White Is The New Black escrita por Vitor Matheus, Chery Melo


Capítulo 1
Finalmente, a Liberdade


Notas iniciais do capítulo

Notas do Vitor: Hey, pessoas! Cá estou eu, com esta novíssima fanfic chamada "White is The New Black". Quem conhece Orange is The New Black já entende o que esse título quer dizer, certo? Não! Mas vocês vão entender o porquê de branco ser o novo preto aqui.

Esta é uma história escrita em parceria com a diva da Chery Melo, autora de grandes sucessos como "How Deep is Your Love" e "Make You Feel My Love" e escritora de dois dos nove episódios presentes na coleção "Deixe a Neve Cair". E bem, eu sou conhecido por "New York Love Story" e por ter sido a mente por trás daquele projeto de Natal citado antes ;)

Agora que vocês já têm uma ideia de quem nós somos, espero que curtam esta fic. Finn pegador, amigo de Rory Flanagan e com AIDS? Só aqui mesmo, não? HAHAHAHA
Boa leitura, gente!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/582600/chapter/1

Levantei da minha cama no meio da madrugada porque eu não conseguia dormir. Alguma coisa estava me incomodando e eu não pregava os olhos de jeito nenhum. Porém, antes que eu pisasse no primeiro degrau, ouvi um estrondo de porta batendo. Sabia que meu pai tinha ido a mais uma noite de bebedeira, então deduzi que ele chegara naquele momento. E aquela batida forte de porta só significava uma coisa: ele ia bater em minha mãe outra vez. Era fato comprovado: se meu pai batesse a porta da frente com força, haveria marcas roxas para contar história.

Chris? — Minha mãe, de nome Carole Hudson, chamou-o pouco depois.

O que é, mulher? — Meu pai, Christopher, gritou de volta.

Eu não acredito que você chegou tarde em casa de novo! Sabe o que seu filho vai pensar disso? — Ela se aproximou dele, e mesmo assim parecia tomar cuidado.

Foda-se o que Finn pensará de mim! O que importa é que eu esqueci da sua existência por um bom tempo, e só enchendo a cara! — Esbravejou aquelas palavras. Eu nem sabia o que “foda-se” significava naquela época, afinal, eu só tinha sete anos de idade. Ainda era um inocente da vida. — Maldito seja o dia em que eu me casei com você.

Deu para notar que minha mãe tentava esconder as lágrimas, mas elas foram enxugadas antes de saírem porque meu pai levantou um objeto do cós de sua calça. Era um pouco grande. Parecia ser pesado. E eu já tinha visto aquele negócio na TV uma vez.

Era uma arma.

Chris, cuidado com o que vai fazer com isso...

Farei o que devia ter feito quando descobri que tinha te engravidado... — Apontou a arma para a própria cabeça e, num desvio de olhar, encontrou-me parado na escada.

Eu pensei que ele poderia parar com aquela loucura, mas parece que a minha aparição ali só o fez ter certeza do que deveria ser feito. Então, ele atirou duas vezes em si mesmo.

Christopher! — Mamãe gritou, tapando a boca com sua mão esquerda e desatando a chorar.

E como se também não estivesse pensando nas consequências, Carole pegou a arma do marido e também atirou em si mesma, só que não duas, mas quatro vezes. Eu não estava em condições de chorar naquele momento. Fiquei tão perplexo com a morte à moda Romeu e Julieta – só que não – que não me movi por vários minutos, até que Holly Holiday, nossa vizinha naquela época, arrombou a porta da casa. Ou foi o marido dela, William Schuester, quem fez isso. Minhas memórias do que veio após a morte dos meus pais biológicos são bem vagas.

Eles logo me reconheceram, e Holly subiu os degraus até chegar a mim.

Oh, Finny... — Foi só o que ela pode dizer naquele momento.

Ele está bem, Holly? — Will, como o chamávamos, se pronunciou quando também subia a escada até nós. — Não há mais como reanimá-los. Estão... mortos.

O que faremos com o menino? — Ela questionou.

Deixe-me vê-lo, amor. — A loira deu espaço para que ele me colocasse em seu colo. — Está tudo bem, garotão?

E-eu... não consigo dormir, tio Will. — Falei em seu ouvido direito, pela primeira vez depois do ocorrido.

.::.

Depois que meus pais foram enterrados, o Juizado de Menores descobriu que eu não tinha parentes próximos, e os únicos da pequena cidade de Lima que gostavam dos Hudson eram justamente Will e Holly. Sendo assim, eles viraram meus pais adotivos em poucos dias.

Holly sempre tentou manter viva a imagem dos meus pais originais enquanto eu morava com eles, e Will criou lembranças do substantivo “família” para mim. Ele, sim, foi meu pai de verdade. E foi o único a me apoiar quando tirei minha primeira nota vermelha no colégio. Ele sabia do meu drama com a geografia; afinal, ele também era professor. Will Schuester também me deu os melhores conselhos que um pai poderia dar quando a adolescência enfim chegou, e com ela a primeira ejaculação, o primeiro beijo com uma garota – a qual nem lembro mais o nome – e até o dia em que fiz minha carteira de motorista. Cada evento especial da minha vida se tornou único graças à aparição dele.

Mas também não posso desmerecer Holly. Ela era divertida quando queria, e sempre dava um jeito de fazer meu prato preferido no jantar – pizza caseira – mesmo contra a vontade do marido. Eles chegaram a brigar uma vez porque eu tive uma diarreia em decorrência das pizzas diárias, e quase tive de passar por uma transfusão de sangue. Se Will era meu protetor e ajudador, Holly era a garantia de diversão quando eu bem quisesse. Lembro do dia da minha graduação no William McKinley High School, quando meu nome foi anunciado no microfone e ela levantou da cadeira com uma faixa enorme e estendida cujos dizeres eram “Finn ARRASA”. Esqueci de mencionar que ela não parava de gritar meu nome? Apesar dos momentos Susan Heffley – Greg mandou lembranças – que ela tinha, Holly Holiday era a mãe dos sonhos de qualquer jovem.

Todas essas lembranças vieram à minha mente enquanto o carro da família Schuester-Holiday-Hudson passava pelas ruas privadas da Hogwarts University, para que eu me instalasse em meus devidos aposentos. E antes que você se pergunte se é a mesma Hogwarts do maravilhoso mundo de Harry Potter: NÃO, não é a mesma. O fundador dessa universidade estava em surto porque já tinha lido todos os livros e visto todos os filmes, e devido à tamanha depressão em que se encontrava, deu a ela o tal nome.

— E então, filhão? — Will me chamou de volta à realidade com esse apelido. Eu não me canso de ouvi-lo me chamar de “filhão”, por mais que ele não seja meu pai e eu já esteja nos meus 21 anos. — Sente-se finalmente pronto?

— Ninguém está pronto para nada nessa vida, pai. — Respondi, expirando logo depois. — Foi algo que aprendi com o senhor.

— Eu sei, só queria testar sua mentalidade. — Ele liberou sua mão direita para trocar um “hi-five” comigo.

— Vocês se merecem, viu? — Holly interveio. — Deve ser por isso que você não quis ir logo para a faculdade, Finn.

— Eu pensei que era porque o papai não queria se livrar logo de mim. — Retruquei.

— E eu pensei que era porque o Finkenstein aí não queria largar do nosso pé. — O mais velho respondeu.

Obviamente, nós três rimos ao mesmo tempo, o que abafou a música vinda do aparelho de som ali dentro.

— Por favor, não me façam chorar. — Ela fingiu enxugar lágrimas invisíveis.

— Mãezona querida... — Passei meus dedos por entre seus cabelos ainda loiros. — Eu ainda estarei aqui para qualquer coisa. Se o cano da pia der problema, eu volto pra casa num instante.

— Nós não juntamos dinheiro por cinco anos só para você largar isso tudo por causa de uma pia, Finn Christopher Hudson-Schuester! — Esbravejou de volta.

— Ela não vai mudar, Finn. Nem tente. — Will ironizou, e recebeu um tapa da esposa no braço em seguida. — Então... eu acho que chegamos.

— É aqui que eu fico. Ala dos dormitórios. — Falei, já com as malas em mãos. — Tchau, pessoas; eu vou me cuidar, mãe; também te amo, pai! — Abri a porta do carro, saí do mesmo e saí andando com uma velocidade que nem o Flash superaria.

Agora eu tenho essa coisa que todos chamam de “liberdade”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Notas do Vitor: Eu sei que esse capítulo ficou meio curto, mas nunca foi minha pretensão escrever mais de 2.000 palavras para este "piloto". Fiz exatamente o que queria para o primeiro capítulo, então já se preparem para o próximo... que deve sair na próxima semana, já estou quase terminando ;)