Eu estava no inverno da minha vida e o homem que conheci nas ruas era meu único verão. À noite, adormeci com visões de mim mesma dançando, rindo e chorando. Eu ansiava ser uma cantora, não muito popular, uma vez que tinha sonhos de se tornar uma bela poeta também, mas em cima de uma série infeliz de eventos, vi esses sonhos tracejada e divididos como um milhão de estrelas no céu noturno que eu desejava em uma e outra novamente, espumante e quebrada. Mas eu realmente não me importava, porque eu sabia que levava recebendo tudo que sempre quis e depois perdia para saber o que é a verdadeira liberdade.

Quando as pessoas que eu conhecia descobriram o que eu vinha fazendo, como eu estava vivendo, eles me perguntaram por quê. Mas não adianta em falar com as pessoas que têm uma casa, eles não têm ideia de como é buscar segurança em outras pessoas para deitar sua cabeça em algo confortável e não um chão imundo e frio.

Eu sempre fui uma menina incomum, minha mãe me disse que eu tinha uma alma camaleão. Sem bússola para apontar para o norte, sem personalidade fixa. Apenas uma indecisão interna que era tão grande e tão vacilante quanto o oceano. E se eu dissesse que eu não planejei para que fosse desta forma, eu estaria mentindo, porque eu nasci para ser a outra mulher. Eu não pertenço a ninguém, eu não tenho nada, nem mesmo o meu homem.

Aos cinco anos de idade eu tinha o misero discernimento de entender o que as pessoas falavam, mas, de acordo com algumas pessoas, eu os entendiam porém não comunicava, mesmo que soubesse. Nove anos após meu mundo destruiu em mil pedaços quando minha amada mãe falecera, tão jovem e cheia de vida. Não a culpo, alias elas destruíram a vida dela e não ela mesma. Alias essa é a lei da vida, morrer. Todos irão um dia.

A partir do dia da morte de minha amada mãe, meu pai me colocou para fora de casa anos após descobrir que elas estavam na minha vida, e desde então a mesma estava totalmente abalada. Eu era apenas uma pré adolescente de quinze anos, e até hoje, dois anos passados, sinto-me da mesma maneira. Porém eu sempre teria a alma camaleão, que eu esperava que não fosse apenas uma fase da adolescência.

Então há poucos meses, exatamente Dezembro passado, eu o conheci. Meu homem. E me lembro quando o vi, nas ruas de San Diego. Foi tão claro que ele era o único para mim, e o jeito como ele me olhou, foi imediato que nascemos um para o outro e com o passar do tempo, quando me tornei sua mulher, as coisas foram ficando difíceis, fomos confrontados com mais desafios e eu implorei para que ele ficasse. Lembrando-me do que tinhamos desde o principio. Ele era carismático e elétrico durante os dias, calado e rude durante a noite. Continuava a ser o meu homem. Quando ele caminhava pelas as ruas com a luz do sol, todos paravam para o observar, mas com a luz da lua todos fugiam. Ele era hibrido, uma mistura de homem, e eu sabia que talvez eu nunca fosse o suficiente para ele, eu sempre tive a sensação que ele se tornou dividido, entre ser uma pessoa do bem e perder todas as aventuras da vida. Mas no final o compreendi, eu o amava, amava muito, amava ao ponto da morte ser plena caso desse minha vida a ele. Eu amava e ainda o amo. Até olhos azuis me fitarem.