O Anel Claddgh escrita por londonbaby


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Preparados para a arena O'Connel?
hahahaha
Espero que gostem ;)



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Prendo a respiração e entro na sala de mãos dadas com meu noivo não irlandês. Todos nos encaram e vejo minha mãe pegar uma taça de coquetel, entregar uma ao meu pai e cutuca-lo. Ele vira e pigarra “Boa noite família! Estamos aqui para recepcionar nossa querida Kelsey e seu noivo Liam que chegaram esta tarde da Nova Zelândia. Brindemos a feliz chegada de ambos!” ergue a taça e a bebe. Não vejo um sorriso mas solto a respiração pela educação e o respeito que meu pai demonstra. Suspiro e ouvimos o som de todos bebendo seus coquetéis. Pronto, o pior já passou.

Caminho até meu pai com Liam ao meu lado e sem esperar o abraço “Obrigada” sussurro em seu ouvido “Pai, este é Liam Green. Baby este é meu pai Darci O’Connel” ambos apertam as mãos “É um prazer Senhor O’Connel e peço desculpas por não ter pedido a mão de sua filha ao Senhor” Liam diz nervosamente “O prazer é meu rapaz. Entendo que a geografia interfere nas tradições mas espero que respeite-as” meu pai diz seriamente, olho para minha mãe pedindo ajuda para quebrar o clima estranho entre eles desesperada “Venha Liam, quero que conheça os tios de Elizabeth” minha mãe arrasta meu noivo até o outro lado da sala, impedindo que ele escute minha conversa com meu pai “Não acredito que disse aquilo a ele!” digo irritada “Você sabe muito bem minha opinião sobre este casamento e principalmente sobre as tradições milenares que existem em nossa família” ele fala sério “Sim, eu sei. Mas isso não me impede de ter minha opinião e minha escolha. O senhor sabe muito bem que não me importo com a nacionalidade ou com as tradições” digo cansada, não é a primeira vez que me relacionar com um não irlandês me traz a uma conversa desse tipo.

“Kel você precisa entender que o nome de nossa família está em jogo. Sabes muito bem que é a herdeira de tudo dos O’Connel por ser a neta mais velha, o fato de tua mãe ter perdido seu irmão no parto de vocês interferiu que não pudéssemos mais ter filhos. Sei que você não pediu isso, mas nem tudo o que queremos podemos ter” ele diz tristemente. As vezes eu entendo meu pai e vovó Moira por serem tão tradicionais. Eles lutaram muito por tudo o que temos hoje, por ser o filho mais velho papai teve que assumir a responsabilidade de herdar e consequentemente, cuidar de tudo relacionado a nossa família. Quando minha mãe engravidou foi uma alegria muito grande, e ao descobrir que seriam gêmeos eles ficaram maravilhados. Entretanto, no último trimestre mamãe apresentou hipotensão que causava desmaios e por isso sua gravidez tornou-se de risco. Ao entrar em trabalho de parto, meu irmão Ryan entrou em sofrimento e nasceu morto, o que os permitiu continuar acreditando foi a pequena menina que nasceu: eu. Sempre fui a queridinha da família, a primeira neta e herdeira do trono dos O’Connel, mas eles não contavam que eu não queria ser uma irlandesa parisiense. Nunca me interessei pelo dia de são patrício, pelo barm brack ou o guisado irlandês. E quando cheguei a adolescência não quis saber dos primos ou dos filhos dos amigos irlandeses, eu gostava mesmo era de um francês ou um espanhol. Ao atingir a idade da faculdade foi o fim para eles, ao invés de escolher gastronomia como a tradição pedia, escolhi fotografia e a gota d’água foi minha ida para a Nova Zelândia. Creio que voltar depois de cinco anos com um noivo não irlandês entornou o copo e manchou a toalha de vez.

“Pai, o senhor sabe que eu nunca liguei para as tradições e que eu sinto muito por isso, mas eu sou assim” digo olhando em seus olhos e apertando em sua mão. “Eu amo o Liam e desejo me casar com ele. Com sua benção ou não.” Afirmo me afastando dele e caminhando em direção a Liam. “Momento difícil?” ele sussurra em meu ouvido “Sim... Algo sobre tradições irlandesas. Por favor baby, me perdoa pelo meu pai” digo sussurrando e apertando sua mão na minha “Entendo baby, alguns dos seus parentes foram muito simpáticos, principalmente sua prima Brenda” eu sorrio para ele e olha para minha prima-irmã “Eu a amo muito e ela sabe muito bem como é quebrar tradições” suspiro.

Depois de algumas horas e do jantar servido, todos foram embora menos Brenda e Owen. De acordo com minha mãe o ‘pequeno O’ ama dormir aqui e parece que ele gostou muito da ‘tia Zizie’ porque ela deu a ele doces “Você prometeu doce ao menino querida e ele vai te cobrar isso até cumprir” ela fala rindo “Já separei um pouco a ele, mas pelo que sei de crianças não podemos dar a elas muito doce de noite” falo pegando o pacote de balas de ursinho. “Liam é um belo rapaz, apesar de não ser irlandês” ela diz me olhando de um jeito estranho “O fato de ser neozelandês não o torna menos espirituoso, amável ou bonito” digo já irritada com o rumo da conversa. “Filha, amanhã eu e sua avó queremos levar você a um lugar, precisamos conversar com você sobre uma coisa e aqui não é o local ideal” fala ao me abraçar se despedindo “Tudo bem mãe. Apenas espero que não seja nada sobre meu casamento, não tenho planos de casar tão cedo” falo massageando as têmporas. “É um assunto importante mas só diremos amanhã. Agora boa noite filha” diz já entrando em seu quarto.

Caminho pelo corredor distraída pensando em qual seria o ‘assunto importante’ que vó M e mamãe querem tratar comigo e de repente sou abordada pelo elétrico Owen “Tia Zizie você prometeu mais baia de pooh” fala abaixando a cabeça “Claro querido espera aqui que vou pegar algumas para você” volto ao corredor e entrego umas três a ele que faz uma careta “Tão poquinho tia...” fala fazendo biquinho “Querido a tia só pode te dar isso porque você precisa dormir, amanhã te dou mais” digo beijando sua cabeça e vou para a sala. Liam e Brenda estão conversando animadamente sobre hospitais, médicos e toda aquela coisa relacionada a medicina, ambos são residentes. “Brenda seu filho está lá no corredor, mamãe e papai já dormiram e vó Moira também” digo entrando na conversa. “Opa vou lá antes que ele acorde seus pais” diz ela nos deixando a sós na sala.

“Então baby, o que achou dos O’Connel?” falo colocando os dois braços ao redor do seu pescoço “Intrigantes e um pouco intimidadores eu diria, mas nada que não valha a pena para ter você comigo depois” fala com um sorriso de lado “Hum, que galanteador Green” ele abre mais o sorriso e sussurra em meu ouvido “Seu galanteador Kelsey” faço uma careta mas não tenho tempo de pensar em mais nada, sinto seus lábios sobre os meus.

Posso sofrer nesse um mês aqui, mas ter Liam ao meu lado faz tudo valer a pena


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês no próximo



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