No dia seguinte acordo com carinho em meu rosto e um chamado muito diferente do que estava acostumada “Tia Zizie? Tia Zizie? Mamãe acho que ela morreu!” ouço um risada “Não querido, a tia tá só dormindo” o carinho continua até que decido abrir os olhos e encaro aqueles olhos verdes e um sorriso desdentado “Bom dia Tia Zizie!” olho para o lado e vejo Brenda sorrindo para mim, levanto e coço os olhos “Bom dia” murmuro me espreguiçando “Tia Zizie pode me levar no parquinho?” vejo Owen saltitando ao lado da minha cama, mas lembro que não posso leva-lo porque tenho que sair com minha mãe e vó Moira “Pequeno pode ser mais tarde?” vejo ele abaixar a cabeça tristemente, mas o mesmo acena positivamente. “Tudo bem, nos vemos mais tarde” falo caminhando para o banheiro do meu quarto e me arrumo para o café da manhã.

“Bom dia para todos!” digo ao entrar na sala de jantar, encontrando meu noivo conversando com Brenda e o pequeno Owen no colo do meu pai. “Mãe e Vó deixem-me apenas tomar café para sairmos” ambas sorriem para mim e confirmam com um aceno “Bom dia baby” digo a Liam dando um selinho casto “Bom” murmura ele sorrindo timidamente. “Vou sair mas não demoro, quero mostrar Paris para você” digo no ouvido de Liam “Tudo bem. Brenda irá me levar até o hospital no qual faz residência” ele fala sorrindo na direção dela “Que bom! Nos vemos mais tarde então” beijo sua testa e me levanto.

Mamãe e vó Moira me levam em silencio até a Abadia de Saint Germain des Prés. Lembro-me muito desta abadia porque vovó contava, quando vinha aqui na Torre Romântica, a história da Jovem e a promessa. Até hoje lembro-me dessa história porque achei uma história de amor diferente de todas que já tinha ouvido nos contos de fada ou em filmes, nesta história a razão fez nascer um amor que tornou-se real com o tempo.

“Elizabeth, eu e sua avó trouxemos você até aqui porque precisamos te entregar um envelope” olho nos olhos de minha mãe vendo seu nervosismo, minha avó apenas acena afirmando as palavras ditas por minha mãe “Carta? De quem?” questiono encarando ambas. Olho para a Torre da Abadia e depois minha avó que abre um sorriso e diz “Abra o envelope” minha avó pega minha mão e entrega a mim um envelope amarelado e no verso vejo escrito ‘Para minha bisneta primogênita’ sem entender direito do que se trata, pego o envelope e o abro.

Luttrellstown Castle

Castleknock, Dublin 15

Irlanda

Esperava por tudo: dinheiro, carta, testamento, fotografia, mas nunca esperaria um cartão postal da Irlanda. Tudo bem que eu nunca conheci a terra natal de meu pai e sua família, mas um cartão postal da Irlanda? E o pior, não tem nada além de um endereço no verso.

“O que isso quer dizer?” falo confusa para ambas.

Era só o que me faltava...