Impressões Enganam, as escrita por MyKanon


Capítulo 18
No entanto, ela... [Final]




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Concentrar-me na nova responsabilidade me tirou até a fome.

Ou talvez o fato de eu ainda estar vislumbrando a Veridiana almoçando a sós com o Richard. Ou ainda o fato de eu querer intimamente que ela fosse minha namorada.

Até parece. Era só a adrenalina da minha nova função que me tirava o apetite.

_ Oi.

_ Veri? Já voltaram?

_ Sim, estou cheia de coisas para fazer. Tivemos de ser breves.

_ Ah, claro.

_ Você já almoçou?

_ Sim. - menti.

_ Ah, que bom... Por que eu te trouxe uma sobremesa!

Só então eu notei que ela escondia as mãos atrás do corpo.

_ É mesmo? O quê?

_ Um strudel! - dizendo isso, estendeu uma pequena caixinha para mim.

_ Não precisava, Veri. Obrigado.

Peguei o embrulho de suas mãos e o deixei sobre minha mesa.

_ Pensei que não tinha restaurante alemão por aqui... - comentei despretensiosamente.

_ Eu também achava... Mas o Richard descobriu essa lugar e fomos lá... Ele encontra qualquer coisa nesse lugar... - riu despreocupada.

_ Hum. O Richard parece um GPS humano.

_ É... Nós trabalhamos na Alemanha. Ele chegou hoje... Desculpe não apresentá-los adequadamente... Mas é que ele também tem bastante coisa para fazer essa semana e-

_ Não esquenta, Veri. - cortei.

Por que me incomodava tanto ouvi-la falar dele?

_ Então... Acho que também vou te deixar trabalhar em paz... Hee.

Eu nada respondi.

_ Então até daqui a pouquinho!

Ela virou-se e foi para sua mesa.

Tá certo que o Richard parecia uma estrela do surf, mas eu também não estava tão mal... Tinha uma boa estatura, pouco menos de 1,80... E um porte não muito atlético, mas também não fazia o estilo magricela.

O castanho dos meus olhos podiam ser até muito normais perto dos azuis do Richard, mas todas as minhas namoradas sempre me disseram que eles tinham um quê de sedutor...

E os meus cabelos castanhos eram muito mais macios e acariciáveis que o corte baixo e militar do Richard.

Se eu ainda estava me comparando a ele, era porque temia que a Veridiana fizesse essa comparação. Mas eu ainda nem sabia se ele era especial para ela de alguma forma...

Não resistindo, levantei-me para encará-la e perguntei de uma vez:

_ Vocês tiveram algum envolvimento na Alemanha?

Ela me arregalou seus olhos cinzentos, surpresa pelo meu tom incisivo.

_ Por que você está perguntando isso?

_ Porque você parece admirá-lo. E ter uma certa intimidade com ele.

Depois de olhar ao redor, checando se alguém nos ouvia, voltou-se para mim:

_ Melhor trabalharmos Vitor.

Então eu estava certo.

_ Claro. Mas não quero ser um empecilho, Veridiana. Sinta-se à vontade para-

_ Pare, Vitor. - ela pediu com firmeza – Isso nunca aconteceu. Nem nunca aconteceria.

Recuei imperceptivelmente. Estava sendo irritantemente impertinente.

Sem dizer mais nada, voltei ao meu lugar. Alguns minutos mais tarde, ouvi-a deixar o seu.

Senti-me extremamente culpado após nosso breve desentendimento. Mesmo que eu tivesse dúvidas, eu não havia escolhido a melhor maneira para abordá-la... Tinha sido agressivo e ofensivo.

Precisava me desculpar.

Ela não voltou até meu horário de saída, mas não me dei por vencido. Continuei no meu lugar, decidido a somente ir embora depois de falar com ela. O que não aconteceu tão cedo.

Já começava a escurecer quando ela voltou para seu lugar. Enrugou as sobrancelhas em estranhamento ao notar que eu ainda estava lá.

_ Oi... - começou – Já foi quase todo mundo embora... - sorriu gentilmente.

_ Sim. Eu precisava falar com você antes de ir.

_ Ah... Certo...

Ela não sabia onde fixar seu olhar. Nem o que fazer com as mãos. Aproximei-me dela e as segurei entre as minhas.

_ Me perdoe. Fui extremamente estúpido com você.

_ Eu te compreendo, Vitor. Mas não precisa se preocupar com isso...

_ Preciso sim, Veri... Eu só queria que você soubesse. Estava nervoso...

_ Nervoso?

_ É... Porque eu estava pensando em uma coisa.

_ O quê?

Ri desconfortável. Como era possível que aquela garota que eu ridicularizara algum tempo atrás, agora me deixasse tão inseguro?

_ Já estamos saindo há algum tempo... E eu estou curtindo pra caramba... - levei sua mão aos lábios e beijei seus dedos.

Ela continuou me observando fixamente, sem expressar qualquer emoção que fosse.

_ A gente podia assumir isso... Namorar oficialmente. O que você acha?

Sem dizer nada, ela livrou-se de minhas mãos.

_ Veri? - estranhei.

Ela colocou uma mecha de seus cabelos loiros para trás da orelha, e sorriu condescendente.

_ Não, Vitor.

_ Não? - surpreendi-me.

_ Não. - repetiu.

Perdi as palavras por um minuto. E quando elas voltaram, só consegui perguntar:

_ Por quê?

Ela encolheu os ombros, como se as palavras também lhe faltassem.

_ Não podemos namorar...

_ Como assim? Por quê?

_ Não é nada com você... É comigo. Você viu como minha vida está bagunçada, não é?

_ Sim, eu vi, e eu respeito isso... Não quero exigir seu tempo nem nada, só queria que a gente...

_ Desculpa, Vitor. Não dá.

Silenciei novamente. Eu não podia contrariá-la. Fazer o quê se ela não sentia o mesmo?

_ Certo... Tudo bem, esqueça isso... Podemos continuar como você achar melhor... - concluí decepcionado.

_ Me desculpe.

_ Não se preocupe. Eu entendo. - o que era uma mentira.

Ela não soube mais o que dizer, e eu também não sabia. Então simplesmente me despedi e deixei o escritório.

Meu orgulho estava ferido, mas eu estava disposto a esperá-la sentir-se preparada.

De certa forma, era compreensível que não quisesse assumir compromissos. Sua vida estava realmente atribulada para poder abrigar um namorado. Fora que talvez seu histórico amoroso não fosse dos mais experientes...

O que ela não sabia, é que nada mudaria... Além de nos apresentarmos aos outros como namorados. Mas se ela precisava de tempo para se adaptar, não seria eu que lhe negaria esse tempo.

*

Já me sentia recomposto no dia seguinte. Queria falar com ela o quanto antes, sobre qualquer bobagem que fosse, apenas para deixar claro que estava tudo bem entre nós apesar da situação embaraçosa do dia anterior, mas seu lugar estava intocado.

Mais ainda, parecia diferente.

Seus bichinhos de pelúcia não estavam mais lá, nem os adesivos coloridos que tinha colocado no monitor.

Droga!” Lembrei-me que ela talvez ficasse no lugar da Marissol... Provavelmente no 24º andar...

Resolvi aguardar. Depois que se instalasse, me procuraria para contar as novidades.

Antes de começar com meus deveres, levei minha carteira profissional para o RH, onde pudessem fazer as anotações necessárias do meu novo cargo.

Esperei por notícias da Veridiana até as três da tarde, mas nada aconteceu, e vencido pela fome, saí para almoçar.

Se eu tivesse seu telefone, eu teria ligado, mas eu não tinha.

Outra vez fiquei além do meu horário de saída, na esperança de encontrá-la, mas não aconteceu.

Fui embora sentindo-me um tanto idiota, e aborrecido pelo seu sumiço.

Meu mau-humor resistiu até a manhã seguinte, quando percebi que nada havia mudado. Seu lugar continuava abandonado, e ela não dava nem sinal de vida.

_ Vitor, estou subindo para o simpósio da qualidade, te enviei meu celular por e-mail, caso precise de qualquer coisa. - meu chefe proferiu as palavras enquanto vestia um terno e deixava o escritório.

Parecia que eu e o Barasal nos tornaríamos cada vez mais próximos por causa do meu novo cargo...

Simpósio da qualidade?

_ Será que é lá que ela está?

Estaria acompanhando a Marissol?

A misteriosa Marissol... Aquela que eu nem havia tido a oportunidade de conhecer, e que agora estava deixando a empresa...

Voltei minha atenção para a porta que foi aberta, e estranhei por ver a cabeça do Richard fazer uma busca rápida pelo andar.

Quando percebeu que era observado, sorriu calorosamente e disse enquanto se retirava:

_ Pensei que a Marissol tivesse vindo para cá.

Pensei em lhe esclarecer que a Marissol nunca ia para lá, mas ele já havia saído.

Será que eu já a havia visto por lá, mas não sabia quem era? Não... Senão a Veridiana teria me mostrado quem era... Não teria?

Abri minha caixa de e-mails e cliquei numa antiga mensagem.

De: Marissol B. Correa

Para: Roberto Sanches; Carlos Barasal; Vitor Ferreira

Barasal, oriente seu funcionário. Sanches, não vejo nenhum atraso no cronograma.

Att.

Marissol B. Correa

“Marissol B. Correa” Repeti mentalmente. “B... B de... 'Bergen'?” Depois refutei a ideia, era muito ridícula.

A Veridiana teria me contado se fosse parente da chefe... Ou talvez não... Talvez sentisse vergonha.

Na verdade... Era possível que fosse sua parente sim... Mas quem? Ela viera da Alemanha com a mãe... Não tinha parentes no país. E sua mãe tinha esquizofrenia...

_ Não. Não é nada disso. - refutei outra vez a ideia.

“_ E como ficam essas pessoas que não conseguem falar com você?

_ A Marissol dá um jeito.

_ Mas se você foi contratada para ajudá-la... Não deveria atender?

_ Quem disse que fui contratada para ajudá-la?”

Então ela não foi contratada para ajudá-la?

Tentei me lembrar de tudo que a Veridiana já havia me contado sobre a Marissol, para tentar descobrir se teriam realmente alguma relação.

“_ Você está prospectando o projeto 10.003?

_ S-sim... É trabalho da Marissol...”

Era trabalho da Marissol, mas ela era quem estava executando...

“_ Quer ajuda em mais alguma coisa?

_ Não, obrigada. Se o Barasal vir isso, é capaz de brigar com a Marissol. Os chefes são meio possessivos com seus funcionários...

_ A Marissol é possessiva com você?

_ Não... Mas ela é diferente.

_ Diferente? Por quê?

_ Ah, não sei... Nós nos damos bem.”

Cocei a cabeça. O que mais ela havia me dito sobre sua carreira?

“_ Mas não sei se seria o mesmo valor, pois eu não sou funcionária. Eu sou PJ.”

“_ E esse lance de trabalhar como empresa... Você tem que escolher um nome pra ela?

_ Não, nada sofisticado. Podemos usar nosso próprio nome, com o “Ltda” no final.”

E se... E se o nome que a Veridiana tivesse usado para sua empresa tivesse sido outro, que não o seu?

E se ela tivesse chamado sua empresa de Marissol?

_ Não. Impossível.

Voltei a me concentrar no trabalho. Estava começando a ficar paranoico.

“_ Mas, e você? - perguntei quase alarmado.

_ Ela vai deixar tudo que era dela, Vitor.”

Mas se ela fosse mesmo a Marissol, estava indo embora para a Alemanha ainda naquela semana.

Era uma dúvida insana, mas eu não conseguiria pensar em mais nada enquanto não a tirasse a limpo.

Eu tinha que conhecer a Marissol.

Bloqueei meu computador e corri para o elevador. Apertei o botão para subir freneticamente, até que ele apitasse e abrisse as portas.

Embarquei e apertei o número 24.

Quando novamente ele apitou, o deixei quase que correndo. Reconheci o mesmo auditório onde havia feito as provas de conhecimentos específicos.

_ Olá, posso ajudá-lo?

A mesma moça que aplicara a prova tinha uma prancheta e uma caneta na mão, e me encarava com curiosidade.

_ Ahn... Está havendo um simpósio de qualidade...

_ Sim. Seu nome está na lista?

_ Hã? Ah, não... Eu não sabia que precisava...

_ Precisa.

_ Bem... Acredito que não esteja...

_ Qual o seu nome?

_ Vitor Ferreira.

_ Deixe-me confirmar para você.

Ela percorreu os olhos pela primeira folha e foi para a segunda. Eu tinha quase certeza que era uma busca inútil.

_ Aqui está. Você pode assinar por gentileza?

Quem teria colocado meu nome na lista? E pior, por que não me comunicara?

_ Claro.

Assinei a folha com pressa, e ela me deu passagem para a porta do auditório.

Empurrei-a cautelosamente, temendo chamar atenção ou atrapalhar a palestra.

Mas minha preocupação logo se dissipou ao avistar quem segurava o microfone, discursando fluentemente em alemão.

Quando me avistou, parou de falar. Se eu estivesse mais perto, certamente teria visto suas bochechas de avermelharem.

Ela pigarreou delicadamente, tentando recuperar a linha de pensamento. Olhou para os pés e conseguiu retomar o assunto. Não voltou a dirigir seu olhar para mim novamente.

Consegui entender que falava sobre o progresso da aceitação dos projetos nos últimos 4 meses, que fora o tempo que havia permanecido no Brasil, e então passou a palavra para o Richard que estava ao seu lado - eu nem o havia notado - que concluiu seu discurso, só que dessa vez, em português.

_ … E é com bastante expectativa e otimismo que eu e nossa colega Marissol Correa levaremos a técnica que se mostrou tão eficiente em um espaço tão curto de tempo para a nossa filial alemã, que não precisará mais deslocar seus projetos para outros continentes, poupando tempo, recursos e consequentemente, aumentando o feedback positivo consideravelmente.

Uma salva de palmas tomou conta do local, e vi que juntamente com ele, a Veridiana agradeceu o aplauso.

A Marissol Bergen Correa, agradeceu o aplauso.

Sentindo certa fraqueza nos joelhos, larguei-me sobre uma poltrona, enquanto os outros participantes começavam a deixar o recinto.

Ela conversou brevemente com algumas pessoas que se reuniram a ela, e quando conseguiu se esquivar, desceu as escadas do palco e caminhou em minha direção.

_ Oi... Você veio...

_ É. Você colocou meu nome na lista. Só esqueceu de me convidar.

Ela riu timidamente. E então silenciou.

Eu me sentia extremamente irritado. Enganado.

_ Mas diz aí, como você prefere que a chame? Veridiana, Sabine ou Marissol?

_ Eu gosto quando você me chama de “Veri”. - respondeu de forma que parecia sincera.

Mas eu já não sabia quando ela era sincera de verdade.

Voltamos a silenciar. Deixei de encará-la e suspirei profundamente.

Ela sentou-se na poltrona ao meu lado.

_ Quando abri a empresa, estava cansada da oscilação entre “Veridiana” e “Sabine”. Pode parecer uma bobeira... Porém, é bem atormentador perder sua identidade.

_ Mas você se sentiu à vontade para se apresentar a mim e a meus amigos com seu verdadeiro nome. E esconder sua verdadeira posição.

_ Eu queria voltar a ser a Veridiana.

_ E por que não disse que também era a Marissol?

_ Não era importante.

_ Era sim.

_ Por quê?

_ Porque eu saberia quem você era de verdade.

_ A Veridiana é de verdade, Vitor. A Marissol é só uma empresa... Foi com a Veridiana que você saiu. Foi a Veridiana que você beijou. E foi ela que você pediu para namorar...

_ Mas parece que ela está indo embora com a Marissol. - comentei sarcástico.

Ela permaneceu quieta, e virei-me para encará-la.

Observava as mãos pousadas sobre o colo. Estava totalmente diferente do que eu estava acostumado a ver.

Seus cabelos loiros estavam impecavelmente lisos, e não usava suas habituais saias floridas, mas uma calça social preta e uma blusa branca. Por cima, um terninho também preto.

Lembrava-me dela quase como uma figura infantil, mas nesse momento, parecia ter se tornado uma adulta.

_ Eu sinto muito, Vitor. Tenho que ir.

Levantou os olhos para mim, e forçou um sorriso. Em seguida, levantou-se e começou a deixar o auditório. Também me levantei e a segui.

_ Espere.

Ela se deteve, mas não se virou. Quando a alcancei, coloquei-me à sua frente.

_ Peça para enviarem outra pessoa em seu lugar...

_ Eu quero ir, Vitor.

_ Veri, eu te a-

_ Não diga, Vitor.

_ Você não me ama?

Ela voltou a desviar seu olhar do meu, e recusou-se a responder.

Como podia? Eu nunca desconfiei de nada por todo aquele tempo...

_ Você me enganou por tanto tempo...

_ Eu... Eu nunca menti.

_ Omitiu! Propositalmente! Dissimulou!

_ Vitor... - ela me cortou delicadamente - Se um dia eu desistisse da minha carreira por alguém, seria somente por você. Mas eu não vou desistir dela... Relacionamentos são efêmeros... Para pessoas como eu.

Queria xingá-la, ofendê-la, chacoalhá-la... Mas ao mesmo tempo agarrá-la para não deixá-la ir.

_ Por favor...

_ Nós ainda vamos nos encontrar... - sorriu debilmente – Porque você é muito competente!

Beijou minha bochecha ternamente e passou por mim.

Eu fiquei ali apenas observando-a ir embora. Para sempre.

+

Três meses depois

Depois da revolta inicial, e claro, do sentimento incômodo de perda, minha rotina voltou a se normalizar. Embora o Robson passasse a enrijecer quando passava por mim, e a Dani me convidar para almoçar com ela algumas vezes depois do que pareceu ser o rompimento dos dois.

Mas eu sabia que era apenas a forma dos dois de reagir à surpresa que haviam tido ao descobrir que eu havia assumido a gerência de projetos, cargo que pertencera – secretamente – à minha namorada. Só não sabia o que eles esperavam com essa atitude... Eu nem de longe tinha poder para demitir o Robson ou promover a Dani. E nem o faria se tivesse.

Porém, normal não era a palavra mais adequada.

Depois da Veridiana, eu nunca mais fora o mesmo. Minha mãe chegou a usar a palvra “amadurecimento” algumas vezes, mas isso também já era exagero.

Suspirei fundo, e tentei voltar a me concentrar na análise dos kick-offs que estava fazendo.

Eu sabia que uma hora ou outra eu voltaria a falar com ela, afinal, estávamos na mesma área, embora em países diferentes, mas não acreditava que fosse ser tão cedo.

Recebi um e-mail, não da Marissol B. Correa, mas da Veridiana Bergen.

Não tinha palavras, apenas uma imagem.

Mas que valia por toda uma conversa.

Por toda uma discussão.

Por toda uma noite de amor.

Por toda uma vida...

Fim


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