Sr. Gato sentado em um banco e apaticamente olhava para um lago. Perdido em pensamentos. Voltou nos acontecimentos de 13 horas antes:

Salomé estava estirada no chão, sem expressão, com os olhos vazios. Após ter chorado todas as lagrimas que possuía, decidiu ligar para uma ambulância. 

Não podiam fazer nada já que ela fora envenenada, e que uma investigação seria feita para achar o culpado de tal atrocidade.

Com um suspiro, levantou-se e decidiu andar sem rumo. Enquanto isso uma chuva começou a cair e em minutos ele já estava encharcado. Pensando em tudo que perdeu e considerando o suicídio, já que não tem como trazer nada de volta. 

Pensou no Sr. Waffle da Silva, que havia o salvado logo depois fora sequestrado por cachorros imundos e desonestos. Tinha tanto que queria lhe falar. Talvez Salomé esteja certa sobre ele ter sentimentos não resolvidos pelo amigo.

Salomé...

Não sabia como a busca que a gata estava fazendo, mas se sentiu culpado por não ter estado com ela. Porém percebeu que se estivesse, o ataque seria direcionado a ele também. E ele não queria morrer daquela forma.

Sr. Gato se sentiu um covarde por pensar assim. 

Andava desolado e com a cabeça baixa quando inconscientemente voltou para o beco onde tudo aconteceu. A chuva havia formado poças que refletiam inconsistentemente o cinza do céu. De repente um brilho esverdeado o envolveu e ele começou a subir. Seus braços e pernas não se mexiam e com a paralisia um pensamento de, tanto de esperança quanto de terror, que ele poderia reencontrar o seu melhor amigo.

 Eu vou encontra-lo e vou tira-lo daquele lugar, nem que seja a ultima coisa que eu faça!!

Com esse pensamento, uma nuvem obscureceu sua mente e ele desmaiou.