Um dia Difícil escrita por BiaRehm


Capítulo 10
Capítulo 10




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– Posso falar com ele? – Minho ainda abraçava Brenda, como se quisesse protege-la, para impedir que mais alguém pudesse machuca-la como Newt tinha feito.

– Se eu disser que não vai adiantar alguma coisa? Brenda, isso é loucura... Todos nós te prevenimos disso, sabíamos que em algum momento algo ruim iria acontecer, e já aconteceu e mesmo assim você continua não dando ouvidos aos nossos conselhos. – Minho a afastou e com uma expressão triste em seus olhos abriu espaço para que ela entrasse em seu quarto e fechou a porta, deixando Brenda e Newt a sós.

– Eu não me importo com o que eles dizem, eu sei que posso me defender caso você pire de vez e eu não me importo. Quando assumi a responsabilidade de cuidar de você e de estar ao seu lado eu assumi também todos os riscos... Só estou surpresa com o que aconteceu. – Brenda não mentia, e queria que Newt entendesse, pois nada daquilo era realmente culpa dele.

Newt ficou em silêncio olhando para as próprias mãos. Brenda o encarava como se fosse possível ler seus pensamentos. O silêncio no quarto se tornou palpável, como um visitante intruso que se recusava a sair. Brenda então o expulsou com palavras que nem mesmo ela acreditou que um dia seria capaz de pronunciar.

– Eu faria qualquer coisa pra não te ver sofrendo desse jeito, Newt, qualquer coisa...

E com as palavras de Brenda ainda ecoando pelo ambiente, Newt explodiu.

– Qual é o seu problema? Você não vê, não percebe o que acontece ao seu redor?

– Newt, nã...

– Brenda! Eu quase te matei! Eu achei que tinha matado você, e você me diz que não se importa? Machuquei você e menti também e você ainda diz que faria qualquer coisa pra não me ver sofrer? Quem está sofrendo aqui é VOCÊ! E eu estou causando o sofrimento!

Newt se aproximou com raiva e puxou o cachecol que Brenda usava, deixando a mostra seu pescoço ferido, ele olhava para o pescoço de Brenda e seus olhos queimavam como duas fornalhas com toda a raiva que ele sentia.

– Eu tentei te matar. Você devia se vingar, só que não me deixe apenas ferido, certifique-se de que eu nunca volte a respirar!

– Newt esse não é você, é o fulgor que tem feito isso e que está fazendo você dizer essas loucuras agora. Lute contra isso, você é mais forte. Eu sei que você pode lutar contra essa raiva que vive dentro de você! Eu não tenho medo!

– Se não me matar por vontade própria vou obriga-la a fazer isso, estou te dando uma oportunidade, Brenda, tentando deixar tudo mais fácil!

– Controle-se, Newt!

Ele então a pressionou contra a parede, impedindo seus movimentos e Brenda sabia que precisava fazer alguma coisa, trazer Newt novamente, ela não tinha medo dele e não o mataria, ela nunca iria realizar o desejo da insanidade dele.

– Você não vai me machucar, eu te conheço e sei que não é capaz disso!

– Eu já machuquei! - Ele então apertou seus braços mantendo-os ao lado do corpo dela e diminuindo cada vez mais o espaço entre eles, seus olhos ainda brilhavam com um ódio profundo que Brenda nunca tinha presenciado. - E vou machucar ainda mais, porque é isso que eu sou agora, um monstro Brenda, um monstro que não pode ser domesticado, e se você não me matar eu não vou parar.

– Você não é um monstro!

– Eu vou provar pra você então!

Antes que Newt pudesse fazer qualquer movimento, Brenda chutou a perna machucada dele o que o fez desiquilibrar, com isso ela pegou o cachecol que estava no chão e rapidamente amarrou um dos braços dele no pé da cama de Minho, segurou o outro braço e sentou por cima de suas pernas, imobilizando-o e falou ríspida:

– Eu sei que você não é um mostro, não o culpo pelo que aconteceu ontem à noite e nem pelo que acabou de acontecer... Porém não vou permitir, nem sequer por um minuto, que você se destrua, eu acredito em você, Newt e sei que você é capaz de lutar com toda essa ira, e querendo ou não, eu vou te ajudar! Agora pare de se entregar ao fulgor e comece a lutar! – Brenda percebia que pouco a pouco os olhos de Newt iam amenizando aquele ódio e que ele já não tentava mais lutar contra ela. – E se não me der ouvidos, te prender desse jeito vai começar a se tornar um hábito.

Brenda soltou o braço que segurava e levantou, permitindo que ele voltasse a se mexer. Quando se virou pra porta percebeu que ela estava aberta e Minho, com uma expressão impressionada, a olhava boquiaberto. Foi até ele e disse:

– O ajude com o cachecol, acho que amarrei o braço dele apertado demais. Te encontro na hora do almoço...


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