Comédia Romântica Qualquer escrita por Thaís Romes


Capítulo 16
A perseguição de gato e rato.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores.
Juro de dedinho que tentei postar esse capítulo hoje mais cedo, mas só consegui o finalizar agora. Espero que gostem!



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OLIVER

Duas semanas depois...

Querido irmão,

Não sei quanto tempo esse pacote vai demorar para chegar até você, já que nunca sabemos onde você está no momento, mas saiba que o mandei para a base no mesmo dia do telefonema. Preciso te agradecer, pois tenho vivido dias engraçados ao lado da mulher que por pura burrice você chutou a bunda (ela me obrigou a escrever a parte da bunda, disse que você entenderia, isso é um eufemismo para sexo? Por que se for, vocês passaram dos limites). Vai ficar feliz em saber que fiz o resgate de suas cuecas, Ray não ficou nada feliz com isso.

Se cuida maninho e volta logo, por que está horrível aqui sem você.

XOXO

T

Olho para a caixa ao lado e a abro apreensivo, nada no mundo é assim tão fácil com a Felicity envolvida. Minhas cuecas estavam misturadas de qualquer jeito do lado de dentro, cheias de pelos de cachorro, e havia um bilhete em cima, do que parecia um pedaço de post it, verde. O mesmo que fica ao lado do telefone da casa de Felicity.

Aproveite.”

Começo a gargalhar, não sei direito o motivo, mas essa fúria dela direcionada a uma gaveta e usando o cão do mal como capanga, é a coisa mais linda e terrível que já fizeram por mim na vida. E machuca mais do que deveria. Fico grato por ela preferir as comédias românticas a filmes de serial killer, ou começaria a temer por minha vida.

–O que está acontecendo? –Bruce pergunta se sentando a minha frente. Nós estávamos mais perto do que nunca agora, um dos nossos peritos conseguiram imagens de um barracão mais afastado, onde alguns prisioneiros estavam sendo mantidos. Montamos acampamento nas redondezas a três dias atrás.

–Só uma mulher muito vingativa. –conto com um sorriso fraco e lhe mostro a caixa.

Bruce esboça o menor dos sorrisos segurando o bilhete de Felicity. –Selina faria o mesmo, se não pior. –comenta nostálgico.

–Vamos pegar ela de volta Bruce. Todos eles. –garanto olhando seus olhos, ele assente voltando o bilhete para a caixa.

–Sabe que foi idiota em terminar com ela. –fala sem expressão.

–Lembra bem como foi com Laurel, não queria submeter Felicity a mesma coisa. –justifico.

–Oliver, se tudo der certo, estaremos voltando em alguns dias. –dessa vez ele me encara, decidido a provar seu ponto. -Essa fúria, não me parece vir de alguém que não quer esperar, parece alguém que não teve escolha. E pela foto e agora essa caixa, tenho certeza que essa garota não se parece em nada com sua ex. Ao contrário do que você pensa, ela escolheu o outro cara, não foi você que impôs isso a ela.

–Desculpa interromper. –escutamos Jordan parado ao nosso lado. –Mas chegou a hora. –anuncia. Guardamos nossas coisas e desmontamos o acampamento em alguns minutos.

–Preferia usar arco e flecha. –murmuro pegando meu rifle. –Armas de fogo são muito barulhentas.

–Preferia não usar arma nenhuma. –acrescenta Bruce recolhendo o dele. –Mas essa não é uma opção.

Por favor, Slade, esteja vivo. Penso marchando junto ao restante da tropa.

FELICITY

Um mês depois...

Chego na minha sala na QC pela manhã e encontro Paris colocando uma rosa em um jarro solitário em cima da minha mesa. Olho para ela intrigada, e a garota parece se encolher de medo, me divirto com o fato de alguém do meu tamanho sentir medo de mim. Abro um sorriso como um sinal de que está tudo bem, apesar de que ter todos me paparicando por causa da minha dor de cotovelo já estava enchendo.

–O que é isso Paris? –pergunto me sentando em minha cadeira.

–Uma flor Srta Smoak. –responde do seu jeito tímido.

–Felicity. –corrijo.

–Uma flor Felicity. –repete a afirmação fazendo com que eu a olhasse quase que com piedade.

–Eu sei que é uma flor Paris, só quero saber o que essa flor está fazendo em minha mesa.

–O Sr. Diggle que deixou.

–Disse o motivo?

–Não. –responde rapidamente meio atrapalhada. –Tenho que ir Srta... Desculpe, Felicity. –diz saindo apressada.

–Sabia que não deveria ter aceitado a sua idéia de deixar Ray com Diggle... Aquilo me custou um sofá novo para eles, um fim de semana ajudando na mudança dos dois e agora Deus sabe o que eles querem com essa rosa. –murmuro falando sozinha, olhando para a bela flor. –Eu não sou milionária sabia?

–Posso fazer um cheque. –meu coração falha uma batida, tenho medo de levantar meus olhos em direção a voz e perceber que é só uma alucinação causada por toda a minha privação de sono. –Eu sei que está com raiva, mas não vai nem olhar para mim? -levanto meus olhos incerta, era ele.

Oliver estava parado em minha frente segurando uma caixa, um enorme sorriso se abriu em seu rosto no instante em que meus olhos encontraram os seus, ele parecia inteiro. Percorro meus olhos por todo seu corpo, não por que queria o “ver”, mas sim para me certificar de que tudo estava em seu devido lugar, e como estava... Ele usava uma blusa azul de gola v e jeans, deveria ser crime. Digo, um ex namorado aparecer vestido assim, dificultando de uma forma absurda ficar brava com ele, quando eu tenho todos os motivos do mundo para estar. Acho que um filete de baba deve ter escorrido por meu queixo.

–Oi. –fala sorrindo antes de depositar a caixa em minha mesa.

–O que é isso? –pergunto agora recomposta, apertando meus lábios em uma linha rígida.

–Um presente para Ray, já que ele as inutilizou para sempre. –responde se sentando em minha frente. Percebo que ele mancava um pouco, e pareceu sentir dor ao se sentar.

–Você está bem? –as palavras saem antes que consiga evitar.

–Melhor agora. –diz com certo esforço. –Devo dizer que sua idéia de cartas é muito limitada para alguém com seu QI...

–Oliver, o que tem de errado em sua perna? –interrompo sua performance de cara charmoso.

–Quando fomos resgatar os reféns, eu precisei carregar Slade para fora da cabana, Hal estava cobrindo minha retaguarda junto a outro soldado que você não conhece. –começa a contar com seriedade. –Resumindo a história o outro soldado foi morto, Hal precisou o ajudar, isso nos deixou expostos, houve um tiroteio. Bruce que tinha Selina e Dick, machucados, mas consciente me empurrou antes que nos matassem. –engulo em seco sem reação.

–Ele... Bruce? –questiono temerosa.

–Só tivemos uma perda naquela noite Felicity, apenas uma. –responde com ar perdido.

–Sua perna? –murmuro novamente a pergunta.

–Um tiro, comprimiu o nervo, cinco meses de fisioterapia e estarei novo em folha, essa é a noticia ruim. –dá de ombros. –A boa é que agora tenho uma dispensa permanente.

–Não vai mais para a guerra?

–Nem se eu quiser. –sorri de lado e pela primeira vez em quase quatro meses respiro aliviada. –Mas eu estava falando de suas cartas... –volta a falar tirando a foto de Ray e post it que enviei. Mas com elas vem a lembrança da forma que ele partiu, sem me permitir estar com ele, tirando meu direito de escolher por mim mesma.

–Não escrevi cartas, isso é uma foto e um bilhete. Não conseguiu sentir o ódio em minhas palavras? –falo o olhando como se tivesse o poder de o queimar, vendo um sorriso brincar em seus lábios. –Acho que preciso voltar ao trabalho Sr. Queen.

–Essa doeu. –leva a mão ao peito se inclinando em minha direção. –Me desculpe Felicity, mas eu estava fazendo o melhor para você.

–Não Oliver, você não me perguntou o que era melhor, você nem mesmo levou em consideração quando eu gritei o que queria. –digo em voz baixa, cada palavra carregada de dor, repleta de tudo aquilo que estava me sufocando.

–Eu poderia morrer lá, eu quase morri.

–E em qual universo seria menos doloroso para mim sua morte, só por que deixou de ser meu namorado?

–Me desculpe. –diz sério, talvez por meus olhos estarem marejados, escuto meu celular tocar e vejo a foto de Thea no visor.

‘Meu irmão voltou. ’ –escuto sua voz animada e Oliver e eu nos encaramos.

–Ele está em minha frente.

‘Ou!’ - exclama. ‘Desculpa o atraso então, bye!’

–Não é um bom momento Oliver, não deveríamos fazer isso aqui. –falo colocando o celular de volta sobre a mesa.

–Sinto sua falta Felicity. –o vejo deixar transparecer toda a frustração e arrependimento em sua face. –Mas você está certa, aqui não é lugar. Te espero essa noite na festa que minha mãe e Thea organizaram por minha volta. –Oliver se levanta e começa a sair.

–Vou trabalhar até tarde... –digo a primeira desculpa que me vem a mente, e para minha surpresa um enorme sorriso surge em seus lábios, ele se vira novamente em minha direção.

–Está liberada. –abro a boca para protestar, mas ele ergue as mãos me impedindo. –Sou seu chefe! –sai rindo, eu não posso evitar o sorriso que surge em meus lábios ao perceber como sentia falta de ouvir isso dele.

–Obrigada pela rosa. –falo novamente para o nada, certa de que isso foi obra dele. –Mas ainda te acho idiota!

–Eu ouvi isso! –me encolho ao escutar sua voz a certa distancia.

OLIVER

De volta as manipulações com Felicity, mas eu fiz merda e agora preciso concertar. Verdade seja dita, faria tudo outra vez, tomaria a mesma decisão, por que ao contrário do que ela pensa, só o que eu estava fazendo era cuidar dela, e para isso fiz o que menos desejava. Se isso não é prova de amor, não sei o que mais poderia ser.

Visto um terno escuto coloco suspensórios no lugar do cinto e uma gravata azul. Tomo alguns remédios para a dor em minha perna, que parece aumentar. Minha casa já estava repleta de convidados, e eu não fazia idéia de quem era metade daquelas pessoas, mas existe uma coisa a respeito da minha família que ninguém mais sabe. Quase tudo é relacionado com negócios.

Quando desço passo meia hora cumprimentando investidores e diretores da QC, quando pensei que seria consumido pelo tédio, vejo Diggle e Lyla em um canto afastado, conversando com alguém que não consigo identificar imediatamente. Ao me aproximar mais, reconheço a voz debochada de Hal, que tinha uma taça de champanhe nas mão e aparentava nunca antes ter estado em uma batalha. Não sei como ele consegue se manter assim.

–Lyla! –chamo seu nome me aproximando. Beijo seu rosto e aperto as mão dos homens a seu lado.

–Como se sente Oliver? –ela pergunta sorrindo.

–Como quem voltou de uma guerra. –respondo a verdade em tom de brincadeira.

–E você Jordan, como se sente? –questiono o olhando com cuidado, precisa existir uma falha na armadura dele, não é possível.

–Nesse momento, me sinto enganado! –exclama bem humorado. –Sabe quantas vezes eu já paguei o café desse cara? –diz para Dig apontando para mim.

Mas não sei o que ele responde, pois a vejo entrar. Felicity usava um vestido pérola longo que marcava de uma forma linda, cada parte se seu corpo. Sem que perceba estou caminhando em sua direção, a passadas bem largas para um cara temporariamente manco, como é meu caso.

–Oi. –murmuro feito bobo, encantado por ela.

–Então Oliver, o que devemos conversar? –questiono fazendo beicinho, o mesmo que ela faz sempre que uso uma das minhas desculpas ridículas com ela.

–Vem comigo. –a tomo pela mão, a puxando em direção a sacada vazia.

–Acho que agora pode falar.

–Guarda compartilhada. –respondo a fazendo me olhar completamente confusa. –Quero a guarda compartilhada do Ray. –não consigo entender se sua expressão era de surpresa, choque ou os dois juntos.

–Ray Palmer é meu cachorro. –diz tocando o peito.

–Nosso cachorro. –corrijo a fazendo respirar fundo.

–Oliver, você o chama de cão do inferno. –sussurra horrorizada.

–Diggle me chama de idiota todos os dias, e mesmo assim é meu melhor amigo. –argumento a vendo semicerrar os olhos. –Você mesma me chamou de idiota hoje, mas nós dois sabemos o que sente de verdade.

–Está jogando sujo Queen...

–Nunca prometi um jogo limpo Smoak, e só estou pedindo o que é meu por direito. Quero poder continuar sendo parte da vida do Ray. –era estranho o chamar pelo nome, mas me mantenho concentrado.

–Agora você está parecendo aqueles pais, os que usam os filhos no divorcio para manipular a mulher! –solta sem medir as palavras.

–Acabou de assumir que ele é nosso! –digo em tom vitorioso.

–É o Ray que você quer? –ela dá um passo em minha direção me encarando com as mãos na cintura, tudo ali cheirava a emboscada, ela queria desvalorizar meu ponto de vista.

–Sou um soldado Felicity, não vai adiantar. –provoco em resposta a olhando de cima. –Quero muitas coisas, é verdade, mas não vou tomá-las, preciso conquistar o que perdi. E vou fazer do jeito certo.

–O meu Deus... Eu havia me esquecido de como você é... –ela engole em seco com seus olhos presos nos meus. –Chato. –conclui, mas pela forma que me olhava sei bem que não era isso que ela queria dizer. –Preciso tomar um ar. –sussurra.

–Estamos na sacada. –a lembro ainda a encarando.

–Então preciso... –seus olhos descem por meu corpo e param em minha perna, a que está machucada e de repente algo se acende em sua face. –Dançar!

–Sabe que não vou conseguir dançar.

–Por isso mesmo, vou encontrar alguém que dance comigo... –respiro fundo sei deixar transparecer o quanto aquela simples frase me deixou furioso.

–Me faz um favor? –chamo assim que começa a se afastar voltando para a festa, ela para me encarando com a mão na porta. –Conte a ele que eu tenho porte de armas, sou seu ex namorado e acabei de voltar da guerra. –ela sorri divertida. –Nessa ordem.


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Notas finais do capítulo

Oliver is back!
Me contem o que acharam, conversem comigo!
Ps: A festa não acabou, e no ritmo do ep de ontem, vamos ver um cara que é um FDP, mas que sejamos sinceras, a gente ama!
Bjs



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