O Amor de Arkadius escrita por kethycia


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por ter escolhido "O Amor de Arkadius" para ler!Boa leitura =)



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Arkadius corria mais rápido que a luz — ele havia ouvido mais cedo que a luz era a coisa mais rápida do mundo, e a sua meta do dia era ser mais rápido ainda que a luz —, era tão veloz que o horizonte não era páreo para ele. Arkadius corria pelas paredes, as pontas de seus dedos de seis anos encostavam no teto, arranhando levemente a pele, o vento bagunçava seu cabelo e o rosto arranhava também.

Sentia calor, sede e muita animação. Além de já ter alcançado a meta do dia — para ele foi muito fácil! —, ele incrivelmente não estava nem um tantinho cansado!

Ele era mais rápido que Bolt, tanto o cachorrinho do filme como o moço das competições lá da Grécia.

"Arkadius, venha aqui", podia ouvir sua mãe falar, bem de longe, distante que nem um sussurro mas só obedeceria se o chamassem de Arkadius, aquele mais veloz que a luz, afinal era o que ele agora.

Não importava quem fosse!

A mamãe.
A madrinha.
A tia da escola.
A tia da vanzinha.
A vovó e o vovô.
O papai no céu!

Ninguém, simplesmente ninguém o impediria se alcançar as estrelas e....

"Arkadius, vou contar até três!", bem, mamãe agora falou sério.

Arkadius tirou os dedos da parede, que já estavam bastante doloridos por estarem tão pressionados contra ela por esse tempo todo e limpou na camisa amarela que vestia.

Antes que pudesse sair de seu quarto, tirou a toalha vermelha no pescoço que era sua capa agora e colocou sobre sua cama — bem dobrada, assim como a mamãe ensinou esses dias — e chegou até a cozinha.

Mamãe já estava bem bonita; linda, na verdade (Arkadius sabia que tinha uma diferença entre essas duas palavras, mas algo lhe dizia que ambas as palavras significavam que sua mãe era tão bela quando as borboletas que passeiam no jardim da vovó... E isso deixa a vovó Luzia alegre). Usava uma saia e uma camisa que pareciam a noite. Desde que ele aprendera a contar, foi a terceira vez que ela usava essa roupa. Arkadius aprendeu a contar há três anos.

A mamãe já tinha servido o pouco de macarrão com queijo no prato do filho, estava quente porquê Arkadius viu a fumacinha subir pelo prato vermelho.


*Gruuuu*

Ops! A barriga de Arkadius já está reclamando...

Antes que ele pudesse ser veloz, a mamãe já tinha pego o garfo-avião e já havia recheado um bocado do macarrão nele.

"Abra a boca, meu amor", mamãe levava a gerfada de macarrão em direção a boca do filho.

O menino sentia que estava meio grandinho já para esse tipo de... "mimo", como a vovó Tânia disse uma vez, mas ele gostava de ver como a mãe imitava o motor do avião... E a comida sempre era mais saborosa quando ela fazia isso.

"Mamãe, eu sou mais rápido que a luz, sabia?", Arkadius estava ansioso para demonstrar a mãe sua nova habilidade, "corro mais rápido que uma avião!", com isso levantou os braços em envergadura e começou a fazer sua própria versão de motor de a avião enquanto comia.

"Oh, isso é muito interessante! Mas que tal descansar seu motor até terminar de comer, hein?", disse mamãe enquanto passava um guardanapo pelos lábios do filho e entregava-lhe um copo com suco de laranja a ele.

Arkadius sabia que estava com sede, mas, nossa! Que suco gostoso!
Mamãe levantou-se para levar o prato para a pia — Arkadius agora comia mais rápido que a luz também. Enquanto imitava novamente um avião, ele notou que a sua barriga cresceu um cadinho depois que almoçou.

Era engraçado, levantou a camisa e ficou brincando com o umbigo.
"Arkadius! Pare com isso!", Arkadius riu. Mamãe era engraçada quando pedia para ele parar de fazer "porquice" — foi assim que ela falou quando ele inventou de testar como era por o dedo na boca após por no nariz. "Não importa o quanto eu tente te manter limpo", mamãe voltou a falar, " você sempre dá um jeito de se sujar, não é?", ela perguntou após tirar a camisa amarela — e agora manchada de queijo — e logo em seguida, brincar com a ponta do nariz do filho.

Fez cosquinha e foi gostoso.

Mamãe escolheu uma camisa que depois do almoço apertou um pouco a barriga de Arkadius, mas era bonita. Era azul que nem a água e tinha um desenho de uma bolinha vermelha sorrindo.

Mamãe pegou a mão de Arkadius, fez um sinal da cruz em si e depois fez um em Arkadius.

O local não tinha mudado nada. Continua cinza, verde e chato. Muuuuito chato.

Igualzinho a última vez que eles tinham vindo, que foi no ano passado.

"Melhore sua cara", mamãe apertou a mão de Arkadius. Ele sabia que sua cara estava de quem não gostou, pois ele caprichou muito em emburrar suas sobrancelhas.

Mas não tinha nada que ele pudesse fazer, afinal. Tinha chovido mais cedo, mas parece que aquilo não ajudou nada no local, só serviu para ficar mais calor ainda. E toda vez que ele andava, sujava um pouco o seu tornozelo e o de mamãe, já que tinha muita lama.

Quanto mais andavam, mais Arkadius sentia-se desanimado em mostrar a mamãe sua nova habilidade de corrida.

Chegaram em uma parte da caminhada que a lama sumiu e de molhando, só as folhinhas verdinhas da grama e... Espere, Arkadius conhece esse caminho.

E o local está livre e... Perfeito para uma corrida.

Arkadius agora podia mostrar que era mais veloz que a luz, que o Sol e que as estrelas. E além de ser o mais veloz, seria o avião mais veloz do mundo.

Ele não sabia exatamente onde parar, já que era mamãe que sempre o avisava... Mas mamãe estava ocupada demais em chamar Arkadius pelo caminho.

Ele não queria ser uma mau filho, mas... Poxa, estava tão gostoso correr por lá, sentir o vento passear por seus braços, cabelos, bochechas e...

Espere.

É aqui.

"Aqui que sempre paramos", Arkadius parou.

Pela primeira vez, ele entendia o que estava escrito na pedra. A última vez que venho aqui, ainda estava aprendendo as vogais. Hoje já sabia ler...

"Tho-tho... mas."
"Tho... mas Rebou... ças".

Rebouças faz parte do nome dele na carteirinha da escola.

Mamãe alcançou Arkadius. Ela pegou em seu ombro e quase brigou com ele, mas calou-se. Ela sempre ficava assim.
Sempre ficava em silêncio.

Ela ajoelhou-se — agora estava da altura de Arkadius — e deu as mãos. Fechou os olhos... E... Escondeu o rosto das mãos.

Arkadius sentiu vontade de abraçar a mamãe... Agora se arrependia de ter corrido. Ele colocou um braço por cima do ombro da mãe, que logo em seguida o engoliu num abraço apertado.

A mamãe fazia um barulho estranho... Ela tremia agora... Arkadius queria chorar. Não sabia o porquê.
Voltou o olhar para a pedra novamente.

"Thomas Rebouças
1... 9... 7... 5 traço 2... 0... 0... 5"

A mãe apertou o filho mais um pouco, Arkadius sentia calor agora e sua bochecha estava molhada. Mas não estava chovendo, então porquê está molhado...? Mamãe.


"Thomas Rebouças
1...9...7...5 tracinho 2...0...0...5
Uh-um fi-lho que to-nor-se"


Espera, ainda está um pouco difícil.


"Thomas Rebouças
1...9...7...5 tracinho 2...0...0...5
Uh-um fi-lho que tor... Nou... Se umm bo-bom pa-pai"

Papai.

Pelo que parece e o que os livros da escolinha dizem... Papai é a versão do homem para mamãe.

Embaixo das palavras, tinha uma foto redonda de um moço... O cabelo dele tinha uma franja quadrada... E parece com a de Arkadius, na verdade. E tinha uma moça... Essa moça...

"Mamãe!", ele falou sem querer, pensou alto sem querer.

Mamãe levantou o rosto... O rosto dela estava meio bagunçado, mamãe... Mamãe estava chorando.

Arkadius começou a lagrimar. Ele sempre chorava quando vinha aqui. Mamãe também.

Ele apontou para foto e para a mensagem na pedra.

"É seu pai, filho, é o papai aí na foto", mamãe respondeu à pergunta nunca feita de Arkadius, "mas há um erro aí, ele nunca foi um bom pai... Ele foi excelente, filho. Excelente".

Apontou para a moça (só para ter certeza, sabe).

"Sou eu, meu amor... E é você ali", mamãe apontou para a moça... E Arkadius notou que ela estava gorda. Arkadius notou também a vovó Luzia ali também na foto.

Estavam todos sorrindo, inclusive o moço.. Quer dizer, pai.

Pai.

Papai.

Repetir isso mentalmente era que nem repetir um milhão de vezes pudim. Era gostoso e sempre dava vontade de repetir mais e mais e mais, um milhão de vezes. Para sempre.

"Papai", Arkadius experimentou falar em voz alta... Mamãe desatou em choro novamente, mas agora sorria.

"Que lindo, Kard, que lindo, meu amor", mamãe sussurrou no rostinho do filho.

Vovó chorava também, ela havia chego em silêncio.

Arkadius não sabia exatamente o motivo, mas algo lhe dizia que o Thomas — papai — era alguém legal.

Mesmo todo mundo chorando ali, ele sentia que Thomas — papai — era sensacional. Era tipo a luz, as borboletas, macarrão com queijo, imitação de avião.


Ele era especial... E indispensável.

Arkadius amava Thomas, mesmo sem saber como era possível isso. Ele sentia pelo moço da foto, o que ele sentia pela mamãe, vó Tânia e vó Luzia, vovô Paolo e vovô Tonico.

Era amor.

Era o amor de Arkadius ali.


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Notas finais do capítulo

A formatação do Nyah! é irritante, hahaha.Então, chegaram no final da história? Gostaram?Bem, eu realmente espero que tenham gostado. Eu amei escrever essa história... A ideia de um garotinho veloz e conhecendo a morada do pai vinha na minha cabeça sempre... E eu consegui escrever. E adorei o resultado!Abraços,Kethy.



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