O copo em minhas mãos tremia e eu não conseguia parar de fazer ele tremer porque tudo em mim tremia, eu pensei durante as horas que se seguiram como eu viveria já que eu sempre poderia encontrar com alguém que me conhecesse e esse próximo talvez não fosse tão bondoso. Eu apenas fechei meus olhos e vi a arma apontada para mim, um deles iria me matar e essa frase ecoava em minha mente e um medo sobrenatural tomava conta de mim.

– Jonathan dormiu. – olhei para Edward.

Ele me levou para casa de Esme depois de recolher meus livros, me deixou na sala ordenando para alguém pegar um copo de água com açúcar ou uma bebida forte. Esme apareceu e tudo sumiu de repente. Quando eu acordei estava em um dos quartos deitada e esse copo estava lá.

Não sabia o que dizer para Edward, nós nem ao menos tínhamos nos vistos nas últimas semanas.

– Obrigada... obrigada por...eu merecia aquele tapa...mas mesmo assim...

E então aquele silêncio esmagador. O pouco que me veio a mente tinha desaparecido e Edward continuava em pé me encarando.

– Eu resolvi ir para Irlanda.

O olhei assustada. Não iríamos mais nos ver? Meu coração pareceu dar saltos dentro de mim e as lágrimas vinham fortes, mas não caiam.

– Eu acho que seria melhor. Tem boas escolas e é distante.

– Distante... – disse sem realmente entender o que tudo aquilo significava.

– Eu acho que é um bom lugar para recomeçar. – o encarei – Sem passado, sem histórias e sem surpresas.

– Tudo seu é em Londres. – eu estava preocupada com ele e seus negócios.

– Tudo meu é onde eu estou, não tenho nada que não possa ser realocado. Há anos venho adiando propostas para mudar a sede de minha empresa, mas tenho que admitir que nada me atraiu muito. Acha que consegue partir em uma semana?

E nessa hora meu mundo parou por alguns instantes e eu queria mais explicações do que aquela, mas alguém chamou Edward e ele se foi tão rápido como veio.