Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 25
Capítulo 25: A Única Exceção? I


Notas iniciais do capítulo

Pessoas vibravam com o beijo de ontem. O team Bellenduil acordou nos comentários e expressaram sua felicidade.
Vamos continuar a partir do beijo.
Várias pessoas deram seus palpites sobre o porque do rei gostar de Belle.
Dedicado à leitora Marii que recomendou a história. Obrigada pela linda recomendação Flor ♥
Boa Leitura.



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Quando recuperei meus sentidos soltei-me do rei num empurrão que juntou todas as minhas forças.

– O que foi isso? – uma voz perguntou logo atrás de mim e me fez arrepiar de medo. – Mantenha-se longe dele.

Minha mãe encarava o rei, que se recompunha do beijo de maneira invejável. Puxou-me para perto de si, e se pôs à frente de Thranduil com um olhar severo.

– O que deu em você? - ela perguntou chegando mais perto dele para confrontá-lo. Tamanha era a sua coragem, mas um pouco tola. Thranduil decerto daria uma resposta à altura, exigindo respeito ao rei de onde nos encontrava-nos.

Mas tudo o que ele fazia ela fitá-la, confuso. Sua expressão não era severa, mas sim de puro espanto. Sua voz parecia ter sumido, mas sua compostura ainda era de um exímio rei. Sua boca abria-se por uns momentos a fim de dar maiores explicações, mas essa não emitia sequer ruídos.

Permaneci confusa. Minha mãe não recuara um passo sequer da presença de Thranduil e encarava-o de cabeça erguida, sem ao menos demonstrar nada além de uma súbita raiva e o sentimento de defender a filha. Melrise era durona, isso eu sempre soube, mas como ela poderia ser tola a ponto de deixar o rei da Floresta das Trevas sem palavras? Ou isso era um tipo de super poder, que sinceramente cogitei que pudesse existir.

– Está tudo bem, mamãe. – respondi, mas ela não fez questão sequer de virar seu rosto para mim.

– Não acha que passou dos limites? – ela perguntou ainda voltada para o rei. –

Thranduil tomou sua típica expressão fria e severa de sempre, mas não desviava o olhar de minha mãe, que era firme em seu posto.

– Só porque ela é sua filha? – o rei perguntou segundos depois, da forma mais calma.

– Só? – mamãe tinha um tom sarcástico na voz. – Não seja tão imprudente.

– Basta. – Thranduil deu meia volta e rumou para o palácio, não fazendo questão de me olhar.

– Não acha que deve explicações a ela? – Melrise dirigia-se ainda para o rei, esse que parou em meio caminho. Parecia tomar decisões do que faria.

Minha cabeça rodou. Afinal, o que estava acontecendo ali? Mamãe parecia dar ordens a Thranduil, coisa que jamais aconteceria com qualquer outro. Absurdo! Aquele não era o rei, não poderia ser. Ele voltava para trás, encarando Melrise de forma fria, porém parecia concordar com sua revolta.

Permaneci imóvel no lugar onde minha mãe me pusera. Observava o rei travar seu olhar nos olhos da humana, procurando palavras certas.

– Eu lhe prometi que sua filha seria princesa, então ela será. – Thrnaduil disse firme. – Se Légolas escolheu outra, me caso com ela.

Aquelas palavras me atingiram como se fossem flechas negras.

– Como é? – senti meu rosto esfriar-se. Por um momento achei que desmaiaria, mas permaneci imóvel, nem ousando respirar mais do que o necessário.

– Luzziel irá se casar com Légolas, não com você. – Mamãe afirmou, cruzando os braços e ousando chamá-lo de “você”.

As coisas não poderiam se tornar mais estranhas, mas Thranduil e Melrise pareciam já compartilhar de uma intimidade que era enlouquecedora só de imaginar.

– Légolas se casará com uma das elfas. – O rei limitou-se a dizer, suspirando e deixando claro que aquela conversa já estava encerrada para ele.

– Não fuja outra vez, Thranduil. Minha filha merece saber por que você está disposto a desposá-la. – o tom de voz dela aumentava aos poucos. Sua raiva era evidente, e nunca em toda a minha vida a vi tão brava. Seus olhos poderiam soltar fogo.

– Será que alguém pode me dizer o que está havendo? – pedi tentando fingir calma. Uma confusão apoderava-se de mim por completo.

– Se você não o faz, então eu farei. – Mamãe disse para o rei, que desviou o olhar. – Temos um acordo, Thranduil. Minha filha e Légolas se juntariam através do matrimônio. Foi tudo o que pedi depois de anos... depois de tudo o que aconteceu.

Thranduil fitava algo no chão. Nunca imaginei o rei cabisbaixo daquela forma. Ele fez que sim com a cabeça, depois tornou a fitá-la. Seu rosto sem expressão, mas seus olhos faiscando. Como aquela mulher podia confrontá-lo?

Minha mãe não recuava em suas palavras.

– Não se aproxime dela. Não permitirei que faça com ela o mesmo que fez comigo! – Melrise dizia tentando afastar a raiva de sua voz, mas ainda assim sua face tremia a cada palavra dita. – Não me obrigue a contar para ela tudo sobre nós.

– Eu não me importo se ela souber. – O rei permanecia rígido em seu lugar. – Não tem provas, afinal.

Mamãe riu.

– Acha mesmo? Talvez Légolas e Kírkel possam te ajudar a lembrar. Eles são as provas que preciso pra confirmar os anos de loucura do rei da Floresta.

– Não se atreva. – o rei fechava sua mão em punho, uma veia em sua testa saltava e pulsava. Melrise o tirara do sério, mas ele sequer cogitava respondê-la à altura. Parecia que algo dentro dele temia.

– Conheço seus maiores segredos, Thranduil, e não nego que você também conheça os meus. – Mamãe continuava. – Mas você não acabará com a minha reputação da mesma forma que eu farei contigo.

– Eu me ofereci para casar com Belle! – o rei perdeu o controle por um momento. – Será que isso não basta?

No meio da conversa dos dois eu parecia uma intrusa. Não ouviam o que eu dizia, nem faziam questão de esclarecer o que estava havendo. Tudo o que percebi, era que minha mãe, de fato, conhece o rei muito bem. E pelo visto sabia domá-lo, pois ele limitava-se a responder uma ou outra coisa, perdia o controle facilmente e não questionava nada o que ainda estava fazendo ali ou o porque ainda não nos mandou embora de seu reino.

– Da mesma forma que ofereceu à mim? – mamãe perguntou, e eu não pude acreditar em suas palavras. O rei parecia querer enforcá-la até a morte, mas ela permanecia confrontando-o. – Não deixarei que ela acredite nisso, não como eu o fiz.

Minhas palavras não saíam. Apenas a expressão de espanto tomava conta cada vez mais do meu corpo.

– Mas Légolas escolheu outra garota. Então sinto em informar, mas Luzziel não poderá cumprir com a sua promessa, e eu não farei com que meu filho se case à força. – Thranduil passou a finalmente encarar-me. – Se estiver disposta, farei de você a minha esposa.

Engoli em seco. Aquilo era um sonho? Se fosse, era de muito mau gosto.

– Vou me casar com Légolas. – respondi, mas não sentia mais a mesma firmeza em minhas palavras.

– Como é? – mamãe perguntou-me, finalmente desviando sua atenção do rei.

– Nós tomamos a decisão na noite anterior, depois da festa. Conversamos sobre, e ele me pediu em casamento. – disse.

– Era você. – o rei chegou em suas próprias conclusões logo após.

– Não é Hangar, se está pensando nela. Provavelmente Légolas pediu para conversar com o senhor esta manhã com sua escolhida. Mas essa sou eu, ou pelo menos acho que sou.

– Por que queria conversar comigo antes? – o rei perguntou mostrando-me o bilhete.

– Sinto muito, majestade, mas esse bilhete não era pra o senhor. – disse. O guarda me metera numa confusão muito grande.

– Seria para Runel? – mamãe perguntou logo após.

– Exatamente.

– Encontrei-o no local em que havia marcado para conversar com o rei. – Mamãe confessou.

As coisas se encaixavam. Provavelmente nossos bilhetes foram trocados pelo guarda. Este que se veria comigo depois.

– Pode me deixar a sós com o rei por um momento. – mamãe pediu de forma gentil, e virando-se para Thranduil buscou sua concordância.

Confusa, busquei sair do jardim. Um milhão de perguntas em minha cabeça não me deixava em paz, e só uma maneira de saber o que estava havendo passou por minha cabeça. Precisava ouvir a conversa daqueles dois, mas como? Não era uma elfa ou um hobbit para meus passos serem despercebidos.

A única conclusão que eu tinha em mente era: mamãe e Thranduil foram amantes em algum momento da vida. Provavelmente ele a havia prejudicado, e dessa forma ele sentia-se no dever de fazer um pacto. Mamãe e Thranduil combinaram que eu e Légolas nos casaríamos como recompensa. Mas o que mais aconteceu?

A seleção então era uma farsa. Um modo de Thranduil persuadir seu filho a ficar com uma humana sem levantar maiores suspeitas. E, pelo que mamãe disse, Légolas é uma de suas testemunhas da história que tem com o rei.

Quando mais eu pensava, mais me enchia de fúria. Afinal Légolas conhecia minha mãe, sabia que ela tinha um passado com seu pai. Ela e Thranduil combinaram algo perverso, incluindo outras vinte e nove garotas numa espécie de falsa seleção?

Antes de tudo, Melrise vendera minha liberdade ao rei da Floresta das Trevas, jurando que me casaria com o príncipe. E parece que, o remorso de Thranduil é tão grande que ele mesmo se oferecera para ser meu marido.

Como se eu fosse uma mercadoria!

Uma dor tomou conta de meu peito ao imaginar tal coisa.

Afinal, Légolas realmente me ama, ou estava apenas cumprindo com as ordens do pai mais uma vez?


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será A única Exceção? II e vou escrevê-lo com o point of view de Melrise na conversa com Thranduil.
Conseguem imaginar agora qual a história eu pretendo fazer depois no mesmo "universo" desta?
Thranduil e Melrise têm uma estória para contar: alguém quer "ouvir"?
No próximo capítulo mais revelações, inclusive sobre o que realmente se passa na cabeça de nosso rei. (arriscado isso, afinal Thranduil tranca seus sentimentos de forma bruta)
O que acharam?
Beijos e até o próximo. ♥