Eu não sabia o que fazer vendo-a chorar daquele jeito, eu pensei em abraçá-la quando ela me lembrou que eu não podia fazer isso antes que eu me levantasse e fosse até ela.

- eu preciso ir. – disse nervosa. – não devia nem ter aparecido pra você, mas como eu sou teimosa!

- mas e o restante das coisas? Por favor, não vá agora. Precisa me esclarecer mais coisas.

- eu não posso. Preciso me apresentar ao meu superior. Eu não quero te perder, Gerard. – disse ela me olhando nos olhos. – se eu te perder de novo, eu morro.

Arregalei meus olhos espantado com aquilo que ela me disse. O que será que iria acontecer a ela pra ela morrer? Será que a matariam? Foi quando ela sumiu do nada e a porta da sala se abriu.

- oi Gerard. – e me viu com cara de assustado. – o que houve? Está assustado. Não vai me dizer que...

- estava pensando nos shows, acho que preciso de umas férias. – e olhei pra ele. Inventei qualquer coisa antes dele desconfiar que eu estava novamente de papo com a Emily.

- ah claro. Eu também acho melhor. Não precisa ficar assustado com isso.

- é que não estou disposto pra me apresentar num show...Ainda.

- ainda bem que admitiu em? Eu vou ligar pro nosso empresário.  

- ótimo. Obrigado, irmão.

- de nada. – e ele subiu pro segundo andar pra telefonar pelo celular dele.

- e agora Emily? Você me deixou ainda mais confuso. – dizia pra mim mesmo lembrando das coisas que ela havia me dito.

Passei o dia inteiro nervoso por causa do que a Emily me disse. Será que eu nunca mais a veria depois daquilo? Aquela minha preocupação foi só aumentando. Os dias foram passando e ela sumiu de vez da minha vida. Eu voltei a fazer todas as minhas coisas normais como cantar, sair com os amigos, parei de usar drogas, mas elas continuavam lá no fundo falso guardadas. Eu ainda tentei chamar a Emily usando novamente esse artifício de ameaçar usar drogas de novo, mas mesmo assim ela não apareceu.

Quase um mês depois voltei a fazer shows. Cheguei super cansado. Depois do show ainda teve uma entrevista e me perguntavam milhares de perguntas a respeito do show em que eu desmaiei, aquilo parecia não ter fim. Enfim me deitei na minha confortabilíssima cama depois de um dia cheio e peguei rapidamente no sono, nem tive tempo de pensar mais uma vez em Emily.

Acordei ainda sonolento e olhei pro meu lado pra ver as horas. O relógio marcava quase meio dia. Eu voltei olhar pra frente e levei um baita susto com a Emily com o rosto bem próximo do meu, debruçada na cama.

- bom dia, dorminhoco. – disse ela se afastando da cama. – dormiu bem?

- Emily! – me sentei e sorri, estava muito feliz em vê-la ali novamente. - é muito bom te ver novamente.

- eu sei. Li em seus pensamentos. Fico Feliz em saber disso.

- dá pra parar de ler meus pensamentos? Isso é invasão de privacidade.

- desculpa, mas isso é viciante. – e nós dois rimos.

- mas não é legal.

- ok, prometo me controlar. – disse cruzando os dedos.

- você é linda, sabia? – eu disse por impulso e ela ficou vermelha. Eu também fiquei sem graça, não sabia o que dizer então comecei a rir e pra disfarçar mudei o assunto. – por que ficou tanto tempo longe?

- eu te disse que seria castiga e foi isso que aconteceu. Fiquei proibida de te ver por um tempo. Ainda bem que não foi pra sempre.

- é, eu ainda tentei fazer você aparecer mexendo no espelho do banheiro, mas nada adiantou.

- pois é, nesse tempo que fiquei fora o anjo Gabriel ficou no meu lugar. Provavelmente se ele não fez nada pra te proibir foi por que ele sabia que você não seria capaz de usar aquilo. Ele é muito experiente e sabe quando a pessoa vai fazer algo realmente ou não. Eu que ainda sou muito ingênua e acabo acreditando nas suas ameaças. *risos*

- tem razão. Eu fiz aquilo só pra te ver, mas por incrível que pareça eu não sinto mais vontade de usar aqueles troços de novo.

- que bom Gerard. É sinal de que estou conseguindo concluir meu trabalho.

- e o que vai acontecer quando ele se concluir?

- bom...- ela ficou meio triste quando lhe fiz essa pergunta. -...Não nos veremos mais e...Você esquecerá de tudo isso.

- mas por que? Isso é injusto. Eu não quero me esquecer de você.

- também não queria...Me esquecer de você. – disse me olhando triste. Só em pensar nessa hipótese eu já sentia medo.