E graças à Zalgo todos estavam de volta, satisfeitos, inteiros... A maioria ao menos. Mais uma vez Larks teve a tarefa de cuidar da mão de Edgar, aturando a áurea pesada entorno de Jeff e Dick que sentavam de contragosto na espera dos acabamentos. O filho de Slender estava preocupado, o assassino de sorriso esculpido imaginou que da próxima vez deveria atingir o desgraçado no meio da testa.

Em certa ocasião, o maior puxara Jeff para fora da enfermaria, fechando a porta atrás de si. O mais novo fez uma expressão indagadora para o amigo, que cruzou os braços em frente ao peito.

— Agora, me explica o que aconteceu — Dicky exigiu saber.

Jeff abaixou os olhos, encarando os All Star sujos que usava. E sobre aquela ameaça de Edgar? Que não deveria contar nada para ninguém?

— Jeff... — Começou o outro em tom de advertência.

— Eu só surtei, tá legal? — Respondeu sob pressão — O cara me tirou do sério e eu finquei a faca nele. Ele gosta, não viu?

— Você enfiaria uma faca em mim se eu lhe pedisse? — Dick ergueu uma sobrancelha.

Jeffrey estalou a língua, se remexeu desconfortável e finalmente tomou uma decisão.

— Preciso te contar uma coisa, mas você tem que me prometer que não vai abrir a porra da boca pra ninguém, okay?

O filho de Slenderman assentiu relutante. Jeff iria contar. Ele tinha a necessidade daquilo.

Quando abriu a boca novamente, a porta da enfermaria se abriu, revelando o moreno de mão enrolada em ataduras.

— Do que estavam falando? — Indagou, lançando um olhar significativo para Jeff, que sem opções mais uma vez desviou os olhos para outro canto, o cenho franzido. — Ah, é segredo? Bem, se não se importa... Dicky — Sorriu para o mais alto — Eu adoraria falar com você agora. Podemos ir pra fora?

...

Kyara estava sentada na escadaria do casarão, recordando-se da noite que tivera. Pensava na possibilidade de ir dormir, mas não acreditava que cairia no sono tão cedo. Foi nesse momento que deu-se conta que Jeff se sentara perto, até demais para alguém que quase a havia matado. Ele estava cabisbaixo, porém a garota não abriu espaço para compaixão naquele momento.

Boulter preparou-se para levantar e ir à procura por DJ ou Julia, porém a mão pálida e gelada do assassino a impediu, segurando-a delicadamente pelo pulso.

— Por favor, senta aí — Pediu ele, não parecendo gostar de empregar a palavra “Por favor”.

Kyara fechou a cara, livrou-se dos dedos dele e obedeceu, deixando um espaço de cerca de meio metro entre eles.

— O que você quer? — Ela indagou.

— Queria me... Desculpar. Sabe, por aquela noite.

Kyra mordeu os lábios, não sabendo o que dizer. Já era difícil o suficiente se lembrar de tudo aquilo, e ouvir as desculpas de Jeff... Bem, aquilo não foi o suficiente para melhorar as coisas.

— Eu não espero que você entenda — Continuou — As coisas ultimamente... Tudo anda tão preto e branco agora que nem sei mais se estou em minha sã consciência. — Kyara abriu a boca para comentar algo, porém Jeff continuou — Eu realmente achava que te amava, mesmo achando meio impossível. É meloso demais pra mim. Mas, sabe, o que houve entre você e o James... E mais aquelas paradas estranhas com o Dick... É coisa demais pra minha cabeça.

— Jeff, eu... — A garota se esforçou para pensar em algo para falar — James está morto.

O assassino de moletom levantou a cabeça, encarando-a, descrente.

— Ele o quê?!

— James morreu pra salvar a mim e a Jasmine quando o Portal de Herobrine deu problema... Por que acha que nunca mais o viu?

Jeff ficara calado, sem saber o que dizer por muito tempo. O silêncio esmagador pesando nas costas.

— Realmente, me desculpa por ter sido tão babaca daquele jeito com você...

— Nós não tínhamos nada — Kyra disse — Quero dizer, eu e ele. Só curtíamos as mesmas coisas. Claro, ele parecia ter uma queda por mim, mas sempre gostei de você, não sei se devo ficar contente em ainda ter os mesmos sentimentos por ti.

O moreno sentiu a culpa pesar o dobro. Procurou os olhos de Kyara, lembrou-se de algumas cenas que passaram no passado. As coisas estavam certas entre eles, não?

Não sabia o que estava fazendo, só sabia que se aproximava dela devagar. Estava prestes a beijá-la, e não havia hesitação na garota, porém... Ele se afastou. A expressão mostrando o quanto queria levar aquilo adiante, mas parecia ser impedido por algo.

— Kyra... — Não pôde terminar a frase, levantou-se da escadaria, enfiando as mãos nos bolsos. — Não posso fazer isso. Tem a Julia e eu... Não quero ser um babaca de novo com alguma garota. Sinto muito.

Naquele dia, quando todos foram dormir, os gritos no quarto de Jeff foram mais intensos...

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Nicole estava treinando com os Proxies no dia seguinte quando viu o desastre acontecer enfrente aos seus olhos.

Primeiramente houve o seguinte: A ruiva ouviu Hoodie e Masky contarem suas experiências logo de manhã cedo. Já não bastava o de máscara branca ter acordado e ter tido que tomar banho duas vezes. Estava frio (de novo), lavara os cabelos e fora até a pia para usar o secador. Quando o ligou, foi surpreendido por uma explosão de farinha de trigo.

Então fora a vez de Hoodie, que levantara da cama coberto, literalmente por inteiro, com aqueles papeizinhos coloridos de bloquinhos de notas. Foi um saco ter de tirar tudo.

E Toby não ficara fora daquela, ao passar pela porta de seu quarto, teve a cabeça acertada por livros e baldes de óleo de cozinha.

Definitivamente, todos já sabiam de quem se tratava e estavam loucos por vingança. Nicole já estava receosa se deveria continuar com a ideia de ser Proxy de Slenderman. As pessoas não pareciam gostar muito deles.

Rellik e Aria se matavam de rir com as imagens. Lost Silver ajudara a gravar cada cena de maneira imperceptível pelas vítimas. Sim, uma boa dose de riso para abrir o dia do casal de mais novos amigos.

Estes estavam se dando muito bem. Ambos com mais Jack Risonho passavam horas discutindo qual seria a próxima pegadinha que usariam. Era bom ter mais uma no grupo, e consequentemente, acharam uma boa incluir Toby nos planos.

Masky havia se cansado. É. Isso. Apelaria naquela hora e era pra valer.

— Okay Nic — Dissera ele entre o grupo de Proxies — Hoje nosso treinamento será diferenciado.

— Francamente... — Rosnou Hoodie.

— Se eles querem guerra, guerra eles terão! — Bradou firmemente Ticci Toby, ainda se sentindo oleoso. Aquela gordura que incomodava tanto; só banho de detergente para ajudar.

Ouviram uma risadinha cumplice atrás de si. Viraram o pescoço para o teto do Casarão Creepypasta, e ali estava ele... Joker.

— Eu posso ajudar, se quiserem.