I'm a survivor: Haymitch Abernathy escrita por Alle White


Capítulo 10
Cannon


Notas iniciais do capítulo

Olá amorezinhos, como vocês estão? Eu estou ótima!
Gostaria de pedir desculpas pela demora para postar o capítulo. Bloqueio criativo não é muito legal, mas acredito que todos um dia passam por isso. (eu passo direto por isso, hehe)
Gostaria de agradecer a todos que comentaram, aos que estão acompanhando a história e quem favoritou... Sério, nunca pensei que aqui eu encontraria pessoas tão incríveis e que, principalmente, se tornassem o motivo de eu continuar essa história!

Espero que gostem do capítulo, fiz com muuuuuuuuito carinho!
Boa leitura!



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No final das contas sou mesmo um assassino cruel. Não por ter matado os outros tributos nos Jogos do qual participei, mas sim por ter matado 42 tributos do meu próprio distrito ao longo desses vinte e um anos que sou mentor do 12. Estou ciente de que Emily ou David ainda tem alguma mísera chance de sobreviver e voltar para o distrito, mas de qualquer forma, eu teria matado 41 tributos, o que não muda muita coisa.

Sei que Kraus tem razão em dizer que tenho de escolher qual dos dois eu devo ajudar, mas não consigo me imaginar auxiliando apenas um, enquanto deixo o outro a mercê de seus adversários na arena, tendo ciência de que, com a ajuda de algum patrocinador, poderia muito bem garantir que ele ou ela permaneça vivendo.

Simplesmente não consigo ajudar apenas um deles, ponto.

Enquanto penso em inúmeras possibilidades de manter os dois respirando, uma batalha está acontecendo na arena. Uma batalha com quase 100% de chance de ocorrer uma morte.

Nolan, o garoto do distrito 1, está atacando a garota do 8. Ela não terá chances de escapar, está sozinha.

Como os carreiristas sempre andam em bando, esperando o momento certo para se mostrarem diante de seu adversário, Nolan não está sozinho. Se ele se apresentou diante da garota para uma batalha, significa que sua companheira de distrito, os tributos do distrito 2 e o tributo do distrito 4 estão escondidos, prontos para atacar caso Nolan precise de ajuda.

O garoto está utilizando uma lança como arma, o que não é novidade alguma, já que em quase todos os anos, os tributos do distrito 1 mostram habilidades com ela. Já a corajosa menina do 8, está portando um arpão. Espero que ela saiba utiliza-lo com rapidez e precisão, pois, caso Nolan faça uso de sua arma primeiro, ela não terá tempo de dar nem mesmo um disparo.

Tudo acontece numa velocidade impressionante: A garota aponta seu arpão para Nolan e dispara, tendo a infeliz má sorte de tê-lo acertado somente no braço; Ela sai correndo, mas ele é mais rápido e, após lançar sua arma, a mesma atinge a coxa esquerda da garota e finca na terra, fazendo-a ficar presa.

Não há mais escapatória, seu fim chegou.

Nolan pega uma faca que há cinco minutos antes ainda estava presa em seu cinto, aproxima-se da menina, iniciando seu ataque logo em seguida.

Um tiro de canhão ecoa pela arena.

A garota está morta.

xxx

Geralmente, além de assistirmos o que todos na Capital e os Distritos assistem, os mentores de cada distrito tem acesso exclusivo a tudo o que acontece com os tributos de seus respectivos distritos naquela arena. Para que dessa maneira a busca pelo patrocínio se torne possível.

Eu nunca gostei muito de assistir o que os outros competidores fazem, prefiro assistir somente ao que meus companheiros de distrito fazem na arena e somente isso. O resto definitivamente não me interessa.

Não sei exatamente em que momento isso aconteceu, mas Emily agora possui uma adaga presa em seu cinto. Provavelmente foi quando decidi ir atrás de uma bebida forte o suficiente para me manter distante de tantas lembranças ruins.

Ela e David andam em direção ao topo da colina, onde encontram-se mais ruínas.

O local está deserto, nenhum tributo se encontra por lá. Caso demorem muito, não há duvidas de que os idealizadores farão com que eles voltem para a cornucópia.

– O que eles pensam que estão fazendo, Abernathy? - Luthor me pergunta. Seu olhar é curioso.

Nem eu mesmo tenho a resposta para isso, mas preciso deixá-lo ainda mais curioso, ao ponto de que não abandone David e Emily e continue ao nosso lado.

– Já ouviu falar de planos de jogo? - pergunto retoricamente - Pois então... É exatamente isso o que estão fazendo.

Luthor não me parece tão convencido, mas acho que isso foi o suficiente, por enquanto. Agora nos resta descobrir o que aqueles dois pensam que estão fazendo ao se distanciarem tanto dos outros tributos. Parece até que nunca assistiram aos Jogos, já que estão fazendo algo tão imaturo como isso.

Imaturo? Claro que não! Não tem como saberem que estão tão distante dos outros.

Eu espero que Emily seja tão esperta quanto aparenta ser e perceba que estão distantes o suficiente para que os idealizadores tramem alguma tragédia. A sorte deles, é que a luta entre o carreirista e a menina do 8 foi interessante o suficiente para nada acontecer depois disso. Pelo menos espero que os idealizadores pensem assim.

Volto para a cozinha, na esperança de que eu encontre uma garrafa de bebida, já que as que estavam comigo na sala já não possuem mais líquido algum.

Effie vem logo atrás, pra variar.

– HAYMITCH ABERNATHY!

– O que houve? - digo sem muito interesse, enquanto balanço meu copo lentamente.

– VOCÊ ACABOU COM TRÊS GARRAFAS DE LICOR EM MENOS DE DUAS HORAS! - ela continua gritando. Será que ela faz ideia do quanto o tom da sua voz, juntamente com esse sotaque maldito, é irritante?

– Algum problema com isso? - viro-me para encará-la e sigo até ela em passos lentos, ainda a encarando - Se você queria uma garrafa só pra você... Era só ter me falado, amorzinho. - esboço um sorriso irônico.

Aquela escolta irritante tira o copo de minha mão, levanta sua outra mão e bate com certa força em meu rosto, fazendo-me quase perder o equilíbrio e, da mesma forma, fazendo com que sua peruca cor azul-céu balance um pouco.

E essa, senhoras e senhores, é Effie Trinket. Tão delicada quanto picada de teleguiada.

– Beba mais um gole dessa porcaria, e farei você implorar para voltar para aquela arena. Estamos entendidos? - ela pergunta - Espero que sim, queridinho. - ela conclui, silabando em tom irônico a última palavra.

– Claro, claro - respondo - agora me dê esse copo, terminarei essa garrafa - após ouvir o que acabo de dizer, Effie me lança um olhar furioso. Deixo uma gargalhada escapar.

Não consigo conter o riso. Ela se estressa com tanta facilidade que torna-se impossível não brincar com a cara dela. É hilário.

– Além de eu ser obrigada a escoltar o distrito mais pobre de Panem, tenho que aturar um mentor bêbado com brincadeiras completamente sem graça - ela bufa

Ignoro completamente o que ela acabou de dizer. Como se eu fosse me sentir ofendido com isso. Até parece.

– Olhe pelo lado bom, Effiezinha - digo pausadamente - pelo menos o mentor bêbado com brincadeiras completamente sem graça do distrito 12 é um gato - pisco para ela, retomando uma nova onda de risadas.

Effie revira os olhos, completamente sem reação pelo que acabou de ouvir.

Abro a geladeira e pego uma garrafa com água e, em seguida, dirijo-me até a sala. Effie me segue.

– Brincadeiras à parte... Você deveria se soltar mais, sabia? Essa carranca não é nada bonita - digo - você fica muito mais bonita quando da um sorriso.

– Haymitch! - ela diz, completamente sem graça. Prendo o riso.

Aposto uma bebida que se eu olhar para trás, encontrarei uma Effie com uma certa coloração avermelhada em suas bochechas.

– O quê? Eu to só brincando... - respondo - Você poderia ser menos cha...

Ao passar pela soleira da porta e olhar na direção do monitor, paro de falar imediatamente.

Minha boca fica seca, minhas mãos suam, minha respiração parece ser quase impossível de ser realizada e meu rosto torna-se completamente inexpressivo.

Respire Haymitch, respire.

O canhão é disparado.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Comentários são sempre bem-vindos!



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