I'm Sorry escrita por Grani008


Capítulo 8
AS50 Britannic


Notas iniciais do capítulo

Hola! Oi gente! Como vai? Obrigada pelos vários comentários no último capítulos *o* To postando um pouco mais cedo porque to animada com esse novo capítulo



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Cap.08 AS50 Britannic

Nico DiAngelo

Quando eu abri os olhos, tudo oque eu senti foi dormência. Meus olhos pesavam, eu não sentia meus braços, os comandos de movimento não chegavam a nenhuma parte do meu corpo. As luzes se misturavam com o preto dos meus cílios em flashes lentos, que podiam ser horas ou apenas minutos. Eu sabia que estava no meu quarto, apenas sabia. Um barulho contínuo de bipe tomara meus ouvidos e eu sentia minha boca seca.

Fechei os olhos, frustrado. Eu não tinha morrido afinal.

O som da respiração pesada de loiro confirmava isso e por um segundo eu só me concentrei nisso. Em alguns segundos eu estava tentando encontrar um ritmo na respiração dele, igualar a minha. Essa seria minha âncora.

Respira, inspira, respira, suspira, inspira, respira... Eu sabia que ela tinha entupido meu corpo de drogas, eu não sentia nada e tudo parecia duplicado, decidi que fechar os olhos era uma opção mais viável do que ficar confuso e me sentindo incomodado com a luz.

Ou talvez eu realmente estivesse morto. Mas então minha cabeça voltou para Jason, mais especificamente para tudo oque fariam a ele se eu estivesse realmente morto. Eu via as mãos de Chris se afundando na pele dele, a adaga de Annabeth rasgando de leve sua garganta enquanto ele engasgava em meio às lágrimas, Thalia e Luke se agarrando no fundo, gemidos de prazer preenchendo o quarto. Percy tocando a pele de suas costas, do seu pescoço, seus lábios, beijando-o tão forte que machucasse sua boca. E depois que ele não tivesse mais roupas, que todos já tivessem de aproveitado como quisessem, que os hematomas na sua pele não pudessem mais ser contados, uma única bala resolveria tudo.

E eu não podia ficar de fora disso.

Forcei meu corpo para frente e me senti cambalear quando me sentei. Tudo deu um giro de 360º e depois voltou para o lugar muito rapidamente, a única luz era a de um pequeno abajur na mesinha de centro. Não pude deixar de rir daquilo, ou ao menos tentar, alguns segundos atrás parecia que tinha um farol ligado na minha direção. Levei isso como uma boa coisa, considerando que tudo estava voltando à proporção normal e que ver luz de mais nunca é bom sinal.

Quando tentei me levantar minhas pernas pareciam ter se afundado em areia movediça, e eu não conseguia voltar. Meu corpo pendeu para frente, depois para trás, e eu caí novamente no que deveria ser o meu sofá. Fechei os olhos e decidi ficar por ali, pelo menos até todo esse efeito passar.

–--

Quando abri os olhos novamente, Jason estava sentado na beirada da cama e olhava fixamente para o nada, os olhos vidrados sem se fixar em um objetivo concreto. Uma faca pequena reluzia entre as mãos dele, o cabo de madeira envolvido pelas mãos claras. Fechei os olhos antes que ele pudesse perceber que o estava observando. Respirei levemente e esperei que ele se levantasse – o que não demorou muito – e caminhasse a passos pesados até mim.

Ele ia me matar. Sorri internamente com a ideia, ou talvez não tão internamente porque quando abri os olhos, ele me olhava confuso e, de fato, tinha um típico sorriso torto estampado no meu rosto.

Quando meu olhar encontrou o dele as palavras de zombaria presas na minha garganta não eram mais necessárias. Meu olhar era cheio de desprezo humorado, o dele, incredulidade.

Ele deixou que o braço repousasse ao lado do corpo, mas as veias se sobressaindo eram visíveis, mostrando seu nervosismo e toda a tensão dos seus músculos claro como cristal.

– Porque não acredita que eu possa te matar? – As palavras saíram acanhadas da sua boca.

– Não, não acredito. – Proferi as palavras calmamente e fechei os olhos. – Se precisar da minha ajuda, vou estar aqui, dormindo.

Nem quando Jason se esgueirou por cima de mim, me prendendo no sofá, com uma perna de cada lado no meu corpo e inclinado para frente com a faca roçando meu queixo, eu o levei a sério. Apenas abri os olhos preguiçosamente.

Eu apenas o observei, palavras não eram necessárias: ou ele faria isso agora, ou nunca faria.

A faca continuou pairando próxima à minha garganta, podia ver o tremor das suas mãos de onde eu estava. Eu levei minhas mãos lentamente até as dele e as forcei contra meu pescoço, ao mesmo tempo sustentando meu olhar no dele. Os olhos azuis não mais me olhavam como uma presa, mas com incompreensão. Senti minha pele rasgando e um fio de sangue escorrendo pelo meu pescoço. Os olhos dele foram tomados por pânico.

– Só faça. – Quando falei a faca se enterrou mais na minha pele, e eu também forcei mais a sua mão, trêmula e hesitante. – Você não é um assassino, Jason.

Seu nome pronunciado por mim era como mel, um tanto paternal no começo, relembrando crueldade depois.

Com um movimento rápido eu tomei o cabo da faca na minha mão e a afastei do meu pescoço, voltando sua lâmina para próximo da boca dele. Quando a ponta fina e gelada da faca, molhada com meu sangue, tocou de leve a boca dele todo seu corpo enrijeceu. Uma gota vermelha caiu sobre os lábios finos e perfeitos, escorrendo pelo seu queixo, como as histórias de vampiros contavam.

– Você não é um assassino Jason. – Repeti.

Minha mão se fechou em um aperto forte no seu pescoço e eu forcei a faca contra sua pele, seu lábio inferior se rasgando sob a lâmina que se banhava em sangue. Os olhos dele se encheram de lágrimas e pareciam desconcertados, a tensão do seu corpo pareceu duplicar, sua mão direita voou sobre a minha que apertava seu pescoço possessivamente, apertando-a, implorando que parasse, mas a situação só me deixava mais ansioso.

Quando o corte se espalhou da pele acima da sua boca até o lábio superior eu afastei a faca. Sua mão esquerda tocou onde o sangue escorria pelo seu rosto e para dentro de sua boca, como se achasse aquilo tudo impossível. Não me deixei sentir mal por ele. Pressionei sua boca com a minha, forte, sentindo os tremores da sua mão sobre a minha no seu pescoço e do seu corpo, o sangue fluiu para a minha língua e eu recebi o gosto salgado com prazer. Machucá-lo me dava prazer. Ele se recusou a me beijar com a vontade dos nossos outros beijos e eu me afastei, pressionando o machucado com o polegar, sabendo que provocava dor.

– Essa é apenas uma cicatriz de muitas piores, loirinho. – Eu me aproximei e mordi de leve sua maçã do rosto. – Simplesmente porque não é um assassino.


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Notas finais do capítulo

Sexta/Sábado que vem a putaria continua e3kwhsxvkygajsjh2wks
See you
COMENTEM.
~nolita