- Gerard, fica calmo! – dizia Mikey tentando me fazer sentar quando estávamos no hospital esperando por notícia e ela passava por uma cirurgia séria. Estava entre a vida e a morte.

- eu não vou. Não vou ficar calmo até alguém me dar uma noticia concreta. – gritei tirando as mãos do Mikey de mim e o hospital inteiro olhava pra mim. – Emily, por que?

- vem cá. – disse Mikey me abraçando.

- eu a amo, Mikey.

- calma! Vai dar tudo certo.

- não ouviu os médicos dizerem? Só um milagre pra salvá-la. Ela não vai resistir. – eu já estava perdendo todas as minhas esperanças de que novamente a teria em meus braços.

- tenha fé Gerard. Tenha fé! – disse ele segurando meu rosto. Aquelas palavras me trouxeram um pouco de conforto. Acabei cedendo aos pedidos dele e me sentei na cadeira enquanto roia minhas unhas e não parava de balançar minhas pernas de tão nervoso.

Eu acabei adormecendo depois de tanto esperar. Fui acordado por Mikey que me olhava espantado. Eu já fazia idéia da noticia que ele tinha pra me dar.

- fala logo mikey. O que aconteceu?

- cara, não vai acreditar. – no meio da cara de surpreso surgiu um sorriso que fez minhas esperanças renascerem. – ela está viva.

- o que?

- é isso que você ouviu. Ela está viva.

- não!? – eu não estava acreditando. Estaria sonhando?

- juro. O médico disse ainda agora que a cirurgia, graças a Deus deu certo.

- nossa! Deus, muito obrigado por tudo. Essa é a melhor noticia do mundo. – e abracei meu irmão comemorando. – eu quero vê-la, onde ela está?

- eu não sei, mas acho que agora não vai dar, ela passou por uma cirurgia difícil e provavelmente terá que ficar de repouso.

- eu quero dormir ao lado dela pra vê-la acordar.

- está parecendo um bobo apaixonado. – e rimos junto. – me lembro quando falava da Alicia e você me zoava, está igual a mim.

- agora vejo como é amar alguém. Agora eu encontrei a mulher de verdade.

- agora que está tudo bem, graças a Deus! Me explica essa historia direito. Por acaso ela é a tal da Emily que...Você sabe...

- sim. – e ele olhou espantado.

- como?

- isso é uma longa história que será nosso segredo, ninguém pode ficar sabendo disso. Foi um milagre... – e sentamos enquanto eu contava toda a historia pra ele. Ficamos a madrugada toda conversando. Ele não queria acreditar que aquilo realmente aconteceu. Acho que ninguém de fora acreditaria se eu contasse. É algo inacreditável, mas não impossível, depois desse acontecimento, mais nada pra mim era impossível. 

Quando deu cinco da manhã, Mikey foi pra casa e eu procurei o médico pra me dizer onde era o quarto dela. Entrei no quarto e ela dormia. O rosto delicado agora estava cheio de arranhões, assim como seu braço. Dormia como um anjo. Aproximei do rosto dela fazendo carinho em seu cabelo e dei-lhe um leve beijo. Ela não acordara, estava num sono profundo depois da operação. Me deitei no sofá que tinha ali no quarto e me cobri com um lençol que o médico havia me dado.

Quando acordei o relógio já marcava nove horas da manhã. Não dormi muito, mas eu estava muito preocupado com ela. Queria vê-la acordar. Mal podia esperar pra falar com ela e dizer mais uma vez que a amava.

Me levantei me encolhendo um pouco por causa do frio que estava ali no quarto com aquele ar-condicionado ligado. Toquei no braço dela pra ver se ela também sentia frio, foi quando ela mexeu o rosto pro lado e depois abriu os olhos lentamente. No começo ela fez uma cara de perdida, depois olhou pra mim e espantada.

- Gerard? Onde estou?

- está tudo bem. Vai ficar tudo bem.

- isso por acaso é um...

- hospital. Você sofreu um acidente.

- acidente? Quando? Como? Onde?

- calma. Fique calada. Não pode fazer muito esforço agora.

- mas eu quero... – e tentou levantar e eu a impedi tocando em seu ombro com cuidado.

- saber, eu sei. Deve estar bastante curiosa. Eu estaria.

- você está parecendo até a mim. Virou meu anjo e sabe ler pensamentos agora? – enfim ela deixou sair um sorriso.

- só os seus. Estamos totalmente ligados agora. – e entrelacei meus dedos nos dela.

- bom dia. – disse o doutor entrando no quarto depois de bater na porta. – como está essa paciente linda?

- está bem melhor. Já quer levantar da cama e tudo.

- eu até deixaria, mas não é bom. Eu aconselho ficar deitada pelo menos hoje repousando.

- pode deixar. Vou seguir tudo à risca.

- procure não falar muito também. Vai ajudar no processo de recuperação. – e ela balançou a cabeça concordando. – não to dizendo que é pra ficar muda. – e nós três rimos. - vamos examinar agora. – disse ele medindo a pulsação dela. – está ótimo.

- ela vai ficar bem, doutor?

- se vai ficar bem? Ela nasceu de novo. Pode considerar isso como um milagre Dele lá em cima. – disse o médico anotando algo na prancheta. – com licença. - e se retirou do quarto.

Ela e eu nos olhamos e rimos juntos e selamos nosso amor com um beijo.

- eu te disse que seria minha pra sempre.

- e eu te disse que não teria mais volta.

- sem voltas. Eu te amo.

- também te amo. – e eu a beijei na testa.

- é incrível, foi coisa Dele lá em cima. Acho que eu estava certa sempre. Éramos pra ficar juntos todo o tempo.

- você nasceu de novo, agora poderemos ser felizes juntos.  

- pra sempre.

- obrigado meu Deus! Deus é grande! – gritei olhando o céu pela janela e ela me olhava sorrindo. Beije-lhe na testa e abracei-a colocando seu rosto em meu peito. – feliz natal, Emy.

- Feliz natal Gee.