Choose escrita por Megan Monteiro


Capítulo 3
Capitulo 3 - Os eletrodos estão de brincadeira


Notas iniciais do capítulo

Esse ficou meio grande ;p desculpa >w< boa leitura



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Quando abro os olhos sei que estou numa simulação, sei que é uma simulação porque estudei sobre o assunto, ninguém podia saber o que acontecia nela, porém eu sabia que simularia teste para mim, teste para os quais eu não estava preparada. Minha visão periferia atrai minha atenção e no outro lado da sala há uma cesta com muitas coisas que não compreendo o que são, há um violão, uma caneta, uma maça, uma rainha de um jogo de xadrez e um isqueiro, olho tudo com atenção e sei que devo pegar algo, sou levada a pegar algo, mas não faço ideia do que pegar, eu não sei tocar violão e a caneta parece muito promissora assim como a maçã, a rainha me chama a atenção e sei que as chamas que o isqueiro escondem me encantarão tanto que quero de uma vez soltá-las de sua prisão no momento em que o todo, mesmo sem tê-lo escolhido tudo some e eu estou com o isqueiro nas mãos, ouço um choro e ao olhar aonde segundos atrás havia uma mesa com a cesta de coisas esquisitas vejo uma menina, seu vestido marrom com fita vermelha na cabeça me informa que é uma sem facção, não faz sentido uma pequena dessas ser uma pobre sem facção, me aproximo dela ela esta tremendo e o isqueiro ainda está em minhas mãos. Me aproximo dela e sento, do meu lado há vigas soltas ela parece com fome e com frio e no instante em que percebo me frustro de não ter pego a maçã, poderia ter dado para a pobrezinha, faço o que posso agora também sentindo muito frio e fome, arranco vigas de todo lugar que posso e ascendo o isqueiro que queima as vigas e nos esquenta, no momento em que sinto o calor se espalhar a menina se vira para mim e sorri, eu sorrio de volta e ela pega minha mão e me leva por um longo corredor até uma grande porta ela a abre e saímos para um dia ensolarados, eu vejo arvores e ouço risos, a menina solta minha mão e vejo se seu vestido marrom é na verdade vermelho e agora está limpo assim como ela e seu laço na cabeça, ela corre para outras meninas que riem e todas elas saem brincando, eu rio e quase topo com um cara desesperado ele me agarra pelos ombros.

– Ouch desculpe, você viu um violão por ai? – ele me pergunta preocupado, de repente minhas costas pesam e vejo que carrego o violão em uma bolsa, mas eu não o escolhi! Suo frio e nego com a cabeça – esse violão é a minha vida você tem certeza de que não o viu?!? Eu vou matar quem o pegou! – ele ruge, eu nego com a cabeça novamente, eu estava quase o entregando, mas ele não me ouviria e acharia que eu o roubei e iria me matar, ele me solta e sai procurando, deixo o violão embaixo de uma arvore e saio correndo sentir o cheiro de arvore é bom, mas alguém me para.

– Porque está correndo? – uma mulher me adverte, sinto minhas bochechas corarem, mas um milhão de meninos e meninas passa por mim correndo em suas jaquetas pretas e suas peles pintadas, eu sorrio e os sigo “porque é bom” penso sentindo o vento em meu rosto, todos gritam e eu grito também. Me lembra a amizade, é algo tão vivo que parece pulsar é bom me sinto livre e feliz, gargalho e caio, caio sem parar como se caísse de um prédio, fecho os olhos, quando os abro estou num trem, olho em volta, ainda estou na simulação ou nada disso aconteceu? Ao perceber alguém da abnegação sentado e eu de pé sei que estou na simulação, olho pela janela e não pareço estar em casa. Há prédios inteiros intactos convivendo com o verde exuberante, parece que atravessei a cerca e isso não me parece certo, por um momento o trem guincha mandando todos saírem, tropeço sobre os outros e do lado de fora as pessoas são atacadas por lobos, algumas tentam retornar ao vagão o que piora tudo, vejo a mesma menina do vestido vermelho no chão sua perna sangra, pulo sobre as pessoas tentando desesperadamente chegar nela, me agacho e vejo que sua perna se estende em uma posição não natural. Ai. Pense Megan, pense! O que devemos fazer em um acidente? Como devemos lidar? Para o inferno como devemos lidar estou em pânico! Brigo comigo mesma, mas me lembro das aulas de primeiros socorros e acho algumas pedras para endireitar a perna da garota, não são talas, mas é o melhor que eu tenho. Ela não chora, mas olha apavorada, atrás de mim há lobos, ou cães selvagens eu não sei, eles não parecem selvagens… Me agacho e penso no que devemos fazer em confrontos com animais selvagens… não consigo pensar minha cabeça parece enevoada, ele vem para cima de nós, de mim e da garotinha, e eu o ataco de volta com uma das pedras afiadas, quando ele cai sobre mim eu acordo. Estou na sala de metal com a mulher da abnegação olhando consternada para o monitor do computador sem parecer perceber que estou acordada, ela olha pra mim e se surpreende por um momento.

– Oh, desculpe – não sei porque ela está se desculpando. Ela vem ao meu lado e começa soltar os eletrodos da minha testa, ainda olhando consternada para o monitor.

– O que houve? – pergunto metade curiosa e metade preocupada. Ela arregala os olhos pra mim e arranca o ultimo eletrodo.


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