The Z Apocalypse escrita por Nathi Peters


Capítulo 2
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– Acorda Vee, temos que correr. – ouço a voz de Logan, e suas mãos me levantando do chão. Abro meus olhos, e o que eu vejo a nossa volta é desesperador. Pessoas gritam e se amontoam no canto da sala, alguns defendem os outros tomando a linha de frente, nossos colegas estão transformados. Tentam desesperadamente, nos atacar.

– Temos que sair daqui. – Logan diz, os olhos tomados por pânico.

– Como? – pergunto, e minha voz não soa mais alta do que um sussurro.

– Vamos jogar isca, já combinamos com os outros. – ele aponta para o celular nas mãos. – Eles vão resgatar a gente.

– Espera, iscas? E quem vai ser isca? – pergunto

– Bem, eu! – ele diz.

– Espera, o que?

– Olha, eu sei correr muito bem, e não vejo mais ninguém se voluntariando.

– Eu vou com você. – digo.

– Não, nem pensar. – ele diz

– Olha aqui, você não vai ter nenhuma chance sozinho, e, além do mais não vejo mais ninguém se voluntariando.

– A não ser você...Escuta aqui, se você me atrasar e eu virar almoço por sua causa...

– Não vai, prometo.

– Tudo bem.

– Qual é o plano? – pergunto

– Nós vamos atrair os zumbis até o estacionamento, pegamos meu carro e fugimos. Vamos manter contato por celular, para combinar onde nos encontrar. Acha que consegue correr? – ele pergunta. Olho em volta, alguns dos zumbis do lado de fora, já estão conseguindo quebrar as janelas e entrar. Não temos mais tempo, então junto toda a coragem que consigo e olho para Logan, com o máximo de determinação.

– Sim! – respondo. Olho em volta e todos sorriem, percebo que o grupo é bem menor agora!

– Vamos! – diz ele. Respiramos fundo e corremos.

Abrimos a porta, a escola está cheia deles, basicamente, os alunos, professores e funcionários se tornaram zumbis, bom, parte deles claro. A outra parte está escondida, como nós. Alguns dos zumbis percebem nossa presença.

– Ei, estão nos vendo? Venham nos pegar! – grito. Chamo a atenção de muitos deles, mas ainda não é o suficiente para que os outros possam fugir. – Chame a atenção deles! – grito para o Logan. E ele o faz, joga pedras, e grita. Zumbis suficientes saem de perto das salas e vão atrás de nós. Ele pega minha mão e me puxa e corre. Corro também, mal conseguindo manter seu ritmo. Logan usa seu pedaço de ferro para tirar alguns dos zumbis do caminho. Piso em falso e caio no chão. Sinto meu corpo todo doer. Ele para, e corre, então para outra vez.

– Por favor, não me deixa! – Logan corre, eu grito, e fecho meus olhos, bem forte. É como aquela reação automática e irracional, de quando alguém sabe que vai se machucar e fecha os olhos. Não diminui a dor, mas não quero assistir enquanto eles me devoram.

Ouço eles chegando perto e mais perto porém, sou erguida do chão. Abro os olhos. Logan...Ele voltou.

Tento correr, mas torci meu tornozelo e manco, o que me deixa a uma distância considerável de Logan e mais perto dos zumbis. Logan volta até mim e me coloca em suas costas. Chegamos no estacionamento. Logan para por um segundo e seleciona um carro. Ele quebra o vidro de um dos carros dos professores. Depois me coloca no chão, me apoio no carro. Ele entra e fez ligação direta com os fios. Eu realmente não quero saber como ele aprendeu a fazer aquilo, claro que não foi assistindo televisão. Os zumbis estão chegando perto. Ele chega perto para me ajudar a entrar dentro do carro, mas eu recuso.

– Não! Eu consigo! – digo, e então manco até o banco do carona, abro a porta e me sento.

– Você está bem? – ele pergunta.

– Sim! – respondo

Ele assente, e começa a dirigir. Pega o celular e disca um número.

– O carro esta lá! Corra e pegue os outros. – ele diz ao celular. Olha pra mim.

– E agora? - pergunto.

– Josh e Brian vão pegar dois Ônibus do estacionamento, e levar as pessoas que sobraram pra um lugar seguro. Eu e você vamos procurar sobreviventes, coletar suprimentos e armas. – ele me informa.

– Ta bem.Vamos até a minha casa primeiro? Moro aqui perto... – peço

– Sei onde mora Vee.

– Sabe onde eu moro? – pergunto.

– Sim. Seu pai sempre jogava água na gente, quando lavava o carro e passávamos de skate na calçada. – ele diz sorrindo. - Sabe...nos dias de verão. Alguns anos atrás.

– Ah...

– Ele é um bom homem.

– Verdade. – concordo

Ele vira na esquina e estacionamos na frente da minha casa. Sangue está espalhado pelas casas dos meus vizinhos e pela minha também, meu estômago dá voltas, e meu coração acelera. Respiro fundo. A rua está deserta.

– De quem é esse carro? – pergunto

Ele olha no painel e encontra uma carta de motorista.

– Senhora...Fitzgerald.

A professora de inglês.

– Ah...ei, tem algo que pode nos ajudar aqui. – eu digo pulando para o banco de trás. Olho no chão e pego dois tacos de beisebol. – Isso pode nos ajudar...Sabe, se tiver algum zumbi ali.

– Como sabia desses tacos?

– Uma vez, peguei carona com a Senhora Fitzgerald, e um maluco nos parou no transito, ela mandou eu pegar os tacos de beisebol. Me fez segurar um deles para o caso de ela precisar de reforços. Ela era durona. – eu digo rindo.

– Isso daria uma boa história. – ele sorri. Olha pra mim, e então seus olhos mostraram-se preocupados e cheios de compaixão. – Você sabe que...Podem ser seus pais lá, não sabe? – ele diz cauteloso.

– Sei... – eu digo. Pensar na minha família tentando me matar, era desesperador.

– Você não precisa ir...Pode ficar aqui no carro.

– Está tudo bem Logan. Eu preciso fazer isso. Eu vou dar conta. – respondo. Sinto tanto medo que poderia desmaiar. Mas isso é perigoso demais. Preciso encarar. Ele assente, e me da um dos tacos de beisebol.

– Está sendo muito corajosa. Não sabia que você era assim. – diz

– Você também.

– Consegue andar?

Olho pro meu pé. Está inchado, e dói, mas consigo caminhar.

– Acho que sim.

Abrimos as portas e saltamos do carro, disparando para dentro da casa, ele corre para a minha frente.

– Fica atrás de mim, se algo aparecer, você corre pro carro, e se eu não conseguir, você vai sem mim.

– Não...

– Não discuta, tem que fazer isso.

Ele anda na minha frente. Abre a porta devagar. Tudo lá dentro está escuro. Ele tira o celular do bolso para tentar provocar alguma claridade. Entro mais na casa, e corro até a mesa. A lanterna ainda está lá. Uma noite antes, aconteceu um apagão no bairro, e meu pai entregou uma lanterna para cada um de nós, eu larguei a minha em cima da mesa, achei que não seria preciso. Pego a lanterna e checo se funciona, e então entrego a Logan. Chegamos a cozinha. Não há ninguém. Andamos até a sala de estar. Nada lá também. Mostro onde é o porão, andamos até lá, ele abre a porta cuidadosamente. Logan meche em algo e a luz volta. Ele desliga a lanterna e a guarda em um dos bolsos.

– Vou até lá em cima, pegar algumas roupas. – eu ando mas ele segura meu braço.

– Tenha cuidado...e dê um grito se tiver algo lá! Tudo bem?

– Ok.

Saio do porão, e subo as escadas. Entro no meu quarto. Ainda está do jeito que deixei. Pego uma mala na prateleira de cima do closet e a encho de roupas. Acho uma escova de cabelo. Pego meu celular e o carregador. Desço com a mala até o carro e a coloco no banco de trás. Entro outra vez, Logan olha na geladeira.

– Não podemos levar nada que precise ser resfriado, não sabemos onde vamos ficar. Pode estragar. – eu digo

– Eu sei, eu só to com fome.

– Ah...Bom, fique à vontade. – digo a ele. – Vou pegar algumas coisas a mais.

– Tudo bem.

Subo, e pego outra mala de viajem. Vou até a cozinha e pego comida. Coisas enlatadas e tudo mais. Encho a mala rápido. Decido subir até meu quarto para dar um último adeus. Um barulho. Colo na parede. Tateio por alguma coisa. O taco de beisebol ficou em cima da cama. Ah, legal!

Ando bem devagar até o banheiro, e fecho a porta. Olho em volta... Nada que pode matar. O armário embaixo da pia, sempre tem alguma ferramenta, porque o encanamento sempre estraga. Abro o armário. Ah, sim, o martelo. Pego o martelo e abro a porta devagar. Um ruído, vem do quarto do Denny. Ao lado do meu. Ando devagar até lá, abro a porta com cuidado. Sou tomada por um ambiente de posters de carros e caminhões e super-heróis. Olho em volta. Um corpo bem pequeno está ajoelhado, em frente a cama, mas de costas para mim.

–Denny! Denny! –corro até ele. Ele se vira, e percebo que não é Denny, mas sim Bem, o filho da vizinha, - mas o que ele faz aqui? – o menino olha para mim e percebo o que ele é, um deles. Os olhos têm uma coloração branca, como se uma película o cobrisse, seu pescoço está sangrando. Não é aquela criança de 8 anos, que eu levava pra escola junto com Denny. Essa coisa, é o oposto dele, com um grunhido grutal e uma das pernas amputada pela metade, o que o impede de andar. Ele abre a boca, e soltou um grunhido estranho, novamente, e então parte pra cima de mim. Pula em mim e caio no chão. Não consigo me mexer, ele tenta me morder e eu seguro sua cabeça bem firme, sua mandíbula se mexe sem parar, ameaçadoramente, e meus braços começam a doer.

– Logan! Socorro! – grito

Ben, começa a aproximar a boca do meu pescoço, meus braços estão cedendo, de sua boca, uma gosma preta e mal cheirosa pinga na minha camiseta. Tento sair mas ele tem me empurra e bato com a cabeça forte no chão. Minha visão começa a falhar e meus braços perdem a força. Logan chega, pega o martelo e com um golpe rápido, o tira de cima de mim. Ben cai no chão, e Logan sobe nele e começa a golpear sua cabeça com fúria. Meus sentidos falham e apago.


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