Coração de Elástico escrita por DarlingMamacita


Capítulo 4
Apesar de tanto apesares


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por não ter postado sábado, o capítulo foi inspirado no livro Extraordinário.

Obs: Estou a procura de um Beta, a maioria está indisponível e poucos que achei fazem Betagem como a minha fanfic, então se você é Beta e tiver interessado entre em contato comigo. Obrigada, e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/582631/chapter/4

18 de janeiro de 2015

Fazia caretas no espelho apontando defeitos para a imagem que o refletia. Bufei pela decima vez e peguei novamente o gel ao lado da pia, coloquei uma quantidade razoável e despejei sobre meus cabelos. Eles eram curtos, não passavam de meus ombros.

Passei um corretivo abaixo dos olhos tentado esconder a noite em claro que passei com mamãe. Meu pai ainda não havia ligado ou dado sinal de vida, depois que saímos do Spa mamãe começou a ter um ataque, ela começou gritar e chorar. Foi horrível.

Hoje iriamos visitar meu novo colégio, tentei convencê-la te todas as formas possíveis a me pagar um professor particular. Mas como já devem ter percebido não deu muito certo.

Olhei meu reflexo no espelho, novamente. Estava péssima, meus cabelos eram curtos demais, minha pele branca demais, tudo na minha fisionomia era demais.

Eu teria ficado mais nervosa em relação a entrar em um nova escola, mas seria pior se eu voltasse a Ross School. Essa seria uma escola nova, aonde ninguém me reconheceria, aonde não apontariam o dedo falando “Olha, aquela não é a Hayley Scan”.

Quando chegamos à Southwestern Academy, algumas semanas antes do início das aulas, e vi o Sr. Collins — diretor da escola — nos esperando de pé no portão. Era um cara bem normal. Alto e magro. Velho, mas não muito. Parecia legal. Mamãe havia conversado com ele antes de nos virmos.

Apertou primeiro a mão da minha mãe.


— Oi, Sr. Collins, que bom vê-lo outra vez — disse jorgia. — Este é minha filha, Hayley.

Ele olhou bem para mim, sorriu e assentiu. Estendeu a mão para que eu a apertasse.

— Oi, Hayley — falou em um tom completamente normal. — É um prazer conhecer você.

— Oi — murmurei, dando um aperto de mão fraco enquanto olhava para os pés dele, que estava de tênis adidas’ vermelho.

— Seus pais falaram muito sobre você.

— O que eles disseram? — perguntei.

— Bem, que você gosta de ler — respondeu o Sr. Collins — e que é ótima em matemática, e que se saíra muito bem no teste.

Dei de ombros.


— Tem algumas matérias eletivas de matemática ótimas aqui na South — informou ele. —Quem sabe você não pode fazer uma delas.

— É — respondi, mesmo sem saber o que era uma matéria eletiva.

— Então, pronto para um passeio pela escola?

— Quer dizer que vamos fazer isso agora? — perguntei.

— Você achou que íamos ao cinema? — disse ele, sorrindo enquanto se levantava.

— Você não me contou que faríamos um passeio — reclamei para minha mãe.

— Hayley... — começou ela.

— Vai ser legal — falou o diretor, sorrindo.

Revirei os olhos, eu não queria estudar ali, o diretor já estava me tratando como uma criança pelo simples fato do meu histórico estar marcado com uma doença terminal. Jorgia apertou minha mão de leve, mas não sei se aquilo significava “eu amo você” ou “desculpe”. Provavelmente era um pouco de cada.

Seguimos o Sr. Collins por alguns corredores. Não tinha muita gente, e os poucos que
estavam por lá nem pareceram me notar, mas talvez não tenham me visto mesmo. Eu estava meio escondido atrás de jorgia. Sei que isso parece um tanto infantil da minha parte, mas eu não estava me sentindo muito corajosa naquele momento.

Chegamos a uma sala pequena, com as palavras ESCRITÓRIO DO DIRETOR escritas na porta. Sentei em frente ao diretor e ao lado de mamãe, e ficamos o que se pareceu horas conversando sobre as regras e ditaduras.

Até que uma senhora bateu na porta, colocou a cabeça no vão entreaberto e avisou:


— Ele está aqui, Sr. Collins.

— Quem está aqui? — perguntei.

— Obrigado — disse o Sr. Collins à mulher. — Hayley, achei que seria uma boa ideia você conhecer alguns alunos que estarão na sua turma este ano. Eles podem andar com você pela escola e fazer um reconhecimento da área, por assim dizer.


— Não quero conhecer ninguém — quase gritei.


— Vai dar tudo certo, Hayley. Adam é do segundo ano e conhece tudo aqui, ele é um dos nossos melhores alunos e muito conhecido na escola.


— Você vai ficar bem, filha — murmurou mamãe, querendo muito acreditar no que dizia.

Antes que ela pudesse falar mais alguma coisa, o Sr. Collins abriu a porta do escritório.

— Entre, Adam.


Então um garoto entrou. Ele ficou parado na entrada, olhando diretamente para o Sr. Collins, como se a vida dele dependesse disso.


— Muito obrigado por ter vindo.


O garoto acenou com a cabeça em concordância e desviou o olhar para mim, ele semicerrou os olhos, me analisando. Senti seu olhar pesar em minhas pernas nuas pela jardineira jeans. Naquele momento eu entrei em choque, eu iria explorar aquele colégio enorme com esse garoto. Olhei para Jorgia que tinha um sorriso brilhoso nos lábios, ela também avaliava o garoto.

—Olá, meu nome é Adam. —Ele não estendeu a mão ou veio me cumprimentar, apenas acenou com a cabeça, indiferente.

—Adam, que nome lindo—Lancei um olhar raivoso para mamãe, eu só podia pensar: O que ela estava fazendo? —Sou Jorgia, e essa é Hayley minha filha.

Novamente ele direcionou suas órbitas azuis em minha direção.


—Bom, acho melhor irmos então.

Seu sorriso era debochado. Sua roupa punk demonstrava sua rebeldia, ele acenou com a cabeça em direção a porta e até aquele momento eu estava paralisada. Olhei para Sr. Collins que tinha um olhar admirado direcionado a Adam, Jorgia possuía o mesmo. Limpei as mãos no jeans e contei até cinco, com passos lentos caminhei até Adam. O mesmo me admirava ou chame como for, seus olhos não desgrudavam de mim, e aquilo de alguma forma me incomodava.

Confesso, foi tão estranho andar ao seu lado. Ele não falava nada, apenas me mostrava os ambientes que a escola beneficiava e me indicava o caminho, as vezes esbarávamos braços com braços e eu sentia uma pontada de eletricidade. Ele era um garoto diferente, não me olhava com malícia—Apesar de ter reparado bem em minhas coxas— ou desprezo, e nem mesmo me fez qualquer pergunta.

E foi quando paramos em uma porta colorida, ela estava manchada com diversas cores e tintas, como se alguém a tivesse pegado em um momento de raiva e tacado na porta de madeira. Adam possuía um sorriso sarcástico, fiquei imaginando o que haveria atrás daquela porta. Ele direcionou seu olhar para mim e formou os braços em classe, formando um “Primeiro as damas” com os lábios.

Hesitei antes de abrir, mas como dizia Neil Armstrong O mistério gera curiosidade e a curiosidade é a base do desejo humano para compreender.”

Naquele momento, eu me senti como um passarinho quando completa seu primeiro voou, apesar de estar abrindo apenas uma porta, apesar de estar em simples colégio. Mas apesar de tantos apesares, eu me sentia viva.

Você deve estar curioso para saber o que havia na pequena salinha. Acho que você terá que esperar pela próxima carta, mas posso te contar, foi
Mágico.

Como eu sempre digo, “Uma simples emoção, um simples sentimento, move montanhas...”

Com amor,
Hayley



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Jorgia é a mãe da Hayley, eu tenho o habito de chamar nossos pais de Mamãe e Papai, não sei como vocês chamam nas suas cidades, espero que não se incomodem com a linguagem, estou trocando por Jorgia para não usar muito Mamãe.

Espero que tenham gostado, não foi um capítulo tão emocionante assim, mas eu não poderia simplesmente fazer o primeiro dia de aula da Hayley.

Obs: Se acharem qualquer erro me avisem

Com amor,
Mah



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coração de Elástico" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.