Destinados escrita por Tsuki Dias


Capítulo 9
8 - Cântico de Sangue Pt.1


Notas iniciais do capítulo

Uns recadinhos antes que me enforquem: 1 - Obrigada à Cora por me ajudar a betar. 2 - se tentarem me matar, ficarão sem o final.



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Mikhil andava de um lado a outro em seu escritório, murmurando baixo enquanto levantava o olhar para as imensas estantes de livros e suspirava frustrado, voltando à sua caminhada repetitiva e irritante. Aquele ritual tinha um propósito, o mesmo que levara Leo a estar ali, observando a cena ao invés de trocar de lugar com Lissa no quarto acima:

Kira estava doente.

E Mikhil não sabia como ajudá-la.

– Pare um pouco, Cara. Vai abrir um buraco no chão. – pediu entediado, tentando conseguir mais que preocupações e a irritante sensação de claustrofobia que aquele gesto causava. Já estava acuado o suficiente para se sentir preso em uma caixa de fósforos.

– Desculpe, mas isso é tão frustrante! Eu devia ser capaz de ajudar Kira! – ele parou no meio do escritório e olhou em volta. – São quase mil e nove livros, um milhão de enfermidades, quase o triplo de curas e mais alguns feitiços, maldições e quebrantes... E eu sei todos. Tratei boa parte do que aprendi e achei a cura de outras. Eu consigo curar a morte. Faço isso há anos e nunca passei por isso... Eu. Não. Sei. Como. Curar. Kira...

– Se ela morrer, não pode trazê-la de volta?

– Não com o que ela tem. – Mikhil enterrou as mãos nos cabelos e gemeu. – Se ela morrer, perderemos qualquer chance. Preciso curá-la ainda viva, mas ela não tem doenças do corpo. A alma dela está definhando e não sei por quê!

– Não pode tentar algo? Qualquer coisa?

– Preciso ser certeiro. Se eu tentar e errar... Não quero matá-la.

– Quanto tempo ela tem? – o suspiro desolado que o médico liberou era desesperador. – Quanto tempo, Doutor?

– Não muito.

– Então não há esperanças?

– Eu rezo para que tenha, para que os deuses me deem uma luz e espero do fundo do coração que ela melhore, mas... Não sei... – com um suspiro ele se sentou pesadamente em uma poltrona próxima. – Se ela falasse o que houve...

– Se ela falasse... – Leo concordou cansado.

Um pequeno silêncio se seguiu antes de Mikhil se levantar e munir-se de seus instrumentos de exames. No início, Leo se surpreendera com a quantidade de coisas que ele levava na pequena maleta, mas depois que compreendera a magia por trás daquilo, começara a se acostumar. Provavelmente Lissa teria aquele nível logo.

– Faça o possível, Doutor. – Leo pediu. – Por favor. Ela é tudo que nos restou.

– Farei. Juro que farei.

Com um aceno de Dgrov, Mikhil muniu-se de determinação e dirigiu-se ao andar de cima, onde ficava o quarto ocupado por Rany e Kira. Mal podia esconder o nervosismo que sentia por causa daquele caso, que com absoluta certeza era o pior que já pegara em todos aqueles anos de curas e tratamentos.

Kira estava morrendo.

Era a primeira vez que a possível morte de alguém o abalava tanto e não tinha nada a ver com o fato de ela ter enlaçado seu coração – até porque sabia que ela não fizera direito; ela usara as palavras erradas –. Ele se preocupava, ele queria que ela melhorasse logo, a ideia de perdê-la o aterrorizava. Kira era o tipo de alma que equilibrava o cosmos com sua simples presença. Perdê-la significava abrir um buraco imenso na ordem do universo.

Parou um momento em frente à porta e respirou fundo, invocando a calma e a frieza de que sempre se orgulhara de ter. Não podia ficar nervoso, elas precisavam de que passasse confiança, de que passasse profissionalismo. Desabafara com Dgrov porque ele era maduro o suficiente para entender o que estava passando, mas Rany não precisava saber tanto.

Afinal, ela também estava fraca pelas cores que acabara de ganhar.

Bateu na porta uma vez para anunciar sua presença e entrou quando Rany permitiu, parando o monólogo que mantinha com a companheira. Mikhil entrou e esquadrinhou o quarto por um momento habitual, antes de se fixar nas moças paradas em frente ao grande espelho do guarda-roupa perto da janela.

A pequena cena que viu acalorou seu coração naqueles momentos e um sorriso involuntário estampou seu rosto. Kira se esforçava para ficar sentada à cadeira, enquanto Rany penteava os belos cabelos prateados. E falando neles: tufos tricolores se espalhavam pelo chão ao redor delas.

Quando resgatou Kira dos inimigos, se perguntara que atrocidades haviam feito com ela, pois seu cabelo estava tão curto que a fita que os prendia quase perdera sua função. Provavelmente aquele lindo manto prateado que a cobrira se fora da forma mais bruta e imperdoável e ele não imaginava a força que ela estava demonstrando ao permitir que Rany cortasse o resto que sobrara.

Agora o rosto delicado ficava em evidência sem aquela montanha de cabelos que brotava de sua cabeça. Estava bem curto, rente à pele em toda a lateral e nuca e um pouco cheio no topo, de onde saía a farta franja lateral que lhe caía sobre os olhos.

Por mais que lamentasse a mudança, aquela imagem o impactou. Aqueles olhos amarelos estavam tão lindamente realçados que por instantes ele perdera a fala. Perdido na visão daquela beleza preciosa, sem poder se focar em mais nada que o dourado que o encarava.

Droga, precisava se concentrar!

– Nossa! – murmurou adentrando o quarto. – Ficou muito bem em você. Está incrível!

– Não é? – Rany se adiantou, conduzindo a conversa que a companheira não se daria ao trabalho de ter. – Tive dó daquela cabeleira, mas dado o estrago feito, não tive opção. O rosto dela está mais evidente agora. Não acha que ela está muito mais bonita, Mikhil?

– Sim. Muito mais. – ele sorriu, se ajoelhando ao lado da cadeira em que Kira se sentava, e encarando os olhos dourados que o olhavam enevoados, pegou sua mão fria e a apertou gentilmente, passando-lhe conforto. – Foi difícil se desfazer dele? Você foi corajosa, não imagino a força que teve.

Silêncio. Kira se manteve quieta enquanto o olhava vagamente. Ela estava fraca por causa da doença e desconfiava que o mínimo de energia que pudesse economizar evitando fazer expressões, seria bem aproveitado falando ou pensando.

Mais pensando do que falando, ele diria.

– Consegue ver como está bonita? – perguntou gentilmente, pousando a mão no rosto dela. – Kira? Está me ouvindo? Diga algo, por favor.

– Cabelo... – ela murmurou tão baixo, que Mikhil pensou ter imaginado.

– Quer guardar uma mecha? – ele perguntou gentilmente, pegando uma mecha do chão e oferecendo a ela. – Vai crescer de novo.

– Não... – o esforço que ela fazia para mover os lábios e passar o ar por suas cordas vocais já era grande, tentar mover as mãos então era imensurável. – Tes... Te...

– Não se esforce. – pediu preocupado, notando as pontas dos dedos dela ficarem azulados. – Ah, não! Não tão cedo!

E com essa deixa ela entrou em colapso. Mikhil a amparou e a levou à cama, fazendo de tudo para conter os espasmos e convulsões que a acometiam. Rany ajudava com o que podia (o que já era um alívio), mas ainda estava longe de ser a enfermeira que precisava. Ainda.

– O que está havendo com ela?

– Está em processo de Cristalização. – explicou rápido, enquanto fazia massagem cardíaca e respiração boca-a-boca.

– E o que diabos é isso? – a menina perguntou aflita, reparando nos dedos rígidos da prima. – Ai, meu deus!

– Isso é o que os humanos chamam de necrose. – sua voz estava mais séria do que deveria, mesmo conseguindo parar com a convulsão de Kira. – preciso de água quente, toalhas e unguentos. Dgrov pode cuidar da água, mas preciso que me ajude a preparar as pastas.

– O que eu tenho que pegar?

– Está tudo no meu escritório. Na sexta prateleira de cima, da estante perto da porta tem um livro marrom chamado DRIAF. Siga as instruções da página 392. Não esqueça os equipamentos de moagem e os frascos.

Rany foi rápida em conseguir o que foi pedido. Em poucos minutos ela já ajudava a preparar os remédios que pararia a cristalização de Kira, enquanto Dgrov mantinha-a quente com as toalhas aquecidas em água. Rany era inteligente, muito inteligente na verdade, mas ainda não tinha consciência de seu verdadeiro potencial. O que era uma pena, mas se ela tivesse um pouco de orientação, ela iria longe.

– Assim está bom? – ela perguntou mostrando-lhe as ervas moídas.

– Ótimo. – aprovou rapidamente, misturando os ingredientes com cuidado. – D, mantenha-a quente, por favor.

– Tem certeza de que ela está doente, cara? – Dgrov perguntou aflito, enquanto trocava as toalhas frias. – As doenças daqui podem fazer isso?

– Algumas. – revelou, tirando os panos dos pés de Kira para passar o unguento.

– Mas não tem um jeito de ter certeza de qual é? – Rany perguntou enquanto o ajudava no outro membro da prima. E uma luz brilhou na mente do médico. Por que, diabos, não pensara nisso antes? – Mikki?

– No pedestal perto da janela, está com as letras da capa apagadas. Já está aberto, não tem erro, é o mais velho que encontrar.

Ela foi ainda mais rápida que da outra vez. Se pudesse parar o tratamento no meio, já teria ido pessoalmente ver o feitiço que se lembrara. Se sua memória não estivesse enganada, pediria para Rany executar um dos mais precisos encantos dos curandeiros. E tinha plena confiança que ela conseguiria fazê-lo com maestria.

Só esperava do fundo do coração que não desse o resultado que imaginava.

– Achei! – ela gritou lá debaixo, usando a calha de contato que ligava os cômodos. – Só precisaremos de um pedaço da Kira.

– O cabelo. – anunciou esperançoso. – Vai encontrar tudo aí, Rany. Misture tudo e traga aqui para cima. Siga exatamente o que está escrito. D, pegue mais cobertores no porão, por favor.

O rapaz saiu rapidamente, deixando-o sozinho com a paciente. A respiração dela era rasa e sôfrega, suor escorria por seu corpo e sua pele ficava mais fria a cada minuto. Se continuasse nesse ritmo, ela morreria em pouco tempo, antes mesmo de Rany voltar com o feitiço.

– Fique conosco, Kira, não desista! – ele murmurava para ela, cobrindo seus dedos rígidos com unguento e toalhas quentes. – Não deixe a morte te pegar.

Terminou de cobrir seus pés e parte das pernas e passou para as mãos, cujos dedos já apresentavam a coloração azulada, indicando que estavam perto de se tornarem transparentes e vítreos. Céus, não imaginava jeito pior de morrer quanto aquele.

– Kira, eu juro que, se você morrer, te trarei de volta só para matá-la eu mesmo! – ameaçou frustrado, notando as veias azuladas no pescoço delgado. – Merda...

– Isso foi motivador. – Dgrov entrou com os braços tomados pelos cobertores de pele que pedira. – Vai funcionar?

– Tem que funcionar. Acredito que Rany tenha capacidade de fazê-lo. – falou com um sorriso, retirando a parte de cima de suas vestes e desnudando o tronco.

– Seja franco comigo. – o rapaz pediu sério, observando o médico elevar Kira do colchão e se colocar às suas costas, abraçando-a como se fosse um amante carinhoso. – O que há entre vocês? O que houve naquela hora no rio? Kira parecia morta quando nos capturaram, nem se mexia de tão enterrada no sono em que estava! Quero saber o que houve.

– Eu a exauri. Foi isso que aconteceu. – ele revelou, abraçando-a mais forte, numa tentativa de aquecê-la com seu próprio corpo. – Não foi o que está pensando, infelizmente. Eu... Os remédios que lhe dei para dor e para o veneno que a impedia de se curar causam sonolência. A deixei vulnerável. Mas não importa muito minhas desculpas, a culpa é minha e arcarei com as consequências. Não vou deixá-la morrer.

– Você a olha como alguém que não vê o sol há muito tempo. – Dgrov observou. – Já tinham se encontrado antes?

– Não ela propriamente, mas meu corpo se lembra de algo. – o sorriso que brotou naquela face era nostálgico e agradecido, com boas doses de admiração. – Há alguns Ciclos, conheci alguém que mudou minha vida. Mas ela ainda era uma criança, então não tenho certeza de como está hoje. Na verdade, não faço ideia de como ela era antes. Provavelmente se a visse hoje, não a reconheceria, nem ela a mim.

– Por quê?

– O Imperador tinha decretado que uma redoma mágica fosse colocada na cidade, para que protegesse as meninas com idade parecida com a da princesa. Desde o Grande Ataque, a realeza sempre esteve em perigo e boatos eram contados para confundir os mercenários. Com essa proteção, qualquer estranho que visse essas meninas, teria sua memória modificada instantaneamente. – ele riu amargamente, verificando o pulso de Kira. – Seria uma grande ironia do destino se eu estivesse com minha musa inspiradora nos braços novamente e não saber. Não acha?

– Sinto por você.

– Tudo bem, eu mereci. Eu tinha que matá-la naquela época. – ele riu. – Foi engraçado de tão trágico. Eu, um assassino contratado para matar a princesa, ganhou novos olhos daquela a quem devia fechar os dela.

– A princesa...? Sério?

– Sim. E em pensar que tinha salvado sua vida horas antes. – seu suspiro era triste e cansado. – A história se repete pelo que vejo.

– Mikhil... – Dgrov chamou sério. – Kira é...

– Consegui fazer! – Rany anunciou ao entrar no quarto, com um pote de vidro na mão e o livro na outra. Um líquido pastoso marrom decantava no fundo enquanto uma fina camada cinza se movia de acordo com o andar da moça. – O que faço agora?

– Cante. – instruiu rapidamente. – Leia o cântico na outra página e entoe alto, antes de jogar o cabelo na infusão.

– Ok. – ela consentiu e começou a trabalhar na mistura, cantando e gesticulando com as mãos, como achava que uma bruxa faria.

Mikhil observava a cena concentrado, enquanto mantinha Kira aquecida em seus braços. Como nascera no seio das Montanhas Gélidas, seu corpo desenvolvera a engenhosa capacidade de produzir calor sempre que precisasse. E quando falava de calor, se referia a uma temperatura banal que variava entre o sol do meio-dia do ápice do verão no deserto e uma valsa lenta com o sol no meio do inferno.

Essa era a prova de que era um autêntico nômade do gelo.

– Como ela está? – D, perguntou preocupado, notando o suor que escorria da prima.

– Estável, por hora. – informou sério, secando a testa da moça. – Pelo menos enquanto a mantermos quente.

– Estou quase terminando, Mikki. – Rany falou séria, vendo uma fumaça esbranquiçada se erguer do frasco. – Está se aquecendo sozinho.

– É normal. Jogue o cabelo. Vamos torcer para que não seja o que estou pensando.

Com relutância, Rany pegou a mecha que separara para o encanto e jogou-a na fumaça, entoando, alto, a última parte do encanto. Uma pequena explosão a sobressaltou e com um chiado, a fumaça, antes sem cor definida, ganhara uma coloração sinistra.

Era verde. E isso não significava doença.

Era justo a cor que não queria que aparecesse.

– Droga... – murmurou apreensivo.

– O que isso quer dizer? – Rany perguntou.

– Que eu estava errado... Kira não está doente... Está amaldiçoada.

–-**--

Os companheiros de Kira estavam no andar debaixo comendo algo, enquanto ele tentava fazer o mesmo com a paciente, dando-lhe vitaminas intravenosas e soros para não perder a hidratação. Já tinham se passado mais de cinco horas desde que Rany fizera o feitiço que indicara a verdadeira condição de Kira e Mikhil estava até o momento tentando descobrir qual maldição era forte o bastante para enganá-lo e fazê-la definhar tão rápido.

– Me diga. – pediu a ela, deixando-se descontrolar como sempre fazia quando estavam a sós. – Por favor, Kira, me diga! Eu sei que você sabe o que tem. Por favor, me deixe ajudá-la!

Sua respiração continuava rítmica e profunda em seu sono auto induzido. Os olhos dourados se moviam rápido por baixo das pestanas e Mikhil se perguntava se estava sonhando ou vendo sua vida toda passar como se fosse um filme. A cor fugia de seu rosto pouco a pouco e a cada novo tom de palidez o médico descobria um nível diferente de preocupação. Se seus cálculos estivessem corretos, Kira não sobreviveria para ouvir os pássaros cantarem na manhã seguinte. Na verdade, temia perdê-la ali, na sua frente enquanto a observava... Nos próximos minutos...

A história se repetia e em ambos os casos, se sentira atado, sem saída, completamente inútil.

– Por favor... – implorou num sussurro, se ajoelhando ao lado da cama e tomando a mão dela entre as suas, apertando-a com cuidado, mas demonstrando todo seu desespero. Tinha que alcançá-la de alguma forma... Tinha... – Por favor, Kira... Me ajude... Por favor...

– Mikki? – Rany chamou ao entrar no quarto. – Vá comer algo, eu fico aqui com ela.

– Não se preocupe. Vá descansar. Ainda deve estar desconfortável com o novo corpo. Vou ficar para monitorá-la...

– Você não parou um minuto desde que a trouxe. Precisamos de você bem para cuidar dela.

– Não posso perder um segundo sequer... – respondeu com firmeza, ainda segurando a mão de Kira. – Tenho que curá-la

– Se tem algo que aprendi com minhas dissertações para a faculdade, é que as coisas vêm mais rápido quando não nos forçamos a pensar nelas. – ela sorriu, pousando a mão no ombro dele. – Vá comer. Kira ainda estará aqui quando voltar.

– Meu medo é que não esteja. – murmurou desolado, se levantando pesadamente. – Pegarei algo na cozinha. Fique com ela um momento, sim?

– Sempre.

Mikhil olhou uma última vez para Kira e suspirou cansado, antes de soltar-lhe a mão com delicadeza. Com a visão periférica, viu seu braço cair devagar enquanto se virava para sair do cômodo. Mas algo o impediu.

No mesmo momento, ela abriu os olhos e respirou ruidosa, movendo-se pesadamente em direção à porta com o braço estendido e a mão suplicante. Medo e terror estampavam seus olhos enquanto o olhava fixamente, buscando-o desesperada naquele momento ínfimo de lucidez. E antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, seu corpo cristalizou inteiro, tomando cada centímetro de pele na velocidade de uma piscadela.

Cristalizando também a lembrança daqueles olhos se tornarem joias amarelas na cabeça de Mikhil, permanentemente.

– Não... – ele balbuciou chocado, tocando a mão cristalizada da estátua de Kira. – Não pode...

– Kira está... – Rany sussurrou sem acreditar.

O grito que saiu da garganta do médico reverberou pela casa e estremeceu as paredes com seu lamento sofrido.

Kira morrera.

E não pudera fazer nada... De novo.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de ler o próximo!
Edição feita em 25/04



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