"Elena PDV"

Stefan, Damon e eu corremos a toda velocidade até a casa de Bonnie. Os gritos mentais haviam parado, o que me deixava mais desesperada ainda. Se Katherine matasse minha melhor amiga eu teria minha vingança. Bonnie e eu éramos como irmãs, compartilhávamos tudo. Não tínhamos segredos. E defendíamos umas as outras. Dessa vez não ia ser diferente.

Estávamos chegando na casa. Percebi que estava tudo quieto. Não havia nada. Nenhuma excitação, nenhum barulho, grito. Nada.

Stefan arrombou a porta. Quase a derrubou. Quando fui entrar não conseguia. Meu pé não passava da soleira. Vampiros precisavam ser convidados a entrar.. e eu não fui. Tudo que podia fazer era ver.

A casa estava arrumada. Nada fora do lugar,como se nada tivesse acontecido. Logo senti um cheiro bom. Doce e fresco. Era sangue humano, em grande quantidade. Rapidamente a sede tomou conta de mim e doeu em minha garganta. Ardia como se eu estivesse queimando. Damon também sentiu e veio ficar ao meu lado.

- Se você... Perder o controle... - ele explicou. Mas eu não prestava muita atenção. Estava focada no sangue. O líquido vermelho que passaria por minha garganta e me deixaria saciada. Tentei me controlar e pensar em Bonnie. 

Quando pensei nela, a sede diminuiu, mas não passou. Então criei força e perguntei ao vento por ela:

- Bonnie? Bonnie, você está ai? - Como não recebi resposta (o que era mais que o esperado), Stefan me convidou a entrar para que nós três procurássemos.

Imediatamente fomos ao lugar onde o cheiro de sangue era forte. Parecia ser o quarto de Bonnie. Eu queria correr até lá mas não podíamos, porque se Katherine ainda estivesse ali, seria o nosso fim.

Então fomos a uma velocidade controlada, mas rápido. Mesmo assim, o silêncio era horrível. Quando chegamos ao quarto dela, eu quase desmaiei de tanto pesar e medo que senti.

O corpo da mãe de Bonnie estava no chão, quebrado, e o sangue se espalhava em uma enorme poça no chão, ao seu redor.

Seus olhos estavam esbugalhados e sua pele estava branco feito papel.

Eu simplesmente... Não sabia o que fazer. Aquilo me pegou totalmente desprevenida e por um momento minha sede foi esquecida para dar lugar a sofrimento. Um doce sofrimento, que se espalhava pelo meu corpo do mesmo jeito que energia vital me preencheu quando me alimentei da primeira vez.

E então, quando meus olhos percorreram o cadáver, vi que tinha um pedaço de papel cuidadosamente dobrado em cima da cama.

Fui até lá, e o peguei.Tinha um perfume doce e de algum jeito antigo, como de uma pétala de rosa envelhecida, que foi mergulhada em um novo perfume. Quando o abri, haviam duas linhas escritas a mão com uma caligrafia muito bonita e delicada.

Antes que o pudesse ler, Stefan gesticulou de mim para a mãe de Bonnie. Em sua mão direita havia a jóia com verbena que protegeria sua filha da influência dos vampiros. Voltei minha atenção para o papel, e quando o li, quase desabei.

Farei um bom proveito de sua amiga. Aproveite a eternidade.

Te vejo em breve. Katherine.