Para Sempre Te Amarei escrita por KayDream, Fewioho


Capítulo 11
Capítulo 11 - Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês! Espero que gostem.

Boa leitura, bjs KayDream.



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Capítulo 11 – Sonhos

O dia estava lindo.

Le Havre estava toda iluminada pelo sol da manhã, os passarinhos voavam alegremente no céu azul claro e limpo, e as abelhas pousavam nas flores de cores vibrantes.

O parque nutria um verde maravilhoso. E sentada em um banco se encontrava Melody impaciente.

Sabia que essa garota estava de brincadeira comigo! – pensava irritada.

E após alguns minutos, uma garota estranha de cabelo cacheado cor de chocolate, óculos escuros, e com um sobretudo amarelo acompanhado com uma bolsa preta, aparece.

– Que bom que veio! ­– exclamou a garota com uma voz familiar.

– Ambre?! – indagou Melody se levantando e andando ao redor dela com a boca aberta – Por que está vestida assim?

– Oras, é óbvio! Estamos em uma missão secreta para separar meu irmão daquela sonsa da Marie. Preciso de um bom disfarce!

Melody não estava acreditando no que estava ouvindo.

Ambre deu uma voltinha soltando risadinhas.

– O que você achou? – perguntou fazendo uma pose ridícula.

– Eu acho que você enlouqueceu – respondeu Melody com desgosto.

– Nossa, como você não tem senso de humor! – reclamou Ambre, voltando com a sua cara azeda de sempre.

– E nem paciência. Diga logo qual é o seu plano.

Ambre sorriu.

– Calma Mel, sente-se! – disse apontando para o banco. Melody fez o que foi pedido – Agora vou contar o que planejei.

...

Marie pulou toda animada para fora do carro.

– Nossa que pressa hein! – exclamou Lucia.

– Desculpe mãe. É que eu preciso encontrar o Nath – sorriu – para contar as novidades!

Lucia sorriu de leve.

– Ande então – respondeu fechando a porta do carro – Até mais tarde florzinha!

– Mãe! – Marie ruborizou – Não me chame assim aqui na escola!

Lucia apenas sorriu e deu a partida do carro. Mas quando estava na esquina deu um berro.

– MAS VOCÊ SEMPRE SERÁ MINHA FLORZINHA! MAMÃE TE AMA!

Alguns garotos que estavam entrando na escola, trocaram risinhos entre si.

Marie olhou para eles e sorriu amarelo.

Não acredito que ela fez isso! suspirou Mas é isso que a torna especial, essa minha mãe maluquinha.

Marie se lembrava que sua mãe sempre foi brincalhona. Isso era parte dela, e desde seu jardim de infância ela a chamava de florzinha, mas agora ela já está bem crescidinha para esses apelidinhos carinhosos. Ela estava determinada a falar sobre isso com a mãe mais tarde.

Faltavam alguns minutos para começar as aulas, e como Marie percorreu todas as salas e não encontrou Nathaniel, foi em direção ao clube de música.

Ela abriu a sala. Não havia ninguém.

Sentou-se no banquinho do piano e correu os dedos pelas teclas.

Seu sonho sempre foi ser musicista. E ela lembra muito bem a reação de seus pais quando apresentou a ideia, ainda com seus 15 anos.

“ Tocar violoncelo Marie? seu pai ridicularizou Profissionalmente? Isso é ridículo minha filha. Aonde isso pode te dar um futuro promissor?

Ah pai, eu me esforçaria bastante. Ingressaria no Conservatorie de Paris e quem sabe até uma faculdade com bacharelado e licenciatura! Depois poderia realizar meu sonho de tocar na Orchestre de Paris!

Ah Marie, como você é ingênua. Isso é praticamente impossível minha querida. Para tocar em uma grande orquestra como a Orchestre de Paris, você já deveria ter começado a tocar desde pequena. Isso exige muito tempo e esforço... desnecessário. Além do mais, o retorno financeiro não deve ser dos melhores. Deveria investir em direito.

E você mãe, o que acha? perguntou com uma última esperança.

Lucia deu um sorriso duro.

Ah minha querida, tocar violoncelo seria muito agradável. Marie sorriu Entretanto, não está confundindo esse desejo? Talvez isso só te agrade como um hobby não como uma profissão. Olhe o meu caso, eu amo pintura e tudo relacionado à arte, mas como um hobby. Sou formada em arquitetura lembra? E essa profissão me agradou muito! E o curso de direito pode te agradar também.

Claro pensou Marie frustrada se agradou tanto com a arquitetura, que quando teve a oportunidade de deixar de exercer, jogou tudo para o alto!

Tudo bem disse Marie entristecida Direito me parece legal.

Ela sabia que insistir não a levaria a nada. ”

E então, ao longo desses dois anos ela sempre vem tentando convencer os pais a deixar ser musicista, mas nada muda o conceito deles. E para ela, a aprovação dos pais é essencial. Eles sabem o melhor para ela.

E Marie já se sentia muito velha para conseguir dominar o violoncelo, a ponto de estar qualificada para entrar na Orchestre de Paris. Isso lhe parecia um sonho distante... Talvez ela fosse uma boa advogada ao final das contas.

Marie soltou um suspiro leve. E olhou de relance para canto da sala, e avistou um violoncelo meio empoeirado.

Ela levantou-se encantada e caminhou até o canto da sala onde retirou o violoncelo empoeirado. Com as mangas da blusa, tentou retirar o máximo de poeira que podia. E então pegou o arco e se posicionou para tocar.

Marie nunca havia sentido tamanha emoção. Sua respiração se acelerou e seu coração começou a bater mais forte. Ela começou a deslizar os dedos sobre as cordas superiores e apertou o arco sobre as cordas inferiores.

Um som agudo e abafado soou daquele majestoso instrumento.

Marie se assustou um pouco e deu risada. Isso era fantástico.

E de repente uma lágrima começou a escorrer. Era exatamente assim que ela se imaginou um dia pegando seu próprio violoncelo. Seus olhos se fecharam automaticamente e ela se imaginou no topo de uma colina, tocando majestosamente, enquanto a brisa bagunçava de leve o seu cabelo e a beijava suavemente. O som de hiena morrendo havia se transformado em uma canção suave e seu coração batia no ritmo da bela melodia.

Quando então, ela sentiu uma mão tocando suavemente seu braço. Seus olhos abriram com um sobressalto, levando aquele devaneio doce com ele.

– Desculpe-me – disse Nathaniel – eu não queria te interromper.

Então ele percebeu que Marie estava com os olhos marejados.

– Por que está chorando – perguntou preocupado, limpando o rosto de Marie.

Ela ruborizou na hora.

– N-nada... E-eu só estava – balbuciou enquanto balançava o violoncelo – bom, ele estava jogado no canto da sala e eu...

– Quis experimentar um pouco? – sugeriu.

– É – sorriu Marie.

– Ele é realmente muito bonito – disse Nathaniel colocando as mãos sobre as de Marie, que ainda pairava no instrumento.

Quando percebeu o que estava fazendo, as retirou imediatamente.

– B-bom... – pigarreou – Iris me disse que você estava me procurando... está precisando de algo?

Marie recuperou o fôlego.

– Sim, eu estava. Meus pais me deram a permissão de adotar um gatinho! E eu queria muito que você fosse comigo, para me ajudar a escolher.

– Marie, isso é ótimo! – Nath sorriu de canto a canto – Claro que eu vou com você. Quando pretende ir?

– Depois das aulas.

– Excelente! – De repente Nath ficou pálido – Nossa! Estamos atrasados para a primeira aula! Vamos Marie!

Nathaniel a puxou pelo braço.

– Calma! Só vou colocar o violoncelo...

– Vamos logo!

– Está bem! – Marie encostou o violoncelo na cadeira e correu com Nathaniel para a sala de aula B.

E as aulas foram passando tranquilas. Até que chegou a hora de ir embora.

Nathaniel ligou para sua mãe avisando que voltaria tarde, e levou Marie para a ONG de gatinhos que ele ajudava secretamente.

– Nath, por que você esconde dos seus pais, que ajuda uma ONG e alimenta os gatinhos de rua?

– Eles acham que isso é desnecessário. Que eu deveria me preocupar com coisas mais importantes – disse com um tom de raiva.

– Não acho que isso é desnecessário, – Marie colocou as mãos no braço de Nathaniel – os gatinhos tem sorte de ter você os ajudando.

– Obrigado – respondeu sorrindo.

Então eles entraram na ONG e Marie respondeu algumas perguntas dos responsáveis e logo depois eles caminharam para onde os gatinhos residiam.

...

Na saída da escola, Ambre avistou seu irmão indo para algum lugar com a chata da Marie, vestiu sua peruca e sua roupa de espiã e começou a segui-los. Iria colocar seu plano em prática!

Os dois entraram em uma ONG para gatos abandonados.

Mas o que diabos esses dois estão fazendo lá dentro? pensou indignada.

Não tinha jeito. Ela teria que entrar lá dentro para saber o que eles estavam aprontando. E se isso implicava ficar cheirando a sujeira de bueiro, exalado dos pelos daqueles gatos sujos, ela correria o risco.

Ambre entrou toda nojenta no lugar. E uma moça perguntou o que ela queria.

Então ela inventou uma desculpa na hora. Disse que pretendia adotar um bichano e gostaria de conhecê-los.

A moça sorriu e a encaminhou para o lugar dos gatinhos.

Ambre se sentiu desconfortável com o cheiro dos excrementos dos bichanos, mas deu uma ignorada. Ela avistou Marie e seu irmão. Começou a espiá-los de longe, mesmo disfarçada ela não queria arriscar ser reconhecida.

Marie se encantava com cada fedorento que botava os olhos. E Nathaniel gargalhava com ela, ambos contavam fatos engraçados entre si e riam como uns tolos. E eles pareciam muito próximos.

Pense em algo, Ambre! Eles não podem se aproximar tanto! Pense, pense!

Ambre tentava pensar em algo coerente, quando avistou uma gatinha branquinha dos olhos verdes. A pequenina a fitava com pureza.

Naquele momento Ambre se apaixonou pela gatinha. Colocou a mão por cima do separador de vidro e acariciou a bichana, que ronronava de agrado.

– É a coisinha mais fofa que eu já vi em toda a minha vida! – exclamou com uma voz de bebê aguda.

A moça que a trouxe ali se aproximou.

– Gostou dela? – perguntou sorrindo.

– Eu amei! Ela é linda!

– Que bom! Pretende levá-la?

Ambre gostaria muito de levar, mas sua mãe tinha alergia. E por esse motivo nem seu irmão que adorava gatos podia levar.

– Na verdade preciso rever minha decisão e... – Ela olhou ao redor do lugar e não avistou nem seu irmão, nem Marie – Moça, onde aqueles dois que estavam aqui foram?

– Ah, eles saíram faz um tempo... A mocinha adotou um gatinho e logo depois deixaram a ONG.

– O QUE? AH MEU DEUS, EU TENHO QUE IR – disse gritando e atravessando os corredores às pressas.

– Mas e a gatinha senhorita? – gritou a moça.

– Outra hora eu volto! Guarde-a para mim!

A moça suspirou. Ela não podia guardar um gato!

Ambre pensou que se distraíra com a gatinha e perdeu os dois de vista. Mas ela ainda convenceria sua mãe a ter aquela gatinha. Afinal ela sempre fazia suas vontades... Mas agora teria que achar aqueles dois! E ela já tinha uma ideia de onde eles poderiam ter ido...

...

Marie estava encantada com seu gatinho. Ele é tão lindo. Sua pelagem é preto e branco e tinha olhos verdes. Uma combinação perfeita!

– Plume? – questionou Nathaniel – Por que esse nome?

– Não sei... – admitiu Marie – achei fofo, e cá entre nós, combina muito com ele.

Nathaniel concordou.

Os dois estavam sentados em um banco, no parque em frente à casa de Marie. Ela e Nathaniel resolveram descansar depois de terem feito um arrastão no pet shop, comprando coisas para Plume.

Nathaniel sorriu para Marie.

– Por que está sorrindo dessa maneira? – perguntou Marie acariciando as orelhas de Plume.

– Só estava pensando... Marie, porque estava chorando hoje no clube de música, com aquele violoncelo no colo?

– Ah isso... – sorriu – é complicado...

– Vamos, me conte, não confia em mim? – disse sorrindo e colocando uma madeixa de Marie atrás da orelha.

– Claro que eu confio, – declarou meio tímida – mas não acho que seja algo relevante.

– Algo que tira lágrimas dos olhos de uma garota tão linda, com certeza é algo relevante.

Marie olhou nos olhos de Nathaniel e sentiu um frio na barriga.

Por que ele está sendo tão... galanteador? Ela mordeu de leve seu lábio inferior. Se controle Marie! dizia para si mesma.

– Bom, – começou a dizer respirando fundo – eu sempre quis ser musicista sabe? Meu sonho sempre foi tocar violoncelo profissionalmente, mas meus pais nunca aprovaram. Nem se quer permitiram eu ter contato com o instrumento para eu não me iludir. Eles sempre falaram que isso não traria um bom retorno financeiro e que era para eu me dedicar ao curso de Direito.

– Assim como os meus – Nath suspirou – eles nunca permitiriam eu fazer uma faculdade de veterinária e abrir minha própria ONG de gatos. Meu pai quer um futuro empresário montado na grana, para a satisfação dele.

Nathaniel nunca ousou contar seus desejos aos seus pais, já sabia a resposta. Sabia como o seu pai reagiria... Um frio subiu pelas suas espinhas.

– Nath, está tudo bem? – perguntou Marie tocando nos braços dele.

– Sim, claro – sorriu – e, aliás, você não me respondeu por que estava chorando.

Marie suspirou.

– Sabe... A cada dia que passa, eu sinto que esse meu sonho está longe, e que eu deveria me conformar com a faculdade de Direito que meus pais propõem, – Marie olha para as flores ao seu redor e sente o vento batendo em seu rosto – mas quando eu toquei naquele violoncelo pela primeira vez, foi como um sonho. Parecia que meu coração batia na frequência daquelas notas desafinadas. Só sei que não consegui segurar a emoção.

Nath olhou para Marie encantado.

Os dois tinham sonhos parecidos. E o rosto de Marie estava tão belo recordando dessa lembrança que ele só deseja poder abraça-la e fugir com ela para algum lugar, onde eles conseguissem realizar seus sonhos, serem livres.

– Eu tenho certeza que você seria uma excelente musicista, Marie. – ele pegou as mãos dela e colocou sobre as suas.

– Obrigada – ela respondeu com a respiração acelerada.

– E além do mais, – Nath deu um sorriso largo – eu adoraria casar com uma cellista.

Marie sorriu.

– E eu adoraria casar com alguém como você. E do jeito que você ama gatos, tenho certeza que seria um ótimo pai.

– Bom... Se meu pai pira com a hipótese de eu ter um gato, imagina só se eu tivesse um filho...

Nathaniel tremeu só de pensar. O que será que Francis, seu pai, poderia fazer com seu neto...

Marie olhou para Nath com curiosidade. Ele logo mudou de assunto.

– Sabe, do jeito que minha vida é uma correria na escola, não acho que seria prudente eu ter um gatinho.

– Nath, está se subestimando. Tenho certeza que você daria conta.

– Obrigado – sorriu – Eu nunca passei tanto tempo assim, com uma garota tão incrível como você Marie.

Nathaniel a olhou profundamente.

Marie sentiu várias borboletas voando em seu estomago. Ela estava tremendo um pouco e estava super ansiosa. Nunca havia sentido isso por ninguém. O que estava acontecendo com ela? Era como se estivesse perdendo o controle do próprio corpo.

Os dois foram se aproximando. Nathaniel a olhava profundamente e colocou sua mão no rosto de Marie, fazendo seus rostos se aproximar ainda mais.

Marie sentiu seus olhos se fecharem automaticamente. Estava tudo perfeito e mágico. Os lábios de Nathaniel tocaram os dela delicadamente. Então como uma tempestade horrível estragando um dia azul, alguém os interrompe.

– NATH! – exclamou Ambre, pulando na frente dos dois – SOCORRO! AJUDE-ME!

Nathaniel se afastou de Marie num sobressalto. E olhou para Ambre perplexo.

– O que foi Ambre? – ele se levantou tentando acalmar a irmã.

– O QUE FOI? – berrou Ambre – O que foi, é que eu comi um bombom e não percebi que tinha amendoim! Olhe só para mim Nath!

Marie olhou de relance e viu que Ambre estava toda empipocada.

– Meu Deus, Ambre! Como você não olhou a embalagem antes de comer?

– Já disse que não percebi!!!

Nathaniel a olhou furiosamente.

– Não está fazendo isso de charminho como a última vez não é?

– Claro que não Nath, eu... – Ambre colocou a mão na garganta e esbugalhou os olhos – não estou conseguindo... res..res...respirar – soltou a ultima palavra com um sussurro.

– Ambre, sua alergia não é tão forte assim!

Só que a garota estava o enganando bem, e se algo acontecesse a ela a culpa seria totalmente de Nathaniel.

– Marie me desculpe, mas eu tenho que levar a Ambre no hospital – disse Nath exasperado.

– Claro, leve-a sim! – respondeu se levantando com Plume e pegando suas coisas – Eu volto sozinha.

– Ok. Depois nos vemos.

Nathaniel saiu correndo com Ambre tendo um treco, e parou o primeiro taxi que viu. Os dois entraram e foram rumo ao hospital.

Marie voltou para casa meio assustada.

Por mais que ela não suportasse a Ambre, e de ela ter estragado esse momento maravilhoso dela com Nathaniel, não queria que nada de mal acontecesse a ela. Depois ligaria para Nathaniel para saber das coisas.

Ela chegou em seu quarto. Arrumou a caminha de Plume, e se jogou em sua cama.

Que dia! – pensou com um suspiro.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo... ;D