha, você já me irritou muito.

Comecei a chorar copiosamente e vesti a minha roupa rapidamente e o olhei mais uma vez.

–Diz que tá mentindo. –peço o tocando.

–Por que eu faria isso? Eu nem gosto de você. –ele me empurra. –Dá pra ir embora, eu quero procurar alguém melhor de cama.

Saio correndo daquela casa, a mesma casa onde a minha dignidade e a minha moral foram profanadas e onde o meu coração foi estraçalhado.


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