Destinados escrita por Tsuki Dias


Capítulo 1
Prólogo: Antes de Tudo


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos à Cora por betar essa história! Domo Arigatou Gozaimasu! (Muito Obrigada mesmo!)



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Havia muito que a Grande Guerra contra as Sombras tinha acabado, os reinos estavam unidos mais uma vez e as inimizades geradas se dissiparam como a neve com a chegada da primavera. Aquele dia em particular era a personificação da paz que reinava, onde se completariam dez ciclos que Dama Ynn fora derrotada e aprisionada nas profundezas do Tártaro pela Princesa Destino no campo de batalha.

Desculpe, acho que estou me adiantando. Você deve estar se perguntando quem sou eu e por que estou contando essa história, correto? Bem, permita que me apresente: sou O Olho. Não se assuste e nem ria, sou mais que minha aparência franzina ou que meu título pode sugerir. Estou em tudo e todos os lugares, observando, tomando partidos e apresentando fatos. Nesse momento estou aí, ao seu lado, vendo-o ler esse relato, enquanto coça o braço e boceja, alheio ao que se passa do outro lado do véu.

Olhou para trás? Sentiu-me? Espero que sim, pois pretendo passar momentos agradáveis ao te contar essa história. De todas que ocorreram, esta e a Grande Guerra são minhas favoritas. Espero que também as aprecie tanto quanto eu. Afinal, é uma boa história... Sim, uma boa história.

Oh, desculpe! Estou divagando demais? Perdoe-me, faz algum tempo que não interajo com estranhos. Onde eu estava? Ah, sim! Ia contar-lhe sobre a Grande Guerra!

Tudo começou com uma menina, mas não era uma criança qualquer, oh não! Essa era poderosa e importante. Essa menina nasceu num ano de poder, num ano de convergência, onde o universo derramava suas bênçãos sobre os mundos por meio do Alinhamento. O véu que separava as dimensões ficava mais fino e elas tinham a possibilidade de se tornarem uma naquele dia. Claro que acidentes podiam acontecer, mas isso se os Altos Guardiões das Dimensões não conseguissem manter seu controle.

E uma princesa que nasce num ano importante, tem um grandioso destino selado profundamente na alma. Sim, princesa, pode parecer lugar comum, mas naquela dimensão as coisas eram assim.

As batalhas que a Princesa devia travar começaram logo após seu nascimento. O universo é feito de equilíbrio e em equilíbrio ele deve se manter. Para cada nascido com energia Yin, deve haver um Yang para contrabalancear. Mas com ela as coisas não foram assim. Milhares de crianças nascidas com o mesmo tipo de energia que a princesa morreram naquele ano e teriam sido mais se o Imperador e sua Imperatriz não tivessem convergido a energia do Cosmos para dar força à recém-nascida e fazê-la suportar a morte que a rondava. E dessa primeira batalha, nasceu a Primeira-que-Carregava-a-Vida-de-Muitas.

Portanto, a vida da princesa estava ligada a milhares de opostos a ela. Se ela morresse, milhares morreriam, entretanto o inverso não era válido.

A princesa cresceu forte e bela em sua pouca idade, na época em que recebeu suas cores (os belos cabelos negros e os olhos ametistas), ela viu sua avó, a primeira Moira, ser morta em sua própria casa. Tinha sete ciclos. Mas claro que as desgraças na vida de uma pobre alma fadada não parariam naquela noite em chamas. Ciclos depois, a princesa presenciou a partida da Imperatriz em seu leito de morte e pouco depois o matrimônio do Imperador com Dama Ynn, a senhora do Reino das Sombras. E como não podia deixar de ser, além de uma madrasta, a princesa ganhou um irmão de coração, mais velho que o Primeiro Príncipe, seu irmão de sangue.

As ambições da nova Imperatriz não tinham limites e ela ansiava por um artefato poderoso que estava incrustrado na família imperial, mais precisamente dentro da princesa. Mas para conseguir isso, ela tinha que receber a vida da princesa de suas próprias mãos, tinha que fazê-la renunciar a alma que habitava o corpo e transferi-la para o amuleto que nela se escondia. Tudo de boa vontade.

Claro que a investida foi terrível. No dia do vigésimo ciclo da princesa, Dama Ynn sequestrou o Primeiro Príncipe e o Noivo da Princesa, obrigando-a a encontrá-la sozinha no Reino do Sono. Enganada pelas ilusões de Ynn, a princesa acabou com o sangue de seu noivo nas mãos, e quando tentou salvar o irmão, viu-o ser decapitado pela madrasta. Ensandecida pelo ódio, a princesa não pôde se controlar e arrancou o coração pulsante da madrasta, separando sua alma do corpo, mas sem matá-lo realmente.

Depois de confessar para o pai o crime cometido, O Senhor do Tempo tirou-lhe os poderes e exilou-a no mundo mortal, onde as ceifeiras ficavam. Mas a paz da princesa não durou muito naquele novo meio e logo demônios mandados por Ynn invadiram o lugar e a perseguiram. Sem conseguir conviver com a ideia de ferir seus amigos e inocentes, ela se isolou fora da cidade, onde suas batalhas pessoais não atingiriam ninguém. E assim foi... Por anos.

Era um dia normal. A princesa fugia de seus perseguidores e estava pronta para se entregar quando esbarrou em um corredor desavisado, levando-o ao chão no processo. Sebastian estava no local para espairecer quando a encontrara. Penalizado – e sem o menor medo de morrer –, ele a salvou dos demônios e a levou para um lugar seguro. Voltando para encontrá-la todos os dias a partir dali. Foi assim que se conheceram.

Muitas coisas aconteceram a seguir, houve muitas batalhas e sofrimentos a serem vencidos, mas o que posso dizer é que, como não podia deixar de ser, os dois se apaixonaram e firmaram compromisso. Mas a alegria durou pouco. Naquela época, Ynn havia conseguido poder suficiente para dar início à Guerra que viera orquestrando há muito tempo. A princesa não se acovardou, deixou seus amados em segurança e marchou com as tropas de seu pai para o campo, onde sua batalha com Ynn aconteceria.

A Grande Guerra foi sangrenta, ambos os lados tiveram perdas irreparáveis. Mas a princesa prevaleceu todas as vezes que lutou aquela batalha. Muitas e muitas, até encontrar o caminho certo a seguir. Não houve golpe final naquele dia. Com o pouco de poder que lhe restou, a princesa prendeu Ynn no Tártaro, onde somente os piores estavam.

O tempo passou em paz para todos. Ian, meio irmão de Sebastian, casou-se com Kamille. A Bron, o segundo príncipe, foi arranjado um casamento com Ceryse, que tinha sangue real. Sebastian e a Princesa também se uniram, num laço transcendental que ultrapassaria as eras. E como toda boa união, os três geraram frutos: Leopold, Lysvrill e Lhunia, os Três Pilares.

E eis que volto ao início de minha narrativa, no dia da coroação das meninas. Um dia feliz onde as duas ganhariam suas cores primárias e suas posições no universo. E também foi nesse dia que o Ódio atacou. Erischen, um importante membro do povo místico, declarara guerra à Princesa e sua filha. Seu ódio pelas duas era tamanho que, com um exército de déspotas remanescentes de Ynn, ele atacou a cerimônia das princesinhas. Sebastian e Bron, mesmo fracos por conta dos rituais, tentaram proteger suas famílias, mas a força inimiga era maior. A Princesa e Ceryse levaram as crianças e as protegeram com magia, mas o encantamento tinha pouca duração e o Tirano as encurralou. A princesa havia partido com Lysvrill enquanto deixara a outra com a futura imperatriz, que caiu protegendo a menina.

Dante resgatou Lhunia e a levou de volta ao Tempo, onde conjurou suas forças para manter o mal afastado naquela terra. Por dias ele rezou para que a filha retornasse para seu castelo, onde se juntaria a ele e lideraria a marcha para libertar os cativos, afinal, se o destino estava ao seu lado, então poderia ter esperança. Mas, junto da noticia da captura de Anami, uma carta selada chegou às mãos do Homem contendo um plano que dependeria mais do que ela tinha no momento.

E é sobre esse plano que gira toda a história.


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Notas finais do capítulo

Edição feita em 25/04



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